sábado, 4 de janeiro de 2014

Revista Espírita: Estudos sobre reencarnação

Estudos sobre reencarnação

Revista Espírita - Fevereiro - 1864
(Sociedade Espírita de Paris. Médium, senhorita A. C.)
Publicado na Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos
7º ano - Nº 1 - Janeiro de 1864
(1ª Edição - 1995 - Instituto de Difusão Espírita)

I - Limites da reencarnação.

A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito; mas do momento em que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser. Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar esse instrumento à sua maneira, a lhe imprimir a sua vontade, o trabalho está realizado. É-lhe preciso, então, um outro campo para a sua caminhada, para o seu adiantamento no infinito; lhe é preciso um outro círculo de estudos onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida. Tendo sobre a Terra, ou em globos análogos, depurado e experimentado suas sensações, está maduro para a vida espiritual e seus estudos. Tendo se elevado acima de todas as sensações corpóreas, não tem mais nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade: ele é Espírito e vive pelas sensações espirituais que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corpóreas.

II - A reencarnação e as aspirações do homem.

As aspirações da alma ocasionam a sua realização, e esta realização se cumpre na reencarnação enquanto o Espírito está no trabalho material; eu me explico. Tomemos o Espírito em seu início na carreira humana; estúpido e bruto, sente, no entanto, a centelha divina nele, uma vez que adora um Deus, que ele materializa segundo a sua materialidade. Nesse ser, ainda vizinho do animal, há uma aspiração instintiva, quase inconsciente, rumo a um estado menos inferior. Começa por desejar satisfazer seus apetites materiais, e inveja aqueles que vê num estado melhor do que o seu; também, numa encarnação seguinte, ele mesmo escolhe, ou antes, é arrastado a um corpo mais aperfeiçoado; e sempre, em cada uma de suas existências, deseja uma melhoria material; não se achando jamais feliz, quer sempre subir, porque a aspiração à felicidade é a grande alavanca do progresso.
À medida que suas sensações corpóreas se tornam maiores, mais refinadas, suas sensações espirituais despertam e crescem também. Então o trabalho moral começa, e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.
Esse estado de igualdade das aspirações materiais e espirituais não é de longa duração; logo o Espírito se eleva acima da matéria, e suas sensações não podem ser satisfeitas por ela; é-lhe preciso mais; lhe é preciso o melhor; mas aí o corpo, tendo sido levado à sua perfeição sensitiva, não pode seguir o Espírito, que então o domina e dele se desliga cada vez mais, como um instrumento inútil. Volta todos os seus desejos, todas as suas aspirações, para um estado superior; sente que as necessidades corpóreas, que lhe eram um objeto de felicidade em suas satisfações, não são mais do que uma tortura, um rebaixamento, do que uma triste necessidade da qual aspira se libertar para gozar, sem entraves, de todas as felicidades espirituais que ele pressente.

III - Ação dos fluidos na reencarnação.

Sendo os fluidos os agentes que colocam em movimento o nosso aparelho corpóreo, são eles também que são os elementos de nossas aspirações, porque há fluidos corpóreos e fluidos espirituais, que todos tendem a se elevarem e se unirem aos fluidos da mesma natureza. Esses fluidos compõem o corpo espiritual do Espírito que, no estado encarnado, age por eles sobre a máquina humana que está encarregado de aperfeiçoar, porque tudo é trabalho na criação, tudo concorre para o adiantamento geral.
O Espírito tem seu livre arbítrio, e procura sempre o que lhe é agradável e o satisfaz. Se é um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade, e então dará um impulso aos seus fluidos corpóreos que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e a se elevar materialmente; portanto, as aspirações desse encarnado são materiais, e, retornado ao estado de Espírito, procurará uma nova encarnação onde satisfará as suas necessidades e seus desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração corpórea não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. Ela será solicitada por seus fluidos que deixou se materializarem; e como no ato da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito ao corpo que foi formado, houve, pois, atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente.
Ocorre o mesmo com os fluidos espirituais com os fluidos materiais, se são eles que dominam; mas então, quando o espiritual se sobrepôs sobre o material, o Espírito, que julga diferentemente, escolhe ou é atraído por simpatias diferentes; como lhe é necessária a depuração, e que não é senão pelo trabalho que a alcança, as encarnações escolhidas são mais penosas para ele, porque, depois de haver dado a supremacia à matéria e aos seus fluidos, lhe é necessário constrangê-la, lutar com ela e dominá-la. Daí essas existências tão dolorosas e que parecem, freqüentemente, tão injustas, infligidas a Espíritos bons e inteligentes. Aqueles fazem sua última etapa corpórea e entram, saindo deste mundo, nas esferas superiores onde suas aspirações superiores acharão a sua realização.

IV - As afeições terrestres e a reencarnação.

O dogma da reencarnação indefinida encontra oposições no coração do encarnado que ama, porque em presença dessa infinidade de existências, produzindo cada uma delas novos laços, pergunta-se com medo o que se tornam as afeições particulares, e se elas não se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição individual. Pergunta-se se essa afeição individual não é somente um meio de adiantamento, e então o desencorajamento se insinua em sua alma, porque a verdadeira afeição sente a necessidade de um amor eterno, sentindo que não se deixará jamais de amar. O pensamento de milhares dessas afeições idênticas lhe parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor.
O encarnado que estuda seriamente o Espiritismo, sem tomar partido por um sistema antes que por um outro, se encontra arrastado para a reencarnação pela justiça que decorre do progresso e do adiantamento do Espírito em cada nova existência; mas quando o estuda do ponto de vista das afeições do coração, duvida e se atemoriza apesar dele. Não podendo colocar de acordo esses dois sentimentos, se diz que ali ainda tem um véu a levantar, e seu pensamento nesse trabalho atrai as luzes dos Espíritos para concordar seu coração e sua razão.
Eu disse precedentemente: a encarnação se detém lá onde a materialidade é anulada. Mostrei como o progresso material havia de início refinado as sensações corpóreas do Espírito encarnado; como o progresso espiritual, tendo vindo em seguida, havia contrabalançado a influência da matéria, depois a havia, enfim, subordinado à sua vontade, e, que chegado a esse grau de domínio espiritual, a corporeidade não tinha mais razão de ser, o trabalho estando realizado.
Examinemos agora a questão da afeição sob esses dois aspectos, material e espiritual.
De início, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica atraindo dois seres um para o outro, e unindo-os num mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, uma vez que os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada; é preciso a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático. Do momento em que haja, nesse sentimento, personalidade, há materialidade; ora, nenhuma afeição material persiste nos domínios do Espírito. Portanto, toda afeição que não seja senão o resultado do instinto animal ou do egoísmo, se destrói à morte terrestre. Também, que seres supostamente amados são esquecidos depois de pouco tempo de separação! Vós os haveis amado por vós e não por eles, aqueles que não são mais, uma vez que os esquecestes e substituístes; procurastes a consolação no esquecimento; eles se vos tornam indiferentes, porque não tendes mais amor.
Contemplai a Humanidade, e vede o quanto há pouca afeição verdadeira sobre a Terra! Também não se deve tanto se amedrontar com a multiplicidade das afeições contraídas nesse mundo; elas são em minoria relativa, mas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, sobre a Terra, de início, depois continuam no estado de Espírito numa amizade ou um amor inalterável, que não faz senão crescer em se elevando mais.
Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.
A afeição espiritual tem por base a afinidade fluídica espiritual, que, agindo sozinha, determina a simpatia. Quando ocorre assim, é a alma que ama a alma, e essa afeição não toma força senão pela manifestação dos sentimentos da alma. Dois Espíritos unidos espiritualmente se procuram e tendem sempre a se aproximarem; seus fluidos são atrativos. Que estejam num mesmo globo, serão levados um para o outro; que estejam separados pela morte terrestre, seus pensamentos se unirão na lembrança, e a união se fará na liberdade do sono; e quando a hora de uma nova encarnação soar para um deles, procurará se aproximar de seu amigo entrando nisso que é sua filiação material, e fá-lo-á com tanto mais facilidade quanto seus fluidos periespirituais materiais encontrarem afinidade na matéria corpórea dos encarnados que deram a luz ao novo ser. Dai um novo aumento da afeição, uma nova manifestação do amor. Tal Espírito amigo vos amou como pai, vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços aumentará de encarnação em encarnação, e se perpetuará de maneira inalterável quando, vosso trabalho estando feito, vivereis da vida do Espírito.
Mas essa verdadeira afeição não é comum sobre a Terra, e a matéria vem retardá-la, anulando-lhe os efeitos, segundo ela domine o Espírito. A verdadeira amizade, o verdadeiro amor sendo espiritual, tudo o que se relaciona com a matéria não é de sua natureza, nem concorre em nada para a identificação espiritual. A afinidade persiste, mas fica no estado latente até que o fluido espiritual se sobrepondo, o progresso simpático se efetue de novo. Para me resumir, a afeição espiritual é a única resistência no domínio do Espírito; sobre a Terra e nas esferas de trabalho corpóreo, ela concorre para o adiantamento moral do Espírito encarnado que, sob a influência simpática, cumpre milagres de abnegação e de devotamento pelos seres amados. Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas as aspirações, e a maior felicidade que o Espírito possa sentir.

V - O progresso entravado pela reencarnação indefinida.

Até aqui a reencarnação foi admitida de um modo muito prolongado; não se pensou senão nessa prolongação da corporeidade, embora cada vez menos material, ocasionando, no entanto, necessidades que deviam entravar o vôo do Espírito. Com efeito, admitindo a persistência da geração nos mundos superiores, atribui-se ao Espírito encarnado necessidades corpóreas, dão-lhe deveres e ocupações ainda materiais que constrangem e detêm o impulso dos estudos espirituais. Que necessidade desses entraves? O Espírito não pode gozar as felicidades do amor sem sofrer as enfermidades corpóreas? Sobre a própria Terra, esse sentimento existe por si mesmo, independente da parte material de nosso ser; os exemplos, embora sejam raros, estão aí, suficientes para provar que deve ser sentido mais geralmente entre os seres mais espiritualizados.
A reencarnação ocasiona a união dos corpos, o amor puro somente a união das almas. Os Espíritos se unem segundo suas afeições começadas nos mundos inferiores, e trabalham juntos para o seu adiantamento espiritual. Eles têm uma organização fluídica muito diferente daquela que era a conseqüência de seu aparelho corpóreo, e seus trabalhos se exercem sobre os fluidos e não sobre os objetos materiais. Vão em esferas que, também elas, cumpriram seu período material, em esferas cujo trabalho humano levou a desmaterialização, e que, chegados ao apogeu de seu aperfeiçoamento, também passaram por uma transformação superior, que os torna próprios para sofrer outras modificações, mas num sentido todo fluídico.
Compreendeis, desde hoje a força imensa do fluido, força que não podeis senão constatar, mas que não vedes nem apalpais. Num estado menos pesado do que aquele em que estais, teríeis outros meios de ver, de tocar, de trabalhar esse fluido que é o grande agente da vida universal. Porque, pois, o Espírito teria ainda necessidade de um corpo que está fora das apreciações corpóreas? Dir-me-eis que esse corpo está em relação com os novos trabalhos que o Espírito terá que cumprir; mas uma vez que esses trabalhos serão todo fluídicos e espirituais nas esferas superiores, por que dar-lhe o embaraço das necessidades corpóreas, porque a reencarnação ocasiona sempre, como eu o disse, geração e alimentação, quer dizer, necessidade da matéria a satisfazer, e, em compensação, entraves para o Espírito. Compreendeis que o Espírito deve ser livre em seu vôo para o infinito; compreendeis que tendo saído dos cueiros da matéria, ele aspira, como a criança, a caminhar e correr sem ser contido pelas andadeiras maternas, e que essas primeiras necessidades da primeira educação da criança são supérfluas para a criança crescida, e insuportáveis ao adolescente. Não desejeis, pois, permanecer na infância; considerai-vos como alunos fazendo seus últimos estudos escolares, e se dispondo a entrar no mundo, e a ter nele seu lugar, e a começar os trabalhos de um outro gênero que seus estudos preliminares terão facilitado.
O Espiritismo é a alavanca que levantará de um pulo ao estado espiritual todo encarnado que, querendo bem compreendê-lo e pô-lo em prática, se ligará em dominar a matéria, a dela se tornar senhor, a aniquilá-la; todo Espírito de boa vontade pode se colocar em estado de passar, deixando este mundo, ao estado espiritual sem retorno terrestre; somente, lhe é preciso a fé ou vontade ativa. O Espiritismo a dá a todos aqueles que querem compreendê-lo em seu sentido moralizador.

Um espírito protetor do médium.

Nota.

- Esta comunicação não leva outra assinatura senão esta acima, o que prova que não há necessidade de haver tido um nome célebre sobre a Terra para ditar boas coisas.

Resumo:

A vida do Espírito, considerada do ponto de vista do progresso, apresenta três períodos principais, a saber:
1º- O período material onde a influência da matéria domina a do Espírito; é o estado dos homens dados às paixões brutais e carnais, à sensualidade; cujas aspirações são exclusivamente terrestres, que são apegados aos bens temporais, ou refratários às idéias espiritualistas.
2º - O período de equilíbrio; aquele em que as influências da matéria e do Espírito se exercem simultaneamente; onde o homem, embora submetido às necessidades materiais, pressente e compreende o estado espiritual; onde ele trabalha para sair do estado corpóreo.
Nesses dois períodos o Espírito está submetido à reencarnação, que se cumpre nos mundos inferiores e medianos.
3º - O período espiritual aquele em que o Espírito, tendo dominado completamente a matéria, não tem mais necessidade da encarnação nem do trabalho material, seu trabalho é todo espiritual; é o estado dos Espíritos nos mundos superiores.
A facilidade com a qual certas pessoas aceitam as idéias espíritas, das quais parecem ter a intuição, indica que pertencem ao segundo período; mas entre estas e as outras há uma multidão de graus que o Espírito atravessa tanto mais rapidamente quanto mais próximo estiver do período espiritual; é assim que, de um mundo material como a Terra, ele pode ir habitar um mundo superior, como Júpiter, por exemplo, se seu adiantamento moral e espiritual for suficiente para dispensá-lo de passar pelos graus intermediários. Depende, pois, do homem deixar a Terra sem retorno, como mundo de expiação e de prova para ele, ou não retornar a ela senão em missão.
 
 
(fonte: Espiritismo Org)


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

E, aí! Já assistiu?! :-)

Título: Além da Vida
Título Original:  Hereafter 
Lançamento: 7 de janeiro de 2011
Duração: 129 min
Direção: Clint Eastwood  
Roteirista:  Peter Morgan
Elenco: Matt Damon (no papel de George); Bryce Dallas Howard (no papel de Melanie); Cécile De France (no papel de Marie LeLay); Jenifer Lewis (no papel de Candace); Jay Mohr (no papel de Billy); Richard Kind (no papel de Christos); Frankie McLaren (no papel de Marcus/Jason); George McLaren (no papel de Marcus/Jason)
Gênero:  Drama , Fantasia , Suspense  
Nacionalidade: EUA
Sinopses encontradas:
1. Filme de Clint Eastwood apresenta três personagens afetados de formas diferentes pela morte.
2. Três pessoas são tocadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um americano que desde pequeno consegue manter contato com a vida fora da matéria, mas considera o seu dom uma maldição e tenta levar uma vida normal. Marie (Cécile De France) é jornalista, francesa, e passou por uma experiência de quase morte durante um tsunami. Em Londres, o menino Marcus (Frankie McLaren/George McLaren) perde alguém muito ligado a ele e parte em busca desesperada por respostas. Enquanto cada um segue sua vida, o caminho deles irá se cruzar, podendo mudar para sempre as suas crenças.
3. Além da Vida é um drama que conta a história de três pessoas que são assombradas pela mortalidade de diferentes maneiras. George é um americano que possui uma conexão com o além. Por outro lado, Marie, uma jornalista francesa, teve uma experiência de quase morte recentemente que abalou sua vida. E quando Marcus, um estudante londrino, perde a pessoa mais próxima dele, ele precisa de respostas. Enquanto cada um segue seu caminho em busca da verdade, suas vidas se encontrarão e serão transformadas para sempre pelo que cada um acredita que exista no além.
4. Matt Damon vive um médium que não quer mais fazer previsões e não consegue se conectar emocionalmente com sua namorada (Bryce Dallas Howard). Cécile de France, uma apresentadora de TV francesa teve uma experiência de quase-morte durante o tsunami asiático de 2004. E o menino George McClaren vive um gêmeo que é separado tragicamente de seu irmão por um acidente.
 
(fonte: internet vários locais)
 
trailes:
 


E, aí! Já leu?! :-)

Título: No Mundo Maior
Espírito: André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier
    
Sinopse: Focaliza aspectos da vida no Plano Espiritual e do intercâmbio entre desencarnados e encarnados, especialmente durante o repouso do corpo carnal, visando fornecer esclarecimento sobre o desequilíbrio da vida mental e os respectivos tratamentos a nível espiritual. Analisa temas como: aborto; epilepsia; esquizofrenia e mongolismo, utilizando a forma romanceada para narrar o socorro imediato prestado aos infelizes pelos trabalhadores invisíveis, evitando o quanto possível a loucura, o suicídio e os extremos desastres morais. Revela a importância do conhecimento científico, mas ressalta a supremacia da terapêutica do amor.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

Notícias Históricas (Estudo 3 de 135)
 
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EESE003b - Introdução - Item III
Tema: Noticias Históricas
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A - Questão para estudo e dialogo virtual:
1- Por que Jesus contou a parábola do Bom Samaritano (cap. XV - ESE)?
 
B - Texto de Apoio:
* Escribas. - Nome dado, a principio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moises e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os fariseus, de cujos princípios partilhavam, bem como da antipatia que aqueles votavam aos inovadores. Daí o envolve-los Jesus na reprovação que lançava aos fariseus.
* Essênios ou esseus. - Também seita judia fundada cerca do ano 150 antes de Jesus-Cristo, ao tempo dos macabeus, e cujos membros, habitando uma espécie de mosteiros, formavam entre si uma como associação moral e religiosa. Distinguiam-se pelos costumes brandos e por austeras virtudes, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.
* Fariseus (do hebreu parush, divisão, separação). - seita que teve por chefe Hillel (2), doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das praticas exteriores do culto e das cerimonias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação.
* Nazarenos. - Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam voto, ou perpétuo ou temporário, de guardar perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a castidade, a abster-se de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e Joao Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
* Portageiros. - Eram os arrecadadores de baixa categoria, incumbidos principalmente da cobrança dos direitos de entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos à dos empregados de alfandega e recebedores dos direitos de barreira. Compartilhavam da repulsa que pesava sobre os publicanos em geral. Essa a razão por que, no Evangelho, se depara frequentemente com a palavra publicano ao lado da expressão gente de má vida.
* Publicanos. - Eram assim chamados, na antiga Roma, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império.
* Saduceus. - Seita judia, que se formou por volta do ano 248 antes de Jesus-Cristo e cujo nome lhe veio do de Sadoc, seu fundador. Não criam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Entretanto, criam em Deus; nada, porem, esperando apos a morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a providencia divina.
* Samaritanos. - Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, pois, por fundamento único a divergência das opiniões religiosas; se bem fosse a mesma a origem das crenças de uma e outra. Eram os protestantes desse tempo.
* Terapeutas (do grego therapeutai, formado de therapeuein, servir, cuidar, isto e: servidores de Deus, ou curadores). - Eram sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham muita relação com os essênios, cujos princípios adotavam, aplicando-se, como esses últimos, a pratica de todas as virtudes. Eram de extrema frugalidade na alimentação.

 
(fonte CVDEE)

 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Mural reflexivo: Transformando sonhos em realidade.

TRANSFORMANDO SONHOS EM REALIDADE


    Ele era vendedor de celulares no sul do País de Gales e se apresentou em um concurso de talentos artísticos, o Britains Got Talent.
    Antes de adentrar o palco, confessou ser seu sonho cantar, sentia que nascera para fazer isso.
    Em verdade, ele já atuara em ópera amadora, mas um acidente em 2003, colocara um fim súbito à carreira.
    Autoconfiança, confessou, sempre fora algo muito difícil para ele, desde a infância, alvo de chacota de colegas.
    Tímido, um tanto envergonhado, ele se postou em frente ao microfone e, no primeiro momento, recebeu o riso de quase desdém de um dos jurados.
    A música se fez e ele soltou a voz. Cantou alguns versos da ária de Giácomo Puccini, Nessun Dorma, da ópera Turandot.
    Escolheu apropriadamente os versos para executar naquele mês de junho de 2007.
    Que ninguém durma... Ninguém durma...
    ...meu segredo permanece guardado dentro de mim.
    meu nome ninguém saberá, não, não...
    desapareça, ó noite
    sumam, ó estrelas...
    na alvorada, vencerei!
    Vencerei! Vencerei!
    Sim, ele venceu. O entusiasmo do público presente e a emoção dos jurados foi muito grande.
    Foi revigorante! Você é simplesmente fantástico! – disse um deles.
    E a jurada: Eu acho que temos aqui um pedacinho de carvão que se transformará em diamante.
    Outro lhe disse que sua voz era inacreditável, que seria favorito naquela competição, se continuasse.
    Paul Potts foi para a final. Dois milhões de pessoas votaram nos candidatos e, na noite de 17 de junho, Paul superou todos os demais, ganhando o prêmio do show de talentos.
    Prêmio que o credenciou a se apresentar perante a rainha da Inglaterra, no Royal Variety Performance, um show de artistas que é promovido, desde 1912, em prol dos artistas aposentados.
    No próprio momento da vitória, Paul foi convidado, pelo produtor Simon Cowell, a gravar um álbum.
    Como predisse uma das juradas, ele não voltaria para seu antigo emprego. Uma nova etapa se inaugurava em sua vida.
    E ele já esteve, inclusive, no Rockefeller Center, em Nova Iorque.
    A história de Paul Potts pode ser a história de qualquer um de nós.
    Basta ter perseverança, e mesmo sem ter toda a autoconfiança necessária, investir no seu sonho.
    Quantos de nós andamos pela Terra, amargando decepções e tristezas porque desejaríamos tanto ter feito algo e não pudemos.
    Nunca é tarde. Nunca é tarde para aprender a tocar piano, a cantar, a freqüentar um curso universitário, a fazer a especialização desejada, a viajar para o Exterior.
    Quando Jesus disse que poderíamos fazer tudo o que Ele fizera, e muito mais, não estava somente se dirigindo a religiosos.
    Estava se dirigindo a cada um de nós, Suas ovelhas, incitando-nos a utilizar nosso potencial interior.
    E, com isso, fazer melhor o Mundo. Um Mundo com alegria, com cores, com pessoas dispostas a auxiliar uns aos outros.
    A demonstrar, por fim, que esta Terra não é um vale de lágrimas, mas um abençoado local de crescimento.
    Um local em que se podem colher venturas, desde agora.
    Pense nisso!

    (Redação do Momento Espírita. - www.momento.com.br )

Ano Novo

          Hoje é o dia que dá início a um novo ano.
É o dia primeiro. Todos queremos iniciar mais um ano com esperanças renovadas. É um momento de alegria e confraternização.
As rogativas, em geral, são para que se tenha muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.
Mas será que se tivermos tudo isso teremos a garantia de um ano novo cheio de felicidade?
Se Deus nos dá saúde, o que normalmente ocorre é que tratamos de acabar com ela em nome das festas. Seja com os excessos na alimentação, bebidas alcoólicas, tabaco, ou outras drogas não menos prejudiciais à saúde.
Não nos damos conta de que a nossa saúde depende de nós.
Dessa forma, se quisermos um bom ano, teremos que fazer a nossa parte.
Se pararmos para analisar o que significa a passagem do ano, perceberemos que nada se modifica externamente.
Tudo continua sendo como na véspera. Os doentes continuam doentes, os que estão no cárcere permanecem encarcerados, os infelizes continuam os mesmos, os criminosos seguem arquitetando seus crimes, e assim por diante.
Nós, e somente nós podemos construir um ano melhor, já que um feliz ano novo não se deseja, se constrói.
Poderemos almejar por um ano bom se desde agora começarmos um investimento sólido, já que no ano que se encerra tivemos os resultados dos investimentos do ano imediatamente anterior e assim sucessivamente.
Poderemos construir um ano bom a partir da nossa reforma moral, repensando os nossos valores, corrigindo os nossos passos, dando uma nova direção à nossa estrada particular.
Se começarmos por modificar nossos comportamentos equivocados, certamente teremos um ano mais feliz.
Se pensarmos um pouco mais nas pessoas que convivem conosco, se abrirmos os olhos para ver quanta dor nos rodeia, se colocarmos nossas mãos no trabalho de construção de um mundo melhor, conquistaremos, um dia, a felicidade que tanto almejamos.
Só há um caminho para se chegar à felicidade. E esse caminho foi mostrado por quem realmente tem autoridade, por já tê-lo trilhado. Esse alguém nós conhecemos como Jesus de Nazaré, o Cristo.
No ensinamento Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo está a chave da felicidade verdadeira.
Jesus nos coloca como ponto de referência. Por isso recomenda que amemos o próximo como a nós mesmos nos amamos.
Quem se ama preserva a saúde. Quem se ama não bombardeia o seu corpo com elementos nocivos, nem o Espírito com a ira, a inveja, o ciúme etc.
Quem ama a Deus acima de todas as coisas, respeita Sua criação e Suas leis. Respeita seus semelhantes porque sabe que todos fomos criados por Ele e que Ele a todos nos ama.
Enfim, quem quer um ano novo repleto de felicidades, não tem outra saída senão construí-lo.
Importa que saibamos que o novo período de tempo que se inicia, como tantos outros que já passaram, será repleto de oportunidades. Aproveitá-las bem ou mal, depende exclusivamente de cada um de nós.
*  *  *
O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas mesmas circunstâncias ou situação.
Assim, o dia hoje logo passará e o chamaremos ontem, como o amanhã será em breve hoje, que se tornará ontem igualmente.
E, sem que nos demos conta, estaremos logo chamando este ano que se inicia de ano passado e assim sucessivamente.
Que todos possamos aproveitar muito bem o tesouro dos minutos na construção do amanhã feliz que desejamos, pois a eternidade é feita de segundos.
 
Redação do Momento Espírita, com pensamentos extraídos dos verbetes Oportunidade e Tempo, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Criança adotada transforma sua existência, diz pai de 25 "filhos do coração"

Criança adotada transforma sua existência, diz pai de 25 "filhos do coração"

HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL
 
Como maneira de agradecer o destino, a sorte ou, quem sabe, a oportunidade de ter uma vida melhor, homens que foram adotados na infância, como o psicólogo Ismael Ferreira Santos, de 38 anos, resolveram não encerrar em si esse ciclo de carinho. Como? Adotando também.
 
"Fui educado por um casal que não podia ter filhos. Tento me espelhar no caráter e na generosidade deles. Foi por isso que, mesmo com condições de ter filhos biológicos, resolvi adotar a Caroline Beatriz há um ano meio", conta. Casado há 14 anos com uma professora universitária, Ismael se cadastrou, com a mulher, em programas de adoção em diversos Estados do país. Mas foi ao ajudar uma amiga que o casal conheceu a menina, hoje com 13 anos. "Nos demos tão bem que parece que ela sempre esteve conosco", afirma.
O auxiliar de escrita fiscal Josué Ribeiro da Silva, 44 anos, de Cubatão (SP) foi adotado por uma amiga da mãe quando ainda era bebê. Ele descobriu a história de sua origem por terceiros e sofreu muito com a situação. Sua mulher, a dona de casa Janice de Jesus Silva, 42, conhecia a mãe biológica do marido e tratou de ajudar a selar a paz entre eles. "Hoje convivemos todos numa boa", garante.
O casal, que sempre gostou de crianças, não pôde ter filhos pois Janice precisou retirar o útero. Com isso, a decisão de “encontrar um filho do coração” não demorou a ser tomada: Cauã, 3 anos, entrou para a família ainda bebê. Como os trâmites para sua adoção demoraram, os dois acabaram se encantando por outro garotinho do mesmo abrigo. “Ele veio passar o Natal e o Ano Novo com a gente. Nos apaixonamos e decidimos adotá-lo também”, explica Josué. Sorte de Jorge Luiz, hoje com 5 anos.
Para o pedagogo mineiro Roberto Carlos Ramos, 45 anos, cuja vida se transformou no filme “O Contador de Histórias” (2009), de Luiz Villaça, todo mundo pensa que adotar é mudar a vida de uma criança. “Não é. É aquela criança que transforma a sua existência de uma maneira inimaginável. Acredite: você recebe em dobro todo o amor e afeto que dá”.
Deixado em uma entidade assistencial aos 6 anos de idade pela mãe biológica, Roberto Carlos tentou incontáveis fugas até os 13 anos. Era tido como irrecuperável, até a pedagoga francesa Margherit Duvas, morta em 1983, aparecer em sua vida. Ela decidiu ficar com Roberto e educá-lo como seu filho.
Anos mais tarde, já formado em Pedagogia, ele fez estágio justamente na instituição em que havia passado a infância. “A história se repetiu. Conheci um menino problemático, complicado mesmo. Acabei levando-o para fazer um lanche em minha casa e ele nunca mais saiu de lá”, conta Roberto Carlos que, tempos depois, também adotou o irmão do garoto. “Decidi educá-los e prepará-los para o mundo”.
Ao todo, ele tem 25 filhos adotivos. “E já sou avô de coração de quatro netinhos”, conta, orgulhoso. A prole toda mora em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, e sempre se reúne. “Sou realizado, porque vejo que meus filhos são homens de bem e felizes. Agora posso aproveitar para namorar um pouquinho”, brinca ele, que nunca teve tempo para se casar.
Notícia publicada no Portal UOL, em 11 de agosto de 2011.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta
Essa notícia nos mostra o exercício da gratidão em desenvolvimento, do reconhecimento do amor recebido através da sua continuidade.
Muitos são aqueles que se rebelam ao tomar conhecimento que são filhos adotivos. Esses, ao contrário, retribuíram esse amor, multiplicando-o a outros que, como eles, foram abandonados por seus pais biológicos.
É a prova de que podemos, quando temos a vontade, de nos transformar em homens de bem. As barreiras, as dificuldades se desmoronam na nossa frente quando nos propomos seguir o caminho que Jesus veio nos ensinar.
“Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza.” (O Livro dos Espíritos – questão 918.)
São noticias como essas que enchem nossos corações com esperanças de um futuro melhor. Pessoas que fazem das suas experiências, dos seus sofrimentos alavancas para trabalhar pelo seu próprio desenvolvimento, do seu semelhante e do nosso planeta.
Desviam-se das lamentações e da revolta para semear dias de amor em prol da felicidade alheia. A isso podemos chamar de amor em movimento, em prol da Paz e da Felicidade, que resume numa só palavra que é o AMOR, na sua maior essência, que é o incondicional.
Demonstraram sua gratidão na continuidade do amor que receberam. Buscaram no sorriso daqueles seus semelhantes à oportunidade de agradecimento pelo que receberam e descobriram neles a oportunidade multiplicar sua felicidade através da repetição daquilo que receberam na vida: carinho, educação, respeito, enfim, um LAR.
É a prática da Lei do Amor, é “a multiplicação dos pães” e o “dar de graça o que de graça receberam”. É seguir os passos de Jesus.
É esse sentimento que transforma a nossa existência, o nosso espírito e nos leva em direção a Deus.
 
* Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

Diálogo de Ano Novo

Diálogo de Ano Novo

Nara Coelho

- Hei! amigo! Ore por mim. A vida está difícil. Falta-me o pão na mesa. Sobram-me dores e dívidas. Foge-me a esperança. Fenecem-me as energias. Ore por mim!
- De oração em oração, confundem-se as beatas, atribulam-se os vendilhões dos templos. Dos múltiplos e diversos templos que se espraiam sobre esta terra de Deus, assoberbada por tantas crendices. Não creio saber orar... Faltam-me fé e palavras, incenso e conhecimento com que invocar as benesses do Mais Alto!
- Ah! Irmão! Não é disso que falo eu... Olhe para o céu e perceba as luzes que bruxuleiam, fazendo-se de mil tamanhos ao encontro dos que têm olhos de ver. Repare em torno de si as grandes disparidades: um chora, outro é covarde para enfrentar seus martírios. Mas há também quem granjeie alegria em toda parte, carinho e benevolência até do céu, veja só! Hoje eu vejo, mas sou cansado, sou triste e atormentado por tudo que provoquei: foram enxurradas de lágrimas de mães, de viúvas e de filhos; de velhos e alucinados que já com carquilha arranquei. Você nem imagina, amigo, o que fiz por sobre os ombros dos que me amavam de fato, dos que confiavam em mim: traí, aticei calúnias, rompi e corrompi. Não foram poucas as dores que plantei perto de mim. Ai de você, se estivesse outrora ao meu alcance. Não haveria sinal de bondade que impedisse meu ataque. Sabia-me pleno de ginga, de corpo e inteligência; e então fazia a festa. Não havia a quem poupasse. Recordo-me da elegância com que envolvia minhas presas. Era uma, era outra, eram todas, todas mesmo. De vez em quando pensava: será que não vou me dar mal? E uma voz me sibilava no coração e na mente, contando com meu aceite: deixe de ser frouxo parceiro, se não quer, eu mando outro para ser dono do quintal! E lá ia eu novamente, certo do que me esperava: alegrias renovadas, dinheiro no bolso, viagens, e na “bacia das almas” ficava... atrelado aos meus pares.
- Mas, se você sabe tanto... Por que me pede para orar? Quem sabe tanto, trata logo de agir. Ore você, portanto! Diga o que quer para Deus. Não entendo o que fala... Queria fazer o que fez, servir a quem serviu, por que chora, então?
- Ah! Meu amigo, meu irmão... Peço-lhe que ore, para você orar! Para que veja o que outrora não vi em vários passados, em tempos interligados por dezenas de mortes, enfim. Não sabia que o meu tempo era para me unir ao porvir, de glórias ou de tormentos feitos somente por mim. Não orava, não cuidava dos meus projetos de edificação da paz e da felicidade. Achava mesmo que o tempo cuidaria a contento dos meus planos; por milagre ou fantasia encontraria a salvação e com ela a alegria. E me furtei à transformação. Peço-lhe que ore por mim como quem lhe atira uma tábua de salvação. Você está como estive. De pé sobre areia movediça. Seus braços se abrem ao encontro do abismo. Quem disse que você está feliz com a maldade que pratica contra tantos? Maldade escondida sob aparência elegante, sob o poder temporal, sob a capa da fortuna. Você é o que fui. Faz o que fiz. Mas as dores conseqüentes dos seus atos já lhe começam a zunir sobre a mente itinerante, a vergastar-lhe o corpo antes tão ágil. E você começa a hesitar. Eu sei, eu vejo, eu sinto quando vagueia o olhar indeciso, buscando apoio para o que faz. Mas não se lembra de orar! Por isto peço-lhe: Ore por mim, para que ore por você! Um novo tempo começa para todos. Ano Novo, medida relativa do tempo que se abre para a eternidade a nos dizer do seu poder para a reconstrução do futuro. Um futuro mais feliz para mim, para você, para tantos.
- Sinceramente, não sei do que você fala!
- Não? Então, por que você está chorando?
- Não sei; talvez porque você esteja me obrigando a pensar... a me voltar para mim mesmo e a rever minha caminhada, coberta de remorsos, de arrependimentos.
- Ah! Mas o amor cobre a multidão dos pecados! O amor que se faz presente no sorriso ao triste, no abraço ao só, na mão ao caído, na água que dessedenta, na migalha que alimenta, no agasalho que aquece... na prece ao necessitado, como eu o sou. Necessitado do seu perdão. Preciso começar este tempo novo, munido do seu perdão, da sua prece.
- Não consigo.Você me intimida...
- Intimido-o, meu amigo e meu irmão, porque você me reconhece. A mim, que por tantas reencarnações o estimulei ao vício e a desajustes de tantos matizes... A mim que fui seu pai e seu carrasco. Assim, se você não pode orar por mim, ore comigo. Ainda que chorando, digamos por nós dois e pela humanidade inteira, por um tempo novo que se anuncia, abrindo-nos a chance de um recomeço:
- Pai Nosso que estais nos céus!
- Pai Nosso que estais nos céus!
 
(autora: Nara Coelho - Fonte: Espiritismo. Net)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Cientista russo fotografa a alma a deixar o corpo


A alegada altura em que o lado astral desencarna, ou seja, a exata altura em que o espírito deixa o corpo, foi capturada pelo cientista russo Konstantin Korotkov, que fotografou e analisou uma pessoa neste momento com uma câmara bioelétrica.
 
A imagem foi obtida monitorizando as descargas de gases visualmente, usando um método avançado de fotografia de Kirlian, mostrando em azul a força vital do corpo deixando-o gradualmente.
De acordo com Korotkov, o umbigo e a cabeça são os pontos que perdem força vital em primeiro lugar e as virilhas e o coração são as últimas áreas a perder essa mesma força, antes que todo o espírito parta na direção do infinito desconhecido. Korotkov analisou ainda casos de morte violenta ou inesperada e pode demonstrar que nestes casos existe uma espécie de ‘confusão’ e que esta força vital, energia ou alma costuma voltar ao corpo algumas vezes durante os dias que se seguem à morte, o que se pode dever a excessos energéticos segundo o assistente de Korotkov.
A técnica desenvolvida por Korotkov, diretor do ‘Research Institute of Physical Culture’ em São Petersburgo, é considerada e usada como uma tecnologia médica pelo Ministério da Saúde da Rússia que possui mais de 300 médicos no mundo a investigar momentos de stress, monitorizando os progressos de pessoas com doenças terminais. Korotkov afirma que a sua técnica de imagiologia energética pode ainda ser usada para diagnosticar todo o tipo de desequilíbrios biofísicos em tempo real e até mostrar se alguém tem poderes psíquicos ou é uma fraude.
Esta técnica, que mede em tempo real as radiações emitidas pelo espectro eletromagnético do corpo humano, e não só, é bem mais avançada que a versão desenvolvida para a aura por Semyon Kirlian. As observações da equipe de Korotkov confirmam, tal como anteriormente afirmado por Kirili, que «a luz eletrofotônica estimulada à volta das pontas dos dedos de um humano contém informação coerente e extensa sobre essa mesma pessoa e o seu estado físico e psicológico.»
No vídeo abaixo (com legendas em português e dividido em 3 partes, que poderá acompanhar as restantes no youtube), explica a técnica e foca coisas muito importantes que esta ajudou a concluir, nomeadamente o fato de quanto mais tecnológicos formos menos energia vital temos, quanto menos comida biológica ingerimos menos energia vital temos, etc. Fala-se ainda da medição possível de fazer da interação e influência que a nossa bioenergia tem nas pessoas que nos rodeiam, bem como explica que a nossa bioenergia reage à medida que alguém nos dirige atenção, mesmo que não estejamos conscientes disso.
No vídeo Korotkov demonstra-se otimista para o futuro e afirma que este novo campo científico está a provocar mudanças na educação da Rússia onde hoje se ensinam as crianças a reconhecerem estas energias, não como suspeita, mas como um fato.
Mais sobre Korotkov, na primeira pessoa:
Notícia publicada em Portugal Mundial, em 7 de setembro de 2013.

Raphael Vivacqua Carneiro* comenta
“Psicoscópio? Que novo engenho vem a ser esse?”, indagou Hilário. “É um aparelho que se destina à auscultação da alma, com o poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações em torno da matéria”, esclareceu Áulus. Este diálogo foi registrado em 1954, pela psicografia de Chico Xavier, na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, ditada pelo autor espiritual André Luiz. O instrutor revelou ainda algumas características técnicas do aparelho: “Funciona à base de elementos radiantes, análogos na essência aos raios gama. É constituído por óculos de estudo, com recursos disponíveis para a microfotografia”. E acrescentou: “Se o espectroscópio permite ao homem perquirir a natureza dos elementos químicos, localizados a enormes distâncias, através da onda luminosa que arrojam em si, com muito mais facilidade identificamos os valores da individualidade humana pelos raios que ela emite. A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção”. No meio dessa interessante narrativa, ele deixou escapar uma predição entusiasmante sobre o invento: “Esperamos esteja, mais tarde, entre os homens”.
É irresistível cogitarmos a hipótese de que a fotografia Kirlian seja um precursor do psicoscópio utilizado pelos obreiros do Mundo Espiritual, mas que ainda não foi inventado na Terra. Na verdade, os cientistas ainda não conseguiram decifrar com clareza o que significam as imagens captadas pelo processo de fotografia Kirlian, ou kirliangrafia. O processo foi descoberto acidentalmente em 1939, quando o técnico em eletrônica russo Semyon Davidovich Kirlian, juntamente com a sua mulher Valentina, fotografou objetos utilizando uma chapa fotográfica submetida a campos elétricos de alta voltagem e alta frequência, porém com baixa intensidade de corrente. O resultado foi o aparecimento de um halo luminoso em torno dos objetos inanimados ou animados, com forma, cor e intensidade variadas. Embora ainda não haja evidências definitivas, pesquisas vêm mostrando que, quando um dedo de uma pessoa é submetido a esse processo, as imagens captadas pela kirliangrafia possuem correlação com o estado emocional e de saúde desse indivíduo. Por este motivo, a partir de 1999 a utilização da fotografia Kirlian foi aprovada pelo Ministério da Saúde da Rússia, para uso como ferramenta auxiliar de diagnóstico médico. Na área psicológica, ela ajuda a identificar depressão, tristeza, angústia, tensões; na área física, auxilia na identificação de câncer, ou neoplasia maligna.
A comunidade científica, de um modo geral, é sempre muito cautelosa quanto à aceitação de novas descobertas. É comum que estas levem décadas antes de serem admitidas pela maioria dos cientistas ou, então, caírem por terra. Se a fotografia Kirlian ainda não completou o seu ciclo de maturação científica, a recente técnica desenvolvida pelo cientista russo Konstantin Korotkov encontra-se ainda mais distante de conquistar esse galardão.
Vemos com bons olhos toda pesquisa que almeje aprofundar o conhecimento científico na área da psicobiofísica, buscando as suas variadas aplicações práticas. Neste sentido, são muito importantes os avanços obtidos em relação à técnica original de Kirlian. Contudo, é preciso não se deixar levar por entusiasmo exagerado, nem extrapolar os fatos científicos descobertos.
A Doutrina Espírita afirma que o desligamento da alma por ocasião da desencarnação é algo gradual; só pouco a pouco o perispírito se desprende de todos os órgãos. Afirma ainda que o fluido vital, do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, vai-se dissipando após a morte do corpo. Entretanto, nada prova ou garante que a fotografia Kirlian, ou a técnica aprimorada por Korotkov, reproduza imagens da alma humana, ou do perispírito, ou do fluido vital, ou ainda da aura que irradia do corpo espiritual; isto seria uma inferência duvidosa. Em vez de afirmar isso, pode-se dizer que a fotografia Kirlian reproduz “uma aura” dos objetos inanimados ou animados, e que daí são obtidas informações úteis à ciência. Isso não é pouco – e muito mais ainda está por ser descoberto! Há de chegar o dia em que um psicoscópio será algo mais comum entre nós do que um Google Glass.
 
* Raphael Vivacqua Carneiro é engenheiro e mestre em informática. É palestrante espírita e dirigente de grupo mediúnico em Vitória, Espírito Santo. É um dos fundadores do Espiritismo.net.

Estupro vira arma de guerra no Congo


Estudo registra 400 mil casos de violência sexual em apenas um ano
 
ADRIANA CARRANCA, ENVIADA ESPECIAL / MASISI, REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO
 O Estado de S.Paulo
 
Em um leito do hospital de Masisi, na conturbada Província de Kivu do Norte, dominada por rebeldes, K.S., de 33 anos, não consegue olhar para o filho recém-nascido. O bebê faz parte de uma geração perdida no rastro dos conflitos na República Democrática do Congo, ex-Zaire: os filhos de estupros. O crime ocorre no país mais do que em qualquer outro lugar do mundo.
O estudo mais recente, da Associação Americana de Saúde Pública, divulgado em 2011, registrou 400 mil estupros de mulheres, de entre 15 e 49 anos, em um ano.
Isso significa que 1.095 congolesas foram estupradas por dia - 45 por hora. Num país como o Congo, de proporções continentais e infraestrutura precária que impede o acesso às regiões mais remotas, é difícil obter números confiáveis. Nos vilarejos do leste, porém, ainda mais difícil é encontrar mulheres que não tenham uma história de violência sexual para relatar.
Uma delas, de 30 anos, tentou oferecer tudo o que tinha - 1.000 francos congoleses (US$ 1) - a rebeldes do M23 quando eles a encontraram na mata, após ela ver seu marido ser morto com um tiro em um ataque contra o vilarejo de Kabizo, na região de Rutshuro, mas eles não queriam seu dinheiro. A chacina de homens e os estupros de mulheres se tornaram armas de guerra no Congo. Servem para demonstrar força e humilhar o oponente ao dominar e massacrar populações de sua etnia.
K.S. estava a caminho de Kitchanga, no território disputado por rebeldes tutsis, hutus e hundes, quando um grupo cruzou o seu caminho. Ela foi forçada a seguir com eles e a testemunhar o ataque contra seu próprio vilarejo, quando mataram os homens com facões - seu marido, entre eles. Na base dos rebeldes, foi amarrada com cordas entre duas árvores e estuprada durante três semanas, até conseguir fugir com a ajuda de uma das mulheres do campo - os grupos rebeldes mantêm mulheres para funções como cozinhar e cuidar de crianças sequestradas que se tornarão soldados.
A riqueza dos detalhes que as mulheres dão e a quantidade que chega aos hospitais com infecções, suspeita de gravidez ou de contaminação pelo vírus HIV após os estupros não deixam dúvidas de que essa não é uma tragédia fabricada.
Em 2012, os centros de saúde em Kivu do Sul, uma das 11 províncias do Congo, registraram o atendimento de pelo menos 40 mulheres por dia vítimas de estupro, em 2012, segundo relatório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. Destas, um terço era de crianças, 13% das quais menores de 10 anos.
Esses são somente os casos que puderam ser registrados. "É muito difícil para as mulheres admitir que foram estupradas, porque elas têm vergonha e podem ser excluídas", diz Maman Agathe Farini, que cuida de grávidas de risco. Como as distâncias são longas e o atendimento de emergência é dificultado por estradas precárias, elas passam os últimos três meses na casa, com 76 leitos, em um anexo do hospital de Masisi, mantido pela organização Médicos Sem Fronteiras.
Maman perdeu seu filho, de 25 anos, em um ataque e foi testemunha de dezenas de outros. No último deles, em dezembro, viu rebeldes em uma área perto do hospital. Depois, ajudou a recolher os corpos. "Eles estupraram as mulheres. Das grávidas, cortaram a barriga com facões, os bebês mortos lá dentro. As que sobrevivem a um ataque como esse não querem mais ver um homem. Se engravidam (dos estupradores), não querem ver a criança, não querem alimentá-la. Muitas tentam abortar em casa. Tomam chá de ervas, usam galhos, porque, no Congo, isso é ilegal."
K.S. tentou abortar, mas, quando descobriu a gravidez, já era tarde.
Entre 9% e 10% das mortes de mulheres no Congo é causada por abortos ilegais, a maioria por vítimas de estupros. Se nascem, as crianças serão abandonadas, excluídas do convívio social ou até assassinadas.
Em razão do componente étnico do conflito, aos olhos da comunidade, os filhos de estupros se tornam automaticamente um "interahamwe" - referência à milícia hutu responsável pelo genocídio de tutsis em Ruanda, que se refugiou nas matas do vizinho Congo após o massacre. São vistos como inimigos.
"É nesse ambiente de trauma que estão crescendo as crianças do Congo e isso é preocupante, porque já se percebe mudanças nos valores da sociedade", diz a psiquiatra Audrey Magis, da ONG Médicos sem Fronteiras, especialista em stress pós-traumático, com experiência em países como Síria, Líbia, Egito e territórios palestinos.
"Nós fizemos campanha para que as mulheres procurassem atendimento médico após um estupro para evitar a aids. Então, hoje, elas nos procuram, mas chegam com questões práticas, como quanto tempo devem deixar de fazer sexo com o marido, porque não querem contar a eles que foram estupradas. A violência que sofreram, em si, parece ter menos impacto. São tantas mulheres violentadas que se tornou rotina."
Os efeitos do trauma só são conhecidos mais tarde, na forma de uma doença que já não é vista no Ocidente: histeria, um tipo complexo de neurose causada por um problema emocional que se manifesta em sintomas físicos como dores e até paralisia, cegueira e surdez.
K.S. tem pesadelos constantes, em que sonha ainda estar em posse dos rebeldes.
Desperta com os próprios gritos, encharcada de suor. Ao acordar, só consegue ver no filho a materialização de seu tormento.
Notícia publicada em estadao.com.br, em 27 de outubro de 2013.

Jorge Hessen* comenta
Relatório da American Public Health Association, de 2011, recém-divulgado, registra que ocorreram mais de 400 mil casos de violência sexual na República Democrática do Congo contra mulheres com idades de entre 15 e 49 anos. Em 2012, os centros de saúde em Kivu do Sul, uma das 11 províncias daquele país, registraram o atendimento diário de pelo menos 40 mulheres vítimas de estupro, segundo relatório do Office of the United Nations High Commissioner for Human. Destas, um terço era de crianças, das quais 13% menores de 10 anos.
Nesse funesto panorama, cerca de 10% das mortes de mulheres no Congo é consequência de abortos ilegais (a maioria por vítimas de violência sexual). Os bebês que nasceram foram ou abandonados ou excluídos do convívio social ou até assassinados. Em face de provável componente étnico do conflito na região, os filhos de violência sexual se tornam automaticamente um "interahamwe" – referência à milícia hutu responsável pelo genocídio de tutsis em Ruanda, que se refugiou nas matas do vizinho Congo após o massacre.
Existem distintas pesquisas revelando que 24% dos homens e 39% das mulheres foram vítimas de estupro noutros países africanos nesses últimos anos. Infelizmente, não somente no Congo ocorre a violência sexual, mas igualmente na África do Sul, hoje considerada a “capital do estupro” do mundo. Uma menina nascida no país que Nelson Mandela redesenhou tem mais chances de ser abusada sexualmente do que aprender o alfabeto e ler. Esta questão tem muitas origens culturais, pois que 62% dos meninos com mais de 11 anos creem que forçar alguém a cópula não é um ato de violência.
Abolir a primitiva cultura da violência sexual demanda um governo arrojado e atuações direcionadas para acarretar transformações morais para alguns grupos africanos. As implicações das atrocidades no continente como observamos, dentre outras, são os abortamentos ou filhos rejeitados ou trucidados após a gestação. Nesses casos, sob o enfoque do Evangelho, considerando especificamente a cultura espírita, não há como acobertarmos o aborto, ou o abandono do rebento, em que pesem as variáveis na aplicação da Lei Divina, mormente em face do panorama calamitoso entre seres em escala evolutiva confessadamente primitiva.
É difícil divisar como são exatamente os cenários de crise que vivem e viveram esses países africanos após amargarem anos sob os guantes da guerra e segregação racial. O que sobra dos valores construídos por um povo? Um espaço delimitado por fronteiras cuja cultura foi depauperada, e onde aqueles que largaram as armas se portam agora como algozes que molestam homens e mulheres a esmo e subjugam qualquer um a seu bel prazer. Mas que prazer é esse? Como explicar o comportamento animalesco que assumem esses estupradores? Aliás, de Angola também se noticiaram outras tantas barbaridades sexuais contra as mulheres.
Podemos inferir que esses irmãos africanos incorreram no mesmo erro de antanho, e que talvez tenham se proposto a reparar através da reencarnação na região. Parece que o caos africano instiga os espíritos a cair no mal, quem sabe por indução maléfica de outros desencarnados que se alimentam dessa situação de terror. Obviamente os “milicianos” que trucidam os homens inimigos e violentam sexualmente as mulheres são espíritos em escala evolutiva muito primária. São seres muito próximos da irracionalidade.
Naturalmente não podemos, perante tais flagelos, permanecer em estado de inércia compassiva, sob impulsos de petrificação emocional; até porque somos todos oriundos de um mesmo Senhor e a humanidade na Terra é constituída pela soma de todos nós.
Inobstante os contrastes da vida social, considerando os mosaicos das culturas humanas, Jesus permanece na administração do Planeta. Há uma ordem nas coisas e não jazemos desamparados pelos prepostos do Mestre, que escoltam cada episódio e ajeitam o ensejo de correção para os que cometem infrações e o acolhimento das que padecem da estupidez dos perversos no curso da prova terrena.
 
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.