sábado, 29 de abril de 2017

Mural reflexivo: Aborrecimentos

Aborrecimentos
Aborrecimentos
 
 Nada mais comum, nas atividades terrenas, do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.
Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.
Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de pavio curto, libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.
Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos matizes.
Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.
Contudo, você não veio à Terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.
Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.
Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.
Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.
Assim, observe-se. Conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se por melhorar-se.
Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.
Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.
Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.
Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.
Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.
Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.
*   *   *
Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.
E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: Fui o mais forte.
 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 13 do livro
Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira,
ed. Fráter.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

REVISTA ESPÍRITA - Janeiro 1864 - Perguntas e Problemas

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 1
JANEIRO 1864

PERGUNTAS E PROBLEMAS.
17  -  Progresso nas primeiras encarnações.
Pergunta. Duas almas, criadas simples e ignorantes, não conhecem nem o bem nemo mal, vindo sobre e Terra. Se, numa primeira existência, uma segue o caminho do bem e a outra o do mal, como é, de alguma sorte, o acaso que as conduz, não merecem nem punição nem recompensa. Essa primeira viagem terrestre não deve ter servido senão a dar, a cada uma, a consciência de sua existência, consciência que não tinha de início.
Para ser lógico, seria preciso admitir que as punições e as recompensas não começam a ser infligidas, ou concedidas, senão a partir da segunda encarnação, quando os Espíritos sabem distinguir o bem dentre o mal, experiência que lhes falta em sua criação, mas que adquiriram por meio de sua primeira encarnação. Esta opinião é fundada?
Resposta. Embora esta questão já esteja resolvida pela Doutrina Espírita, vamos respondê-la para a instrução de todos.
Ignoramos absolutamente em quais condições são as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Sabemos somente que elas são criadas simples e ignorantes, tendo todas assim um mesmo ponto de partida, o que está conforme à justiça; o que sabemos ainda, é que o livre arbítrio não se desenvolve senão pouco a pouco e depois de numerosas evoluções na vida corpórea.
Não é, pois, nem depois da primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem uma consciência bastante limpa de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é talvez senão depois da centésima, talvez da milésima; ocorre o mesmo com a criança que não goza da plenitude das suas faculdades nem um, nem dois dias depois de seu nascimento, mas depois dos anos. E ainda, então que a alma goza de seu livre arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; assim é, por exemplo, que um selvagem que come seus semelhantes é menos punido do que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Nossos selvagens, sem dúvida, estão muito atrasados com relação a nós, e, no entanto, estão muito longe de seu ponto de partida.
Durante longos períodos, a alma encarnada está submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes, ou, para melhor dizer, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos; é então somente que começa a responsabilidade séria.
O autor da pergunta comete, além disso, dois erros graves: o primeiro é admitir que o acaso decide do bom ou do mau caminho que o Espírito segue em seu princípio. Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito está, durante numerosas encarnações, num estado inconsciente; a luz da inteligência não se faz senão pouco a pouco, e a responsabilidade real não começa senão quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa.
O segundo erro é admitir que as primeiras encarnações humanas têm lugar sobre a Terra. A Terra foi, mas não é mais um mundo primitivo; os seres humanos mais atrasados que se acham sobre a sua superfície já despojaram os primeiros cueiros da encarnação, e nossos selvagens estão em progresso comparativamente ao que tinham antes de seu Espírito vir se encarnar sobre este globo. Que se julgue agora no número de existências que são necessárias a esses selvagens para transporem todos os graus que os separam da civilização mais avançada; todos esses graus intermediários se encontram sobre a Terra sem solução de continuidade, e pode-se segui-los observando-se as nuanças que distinguem os diferentes povos; não há senão o começo e o fim que aqui não se encontram; o começo se perde para nós nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Isto, de resto, pouco nos importa, uma vez que este conhecimento não nos adiantaria em nada. Nós não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que as nossas imperfeições são os nossos únicos obstáculos para a nossa felicidade futura, estudemo-nos, pois, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto onde estamos, a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sadiamente o bem e o mal, e é neste ponto também que sua responsabilidade está mais empenhada; porque não se pode mais dizer dele o que disse Jesus: "Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem."

Desenvolva o tema - Reflexão - Qual sua opinião?

“O amor estabelece a disciplina do bem-querer, do perdoar incessantemente, do fazer o bem a quem nos faz o mal.” 
(Em: Reformador)

Reflexão - Qual sua opinião? - Desenvolva o tema...

“O sucesso de qualquer empreitada na seara cristã não está na revolução completa das coisas pela juventude que chega nem na manutenção absoluta das formas de pensar e agir dos trabalhadores de longa data, mas sim na compreensão e na confraternização entre ambos, na troca de experiências e colaboração mútua, caminhando no sentido de perceber que a possibilidade de trabalho e de amor não tem limite e nem restrição de idade.” 
(Waldyr Imbroisi  - em: Reformador)

Libertação - Programa 005

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Memórias De Um Suicida - Programa 005

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quinta-feira, 27 de abril de 2017

PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO - PEE - Programa 005 - Selma, Valquíria E Cíntia

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Parábolas E Ensinos De Jesus - Programa 005

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O Problema Do Ser E Do Destino - Programa 005

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O suicídio da veterinária que sacrificou centenas de cães de rua em Taiwan

Cindy Sui
Da BBC News em Taipé

Uma nova lei proibindo o sacrifício de animais está entrando em vigor neste sábado em Taiwan. Ela vem quase um ano após o suicídio de uma veterinária abalada com a situação de animais recolhidos em abrigo, um caso que causou grande comoção no país.
Talvez a veterinária e amante dos animais Chien Chih-cheng estivesse no emprego errado na hora errada. "Ela muitas vezes trabalhava até tarde", conta Winnie Lai, colega de trabalho dela em um abrigo para cães abandonados na cidade de Taoyuan.
"Quase nunca tirava uma hora para o almoço e sacrificava seus feriados para dar aos cachorros mais atenção e melhorar suas vidas."
Formada em uma das melhores universidades do país e com uma das mais altas pontuações nos exames finais, Chien poderia ter escolhido um trabalho de chefia na sede do abrigo, mas optou por cuidar pessoalmente de cães que são abandonados todos os anos em Taiwan.
A entrada era decorada com desenhos e fotos de animais feitos por Chien para motivar adoções, mas a maioria dos animais acabava sendo destinada ao sacrifício.
Em 5 de maio do ano passado, Chien se matou usando a mesma droga administrada no sacrifício de cães. Ela disse que queria ajudar as pessoas a entenderem o destino de cães abandonados em Taiwan.
O caso teve grande impacto no país pela morte trágica de uma pessoa tão jovem - e levantou, também, um questionamento acerca das pressões suportadas pelas pessoas que trabalhavam na linha de frente da batalha contra o abandono dos animais de estimação.
Vieram à tona imagens de uma entrevista que Chien tinha dado a uma rede de TV local, em que descreve a primeira vez que viu um animal sendo sacrificado. "Eu fui para casa e chorei a noite toda", diz ela.
Mas surgiram também detalhes sobre o dilema vivido por ela. Empregados do abrigo não queriam sacrificar os cães, mas Chien e outros viam essa como a solução "menos dolorosa" para os animais que ficavam ali, envelhecendo sem ser adotados, correndo risco de pegar doenças por causa da superlotação do local.
Ela chegou a sofrer ataques pessoais, e recebeu o apelido de "a bela assassina" quando foi revelado que Chien já havia sacrificado 700 cachorros em dois anos.
"Eles a chamaram de açougueira… nós muitas vezes éramos repreendidos. Algumas pessoas diziam que iríamos para o inferno. Eles dizem que nós gostamos de matar e que somos cruéis", disse Yu-jie, um dos funcionários que trabalhavam com ela.
"Mas as pessoas continuam a abandonar seus cachorros. Você ouve todos os tipos de motivos: o cachorro é muito bravo, ou não é nem um pouco bravo, ou late muito, ou não late o suficiente…"

Alta taxa de mortes

Além do número de abandonos de cães ser muito elevado em Taiwan, grande parte desses animais são largados nas ruas sem ser esterilizados facilitando a procriação descontrolada, aumentando de fato o problema.
A situação melhorou na última década, graças a uma maior conscientização da população e aos esforços de abrigos e ativistas que fazem campanhas contra o abandono e também para motivar adoções.
Mas o número de animais sacrificados ainda segue alto e abrigos sofrem com falta de recursos.
O trabalho é difícil e exige dedicação. Em alguns abrigos, metade dos animais são mortos. Em 2015, cerca de 10,9 mil cães foram sacrificados - e outros 8,6 mil morreram por outras causas, como doenças.
Na entrevista à TV, Chien contou como era o procedimento de sacrifício de um cachorro.
"Inicialmente, nós o deixamos dar um passeio e comer um pouco e conversamos com ele. Quando você o coloca na mesa, ele está muito assustado e todo o corpo está tremendo, mas depois que você administra a droga, em três a cinco segundos ele para, já não se mexe mais. Na verdade, é muito triste".
Nenhum tipo de auxílio psicológico era oferecido para quem trabalhava ali. E o abrigo de Taoyuan tinha uma das menores taxas de sacrifício e uma das maiores de adoções entre os canis do país.
Uma carta que Chien deixou quando se matou sugere que sua preocupação com o bem-estar dos animais havia consumido suas forças. Seus colegas atestam isso, embora especialistas digam que os motivos que levam uma pessoa a cometer suicídio são muitos e complexos.
"Ela se colocava sob muita pressão. Ela gostava e se importava muito com os animais, então a pressão do trabalho a afetava", disse Lai.
Na carta que deixou, Chien escreveu: "Eu espero que minha ida faça com que vocês percebam que cachorros abandonados também são vidas. Espero que o governo entenda a importância de controlar o problema. Por favor, valorizem a vida".
O caso teve grande repercussão. Alguns jornais acusaram o governo de terem "assassinado" Chien, mencionando que as autoridades haviam falhado na tentativa de encontrar soluções efetivas para acabar com o abandono de animais de estimação ou para prevenir a reprodução dos cães abandonados.
Muitos acusaram "burocratas de alto nível" de terem tentado convencer o público de que Chien fez isso porque não conseguia aguentar a pressão no trabalho. Outros ainda disseram que era muito fácil culpá-la juntamente com os outros funcionários do abrigo, mas que todos deveriam assumir sua responsabilidade na questão.
Alegavam que a raiz do problema era a falta de fiscalização da lei de esterilização. O chefe da seção de proteção animal do Conselho de Agricultura, Chiang Wen-Chuan, disse que a lei que exige que os donos esterilizem os animais, só entrou em vigor recentemente e que, por isso, ainda não era possível aplicar multas imediatamente.
Apesar de funcionários visitarem cerca de 60 mil donos de animais a cada ano, para pedir que eles sigam a lei, apenas 30% dos 1,7 milhões de cães da ilha são castrados.

Medidas a curto prazo

Chien já sabia, quando morreu, que uma nova lei estava para ser implementada.
A partir de 4 de fevereiro deste ano, será ilegal sacrificar animais abandonados. Os orçamentos para os abrigos também aumentaram 40%, haverá mais inspectores e agora todos que desejam abandonar seus animais de estimação em um abrigo precisarão pagar uma taxa alta - cerca de US$ 125.
As autoridades dizem que isso não tem qualquer relação com o suicídio de Chien ou com sua história, que foi considerada simplesmente uma tragédia humana.
O governo prometeu aumentar os recursos e as equipes que trabalham em abrigos e oferecer apoio psicológico. Mas muitos veem isso como apenas medidas de curto prazo.
"Nós temos uma equipe muito pequena. Taiwan conta com apenas 140 funcionários de proteção animal", disse Chiang. "É um problema sistemático. Acabar com o sacrifício, ampliar os abrigos e aumentar o número de funcionários não resolverá, disse Wen-Chuan."
Muitos donos acham que a esterilização altera a personalidade dos cachorros. Outros querem criar os animais para dar aos amigos ou para vender.
Ativistas querem que o governo fiscalize os criadores de animais, dê subsídios a ONGs para a esterilização e ofereça assistência a grupos que resgatam cães abandonados.
Talvez Chien não tenha sido o motivo para as mudanças, mas seu amor pelos animais não será esquecido por seu marido, que também trabalha com eles, e seus colegas de trabalho - que ficaram muito abalados com sua morte.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 3 de fevereiro de 2017.

Fabiana Shcaira Zoboli* comenta

Atualmente, a mídia tem se voltado para um assunto doloroso: o suicídio. Nesse momento, o foco são os adolescentes, e inúmeras mensagens sobre como lidar com os jovens invadem as redes sociais, muitas vezes sem poupar críticas aos pais, aos filhos e à família. Mas, será que é a Internet, ou a correria dos pais, ou o estilo da vida moderna, ou “entretenimentos” abomináveis, ou tudo isso é o que traz a tragédia do suicídio para a sociedade?
Há cerca de um ano, uma jovem, formada com louvor em medicina veterinária, idealista, amante dos animais, com enormes possibilidades de trabalho, relacionamento estável, suicidou-se. Um ser humano filho de uma sociedade sem excesso de tecnologia, com uma inteligência brilhante, amoroso, cheio de ideias e de possibilidades. Onde estaria o problema, então?
Chien, a jovem veterinária, cuja trajetória e tragédia são descritas na reportagem, vivia entre dois extremos: a dedicação ao trabalho para salvar a vida de animais e o sacrifício desses mesmos animais, acreditando, assim, poupar-lhes sofrimento; podemos imaginar o grande e doloroso conflito em seu coração.
Não há muita semelhança entre essa jovem e aqueles adolescentes fãs de jogos e séries irresponsáveis e inúteis, assim como não podemos esquecer que adultos e até idosos buscam no suicídio a solução para sua dor. Qual seria o fator que os levaria a tal ação, mesmo tendo uma ideia do quão errado e doloroso é evadir-se da vida? Certamente, entre todos, há um ponto em comum: a descrença.
A descrença em Deus e em si mesmos.
Não nos referimos à crença religiosa, mas a uma Fé robusta em Deus, que nos dá a certeza de que, não importa qual seja a situação, Ele estará ao nosso lado e sempre irá nos ajudar, seja nos fortalecendo para enfrentar desafios que – no momento - não podem ser modificados, seja nos intuindo para realizar ações diferentes ou, até, mudando o estado em que as coisas se encontram.
Mas, em meio à correria cotidiana, perdemos nossa relação com Deus, esquecendo que esse mesmo Pai, que cria constelações todos os dias, criou cada animalzinho sujeito à dureza dos corações humanos, cada jovenzinho que se entrega à tela do computador, cada um de nós que tem a oportunidade de lutar por um ideal em meio a dificuldades, educar e amar um filho, trabalhar e fazer o melhor para o mundo e para si, lembrando que, se o sofrimento é fruto da ignorância do homem, cabe ao homem vencer essa ignorância.
Porém, ao esquecermos desse Pai, também esquecemos da nossa condição de Filho. Um filho que ainda não sabe tudo, que ainda erra muito, mas cujo Pai estará sempre perto, não para fazer nosso dever de casa, mas para nos ajudar a realizar o trabalho ao qual nos propomos, com êxito e alegria.
Que nosso coração se sensibilize com tanta tragédia e que direcione uma simples oração a Deus em prol dessas almas que caíram tanto em razão de sua descrença. E que, com essa prece, possamos nos reencontrar com o Pai e com a nossa condição de Filho. Que passemos a acreditar em nós, em nossa capacidade de amar, de lutar, de criar, de construir a felicidade em nós e em nosso redor. E fortalecidos, num trabalho diário, que possamos ensinar nossos filhos, nossos pais, nossa família a acreditar em Deus, em Si e na Vida, com um fruto dessa Fé que está em nós.
E, então, poderemos ser jovens idealistas, sonhando com um mundo melhor. Podemos ser pais ajudando nossos filhos e educando-os para a felicidade. Poderemos ser adolescentes em um mundo que oscila entre o bem e o mal. Poderemos ser adultos diante de grandes obstáculos. Idosos sem perspectivas materiais. Porque, com Fé, guardamos a certeza de que somos filhos de um Pai amoroso que irá nos ajudar a superar qualquer experiência dolorosa, afastando a descrença de nós.
Fiquemos atentos, façamos nossa parte, mas lembremos de alimentar essa Fé em Deus, em nós mesmos, em nossos filhos e em todos a nossa volta. E assim, construiremos, não sem esforço, mas com fé e alegria, um mundo, sem dúvida, mais feliz para todos viverem, próximos uns dos outros e mais afastados das telas, e onde não haverá abandono de animais, nem de seres humanos.
* Fabiana Shcaira Zoboli é espírita e colaboradora do Espiritismo.net

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Divaldo Franco: Eutanásia, nunca!


Divaldo fala sobre Eutanásia


Eutanásia: caso Valentina Moreira - Visão espírita


Eutanásia | Mundo Maior Repórter | Parte 4


Eutanásia | Mundo Maior Repórter | Parte 3


Eutanásia | Mundo Maior Repórter | Parte 2


Eutanásia | Mundo Maior Repórter | Parte 1


Minha Nada Mole Encarnação - Você age de acordo com as leis?


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - A030 – Cap. 11 – As agressões– Terceira Parte


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

 

A030 – Cap. 11 – As agressões– Terceira Parte

 

11 - As agressões

 
A noite estava muito calma e escasseava o movimento nas ruas. Raros veículos passavam ruidosamente e o céu se encontrava bordado de diamantes estelares.
Como sopravam ventos brandos que nos chegavam do mar a regular distância, resolvemos caminhar até o local da condução que nos separaria.
— Confesso — iniciei a conversação — que receei você fosse atingido por um golpe do nosso infeliz irmão. A ameaça acompanhada do gesto ousado e fratricida assustou-me...
Sorriso espontâneo aflorou no amigo dileto. Após reflexionar um pouco, esclareceu-me:
— Miranda, a serviço de Jesus nada devemos temer! É claro que nós não devemos expor à temeridade, criando situações embaraçosas e perfeitamente desnecessárias. Não ignoramos que nossos Irmãos Maiores nos esclareceram e advertiram quanto às agressões de que seríamos vítimas. Ora, convém considerar que tais arremetidas já estão em curso. Experimentamos, nós próprios, os sinais constrangedores de influenciações negativas, nos últimos dias, até que. a palavra sábia do nosso Instrutor nos alertasse para a questão. É natural, portanto, que esse estado de coisas fosse tomar corpo onde as possibilidades de êxito poderiam suceder melhor. Não que nos consideremos em condições superiores ao nosso próximo. Ocorre, no entanto, que na família Soares os membros que não privam dos ideais elevados da vida são muitos, a iniciar pelo genitor da casa, que, vinculado a cerebrações infelizes desde há muito, prefere a situação insana em que se demora à comunhão libertadora que lhe tem sido acenada inúmeras vezes. Não crê você que o problema de Mariana deveria chamar-lhe a atenção? O drama de Marta, a outra filha, inquieta, em conúbios de infelicidade mereciam exame? No entanto, o nosso Mateus, conturbado em si mesmo, é espírito portador de enfermidade íntima de longo curso, que caminhará demoradamente até encontrar o horizonte claro da renovação...
Silenciou por alguns momentos, e prosseguiu:
— O campo, portanto, na família, é excelente para agressões de baixo teor espiritual e vibratório. Vivendo o clima da jogatina, o nosso irmão foi vítima de Entidades infelizes que armaram a mão do seu opositor para lhe roubarem a vida.
Assim, atingiriam a família em libertação da obsessão cruel de que padecem muitos dos seus membros, provocariam escândalo e esmagariam de dor a senhora Rosa, verdadeiro anjo de renúncia em clima de belicosidades... Depois nos atingiriam, também, emocionalmente, prejudicando grandemente os labores dos nossos Benfeitores Espirituais. Ante o choque provocado pela cena, a menina Mariana entrou em sintonia com o sicário que a espreitava, esperando, e incorporou-a, inconsequente...
Dando maior ênfase ao ensinamento, continuou:
— Como você não ignora, tudo está previsto. Merece considerar que o problema da desobsessão tem longo curso, O simples afastamento da entidade perseguidora não é fator de paz naquele que se lhe vinculava. Em processos obsessivos quais o de Mariana, há sempre uma mediunidade latente que oferece recursos de sintonia psíquica entre perseguidor e perseguido. Com o afastamento do primeiro, as possibilidades medianímicas do segundo se dilatam, sendo necessário educar, disciplinar, instruir o médium para que este adquira os recursos que o capacitem à defesa própria, aos cuidados contra as ciladas bem urdidas de outros Espíritos infelizes ou levianos, enfim, que preparem o seareiro em potencial para o labor na gleba imensa do Cristo, na qual escasseiam, ainda agora, trabalhadores diligentes e devotados...
«Quanto à agressão de que parecia que eu seria a vítima, não vi razões para preocupar-me. Em tarefa do Cristo, conquanto as minhas imensas imperfeições, confio nEle...
«Além disso, quando estamos a serviço da verdade, geramos e emitimos vibrações que nos defendem de todo o mal.»
Chegáramos ao local de despedida. Apertamo-nos as mãos e separamo-nos.
No dia imediato, retornamos ao lar dos Soares, ànoite, e fomos informados de que o chefe da família estava com excelentes possibilidades de recuperação, embora Dona Rosa, acabrunhada, se referisse ao estado espiritual e moral do esposo como dos mais lastimáveis.
Dissera-lhe, ele, que logo recuperasse a saúde saberia desforçar-se do agressor. Pouco se lhe dava com o que ocorresse consigo mesmo, mas lavaria em sangue o seu nome, a sua honra... Retornara, pois, do Nosocômio, inquieta, aflita, confiando na Providência Divina que saberia encontrar solução justa para caso tão complexo. A veneranda senhora definhava, e seu rosto sulcado pela dor inspirava-nos profunda piedade fraternal. Carinhosamente estimulada por Petitinga, de suas mãos recebeu a transfusão de abundante energia refazente, pelo recurso do passe.
Não padeciam dúvidas de que, vendo fracassados os seus planos de desdita, eliminando a vida física do senhor Mateus, os facínoras espirituais estavam a atormentá- lo, gerando as raízes perigosas do ódio, em cujas malhas, imprevidente e leviano, se emaranhava. Perturbado, seria presa mais fácil ainda para uma tragédia imprevisível, após a recuperação da saúde.
No domingo imediato, quando da reunião pública de exposição doutrinária na União Espírita Baiana, verificamos mais uma vez as artimanhas de que se fazem objeto os Espíritos trevosos.
Petitinga assomara à tribuna doutrinária e pregava. A sua palavra harmoniosa vibrava em tons de consolo, reportando-se ao estudo de «O Evangelho segundo o Espiritismo», no Capítulo 10, Instruções dos Espíritos: PERDÃO DAS OFENSAS, a excelente mensagem de Simeão, ditada em Bordéus, em 1862.
O recinto estava saturado de emoções superiores e algumas pessoas tinham os olhos coroados de lágrimas. Num intervalo natural da explicação, conhecido senhor de respeitável família local, obsesso contumaz, adentrou-se pela sala pública da sessão e, com o semblante fortemente congesto, avançou na direção da tribuna, ruidosamente, e bradou, referindo-se a Petitinga:
— Hipócrita! Quem és para pregar? Imperfeito como tu, como te atreves a falar da verdade e ensinar pureza, possuindo largas faixas de desequilíbrio íntimo, que ocultas dos que te escutam? Dize!
Todos fomos dominados por estranho constrangimento e um silêncio tumular se abateu sobre o auditório.
Petitinga, empalidecendo, levantou os olhos claros e transparentes, fitou o arrogante obsessor que tomara a boca do atormentado cavalheiro, e respondeu, humilde:
— Tens toda a razão e eu o reconheço. O tema em pauta, hoje, que o caro irmão não ouviu, se refere exatamente ao «Perdão das ofensas»...
— Não te evadas covardemente — descarregou o infeliz opositor. — Refiro-me às condições morais de que se devem revestir os que ensinam o que chamas a verdade, e que te faltam... Desafio-te a que abandones a tribuna religiosa ou abandones a vida que levas...
O assombro colocava-nos em estupor. Indubitavelmente, a entidade loquaz e enferma desejava criar condições de suspeição quanto à conduta ilibada, transparente e nobre do Evangelizador, e o desafiava a um duelo verbal negativo e pernicioso. De fé inquebrantável, no entanto, e sereno, o lecionador da Doutrina Espírita, sem trair na voz as emoções que o visitavam, esclareceu, com tocante sentimento da mais pura humildade:
— Irmãos: o amigo espiritual tem toda a razão e não me posso furtar ao dever de necessários quão inadiáveis esclarecimentos. Ensinou o Mestre que nos confessássemos uns aos outros, prática essa vigente entre os primeiros cristãos e que o tempo esmaeceu e deturpou dolosamente. Nunca me atrevi, nunca experimentei coragem para dizer aos companheiros sobre as minhas próprias dificuldades.
Agora, utilizando-me do auxílio do irmão que me faculta ensejo, digo da luta intensa que travo nalma para servir melhor ao Senhor, tentando, cada dia, aprimorar-me intimamente, lapidando grossas arestas e duras angulações negativas da minha personalidade enferma. Depois de ter conhecido Jesus, minha alma luta denodadamente contra o passado sombrio, nem sempre logrando êxito na ferrenha batalha de superação dos velhos padrões de ociosidade e crime em que viveu, na imensa noite dos tempos. Abandonar, todavia, o arado, porque tenho as mãos impróprias, quando a erva má grassa e escasseiam obreiros, não o farei nunca!
«Elegi, desde há muito, a desencarnação no grabato da aflição superlativa e do abandono total; fiel, no entanto, à luta redentora que me facultava a Doutrina de Jesus, à partida para o Mundo da Consciência Livre, cercado de carinho e conforto, ternura e compreensão, longe, porém, do serviço libertador... Prefiro a condição de enfermo ajudando doentes, a ser ocioso buscando a saúde para poder ajudar com eficiência, enquanto se desgastam corpos e almas ao relento da indiferença de muitos, que as minhas mãos calejadas podem socorrer. Miserabilidade socorrendo misérias maiores, à posição falsa daquele que recebeu o talento e o sepultou, conforme nos fala a Parábola do Senhor. Embora imperfeito, deixo luzir minha alma quando contemplo a Grande Luz; vasilhame imundo, aromatizo-me ao leve rocio do perfume da fé; espírito infeliz, mas não infelicitador, banho-me na água lustral da esperança cristã... Perdoa-me, Senhor, na imperfeição em que me demoro e ajudame na redenção que persigo... »
O auditório, compungido e emocionado, atendido por vibrações superiores, chorava comovido, e lágrimas transparentes adornavam a face do servidor do Cristo, rutilando singularmente naquela manhã de sol.
Inesperadamente, o perturbador espiritual arrojou ao assoalho o seu instrumento, e, dominado por crua emotividade, bradou:
— Perdoa-me, tu! A tua humildade vence-me a braveza, velhinho bom! Deus, meu! Deus, meu! Blasfemo! O ódio gratuito cega-me. Perdoa-me, velhinho bom, e ajuda-me com a tua humildade a encontrar-me a mim mesmo. Infeliz que sou. Tudo mentira, mendacidade inditosa, a que me amarga os lábios. Ajuda-me, velhinho bom, na minha infelicidade...
Petitinga desceu os degraus da tribuna, aproximou-se do sofredor e, falando-lhe bondosamente, envolveu o médium com gesto de carinho, convidando-o a sentarse.
— Perdoe-nos o Senhor de nossas vidas! — Falou em discreto pranto.
E levantando a voz, rogou:
— Oremos todos a Jesus, pelo nosso irmão sofredor, por todos nós, os sofredores.
Raras vezes na vida física presenciara cena mais comovedora. Era como se o Mundo Excelso baixasse àTerra e os homens pudéssemos transitar no rumo daquele mundo onde reside a felicidade...
Retornando à calma, o médium, ignorando o que se passara, teve um gesto de espanto por encontrar-se ali. Esclarecido em poucas palavras pelo pregador, este retornou à tribuna, e como se nada houvera ocorrido deu curso à preleção.
À hora regulamentar, os trabalhos foram encerrados, enquanto a cidade, lá fora, cheia de sons e músicas do dia e da faina dos homens, se deixava inundar da luz do sol.

 
QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – De que modo os obsessores ainda estavam tentando prejudicar a família Soares e o grupo de trabalhas desobsessivos, através do Sr. Mateus?
 
2 – No final do texto, há uma interessante ação dos espíritos infelizes para desestimular os trabalhos de evangelização: um senhor, mediunizado por uma entidade infeliz, tenta desacreditar as palavras de Petitinga, acusando-o sem merecimentos para expor o Evangelho. E tal ação é bastante comum nos trabalhos espíritos, principalmente, no Culto do Evangelho no Lar, junto com a família do trabalhador, nas atividades fraternas do Centro, nas reuniões administrativas, etc, etc. Como Petitinga se comportou? Qual pode ser o interesse dos espíritos obsessores com tais ações?

 

Bom estudo a todos!!
Equipe Manoel Philomeno

terça-feira, 25 de abril de 2017

Desenvolva o tema à luz do Espiritismo


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Desenvolva o tema...



Como conseguirmos recurso financeiro para a divulgação do Espiritismo?

Autor: 
Alkíndar de Oliveira

Estamos vivendo um momento de júbilo no movimento espírita:vê-se há anos, no jornal de maior circulação do país, uma coluna periódica assinada por um dos mais renomados espíritas que o Brasil já conheceu. Frise-se: não é um jornal espírita. Fazer uma coluna periódica num jornal espírita é algo fácil e corriqueiro, mas conseguir espaço no jornal comercial de maior circulação do país, é trabalho somente para o espírita que sabe fazer acontecer.
Essa coluna de grande repercussão nacional vem ao encontro do desejo de Kardec, que em “Obras Póstumas” – Projeto 1.868, diz “...Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.
Percebeu, caro leitor, que Kardec, valorizando a importância da divulgação, reforça a necessidade de “uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados”? Felizmente, isso está ocorrendo. Estamos divulgando nossa Doutrina no jornal de maior circulação do país.
Você, caro leitor, talvez esteja perguntando, “mas onde está essa coluna espírita, que não a vejo? ”“qual é esse jornal, a Folha de São Paulo? O Estado de São Paulo? ”, “quem é esse renomado colunista espírita? ”
São reflexões coerentes e lógicas. Mas, por mais que você não viu essa coluna espírita em nenhum jornal de grande circulação nacional, a informação acima é verdadeira. Ou melhor, foi verdadeira. É preciso deslocarmo-nos no tempo e no espaço para que essa informação passe a ser realidade:
Na cidade do Rio de Janeiro, nas últimas décadas do século XIX, o jornal de maior circulação do país chamava-se “O País”. Naquela época Bezerra de Menezes teve, nesse jornal de grande circulação, uma coluna espírita periódica por vários anos seguidos. Era uma coluna de grande repercussão nacional.
A triste realidade de hoje é que o feito de Bezerra de Menezes não está se repetindo. Não temos mais colunas espíritas periódicas no jornal de maior circulação do país. Será que não está faltando em nosso movimento espírita o espírito empreendedor de um Bezerra de Menezes, de um Eurípedes Barsanulfo, de um Cairbar Schutel?
Tive, caro leitor, que utilizar do artifício acima para relembrar, a todos nós espíritas, alguns itens fundamentais para o pleno desenvolvimento do nosso movimento:
  1. Kardec deixou-nos, dentre outras, a missão de divulgarmos o Espiritismo nos jornais de maior circulação do país;
  2. Essa missão, deixada por Kardec, tornou-se realidade em fins do século XIX;
  3. Na atualidade, não estamos cumprindo com a missão deixada por Kardec.
Além de Kardec, André Luiz, no livro “Conduta Espírita”, diz “Divulgar em cada programa de rádio, televisão, ou programas outros de expansão doutrinária, conceitos e páginas das obras fundamentais do Espiritismo. A base é indispensável em qualquer edificação”.
Sobre o mesmo tema – divulgação – diz o espírito Vianna de Carvalho em seu livro “Reflexões Espíritas”: “Na hora da informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que se disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença pela divulgação...”
Mas como voltarmos a cumprir com a missão deixada por Kardec? Como passarmos a divulgar, semanalmente, por exemplo, uma coluna periódica no jornal Folha de São Paulo, no Estadão e em outros jornais de grande circulação?
A resposta todos nós sabemos: somente com muito dinheiro conseguiremos tal intento, pois, inserções periódicas num jornal de grande porte, é um investimento muitíssimo alto (e necessário, se quisermos seguir a orientação passada por Kardec).
Mas como conseguirmos dinheiro, se os espíritas, em relação a esse tema (dinheiro), são extremamente conservadores? Isto é, sabemos que qualquer sugestão de como conseguirmos dinheiro, que fuja da ineficiência atual, é categoricamente rechaçada.
Como criarmos uma nova ordem, novos procedimentos, para aproveitarmos da força do dinheiro?
A resposta a essas perguntas é dada pelos Espíritos quando Kardec, no O livro dos Espíritos, na pergunta 932 questionou: “Por que no mundo, os maus tão freqüentemente sobrepujam os bons em influência? ” Resposta dos espíritos: “Pela fraqueza dos bons, os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem dominarão. ”
Numa dedução lógica podemos concluir que falta a nós, espíritas, audácia. Precisamos ser audaciosos. No tocante a como arrecadar dinheiro, somos muito de apenas aperfeiçoar processos que já existem. Isto é erro estratégico. Ao mesmo tempo em que se aperfeiçoa o que precisa ser aperfeiçoado, é preciso dedicar tempo a novas idéias. Quem gasta energia aperfeiçoando apenas os seus processos e produtos, perde o tempo que deveria estar sendo dedicado a novas idéias. Júlio Ribeiro em seu livro “Fazer Acontecer”, Editora Cultura, diz que “alguém pode até aperfeiçoar a vela, deixá-la mais translúcida, deixá-la com maior poder de luminosidade, mas ela nunca substituirá a lâmpada”. Em outras palavras, aperfeiçoar o que deu certo e o que foi bom no passado é - geralmente - perda de tempo. Nós espíritas, em relação, a como arrecadar dinheiro, estamos aperfeiçoando a vela. Esquecemos que estamos na era das lâmpadas!
Quando Herculano Pires disse “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da terra”, deixou de forma implícita que estamos alongando nossa estrada. Estamos deixando de fazer obras de vulto para a divulgação do Espiritismo. E, em qualquer obra terrena, o dinheiro tem importância especial.
Sem ferir a ótica e a ética espíritas, saber utilizar com inteligência e criatividade dos recursos que nosso mundo oferece, despirmo-nos de preconceitos, sermos audaciosos, conscientizarmo-nos de nossa grande responsabilidade, são as formas de fazermos do Espiritismo o mais importante movimento cultural e espiritual da terra.
E para isto precisamos da força do dinheiro.
Os Centros Espíritas geralmente não têm estrutura financeira para, entre outras coisas, fazerem-se mais presentes na comunidade. Passamos – sem querer – a ser omissos. Essa omissão dos espíritas, essa nossa falta de audácia, propicia espaço para que muitas pessoas ainda acreditem em Adão e Eva, para que muitas pessoas ainda vejam Deus como um ser antropomorfo, para que muitas pessoas ainda creiam que Deus castiga, para que muitas pessoas ainda valorizem mais o culto exterior do que o culto interior, para que muitas pessoas, como disse André Luiz, valorizem mais a letra do evangelho do que o evangelho da letra.
Costumo dizer que “ser espírita é a arte de sonhar com um mundo angelical, mas saber viver - sem ferir a ética espírita – num mundo de expiação e provas”.
Quando fizermos parte de um mundo angelical, ou mesmo de um mundo de regeneração, não precisaremos da força do dinheiro para levarmos à frente nossos projetos no campo espiritual, mas por enquanto, ele, o dinheiro, é a ferramenta que Deus nos deu.
No meio espírita, contracenando lado a lado com a pureza doutrinária, há a realidade da dureza monetária.  Ambas implacáveis.
Há uma única forma de acabar com a dureza monetária sem afetar a importância da pureza doutrinária. Essa única forma chama-se CRIATIVIDADE.
Minha sugestão, que é o objetivo principal deste artigo, é que, em seu Centro Espírita, você utilize de uma das melhores ferramentas para aflorar a criatividade, e então implantar novos procedimentos para conseguir dinheiro. Essa ferramenta maravilhosa é denominada Brainstorming.  Mas, o que é Brainstorming?  É uma reunião onde, após o levantamento de um problema (no caso, “como arrecadarmos dinheiro? ”), os participantes passam a dar sugestões as mais diversas possíveis visando solução (ou soluções) para o problema.
Os seguintes critérios devem ser obedecidos:
  1. Cada participante tem total liberdade para dar qualquer tipo de idéia.
  2. Nenhuma idéia apresentada pode ser censurada ou ironizada pelos colegas.
  3. Deve-se estimular cada participante a dar o maior número possível de idéias.
  4. Deve-se estimular o participante a dar até mesmo idéias totalmente absurdas. Pois sentindo-se que poderá falar o que quiser (sem ser censurado), o participante utilizará melhor do seu potencial criativo.
  5. Ao término, há avaliação e seleção das idéias apresentadas.
Se for conveniente a avaliação e seleção poderão ser processadas em outra futura reunião. 
Brainstorming só funciona se todos os passos acima forem seguidos. Por exemplo, não se pode dizer ao participante (quando ele dá uma idéia aparentemente sem nexo) “Ah! Essa sua idéia é um absurdo” ou “Isso que você sugeriu está totalmente contra os princípios do Espiritismo”. Esses exemplos de intervenções acabam com a criatividade. É preciso estimular o participante a dizer absurdos, pois só assim a mente ficará totalmente livre de parâmetros ou paradigmas inibidores da criatividade. Aí, sim, estimulando que falem coisas absurdas, surgirão novas idéias. Você pode perguntar: “mas se as idéias apresentadas forem de fato absurdas? ”, eu respondo “peça para continuarem dando idéias mais absurdas ainda”. É importante deixar claro que ao final do Brainstorming (vide item 5, acima), ou em outra reunião, haverá a avaliação e a seleção das idéias apresentadas e, então, a equipe terá a oportunidade de não acatar as idéias realmente absurdas.
Assim procedendo, será que surgirá uma idéia revolucionária, que fará seu Centro Espírita conseguir recursos financeiros suficientes para inserir uma coluna semanal no jornal de maior circulação de sua região?
Bem, a criatividade tem a capacidade de transformar uma possibilidade 0% em possibilidade 100%. É incrível o que conseguimos se deixarmos a criatividade aflorar. Mas, não dá para dizer que você conseguirá uma idéia que torne realidade sua coluna semanal no jornal citado. No entanto, também não dá para afirmar que você não conseguirá.
Mas, como então ter certeza de que é possível conseguir tal publicação semanal?
força do dinheiro para publicar uma coluna espírita semanal no jornal Folha de São Paulo ou O Globo ou o Estadão (por exemplo) dependerá da força da união dos espíritas. Com UNIÃO e CRIATIVIDADE a força do dinheiro tornará realidade a missão que Kardec passou para nós.
A questão é que apareceu aí a expressão a “força da união dos espíritas” e, sejamos sensatos: a união dos espíritas - a tão almejada união – não está no campo do concreto. A união ainda está no campo do idealizado. Levará tempo para essa união concretizar-se. Por isto, a solução, por ora, é cada Centro Espírita fazer bem sua parte. Exijamos de nós antes de exigirmos dos outros. Sugiro ao dirigente espírita adotar os seguintes procedimentos:
  1. Una-se com o número possível de dirigentes de Centros Espíritas de sua região;
  2. Tenham como meta publicarem uma coluna espírita semanal no jornal de maior circulação de sua região;
  3. Estimule e oriente cada Centro Espírita da região utilizar do Brainstorming para que possam surgir idéias criativas relacionadas com recursos financeiros;
  4. Aplique as idéias criativas e publique uma coluna semanal no maior jornal regional.
Os procedimentos acima são realizáveis, pois, em vez de exigirmos que os principais representantes do movimento espírita do Brasil unam-se para publicar uma coluna semanal no jornal nacional de maior circulação, passamos, pelo exemplo, a fazer regionalmente a nossa parte. E um dia, quando, regionalmente, a maioria dos Centros Espíritas estiver atuando de forma efetiva na divulgação da doutrina, certamente haverá um despertar para a necessidade de ampliar a região de influência e, então, ficará mais fácil a comentada publicação no maior jornal do país.
Lembremo-nos sempre que, melhor do que exigir dos outros, é fazermos bem a nossa parte, assim, pelo exemplo, conseguiremos o objetivo deste artigo: bem utilizar a favor da Doutrina da força do dinheiro.

Autor: 
Alkíndar de Oliveira

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sumiço nas Bahamas expõe novas rotas da migração brasileira aos EUA

João Fellet
Da BBC Brasil em Washington

O sumiço de 19 brasileiros que tentavam viajar das Bahamas rumo à Flórida expõe a diversificação das rotas usadas por migrantes do país para entrar ilegalmente nos EUA, conforme a travessia pelo México se tornou mais arriscada.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, parentes dos desaparecidos disseram ter perdido contato com o grupo no início de novembro. O órgão diz que não há informações sobre os brasileiros nem sobre a suposta embarcação que os levaria aos EUA.
Autoridades dos três países investigam as hipóteses de naufrágio ou de que os migrantes estejam escondidos nas Bahamas, aguardando o melhor momento para se deslocar.
Se confirmada, a tentativa de travessia pelas Bahamas reforça uma tendência que vem ganhando força entre imigrantes brasileiros nos últimos anos, à medida que o grupo busca alternativas à tradicional rota pelo México.
O Ministério de Relações Exteriores diz que 14 brasileiros estão hoje detidos em Pompano Beach, na Flórida, por terem tentado chegar aos EUA a partir das Bahamas.
O país caribenho fica a 290 km da costa americana e não exige vistos de turistas brasileiros. Em geral, os migrantes viajam ao país de avião e, de lá, tentam chegar aos EUA em pequenas embarcações ou até em navios de cruzeiro.
Em julho de 2015, a BBC Brasil publicou uma reportagem sobre a alta no número de brasileiros barrados nas Bahamas ao tentar chegar à Flórida sem os documentos adequados.
O número de detidos nos primeiros sete meses daquele ano (90) já ultrapassava o total de detenções em 2015 (80), segundo dados passados pelas Bahamas ao Ministério de Relações Exteriores brasileiro.
Em nova consulta feita nesta semana, o ministério divulgou um número menor de detenções de brasileiros nas Bahamas em 2015 (56), mas, questionado sobre a diferença, não explicou o porquê.
A pasta disse ainda que os "dados de 2016 estão em processo de consolidação, mas há tendência de estabilidade em relação a 2015".

Rota mais tranquila

Há 18 anos trabalhando como editora-executiva do Gazeta Brazilian News, um dos maiores jornais da comunidade brasileira na Flórida, Fernanda Cirino diz que a rota é usada há muitos anos, mas se tornou mais popular entre migrantes brasileiros a partir de 2015.
Ela afirma que, em geral, a travessia é realizada por pessoas que não conseguem obter um visto para viajar aos Estados Unidos ou nem chegam a solicitá-lo, acreditando que terão o pedido negado.
Muitos já têm parentes no país e vendem um carro ou uma casa para pagar a viagem.
Segundo Cirino, a rota pelas Bahamas é mais cara que a travessia pelo México. Uma reportagem no site G1 cita uma gravação com um dos desaparecidos em que ele diz que pagaria R$ 50 mil para chegar à Flórida de barco.
Cirino afirma que a rota tem fama de ser relativamente tranquila e segura entre os imigrantes, e que há até relatos de brasileiros que completam o trajeto em jet-skis.
A jornalista afirma que o controle migratório nas Bahamas é tido como "fraquíssimo": segundo ela, passageiros que chegam ou saem do país de barco devem comparecer a um quiosque para carimbar os documentos, mas muitos deixam de fazê-lo.
De acordo com Cirino, muitos migrantes se deslocam até praias da Flórida protegidas por parques, descem e vão caminhando até carros que os aguardam. Em alguns casos, diz ela, os migrantes mergulham e chegam à praia como se fossem banhistas.
A vigilância na Flórida é mais rigorosa, diz ela, mas ainda assim a Guarda Costeira não consegue barrar todas as embarcações irregulares. Quase todos os dias aportam na Flórida barcos com migrantes vindos de Cuba, Haiti e outros países caribenhos.
"Com a eleição do (Donald) Trump, as pessoas se desesperaram achando que vai ficar mais difícil entrar e estão se adiantando", afirma.
Nos últimos anos, a polícia americana prendeu alguns brasileiros na Flórida acusados de integrar quadrilhas que transportavam migrantes a partir das Bahamas.

Canadá e turismo

Segundo advogados migratórios, além das Bahamas, muitos migrantes brasileiros têm entrado nos EUA pelo Canadá.
Entre os migrantes, há a percepção de que conseguir um visto canadense é mais fácil do que um visto americano e de que a fronteira entre os dois países é menos policiada que a do México.
Advogados afirmam que hoje, no entanto, a maioria dos migrantes brasileiros que moram irregularmente nos EUA chegam ao país com vistos de turista, o que indicaria uma mudança no perfil do grupo.
Nos anos 1980 e 1990, quando houve a primeira grande onda de migração brasileira aos Estados Unidos, grande parte os migrantes tinha baixa qualificação profissional e, incapaz de obter vistos, chegava ao país atravessando a fronteira com o México.
Muitos eram provenientes da região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, especialmente a cidade de Governador Valadares.
Na última década, a viagem se tornou mais arriscada à medida que o México e os Estados Unidos ampliaram a vigilância na fronteira, levando muitos migrantes a traçar rotas mais longas e por áreas inóspitas e desérticas.
Tornaram-se comuns os casos de migrantes mortos por desidratação durante a travessia. No mesmo período, gangues mexicanas intensificaram as ações na área da fronteira e deixaram os migrantes vulneráveis a sequestros, extorsões e estupros.
A partir de 2015, advogados afirmam que se iniciou uma nova onda migratória aos EUA, composta por brasileiros de todas as regiões do país e com maior qualificação profissional.
Naquele ano, brasileiros foram a nona nacionalidade mais barrada por autoridades migratórias nos EUA, com 1.911 detenções. Em 2013, haviam sido a décima quarta, com 1.702.
Segundo o governo brasileiro, há hoje cerca de 1,2 milhão de brasileiros morando nos EUA.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 27 de dezembro de 2016.

Humberto Souza de Arruda* comenta

Para um familiar ficar esperando a notícia de um ente querido, é uma situação muito desconfortável. Ainda mais quando se trata de meses de espera. Muitas pesquisas são feitas, gastos adquiridos com muitos telefonemas, viagens e tantos outros custos aparecem. Sem falar dos desgastes físicos, psicológicos e espirituais.
Muitos nesta situação fraquejam na fé e podem começar a questionar com indagações consideradas naturais como: “Por que este sofrimento na nossa família? Se o Itamaraty e o Governo americano não conseguem resolver esta situação, então estamos sozinhos sem ter a quem recorrer?”
Ainda que pertinentes estas indagações, os familiares precisam continuar tentando ser fortes e serenos. Só assim poderão ter possibilidades de novas ideias ou inspirações para ajudar na investigação. E desta forma podem ajudar com o envio de boas vibrações a estes irmãos que se perderam na escolha do “caminho”.
Analisemos o estado vibracional desta forma de entrada nos EUA. Inicialmente a pessoa precisa baixar o seu estado vibracional para se conectar com os agenciadores de viagens chamados de “coiotes”. Depois da aflição da viagem, que tem pouquíssima segurança, baixar mais a vibração para a recepção clandestina nos EUA. Em solo americano, manter esta sintonia não muito feliz para encontrar trabalhos e moradias que estejam fora das vistas dos Departamentos de Imigração.
Muitos conseguem passar por isso tudo. Voltar a elevar o padrão vibratório e se estabelecer como cidadão legal. Mas o risco de se perder neste caminho é muito grande. Se esta mesma pessoa fizer uma viagem de forma legal com todos os trâmites garantidos pelo Itamaraty e Governo americano, ainda pode ser que não tenha sucesso na nova nação, pois encontrará uma nação diferente da sua, com seus costumes próprios. Mas poderá pedir ajuda para voltar. Sendo que da forma clandestina, o retorno também é sofrido e em muitos casos chega a ficar impraticável.
Não somos frutos do meio em que vivemos. Sempre temos o livre-arbítrio. Podemos fazer as nossas escolhas. Só precisamos ter vontade. Vontade para fazer o que acreditamos que é certo e vontade para procurarmos constantemente aprender o que é certo. Mas Deus, na sua imensa bondade e justiça, nos ajuda a exercermos esta vontade, deixando uma prova do seu amor com a imortalidade da alma.
A cidade e a família que estamos foram cuidadosamente escolhidas para a nossa evolução, seja por provas ou expiações. Não acontece por sorte ou azar o nascimento de um indivíduo neste ou naquele País. Mas isso não quer dizer que não possamos mudar de local. Se com o tempo conseguirmos estabilidade cultural, moral e espiritual condizentes com o local a que desejamos ir, não há problemas. Pode-se continuar crescendo em qualquer lugar que se vá.
Mas se optarmos por fazer esta transição de local sem a devido aprendizado cultural e comunicativo do local, ou deixando a família sem amparo, ou levando cólera nos pensamentos, não há lugar que esta bagagem ajude na nossa evolução. Estaríamos levando nós como pior companhia na viagem.
Independente de qual estado cultural, moral e espiritual que estes dezenove filhos de Deus tiverem optados por levar nesta viagem, que estejam em paz ou a breve caminho deste estado de espírito. Julgar o motivo que levou estes irmãos a esta viagem não os trará de volta.
Que a família continue sempre firme no propósito de enviar bons pensamentos a eles. Estando encarnados ou não, que a nau do acolhimento incondicional guiada por nosso Amigo e Mestre Jesus seja enxergada por eles a qualquer distância e que subam o mais rápido possível para saírem da deriva.
* Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Área da Promoção Social Espírita (APSE) e colaborador do Espiritismo.net