sábado, 20 de dezembro de 2014

Água fluidificada

 

aguafluidificada

A água fluidificada é um complemento do tratamento de passes, e surgiu com as experiências dos magnetizadores. A água tem muitas características especiais e uma delas é exatamente a de reter energias. No caso de tratamento de passes, as energias recebidas se perdem com o passar das horas e neste caso usa-se a agua fluidificada como uma reposição das energias. Como fluidificar: basta ter fé, e fazer uma oração, pedindo os amigos espirituais para fluidificar a agua. Não precisa de ritual nenhum. Uma prece e pronto, podemos beber da água. E comum no culto do evangelho no lar também colocar a água para fluidificar. Sem problemas, pois ela é fluidificada também. Mais detalhes, procure o livro O Passe, seu estudo e sua técnica, editado pela FEB, que fala sobre agua fluidificada.

A fluidificação da água é um recurso de tratamento muito utilizado pelas casas espíritas. Não se trata de superstição, mística ou simpatia. É uma ação cientificamente comprovada.
" A água, em face da sua constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada. Quando magnetizada e ingerida, produz efeitos orgânicos compatíveis com o fluido de que se faz portadora."
(Bezerra de Menezes, "Loucura e Obsessão", capítulo "As Consultas)
Por ser um excelente condutor de energia, a água, quando fluidificada, transmite a quem a ingere os recursos magnéticos necessários ao seu equilíbrio psico-físico. Segundo Emmanuel, pode ser fluidificada para todos ou em benefício de alguém em particular, como um enfermo, por exemplo. Nessa hipótese, é conveniente que o
uso seja pessoal e exclusivo ("O Consolador", pergunta 103).
Também André Luiz, no livro "Nos Domínios da Mediunidade", ensina, por intermédio de um seu mentor espiritual, que através da água fluidificada "...precioso esforço de medicação pode ser levado a efeito. Há lesões e deficiências no veículo espiritual a se estamparem no corpo físico, que somente a intervenção magnética consegue aliviar, até que os interessados se disponham à própria cura." (capítulo XII).
Portanto, a água fluidificada é um valoroso instrumento para a nossa saúde espiritual e, em consequência, para a nossa saúde física. Geralmente, as casas espíritas a oferecem aos seus frequentadores após o trabalho de passe.
Essa é a prática rotineira. Sendo algo benéfico para o espírito, como vimos acima, é altamente recomendável a sua ingestão. Porém, não é obrigatória e pode ser dispensada, a critério de cada um.

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

REFLEXÕES DE NATAL

image002Natal segundo o Espiritismo

Demétrio Pavél Bastos

Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.

Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade – e não a gratidão – dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.

Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?

E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.

25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.

Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS !

Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!

(REFLEXÕES DE NATAL - Demétrio Pavél Bastos)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. VII – Itens 7 a 10
Tema:   Mistérios ocultos aos doutos e aos prudentes
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A - Texto de Apoio:

Mistérios ocultos aos doutos e aos prudentes

7. Disse, então, Jesus estas palavras: "Graças te rendo, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e aos prudentes e por as teres revelado aos simples e aos pequenos." (S. MATEUS, cap. XI, v. 25.)

8. Pode parecer singular que Jesus renda graças a Deus, por haver revelado estas coisas aos simples e aos pequenos, que são os pobres de espírito, e por as ter ocultado aos doutos e aos prudentes, mais aptos, na aparência, a compreendê-las. E que cumpre se entenda que os primeiros são os humildes, são os que se humilham diante de Deus e não se consideram superiores a toda a gente. Os segundos são os orgulhosos, envaidecidos do seu saber mundano, os quais se julgam prudentes porque negam e tratam a Deus de igual para igual, quando não se recusam a admiti-lo, porquanto, na antiguidade, douto era sinônimo de sábio. Por isso é que Deus lhes deixa a pesquisa dos segredos da Terra e revela os do céu aos simples e aos humildes que diante dEle se prostram.

9. O mesmo se dá hoje com as grandes verdades que o Espiritismo revelou, Alguns incrédulos se admiram de que os Espíritos tão poucos esforços façam para os convencer. A razão está em que estes últimos cuidam preferentemente dos que procuram, de boa fé e com humildade, a luz, do que daqueles que se supõem na posse de toda a luz e imaginam, talvez, que Deus deveria dar-se por muito feliz em atraí-los a si, provando-lhes a sua existência.

O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não põe a luz debaixo do alqueire, por isso que a derrama em ondas por toda a parte, de tal sorte que só cegos não a vêem. A esses não quer Deus abrir à força os olhos, dado que lhes apraz tê-los fechados. A vez deles chegará, mas é preciso que, antes, sintam as angústias das trevas e reconheçam que é a Divindade e não o acaso quem lhes fere o orgulho. Para vencer a incredulidade, Deus emprega os meios mais convenientes, conforme os indivíduos. Não é à incredulidade que compete prescrever-lhe o que deva fazer, nem lhe cabe dizer: "Se me queres convencer, tens de proceder dessa ou daquela maneira, em tal ocasião e não em tal outra, porque essa ocasião é a que mais me convém."

Não se espantem, pois, os incrédulos de que nem Deus, nem os Espíritos, que são os executores da sua vontade, se lhes submetam às exigências. Inquiram de si mesmos o que diriam, se o último de seus servidores se lembrasse de lhes prescrever fosse o que fosse. Deus impõe condições e não aceita as que lhe queiram impor. Escuta, bondoso, os que a Ele se dirigem humildemente e não os que se julgam mais do que Ele.

10. Perguntar-se-á: não poderia Deus tocá-los pessoalmente, por meio de manifestações retumbantes, diante das quais se inclinassem os mais obstinados incrédulos? E fora de toda dúvida que o poderia; mas, então, que mérito teriam eles e, ao demais, de que serviria? Não se veem todos os dias criaturas que não cedem nem à evidência, chegando até a dizer: "Ainda que eu visse, não acreditaria, porque sei que é impossível?" Esses, se se negam assim a reconhecer a verdade, é que ainda não trazem maduro o espírito para compreendê-la, nem o coração para senti-la. O orgulho é a catarata que lhes tolda a visão. De que vale apresentar a luz a um cego? Necessário é que, antes, se lhe destrua a causa do mal. Daí vem que, médico hábil, Deus primeiramente corrige o orgulho. Ele não deixa ao abandono aqueles de seus filhos que se acham perdidos, porquanto sabe que cedo ou tarde os olhos se lhes abrirão. Quer, porém, que isso se dê de moto-próprio, quando, vencidos pelos tormentos da incredulidade, eles venham de si mesmos lançar-se-lhe nos braços e pedir-lhe perdão, quais filhos pródigos.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Por que Jesus rendeu graças a Deus por haver revelado estas coisas aos simples e aos pequenos?

2 – Por que o texto informa que “Necessário é que, antes, se lhe destrua a causa do mal“?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

E, aí! Já viu?!

cidade_anjosTítulo Original: City of Angels
Gênero: Romance/Espiritualista
Direção: Brad Silberling
Elenco: Nicolas Cage, Meg Ryan, Andre Braugher, Dennis Franz
Lançamento: 1998

Sinopse 1: Em Los Angeles, uma dedicada cirurgiã (Meg Ryan) fica arrasada quando perde um paciente durante uma operação, no mesmo instante em que um anjo (Nicolas Cage), que estava na sala de cirurgia, começa a se sentir atraído por ela.

Em pouco tempo ele fica apaixonado pela médica e resolve ficar visível para ela, a fim de poder encontrá-la frequentemente, o que acaba provocando entre os dois uma atração cada vez maior, apesar dela ter um sério relacionamento com um colega de profissão.

O ser celestial não pode sentir calor, nem o vento no rosto, o gosto de uma fruta ou o toque da sua amada, assim ele cogita em deixar de ser um imortal para poder amar e ser amado intensamente.

Sinopse 2: Anjos que, em vez de fantasiosas asas, usam roupas pretas e vagam pela Terra protegendo os humanos. Um deles, Seth (Nicolas Cage), se vê obrigado a lidar com sentimentos mundanos, como o amor que sente por Maggie (Meg Ryan), e passa a considerar a de voltar ao mundo mortal para viver ao lado dela. Esse é Cidade dos Anjos (1998) que, espiritualmente, deve ser visto mais como um filme no qual uma médica racional é tocada por um sinal divino e passa a acreditar que existe algo além da terra firme.

Para assistir:

http://www.saudadeeadeus.com.br/filme502.htm

E, aí! Já leu?!

 

 

sementesdoevangelhoSementes do Evangelho, amor

Autor: Francisco Cândido Xavier

Coordenador (a): Larissa Meirelles Barbalho Silva

Páginas: 95

Edição: 1ª

Sinopse: Os comentários de Emmanuel sobre os versículos do Novo Testamento são como frutos amadurecidos da grande Árvore do Evangelho.Desses frutos, recolhemos algumas sementes como frases enfeixadas nesta obra singela, organizada em 5 volumes.O valor de cada uma está em seu potencial de despertar o Amor, a Caridade, a Fé, a Paz e o Trabalho.Recolhê-las no solo do coração será o primeiro passo para o crescimento dessas sementes, não importa o quão pequenas sejam.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Aborto seletivo pode explicar déficit de 8 milhões de meninas na Índia

 

Aborto seletivo pode explicar déficit de 8 milhões de meninas na Índia

Geeta Pandey
De Nova Déli, para a BBC

A indiana Kulwant (aqui chamada por um nome fictício, por razões legais) tem três filhas com idades de 24, 23 e 20 anos e um filho com 16.

No período entre os nascimentos da terceira menina e do menino, Kulwant engravidou três vezes, mas foi forçada pela família a abortar os bebês após exames de ultrassom terem confirmado que eram do sexo feminino.

O caso ilustra um problema cada vez mais grave na Índia: o censo de 2011 no país revelou um forte declínio no número de meninas com menos de sete anos.

Militantes que fazem campanha para que a prática de abortar meninas seja abandonada temem que oito milhões de fetos do sexo feminino tenham sido abortados na última década. Para alguns, o que acontece hoje na Índia é infanticídio.

"Minha sogra me insultava por eu ter tido apenas meninas. Ela disse que seu filho ia se divorciar de mim se eu não tivesse um menino", disse Kulwant.

Ela contou que tem vívidas lembranças do primeiro aborto. "O bebê já tinha quase cinco meses. Ela era linda. Eu tenho saudades dela e das outras que matamos", ela contou, enquanto secava as lágrimas com as mãos.

Indesejadas

Até o nascimento do filho, todos os dias, Kulwant levava surras e ouvia xingamentos do marido, sogra e cunhado. Uma vez, segundo ela, o grupo tentou colocar fogo nela.

"Eles estavam com raiva. Não queriam meninas na família, queriam meninos para que pudessem receber bons dotes", ele explicou.

A prática de pagar dotes foi declarada ilegal na Índia em 1961, mas o problema persiste e o valor do dote sobe constantemente, afetando ricos e pobres.

O marido de Kulwant morreu três anos após o nascimento do filho. "Foi praga por causa das meninas que matamos. Por isso ele morreu tão jovem", ela disse.

A vizinha de Kulwant, Rekha (nome fictício), tem uma menina de três anos de idade.

Em setembro do ano passado, quando ficou grávida novamente, foi forçada pela sogra a abortar dois gêmeos após um exame de ultrassom revelar que eram meninas.

"Eu disse que não há diferença entre meninas e meninos, mas aqui eles pensam de outra forma. Não há felicidade quando nasce uma menina. Eles dizem que o menino vai carregar a linhagem adiante, mas meninas se casam e vão para uma outra família".

Kulwant e Rekha vivem em Sagarpur, uma região de classe média-baixa no sudeste de Nova Déli.

Bebê Milagre

Longe dali, na cidadezinha de Bihvarpur, no Estado de Bihar, a bebê Anuskha - a mais jovem de quatro meninas - sobreviveu por pouco.

Quando sua mãe, Sunita Devi, ficou grávida em 2009, foi a uma clínica para fazer um exame de ultrassom.

"Perguntei ao médico se era menina ou menino", disse Sunita. "Eu disse a ela que era pobre e que tinha três meninas, e não podia tomar conta de mais uma".

A médica disse que o bebê era do sexo feminino. "Pedi um aborto. Ela disse que ia custar US$ 110".

Sunita não tinha o dinheiro e não fez o aborto. Hoje, Anushka tem nove meses de idade. A mãe diz que não sabe como vai alimentar e educar as filhas, ou pagar por seus dotes.

A história dessas mulheres se repete em milhões de lares em toda a Índia, afetando ricos e pobres. Porém, quanto maior o poder econômico da família, menores são as chances de que "milagres" como o de Anushka se repitam.

Números

Embora o número total de mulheres tenha aumentado no país - devido a fatores como um aumento na expectativa de vida - a proporção entre o número de meninas e o de meninos no país é a segunda pior do mundo. só ficando atrás da China.

Em 1961, para cada mil meninos com menos de sete anos de idade, havia na Índia 976 meninas. Hoje, o índice nacional caiu para 914 meninas.

Os números são piores em algumas localidades.

Em um distrito na região sudoeste de Nova Déli, o índice é de 836 meninas com menos de sete anos para cada mil meninos. A média em toda a capital não é muito melhor, 866 meninas para cada mil meninos.

Os dois Estados com os piores índices, Punjab e Haryana, são vizinhos da capital. Nesses locais, no entanto, houve alguma melhora em comparação com censo anterior.

O censo recente revelou pioras nos índices de 17 Estados, com as piores quedas registradas em Jammu e Kashmir.

‘Vergonha Nacional’

Especialistas atribuem o problema a uma série de fatores, entre eles, infanticídio, abuso e negligência de crianças do sexo feminino.

O governo indiano foi forçado a admitir que sua estratégia para combater o problema falhou.

"Quaisquer que tenham sido as medidas adotadas nos últimos 40 anos, elas não tiveram nenhum impacto sobre os números", disse o ministro da Fazenda do país, G.K. Pillai, após a publicação do relatório do censo.

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, qualificou o aborto de fetos do sexo feminino e o infanticídio como uma "vergonha nacional" e pediu que haja uma cruzada para salvar bebês meninas.

O mais conhecido ativista indiano a fazer campanhas sobre o assunto, Sabu George, disse, no entanto, que até o momento o governo não se empenhou verdadeiramente em parar com a prática.

Para George e outros militantes, o declínio no número de meninas se deve, principalmente, à disponibilidade cada vez maior, na Índia, de exames pré-natais para a determinação do sexo do bebê.

Controle da Natalidade

Ele explicou que, até 30 anos atrás, os índices eram "razoáveis". Porém, em 1974, o prestigioso All India Institute of Medical Sciences publicou um estudo que dizia que testes para a determinação do sexo do bebê eram uma bênção para as mulheres indianas.

Para o instituto, as mulheres não precisavam mais ter vários bebês para atingir o número certo de filhos homens. A entidade encorajou a determinação e eliminação de fetos do sexo feminino como um instrumento efetivo de controle populacional.

"No final da década de 80, todos os jornais de Nova Déli estavam anunciando ultrassons para a determinação de sexo", disse George.

"Clínicas do Punjab se gabavam de que tinham dez anos de experiência em eliminar meninas e convidavam os pais a visitá-las".

Em 1994, o o Ato Teste de Determinação Pré-Natal tornou abortos para a seleção do sexo ilegais. Em 2004, a lei recebeu uma emenda proibindo a seleção do sexo do bebê mesmo no estágio anterior à concepção.

O aborto de forma geral é permitido até as primeiras 12 semanas de gravidez. O sexo do feto só pode ser determinado por ultrassom após cerca de 14 semanas.

"O que é necessário é uma implementação mais severa da lei", disse Varsha Joshi, diretora de operações do censo em Nova Déli.

Existem hoje na Índia 40 mil clínicas de ultrassom registradas e muitas mais sem registro.

Segundo Joshi, a maioria das famílias envolvidas na prática pertence à classe média indiana, hoje em expansão, e à elite econômica do país. Segundo ela, esses grupos sabem que a tecnologia existe e tem condições de pagar pelo teste e subsequente aborto.

"Temos de adotar medidas efetivas para controlar a promoção da determinação do sexo pela comunidade médica. E abrir processos contra médicos que fazem isso", disse o ativista Sabu George.

"Caso contrário, temos medo de pensar em como será a situação em 2021".

Modelo a Ser Seguido?

Alguns Estados indianos, no entanto, vêm criando iniciativas que podem, talvez, servir de modelo para os demais.

É o caso do Estado de Bihar, onde famílias de baixa renda estão participando do Esquema de Proteção da Menina.

Como parte do programa, o Estado investe duas mil rúpias (cerca de R$ 70) em um fundo aberto no nome da criança. O dinheiro cresce ao longo da vida da menina. Quando ela completa 18 anos, segundo as autoridades, o fundo vale dez vezes mais e pode ser usado para pagar pelo casamento ou pela educação universitária da menina.

O programa está disponível apenas para os que vivem abaixo da linha da pobreza e cada família pode registrar apenas duas filhas.

A iniciativa, anunciada em novembro de 2007, é parte de um plano do governo para tornar bebês meninas desejadas e, ao mesmo tempo, tornar atraente a ideia de uma família pequena.

Infelizmente, o programa não pode ajudar Anushka, o "bebê milagre". Sua mãe é analfabeta e ela não tem certidão de nascimento, então não pode participar do esquema.

Notícia publicada na BBC Brasil, em 25 de maio de 2011.

Carlos Miguel Pereira* comenta

Em alguns países, trazer filhas ao mundo é considerado quase uma maldição. Devido à cultura enraizada e a tradições seculares que promovem uma visão preconceituosa e diminuída da condição feminina, existe uma tendência para encarar os filhos assim: os meninos dão continuidade ao nome da família e são lucrativos, enquanto as meninas tornam-se um desastre financeiro e social. Para compreendermos a forma como a natalidade é encarada em alguns países, basta refletir neste provérbio popular Chinês: “Ter uma filha é regar o jardim do vizinho”.

Este comportamento discriminatório tem atingido contornos dramáticos com o auxílio do progresso tecnológico. Conseguindo saber através de exames de ultra-sons o sexo do bebê antes do nascimento, é cada vez maior o número de pais que, em muitos países, escolhem o aborto ao perceberem que estão à espera de uma menina. Segundo dados da 51ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher celebrada nas Nações Unidas, este tenebroso infanticídio através de aborto seletivo já privou o mundo de cerca de 100 milhões de mulheres.

A visão preconceituosa da condição feminina, a desigualdade de direitos entre os sexos e a assustadora banalização da vida humana que estes dados revelam são questões alarmantes que merecem uma reflexão atenta e ação imediata, sobretudo porque elas demonstram uma profunda ignorância acerca das leis soberanas da vida. Para além das consequências imprevisíveis que este assassínio indiscriminado de meninas acarreta ao nível do desequilíbrio social na proporção homens/mulheres, as consequências mais dramáticas ocorrem ao nível dos traumas emocionais dos indivíduos envolvidos e sobretudo nas perturbações espirituais inevitáveis que se prolongam durante um tempo que não é possível estimar.

Uma das medidas do governo Indiano para impedir que esta situação se prolongue foi proibir os médicos de informarem os pais sobre o sexo da criança, mas os resultados práticos são insignificantes. Aos governos cabe indicar o rumo a seguir, criando leis adequadas e exercendo uma eficaz fiscalização para impedir que esta situação de “Vergonha Nacional” permaneça. Leis mais rigorosas por vezes são necessárias quando a ignorância e o egoísmo prevalecem e o homem não é capaz de usar a sua liberdade com responsabilidade, mas como é dito em O Livro dos Espíritos: “Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.”

Para haver uma real transformação de comportamentos, é essencial uma mudança dos paradigmas em relação à mulher e à vida. A mulher, possuindo as mesmas potencialidades que o homem, deve ter o mesmo direito à igualdade, educação, à dignidade e decisão sobre o seu próprio destino. Enquanto o casamento não deixar de ser uma transferência de propriedade do pai para o marido para se transformar numa união de dois seres livres que se amam, que são iguais em deveres e direitos, e que pretendem ter a sua vida partilhada, a condição feminina continuará a sofrer abusos e a ser tratada com o desprezo que a notícia revela. Por outro lado, enquanto a vida humana não for elevada ao grau de dádiva preciosa, compreendendo intimamente que existe uma alma que se liga ao corpo em formação desde a concepção e que também ela sofre o drama emocional da rejeição, impedindo-a de seguir o seu programa de evolução e crescimento, os fortes apelos da tradição, dos dogmas e dos interesses financeiros irão continuar a sobrepor-se à tímida voz da razão e da consciência. Para que possamos renovar a sociedade, é necessário difundir uma forma mais abrangente de encarar o mundo, dando um sentido ao que nos rodeia, remetendo a visão simplista, atrofiada e material para o baú das tristes recordações que assolaram a Humanidade.

A ideia de que todos possuem o direito à vida, mesmo quando o seu corpo ainda se encontra em formação dentro da barriga da nossa mãe, precisa prevalecer. Infelizmente, ainda são demasiados os países em que as mulheres não são apenas violentadas quando estão na barriga de suas mães. Durante toda a sua vida, elas tornam-se vítimas de uma sociedade machista, violenta e ignorante que as oprime física e emocionalmente, não havendo leis que as consigam proteger. As sociedades másculas, regidas sob a égide da força e da violência, precisam ceder o lugar a sociedades onde os valores femininos da ternura, intimidade e desvelo predominem. Isso apenas pode ser alcançado através de uma aposta na educação, mas não só. Os governos, representantes do povo, têm a superior responsabilidade de criar leis que defendam realmente os seus cidadãos e os guiem no caminho da dignidade, justiça e fraternidade, encetando reformas profundas que renovem alguns paradigmas preconceituosos e fomentem o respeito aos valores humanos, à igualdade entre todos, independentemente de sexo, raça, casta ou condição social, e, sobretudo, incentivando o respeito absoluto pelo precioso direito à vida que todos possuímos.

* Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.

8o. Congresso Espírita Mundial – Lisboa

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domingo, 14 de dezembro de 2014

Mural reflexivo: A substituta

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A SUBSTITUTA

    A jovem foi atraída por um anúncio  pedindo uma diretora de programação de eventos para uma determinada empresa.
    Apresentou-se e conseguiu a vaga. O primeiro dia foi aterrador.
    Logo que chegou ao escritório, a funcionária da recepção a saudou com:
    Você é a sucessora de Helena? Vai ser difícil chegar à altura dela. Ela era um fenômeno.
    Logo adiante, no corredor, outra pessoa lhe disse:
    Sinto pena de você. Não existe ninguém no Mundo como Helena!
    A terceira pessoa que encontrou, a recebeu com votos de boas-vindas, afirmando que a empresa era um ótimo lugar para se trabalhar, mas completou, entristecida:
    No entanto, é claro que as coisas nunca serão as mesmas sem Helena!
    A jovem estava a ponto de dar meia volta e largar tudo. Como ela poderia competir com aquela pessoa que todos mencionavam?
    Finalmente, indicaram a sala onde ela deveria trabalhar. A mesma sala em que trabalhara Helena, tão mencionada, que ela estava substituindo.
    O que viu foi uma montanha de cartas, memorandos, folhetos, recortes de jornal, tudo sobre a mesa de trabalho.
    Uma montanha de quase um metro de altura.
    Bem, falou a diretora de pessoal, Helena era brilhante, criativa, extraordinária, mas um pouco... desorganizada.
    A novata mal sentou-se à mesa, olhando ainda apavorada para aquela montanha de papéis que deveria ler, selecionar, arquivar, jogar fora, quando a porta se abriu:
    Olá, disse uma voz cordial. Seja bem-vinda. Helena trabalhou aqui 28 anos. Você acha que vai durar tanto assim?
    Era o fim. Ela tomou o telefone, discou para uma amiga, quase aos prantos e disse do seu grande erro.
    Estou me demitindo, vou embora daqui! Não vou conseguir competir com o espectro de alguém tão bom em tudo que fazia.
    Rose, a amiga, falou-lhe com firmeza:
    Epa! Espere aí! Onde está aquela minha amiga com desejo de crescer, de progredir?
    Onde está a pessoa que conheço, sempre pronta a enfrentar desafios e alcançar vitória?
    A propósito, você lembra de seu nome?
    Surpresa, a jovem chorosa respondeu:
    Que pergunta estranha! Claro que sei o meu nome: Rosa.
    Isso mesmo, você é Rosa, não é Helena. Não pode e nem deve ser igual à Helena.
    Mostre a sua capacidade de trabalho, a sua criatividade, a sua forma de trabalhar, o seu potencial.
    Você é Rosa. Não esqueça disso. Não deseje ser igual a ninguém. Não imite ninguém.
    O maravilhoso, neste imenso Universo de Deus, é que cada pessoa é inigualável. Por isso, você nunca deverá querer ser igual a Helena.
    Seja você mesma. E conquiste suas colegas, sua chefia, os clientes por suas próprias qualidades.
    Rosa ficou no emprego. Alcançou um grande sucesso na carreira.
    E, por ter tido oportunidade de entrar em constante contato com autores célebres, ganhou inspiração e estímulo para escrever seu próprio livro.
    Diga-se: um grande sucesso!
*   *   *
    Deus criou os espíritos simples e ignorantes.
    Conferiu-lhes a imensa possibilidade de progredirem.
    Cada qual utiliza essa possibilidade como melhor lhe apraz.
    Por isso, cada um tem seus méritos, suas qualidades inigualáveis.
    E ninguém deve almejar ser exatamente igual ao outro. Seguem-se exemplos, mas não se reprisam os mesmos atos.
    Observam-se experiências, mas não se reproduzem posturas.
    Cada um de nós, espírito imortal, é único em seu potencial de Ser inteligente.
    Pense nisso!

(Redação do Momento Espírita, com base nas págs. 51 a 55 do livro Pequenos milagres, de Yitta Jalberstam e Judith Leventhal, 4. ed., ed. Sextante. - www.momento.com.br)