sábado, 18 de fevereiro de 2017

Vozes Interiores reflexões - A felicdiade (2)


Vozes Interiores reflexões - Agradecer


Vozes Interiores reflexões - A felicidade


Conversando com Léon Denis - As Coisas Terrenas


Vozes Interiores reflexões - Oportunidades de servir


Conversando com Léon Denis - O Alvo da Vida


Cinquenta perguntas sobre o livro 'Nosso Lar' - Sérgio Biagi Gregório - 6 a 10

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06 – Que tipo de aviso o instrutor Clarêncio dá para a lamentação?
R. – "Aprenda, então, a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil. É indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios".
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07 – Qual a explicação de Lísias a respeito de entrar em contato com entes queridos?
R. – "Convém não esquecer, contudo, que a realização nobre exige três requisitos fundamentais, a saber: primeiro, desejar; segundo, saber desejar; e, terceiro, merecer, ou, por outros termos, vontade ativa, trabalho persistente e merecimento justo".
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08 – De que maneira são organizados os serviços na Colônia "Nosso Lar"?
R. – A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Os quatro primeiros, ou seja, os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação e do Esclarecimento, aproximam-se das esferas terrestres; os dois últimos, isto é, o da Elevação e o da União Divina, ligam-se ao plano superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição.
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09 – Após a indignação do instrutor espiritual, como ficaram os serviços de alimentação em "Nosso Lar"?
R. – "Por mais de seis meses, os serviços de alimentação, em "Nosso Lar", foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos".
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10 – Qual o peso da água na alimentação dos Espíritos?
R. – De acordo com a descrição de Lísias, a água do Rio Azul tem uma densidade muito mais tênue, pura, quase fluídica. Ela, por seu poder magnético, é usada como alimento e remédio. Afirma, ainda, que na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a sua importância. A água, em cada lar, receberá as expressões das vibrações mentais dos seus moradores.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Menina Autista interpreta de maneira angelical a canção Hallelujah




Mesmo com algumas limitações, a capacidade do ser humano de se expressar através da arte é impressionante. Por si só a letra e melodia de “Hallelujah”, de Leonard Cohen, já é bem emocionante, mas cantada por essa menina ganhou um tom quase angelical e uma leveza de deixar os ouvintes flutuando.

Kayleigh Rogers é uma garota tímida que compõe o time de 200 estudantes da Killard House School, em Donaghadee, na Irlanda do Norte. Ela tem um tipo de Autismo moderado e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, mas sua professora de música, Lloyd Scates, notou que “quando ela canta, ela simplesmente se abre” e encorajou a garota a cantar e ganhar confiança através do treinamento vocal.

Infelizmente, Kayleigh perdeu a voz este ano e teve que abandonar o palco. Estas imagens foram gravadas durante um ensaio e emocionou não apenas os presentes, mas milhares de pessoas em todo o mundo que viram o vídeo e compartilharam em suas redes sociais.

Vamos compartilhar também para encorajar os professores dos quatro cantos do planeta a observar e incentivar os talentos dos seus alunos!

Fonte: Shareably e Perfeito - Mensagem Espírita

Artigo: Ação e Reação

Ação e Reação

Sérgio Biagi Gregório
 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Aspectos Gerais. 4. Ação: 4.1. Princípio da Ação; 4.2. Os Meios e os Fins de uma Ação; 4.3. Autonomia de uma Ação. 5. Reação: 5.1. Reação não é só Sofrimento; 5.2. Lei de Deus; 5.3. A Inexorabilidade da Lei. 6. A Passagem do Tempo entre a Ação e a Reação: 6.1. Antecedentes e Consequentes 6.2. O Tempo Modifica a Causa; 6.3. Perda do Dedo e não do Braço. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
 
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que o acaso não existe e que um futuro promissor depende das boas ações praticadas no presente.
 
2. CONCEITO
Ação – ato o efeito de agir. Manifestação de uma força, de uma energia, de um agente.
Em termos espirituais, a ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para estabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. (Equipe da FEB, 1995)
Reação - Ato ou efeito de reagir. Resposta a uma ação qualquer. Comportamento de alguém em face de ameaça, agressão, provocação etc.
Em termos espirituais, a reação é a conseqüência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural.  
 
3. ASPECTOS GERAIS
Deus, que é inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais ou divinas. Elas englobam todas as ações do homem: para consigo mesmo, para com o próximo e para com o meio ambiente.
Numa fase mais rudimentar, funciona o determinismo divino; com o desenvolvimento do ser, Deus faculta-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta responsabilidade pelos atos praticados.
Assim, o homem tem uma lei, uma diretriz, um modelo colocado por Deus na sua consciência, no sentido de nortear-lhe os seus atos.
A reação nada mais é do que uma resposta da natureza às nossas ações. Reações estas baseadas na lei natural.
O raciocínio poderia ser expresso assim: há uma ação que provoca uma reação; a ação da reação provoca uma nova reação; a ação da reação da reação provoca outra ação. A isso poderíamos denominar de cadeias de ação e reação.
A filosofia hindu chama essa cadeia de Carma, ou seja, o somatório do mérito e do demérito de todas as ações praticadas pelo indivíduo.
A finalidade dessa cadeia de ação e reação é a perfeição do Espírito.
 
4. AÇÃO
 
4.1. PRINCÍPIO DA AÇÃO
Os movimentos que executamos em nosso dia-a-dia caracterizam as nossas ações. Fazer ou deixar de fazer, escrever ou não escrever, obedecer ou mandar são atitudes corriqueiras em nossa ocupação diária. Ocupar-se provém de um preocupar-se. À preocupação com uma ação futura, denominamos princípio da ação.
Um exemplo tornará claro esse pensamento. Barbear-se é uma ação que a maioria dos homens pratica. O barbear-se está ligado a um princípio que o indivíduo forjou para si, ou seja, ele tomou uma decisão de apresentar-se barbeado. Ele deseja estar barbeado e não barbudo, como também poderia escolher ficar com barba. Nesse caso, eliminaria a ação de barbear-se, mas deveria aparar as barbas uma vez por semana.
Assistir a ou proferir uma palestra é uma ação. O princípio subjacente a este encontro está calcado tanto na conduta do expositor quanto na do ouvinte. O primeiro tem o dever de preparar o assunto; o segundo, o preparo mental e espiritual para ouvir.
 
4.2. OS MEIOS E OS FINS DE UMA AÇÃO
Estamos sempre confundindo os meios com os fins. Poder-se-ia perguntar: qual o fim de uma palestra? Qual o fim de uma religião? Qual o fim de um sindicato? As respostas poderiam ser: o fim de uma palestra espírita é difundir a verdade; o fim da religião é salvar os seus adeptos; o fim de um sindicato é defender os interesses de seus associados. Pode-se, contudo, confundir os meios com os fins: o expositor pode querer fazer prosélitos à custa da verdade; o Pastor, o Padre ou o mesmo o Espírita embora clamem pela salvação do adepto, acabam proibindo a salvação do mesmo em outra Igreja que não seja a sua; O presidente do sindicato pode promover greves, não para defender os interesses dos seus associados, mas para a sua ascensão política.
 
4.3. AUTONOMIA DE UMA AÇÃO
Temos, por várias razões, dificuldade de agir livremente. 1) A ignorância. Como escolher quando não se conhece? 2) Desenvolvimento determinístico imposta pelo princípio de causalidade. 3) Escassez de recursos naturais. São os terremotos, tempestades, acidentes etc.
O que permanece livre dessas amarras constitui o livre-arbítrio.
Há uma lenda japonesa que retrata a autonomia da ação.
Kussunoki Massashige, famoso guerreiro do antigo Japão, celebérrimo pela sua inteligência e pelos seus lances geniais de estratégia, vivia desde sua infância no meio dos guerreiros.
Uma vez, no castelo de seu pai, observava os guerreiros que, reunidos ao redor de um enorme sino, apostavam quem deles conseguiria pô-lo em movimento. Contudo, nenhum deles, mesmo o mais hercúleo conseguiu mover milímetro do sino. O menino assistia a tudo isso com muito interesse. De repente, apresenta-se para mover o sino, desde que tomasse o tempo necessário para tal mister. Ele cola o seu corpo ao sino e começa a fazer esforço para balançar o sino. Depois de várias tentativas o sino começou a mover-se; primeiro lentamente; depois com mais força, formando uma simbiose entre o sino e o peso do garoto.
Qual a lição moral deste conto? É que devemos nos amoldar à situação e não o contrário. Observe a chegada de novos companheiros a um Centro Espírita: quantos, numa primeira reunião, não querem mudar tudo. Qual o resultado? Não conseguirão nada, porque não absorveram as atitudes e os comportamentos das pessoas envolvidas com a situação.
 
5. REAÇÃO
 
5.1. REAÇÃO NÃO É SÓ SOFRIMENTO
Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e de sofrimento: é como o pecador ardendo no fogo do inferno. No meio espírita, toma-se como sinônimo de carma, que implica em sofrer e resgatar as dívidas do passado. A reação, por seu turno, nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. A reação é simplesmente uma resposta, nada mais. Suponha que estejamos praticando boas ações. Por que aguardar o sofrimento? Não seria melhor confiar na Vontade de Deus, na execução de sua justiça, que nos quer trazer a felicidade?
 
5.2. LEI DE DEUS
Qual o móvel que determina uma reação? É a Lei de Deus. Se a prática de uma ação não for concernente com a Lei de Deus, ou seja, se ela não expressar o bem ao próximo, ela não foi praticada em função da vontade de Deus. Qual será a reação com relação à Lei? Dor e sofrimento.
Qual deve ser a nossa atitude para com a dor? Quem gosta de sofrer? Acontece que sem ela não conseguiremos nos amoldar eficazmente à Lei de Deus. Se, por outro lado, interpretássemos a dor e o sofrimento como um ganho, um aprendizado das coisas úteis da vida, quem sabe não viveríamos melhor.
 
5.3. A INEXORABILIDADE DA LEI
A Lei de Deus é justa e sábia. É por isso que dizemos que o acaso não existe. Isso quer dizer que tudo o que se nos acontece deveria nos acontecer. Nesse sentido, Deus não perdoa e nem premia. Faz, simplesmente, cumprir a sua Lei.
Como é que deveríamos agir com relação ao sofrimento? Verificar onde erramos. Caso tenhamos cometido algum crime, algum deslize, deveríamos nos arrepender. Basta apenas o arrependimento? Não. É preciso sofrer de forma educada. Ainda mais: temos que reparar o mal que fizemos. Deus se vale das pessoas, mas o nosso problema é com relação a radicalidade de sua Lei. E não adianta adiar porque, mais cedo ou mais tarde, a nossa consciência nos indicará o erro e teremos que refazer o mal praticado.
 
6. A PASSAGEM DO TEMPO ENTRE A AÇÃO E A REAÇÃO
 
6.1. ANTECEDENTES E CONSEQUENTES
A causa passada gera uma dor no presente; a causa presente provoca um sofrimento futuro. Um fato social é um evento quantitativo: aconteceu em tal dia, em tal local e em tal hora. A passagem do tempo transforma o fato quantitativo em fato qualitativo. Como se explica? Observe a água: ela é formada da junção de 2 elementos de hidrogênio com 1 de oxigênio. A água, embora contenha dois elementos de hidrogênio e um de oxigênio, é qualitativamente diferente do hidrogênio e do oxigênio.
 
6.2. O TEMPO MODIFICA QUALITATIVAMENTE A CAUSA
Transportemos o exemplo da água para o campo moral. Suponha que há 300 anos houve um assassinato entre duas pessoas que se odiavam. Como consequência, criou-se um processo obsessivo entre os dois. O fato real e quantitativo: um assassinato, que produziu um agravo à Lei de Deus e que deverá ser reparado. Os 300 anos transcorridos modificaram tanto aquele que cometeu o crime quanto aquele que o sofreu. E se a vítima já perdoou o seu assassino? E se o assassino vem, ao longo desse tempo, praticando atos caridosos? Será justo aplicar a lei do olho por olho e dente por dente? Aquele que matou deverá ser assassinado? O que acontece? Embora o assassino tenha que reparar o seu erro, pois ninguém fica imune diante da lei, a pena pode ser abrandada, em virtude de seus atos benevolentes.
 
6.3. PERDA DO DEDO E NÃO DO BRAÇO
Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que frequentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: “Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...”
 
7. CONCLUSÃO
A prática da caridade tem valor científico, ou seja, ajuda-nos a reparar os danos que causamos à Lei Divina. Assim, se soubermos viver sóbrios e sem muitos agravos à Lei, certamente faremos uma passagem tranquila ao outro plano de vida. 
 
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BOULDING, K. E. Princípios de Política Econômica. São Paulo, Meste Jou, 1967.BUZI, ARCÂNGELO R. A Identidade Humana: Modos de Realização. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
XAVIER, F. C. Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
XAVIER, F. C., VIEIRA, W. A Vida Escreve, pelo Espírito Hilário Silva. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1978.

Cinquenta perguntas sobre o livro 'Nosso Lar' - 1 a 5

 
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01 – Que tipo de sensação descreveu o Espírito André Luís, logo após o seu desencarne?
R. – Uma sensação de perda da noção de tempo e espaço. Sentia-se amargurado, coração aos saltos e um medo terrível do desconhecido.
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02 – Por que pecha de suicida?
R. – André Luiz não conseguia compreender porque o chamavam de suicida. Em sua concepção,tinha cumprido condignamente os deveres de médico, marido e pai. Contudo, ficou sabendo depois, que perdera muita vitalidade com bebidas e alimentação inadequada.
*** 
03 – Qual a finalidade da oração coletiva?
R. – Manter o equilíbrio espiritual da colônia. "Para tanto, todas as residências e instituições do "Nosso Lar" estão orando com o Governador, através da audição e visão à distância".
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04 – Quais as causas do suicídio, segundo Henrique Luna, do Serviço de Assistência Médica da colônia espiritual?
R. – Modo exasperado e sombrio, cólera, ausência de autodomínio, inadvertência no trato com os semelhantes...
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05 – Como se processa a assistência aos desencarnados?
R. – Há um visitador de serviços que anota e assinala as necessidades de socorro, ou providências que se refiram a enfermos recém-chegados.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Aprofundamento Doutrinário

Aprofundamento Doutrinário

 
Sérgio Biagi Gregório
Em religião, costumamos dar mais crédito à emoção do que à razão. No Espiritismo, deveríamos agir mais pela razão do que pela emoção. Para que o nosso pensamento seja robusto, convém pautá-lo segundo o raciocínio lógico. As técnicas de oratória também devem ser lembradas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, coloquemos o tema em questão; no desenvolvimento, discutamos os prós e os contras; na conclusão, façamos um resumo do que foi dito.
Aprofundar assuntos sob a ótica espírita é sumamente importante, pois não temos o hábito de analisar os temas com o devido cuidado. Podemos questionar, inicialmente, o termo aprofundar. Aprofundar significa tornar fundo ou mais fundo. Examinar ou investigar a fundo, ou com minúcia; indagar, pesquisar, inquirir. Entrar, penetrar em um assunto, tema, ideia etc., investigando-a a fundo e com minúcia. Aprofundar é, em síntese, ampliar conceitos para uma melhor compreensão do assunto a ser discutido.
O termo doutrinário, por seu turno, vem de doutrina. Doutrina é o indicador de um conjunto de teorias, noções e princípios coordenados entre eles organicamente que constituem o fundamento de uma ciência, de uma filosofia e de uma religião. O termo doutrinário indica, em geral, quem obedece rigidamente aos princípios da própria doutrina, prestando atenção à teoria no seu sentido abstrato, mais do que no prático. O adepto que se diz seguidor de uma doutrina deve atentar para a sua perfeita compreensão. Para tanto, deve se debruçar sobre as obras básicas do Espiritismo.
Em se tratando de doutrina, a teoria é mais valorizada do que a prática. Em realidade, quando estamos criando uma doutrina, estamos criando uma teoria. O que se entende por teoria? A teoria originou-se da raiz grega Theos (Deus), aquele que tudo vê. Significa visão. Na antiga Grécia, teoria era o nome que se dava às longas filas que se faziam para se dirigir à Igreja. As filas podiam ser vistas de longe, e, ao mesmo tempo, tinham um nexo, todas tendiam para a Igreja. Assim, a teoria é um conjunto de conhecimentos que tem nexo entre si.
Para aprofundar, façamos perguntas relevantes, pois há perguntas e perguntas. A pergunta relevante tende para a compreensão do tema proposto. As perguntas levam-nos aos conceitos. O conceito é uma imagem da coisa e não a coisa em si. Exemplificando, o conceito árvore diz respeito a todas as árvores e não a uma pretensa árvore que estamos olhando. Ao lado do conceito, a definição. A definição consiste em determinar a compreensão que caracteriza um conceito. Segundo Aristóteles, a essência de uma coisa compõe-se do gênero e das diferenças. De onde a regra escolástica segundo a qual a definição se faz "per genus proximum et differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica). Assim, Definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica.
Elaboremos uma definição de espírita. Qual é o gênero próximo? Espiritualista. Espiritualista, aquele que crê que há algo além da matéria. Qual a diferença especifica? É o espiritualista que age em função dos princípios codificados por Allan Kardec. Vejamos a frase: "Todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita". Todo espírita é espiritualista. Explicação: espiritualista é o contrário de materialista; ele crê que existe algo além da matéria. Mas nem todo espiritualista é espírita. Explicação: nem todo aquele que crê que existe algo além da matéria pode se dizer espírita. É preciso que ele, além de crer que haja algo além da matéria, certifique-se dos seus princípios fundamentais. Sem isso, será apenas um espiritualista tal qual o budista, o católico, o protestante etc.
Estudemos os temas espíritas com a devida profundidade. Somente assim formaremos uma ideia mais clara dos seus princípios fundamentais.
 
Sérgio Biagi Gregório

Atitude e Comportamento

Atitude e Comportamento

 
Sérgio Biagi Gregório
1) Qual o conceito de atitude?
É uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões e outros seres humanos.

2) Qual o conceito de comportamento?
Designa a mudança, o movimento ou a reação de qualquer entidade ou sistema em relação a seu ambiente ou situação. Mudar significa tornar-se diferente do que era, física e moralmente.

3) Qual a diferença entre atitude e comportamento?
A atitude é intenção; o comportamento é ação.

4) Como estudar cientificamente o comportamento?
Em Psicologia, o comportamento constitui o seu próprio objeto; em Biologia, designa todas as ações e reações dos seres vivos relativamente ao meio; em Sociologia, as atividades dos grupos humanos.

5) O que é percepção?
A Percepção é uma atividade do espírito que organiza os dados sensoriais pelo qual conhecemos a “presença atual de um objeto exterior”.

6) Quais são os problemas da distorção perceptiva?
Um dos grandes problemas da percepção é a distorção perceptiva, ou seja, vemos as pessoas de uma forma bem diferente das que elas são, ou daquelas como estas nos são objetivamente apresentadas. São: estereotipagem, efeito halo e expectativas.

7) Quais são os componentes básicos das atitudes?
As atitudes possuem três componentes básicos: componente cognitivo, que são os nossos pensamentos e crenças; componente afetivo, que são os nossos sentimentos e emoções; componente comportamental, que são as nossas tendências para reagir.

8) Como resumir os processos inerentes à aquisição das atitudes?
Os processos condizentes à aquisição de atitudes podem ser resumidos em: 1) pelos resultados de nossa própria experiência; 2) nossas tendências e preconceitos perceptivos; 3) nossas observações das reações de uma outra pessoa a uma situação específica; 4) nossa observação dos resultados das experiências de outra pessoa.

9) Mudar atitudes consiste em mudar comportamentos?
Como a atitude é uma intenção de se comportar de uma certa maneira, a intenção pode ou não ser consumada, dependendo da situação ou das circunstâncias.

10) O que é mais fácil: aprender ou modificar atitudes?
Embora as tentativas de modificar ou substituir “atitudes” assentem nos mesmos princípios de aprendizagem, é evidentemente muito mais difícil mudar ou esquecer “atitudes” do que aprendê-las.

(Reunião de 20/09/2014)

Fonte de Consulta
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.
BOWDITCH, J. L. e BUONO, A. F. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo, Pioneira, 1992.
KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed., São Paulo, O Clarim, 1978.
Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
Sérgio Biagi Gregório

Minha Nada Mole Encarnação - Fique com a Metade


Crie a história... (3)


Crie a história... (2)


Crie a história... (1)


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

FEB - Estudando O Cèu e O Inferno - Primeira parte Cap 7


XI COJEALTO - Confratgernização de Jovens Espíritas do Alto Paraopeba


Crie a história...


FEB - O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap 10 item 4


Ep. 06 - Pelos Caminhos de Jesus com Divaldo Franco


Seminário Espiritismo e Neurociência - Conselheiro Lafaiete - MG


Crie a história sob a luz da Doutrina Espírita


Desenvolva o tema...


FEB - Estudando O Livro dos Espírtos questão 308


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Crie a história...


E, aí! Já leu?! (2)


Desenvolva o tema...


E, aí! Já leu?!


Estudo dirigido: O Evangelho Segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XVII – Itens 10 e 11
Tema: O homem no mundo
          Cuidar do corpo e do espírito
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A - Texto de Apoio:
O homem no mundo
10. Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.
Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.
Sois chamados a estar em contato com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo d'alma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.
A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Capítulo V, nº 26.)
Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa. Um Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
Cuidar do corpo e do espírito
11. Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral? Para resolver essa questão, apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Para que essa prisioneira viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte. Façamos uma comparação: Eis se acham ambos em perfeito estado; que devem fazer para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegarem a equilíbrio. (1)
(1) O último período desse parágrafo - "inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegarem a equilíbrio" não aparece nas novas edições francesas desde a 3ª, mas se acha na 1ª edição e, por isso, a repomos no texto, corrigindo um evidente erro de impressão. - A Editora.
Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e econômicos no gozar. Onde, então, a sabedoria? Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. Jorge, Espírito Protetor. (Paris, 1863.).
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Qual deve ser o nosso comportamento numa reunião em nome de Jesus?
2 - Podemos viver no mundo sem pertencer a ele, isto é, sem nos deixar envolver pelos vícios e tentações mundanos?
3 - É válido ao homem maltratar o próprio corpo para buscar a purificação de sua alma?
4 - Como devemos cuidar do corpo e do espírito, para estabelecer o equilíbrio entre ambos?
5 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Para evitar internação de menores, Justiça reúne vítima com infrator

Para evitar internação de menores, Justiça reúne vítima com infrator

LEANDRO MACHADO
DE SÃO PAULO

O Tribunal de Justiça de São Paulo passou a adotar no final deste ano o método conhecido como justiça restaurativa para resolver conflitos envolvendo adolescentes infratores na capital paulista.
Nesse modelo, agressor e vítima são colocados frente a frente, numa roda, para que o primeiro entenda os traumas e as consequências do seu ato de violência. Depois, as partes tentam entrar em acordo para que o adolescente repare sua infração.
Um dos objetivos é reduzir o número de medidas socioeducativas aplicadas a jovens envolvidos em casos de agressão, bullying e furtos.
Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, a Polícia Militar realizou, em média, uma apreensão em flagrante a cada três horas na capital. Nesse período, foram 1.333 casos, ou pouco mais de 10% do total registrado na cidade.
Normalmente, quem comete infrações mais graves, como nos casos de roubo, é alvo de outras ações, como internação na Fundação Casa.
A justiça restaurativa subverte a lógica da punição como forma de combate à violência. Para juízes e promotores da área, encarceramento nem sempre funciona, pois a pena é vista como uma "dívida" a ser paga, e não há reflexão sobre as transgressões.
"A pessoa é presa e não vê sua responsabilidade. Diz 'vou pagar minha pena e sair zerado'", afirma o juiz Egberto Penido.
Na 1ª Vara da Infância e Juventude, no Brás (centro), onde atua, ele faz 20 audiências por dia. "O sistema punitivo não tem sido eficaz. Basta ver os altos índices de reincidência em nossos presídios."
A justiça restaurativa começou a ser aplicada em 2006, em cidades do Estado de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
Na capital paulista, iniciou com casos de menor gravidade da Brasilândia, na zona norte. Policiais e professores de nove escolas foram treinados com conceitos do modelo ao longo deste ano.
Agora, o tribunal e o Ministério Público de SP esperam expandi-lo para outros locais e aumentar o alcance das infrações - poderia ser aplicado em roubos, normalmente em casos sem reincidência.

CONSCIÊNCIA
O procedimento da justiça restaurativa começa com uma consulta à vítima do crime. Técnicos do TJ perguntam se ela aceita participar de um "círculo restaurativo". A reunião é uma espécie de autoanálise com participação do infrator, vítima, parentes e membros da comunidade. O juiz não comparece.
Nesse encontro, a vítima conta os prejuízos e traumas causados pela ação. Por sua vez, o infrator tenta explicar suas motivações - seus parentes contam um pouco da história de vida da família.
Depois dessa fase, chega-se a um acordo de reparação. Um jovem acusado de furto pode, por exemplo, ter de devolver o valor subtraído, participar de projetos sociais ou fazer uma campanha de conscientização na escola.
"Tomar consciência dos seus erros e dos danos que causou ao outro é um processo doloroso", diz Marcelo Salmaso, juiz em Tatuí (a 141 km de São Paulo). "Há pessoas que desistem e pedem para serem julgadas normalmente."
Tatuí, utiliza o modelo desde 2013. Ana Cristina Galhardo, 43, moradora da cidade, adotou o adolescente Pedro após um processo de justiça restaurativa. Ele assaltou a casa dela com uma arma de brinquedo, roubou um celular e, após ser detido pela polícia, pediu perdão e ambos fizeram um acordo.
O método usa o conceito de corresponsabilidade, ou seja, não só o infrator é o "culpado" por uma transgressão, mas toda a sociedade.
"Se um adolescente faz bullying, ele é o único culpado? Será que ele mesmo já não foi vítima?", afirma o juiz.
Tatiana Callé, promotora da infância em SP, tem esperança de que o sistema reduza a criminalidade. "Muitas vezes, o adolescente vai deixar de praticar infrações mais porque tomou consciência do mal que causou do que pelo medo da punição", diz.
Notícia publicada no Jornal Folha de S.Paulo, em 27 de dezembro de 2016.

Claudia Abreu* comenta
O Capítulo XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu item 14, “Caridade para com os Criminosos”, nos diz: “...Não vos cabe dizer de um criminoso: “É um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra; muito branda é, para um ser de tal espécie, a morte que lhe infligem.” Não, não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, não podeis fazer o mesmo; mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir-lhe o Espírito durante o tempo que ainda haja de passar na Terra. Pode ele ser tocado de arrependimento, se orardes com fé. É tanto vosso próximo, como o melhor dos homens; sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar; ajudai-o, pois, a sair do lameiro e orai por ele.”
A citação acima nos deixa muito claro que quem está na criminalidade hoje poderá se recuperar amanhã. Como somos espíritos imortais e em processo de evolução, podemos a qualquer momento passar por um processo de conscientização e mudança, nesta ou em outras vidas, nos levando à compreensão real dos nossos atos e responsabilidades, pois cada um tem o seu tempo.
A matéria nos fala em justiça restaurativa para adolescentes que de algum modo transgrediram a lei e prejudicaram de alguma forma o outro. Vejo um ponto forte desse processo restaurativo, a tomada da consciência com a reflexão sobre o ato cometido. A doutrina espírita sempre nos fala da importância da reflexão e de adquirir novos conhecimentos, para que tenhamos condições de refletir sobre tudo o que nos chega, seja através da fala ou da leitura, e isso nos leva ao amadurecimento. Sabemos que muitos desses jovens não tiveram um direcionamento e nem oportunidades de adquirir conhecimentos, pois muitos têm uma realidade muito dura.
É um ótimo método de trabalhar com esses adolescentes transgressores, sem a visão punitiva, mas sim com a tomada da consciência dos seus atos, aprendendo a se colocar no lugar do outro. É um momento importante da vida deles, que muitas vezes apenas estão esperando que alguém lhes estenda a mão.
Esperamos que todos os adolescentes aceitem esse método de conscientização, que o trabalho possa se estender a todas as cidades do país e que a redução da criminalidade chegue e que passe a ser uma constante em nossos dias. E que todos nós possamos acreditar efetivamente na recuperação de quem transgrediu a lei, pois muitas vezes não basta só ele querer, precisa que encontre uma mão estendida pronta a auxiliar.
Claro que há casos bem difíceis, mas, como já falado, cada um no seu tempo. E no mesmo capítulo mencionado acima encontramos o seguinte ensino: “Não julgueis, oh! não julgueis absolutamente, meus caros amigos, porquanto o juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgência para os pecados em que sem cessar incorreis. Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza e que o mundo nem sequer como faltas leves considera?”
* Claudia Abreu é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

Seminário em Pernambuco - março/2017 - Tema central: “Causas do sofrimento e como superá-lo”.

Seminário em Pernambuco

Acontecerá no dia 19 de março de 2017 na Escola Dr. Manoel Borba o Seminário “Causas do sofrimento e como superá-lo”.
O evento, organizado pelo Centro Espírita José Henrique e apoiado pela Federação Espírita Pernambucana, terá o palestrante Frederico Menezes como facilitador.
A Escola Dr. Manoel Borba fica na Rua Sebastião Régis, s/nº - Centro, São Vicente Ferrer/PE. Mais informações em www.federacaoespiritape.org ou pelo telefone (81) 3241-2157.

Redes sociais validam o ódio das pessoas, diz psicanalista


Redes sociais validam o ódio das pessoas, diz psicanalista

Néli Pereira
Da BBC Brasil em São Paulo


Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dar a ele uma dimensão pública, receber aplausos de seus amigos e seguidores e se sentir, de alguma forma, validado.
Além disso, a linha entre uma ameaça virtual e uma ação criminosa é tênue, como ocorreu no caso da chacina ocorrida em Campinas (SP) no começo do ano, quando um homem matou a ex-mulher, o filho e outras dez pessoas durante uma festa de Ano Novo.
Essa é avaliação que o psicanalista Contardo Calligaris, doutor em psicologia clínica e autor de diversos livros, faz sobre a disseminação dos discursos de ódio nas redes sociais, que para ele deveria ser "perseguida". "Deveríamos ter limites claros ao que é o campo da liberdade de expressão, que é intocável, e o momento em que aquilo se torna uma ameaça."
Em entrevista à BBC Brasil, ele ressalta que as redes também trazem efeitos muitos positivos, refuta discursos de que o mundo está mais violento e fala de sua esperança de que os brasileiros se tornem "cidadãos melhores". Confira os principais trechos:
BBC Brasil - Temos observado casos de violência brutal - chacinas como a de Campinas, a morte de um ambulante espancado em uma estação de metrô, atentados, matanças. Vivemos uma época de mais intolerância ou apenas sabemos mais sobre ela?
Contardo Calligaris - Eu tendo sempre a diminuir os gritos de horror, que são plenamente justificados, mas tendo a diminuí-los porque a sensação de que estamos em um mundo mais violento no médio e longo prazo é sempre falsa. Estamos em um mundo infinitamente menos violento do que era dois séculos atrás, por exemplo - essa é a progressão. Mas claro, é um gráfico que sobe e desce.
Nos casos recentes, um é diferente do outro. Uma coisa é o espancamento de um ambulante que tentou ajudar as travestis, de populações particularmente expostas à violência coletiva - aqui realmente se trata de um crime de ódio, de ódio à diferença.
Quase sempre são crimes inspirados pelo horror e medo de poder se identificar com a vítima - a sensação de que "eu mato o morador de rua ou a travesti que eu poderia vir a ser e de tal forma eu nunca virei a ser essa mesma pessoa". É a base fundamental de muitos comportamentos racistas, de extermínio de diferentes.
Esse é um tipo de mecanismo de violência, mas outro é o caso da boate em Istambul, por exemplo, que é o desejo de "destruir o local onde os "ocidentais se reúnem para suas festas de infiéis porque não quero ser tentado por isso e mato a minha própria tentação de cair na gandaia".
E outro tipo ainda é o episódio de Campinas, que é o que me dá mais pena - aqui tem uma coisa que a imprensa deveria sublinhar muito para que seja ouvida, que é uma história absolutamente anunciada.
Houve, ao longo de cinco anos, vários boletins de ocorrência, a mulher não consentiu com as medidas restritivas que poderiam fazer a diferença. E aí você vai me dizer, "mas a polícia e a Justiça não fariam nada, só iriam à casa do suspeito", mas isso sim já faria a diferença.
Alguém deveria ter orientado a mulher sobre a possibilidade disso acontecer, mesmo sendo o pai de seu filho. As estatísticas dizem que quando você tem quatro ou cinco boletins de ocorrência depois da separação, as chances são grandes de você ter episódios de violência.
BBC Brasil - A descrença que a gente vê nesse caso - de que o homem não seria capaz de fazer algo concretamente - também observamos nos casos dos comentários raivosos das redes sociais. Especialmente depois desse caso, mas em tantos outros, em muitos dos argumentos que a gente já leu na internet, muito desse discurso do ódio está explícito. Será que isso é um alerta de que esse discurso estaria passando para o ato e se concretizando na vida real?
Calligaris - Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dar a ele uma dimensão pública, receber aplausos pelos seus amigos e seguidores, e se sentir de alguma coisa validado. Ou seja, as redes sociais produzem uma espécie de validação do seu ódio que era muito mais difícil antes de elas existirem e se tornarem tão importantes na vida das pessoas.
Isso não tem remédio porque não podemos voltar atrás, e essa é certamente a parte menos interessante das redes sociais, que em contrapartida têm efeitos sociais muito positivos.
É uma coisa um pouco ridícula ouvir isso de um psicanalista, mas eu acho que o discurso de ódio nas redes sociais é algo que deveria ser perseguido, deveríamos ter limites claros ao que é o campo da liberdade de expressão, que é intocável, e o momento em que aquilo se torna uma ameaça e deveria receber imediatamente a atenção da polícia e do Judiciário.
Existe uma linha tênue de passagem entre a ameaça na rede social, a confirmação que ela recebe do discurso de quatro, cinco, ou mil malucos nos comentários - pessoas que vão ter respondido, no caso de Campinas, por exemplo, "vai lá e mata mesmo aquela 'vadia'" - e a possibilidade de ação criminosa.
Ele é um louco, no sentido geral e num sentido clínico certamente poderíamos especificar melhor. De toda forma, todos nós somos capazes de pensar a forma como essa panela de pressão foi se construindo.
BBC Brasil - Assim como as redes sociais têm essa ambiguidade - um lado positivo e outro negativo - o nosso mundo e nossa sociedade parece caminhar um pouco da mesma forma, dando dois passos para frente e um para trás. Por exemplo, na questão de gêneros, temos uma fluidez maior, mas muitos ataques contra gays e trans. Como fica o indivíduo nesse período em que parece que temos duas realidades: uma abertura maior com relação a alguns assuntos e um preconceito rigoroso sobre eles?
Calligaris - As redes sociais proporcionaram, por um lado, coisas que eram impensáveis anos atrás. Por exemplo, tem um ódio coletivo que se manifesta contra a comunidade trans, alimentado por figuras sinistras que comandam até igrejas, e isso é alimentado, apesar de poder ser caracterizado como um crime de incitação ao ódio.
Mas, por outro lado, alguém que não se reconhecia no seu corpo, uma trans que morava no interior do Mato Grosso e achava que era um monstro, único do tipo e destinada a uma vida escondida, de repente descobre que tem pessoas como ela pelo mundo afora, e grupos, e pessoas dispostas a escutar, a dar conselhos. Isso é o outro efeito positivo das redes.
Agora é verdade que fundamentalmente as redes sociais são construídas no modelo da sociedade contemporânea, ou seja, você vale o apreço que você produz. Ou no caso, o número de "likes" que suas postagens conseguem receber.
Isso aconteceria mesmo que as redes sociais não existissem. Ou seja, na sociedade contemporânea, você não vale os seus diplomas ou nem mesmo o que é a sua história - o que importa é quem e quantos gostam de você. Assim é o funcionamento da sociedade contemporânea, gostemos dele ou não.
Agora, o problema é que, quando você vive, se alimenta do apreço dos outros, é muito fácil se enredar em formações de grupo absolutamente espantosas.
Então o discurso de ódio, por exemplo, se alimenta porque é uma coisa "maravilhosa": você constitui, pelas redes sociais, um imenso grupo de pessoas que pensam absolutamente a mesma coisa que você - o que é trágico porque frequentar e trocar mensagens com quem diz "é isso mesmo, meu irmão" é de um tédio mortal.
BBC Brasil - E isso tem a ver com as bolhas informacionais e com algoritmos que "pensam por nós" e reforçam esse comportamento...
Calligaris - Sim... eu acho que deveríamos ler aquilo com o qual não concordamos, não só o que concordamos. Eu, como colunista, penso isso. Para que ler algo que você sabe que vai concordar?
BBC Brasil - Falando sobre esse reforço de ideias ainda e sobre avanços e atrasos, há o que parece ser um incômodo sobre a conquista de direitos dos outros - e aqui falo especificamente sobre a mulher. A psicanálise explica por que essa conquista incomoda tanto alguns grupos da sociedade?
Calligaris - O que mais me surpreende é, por um lado, a tremenda insegurança de quem se ofende com os direitos de uma maioria oprimida.
Essa inquietação tem uma força ideológica muito mais ao redor de pessoas que sobrevivem ou acham que sobrevivem graças a precárias posições de vantagem.
Tem um monte de homens um pouco perdidos porque ficou cada vez menos claro o que é esperado deles. Também não sabemos mais como defini-lo - ele já não é o provedor. Essas são mudanças lentas.
BBC Brasil - Você falou sobre a vantagem - isso é sempre identificado com o brasileiro, de forma geral, aquele que sempre quer levar vantagem em tudo, o malandro. Mas temos um revés disso com grandes políticos e empreiteiros sendo presos, a corrupção mais combatida, que pode mostrar que "não vale mais tanto a pena". Isso pode mudar esse comportamento de apontar o dedo e não olhar para si, nunca pensar na sua própria responsabilidade?
Calligaris - Essa é a grande esperança, embora eu não acredite que ela vai mudar a qualidade ética da nossa classe política tradicional. A Lava Jato tem esse aspecto de dilúvio universal nas casas das pessoas, mas não estou vendo os efeitos disso ainda.
Mas, do ponto de vista do cidadão comum, tenho uma pequena esperança de que isso mude um pouco a regra de querer levar vantagem em tudo, aproxime da gente a ideia de que em pequenas operações da vida cotidiana possamos ser tão corruptos no sentido de confundir o público e privado e de tornarmos a convivência publica uma coisa tão problemática. E ao compreender isso, podemos nos tornar cidadãos melhores.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 10 de janeiro de 2017.

Marcia Leal Jek* comenta
Estamos vivendo um momento difícil devido ao nosso planeta estar em transição de um Planeta de provas e expiações para tornar-se um Planeta de Regeneração; de acordo com uma mensagem de Bezerra de Menezes, esses próximos cinquenta anos serão deveras difíceis para toda a humanidade; cada um com seu problema específico. Todos nós estamos enfrentando de alguma forma dificuldades, quer financeiras, relacionamentos, saúde, com os filhos...
Nós somos como antenas de rádio ou de televisão. Para ouvirmos rádio ou assistirmos televisão necessitamos de antenas específicas para sintonizar determinada programação. Para captarmos as ondas do pensamento, o aparelho utilizado é a mente. Se a qualidade de nossos pensamentos for elevada e pura, eles irão ser captados por Espíritos com a mente afinizada com essa qualidade de pensamentos. Pelo contrário, se em nossa mente acumularmos pensamentos inferiores e destrutivos, serão Espíritos com o mesmo tipo de ideias e intenções que procurarão aproximar-se de nós.
Quero dizer que um post na rede social cheio de ódio e intolerância acaba atraindo pessoas com a mesma afinidade, assim como o pensamento odioso ou intolerante atrai Espíritos dessa estirpe que, aproveitando da abertura mental criada por esses pensamentos no ser encarnado, influenciam e manipulam pensamentos de forma a criar uma tensão social através de redes sociais, gerando um clima de instabilidade emocional nas pessoas.
Nós vivemos rodeados de Espíritos, uns procuram incentivar-nos e proteger-nos, outros têm como principal objetivo o nosso fracasso, como maior prazer assistir à nossa queda e anseiam pelo nosso desvio do caminho certo, ainda abalados pelos sentimentos negativos e desequilibrados. Esta é uma realidade com que temos de conviver, fruto do estado moral em que nos encontramos, impossibilitados de fugir às provações de um planeta que procura ainda chegar a planos mais elevados.
No livro "Um modo de entender", ditado pelo Espírito Hammed, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto, podemos ler: "Todas as coisas que existem no Universo vivem em regime de afinidade. Desde o átomo até os arcanjos, tudo é atração e sintonia. Nada que te alcança a existência é ocasional ou fruto de uma reação sem nexo."
É muito comum percebermos essa relação negativa que ocorre no facebook. Nosso psiquismo acaba se afetando com essa enorme informação pesada, negativa das redes sociais e, muitas vezes, nos vemos desanimados ou com raiva ao dar uma lida no facebook, twitter, etc.
A chave para evitar estas influências, para nos fortalecermos e sairmos da faixa vibratória negativa está dentro de nós. Devemos utilizar de forma digna as redes sociais. Não nos envolvermos em debates fúteis, sem edificação para alma, sem acréscimo de qualquer virtude para nós mesmos. Sei que é difícil, ainda mais no nível espiritual que nos encontramos.
Em “O Livro dos Espíritos”, questão 467, Allan Kardec perguntou aos bons espíritos se era possível o homem se afastar da influência dos Espíritos inferiores e os Instrutores Espirituais responderam: “Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.” Explicam-nos, ainda, na questão 469, que o homem pode neutralizar a influência dos maus espíritos fazendo o bem e colocando toda a sua confiança em Deus.
Com isso, sejamos nós mesmos a fonte de boas notícias, de boas ações, compartilhando amor, sendo através de textos ou mensagens de paz e otimismo, sendo com palavras amigas e conselhos amorosos.
O importante é manter o pensamento em sintonia com o bem, ser otimista e acreditar que pode conseguir mudar as coisas para melhor.
* Marcia Leal Jek é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.