Jovem sai do coma quando médicos se
preparavam para remover órgãos
Os médicos acreditavam que Carina Melchior, de
19 anos, estava praticamente com morte cerebral e já se preparavam para retirar
os órgãos da jovem para doação, seguindo autorização da família, em um hospital
de Aarhus (Dinamarca).
Só que pouco antes de os médicos iniciarem os
procedimentos, a jovem saiu do coma!
Carina havia sido levada para o hospital em estado
crítico, após um grave acidente de carro. O tratamento não surtiu efeito e os
médicos, que achavam que o estado vegetativo fosse irreversível caso ela
sobrevivesse, conversaram com a família sobre o desligamento dos aparelhos e a
retirada dos órgãos.
"Os pais foram convencidos de que não havia mais
nada a fazer e concordaram com a doação dos órgãos", disse o advogado da
família.
Mas Carina abriu os olhos e mexeu as
pernas!
A jovem se recupera bem e já pode andar e falar.
Agora, Carina acredita que vai conseguir se recuperar totalmente, vai se tornar
uma designer gráfica e morar sozinha.
O caso de Carina provocou um amplo debate público
sobre a doação de órgãos e a eutanásia. Muitos doadores de órgãos no país
retiraram a autorização com medo que os médicos ajam de forma precipitada. A
família da jovem está processando o hospital alegando que os médicos se
apressaram ao falar sobre a doação, segundo reportagem do "Daily Mail". O
hospital alega que não houve erro de avaliação do quadro de Carina e que em
momento algum foi anunciada oficialmente a morte cerebral.
Reinaldo Monteiro
Macedo* comenta
Eutanásia. Esse é o termo exato e o assunto
tratado nessa reportagem (palavra de origem grega e que significa "boa morte").
"Representa atualmente uma complicada questão de bioética e
biodireito, pois enquanto o Estado tem como princípio a proteção da vida
dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde,
desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte."
Através do crivo da razão e dentro de uma
perspectiva espírita, "não devemos abreviar a vida, ainda que de um minuto,
porque esse minuto pode evitar maiores lágrimas no futuro”, conforme a
orientação do Espírito de São Luís, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap.
V, item 28.
Todos nós, espíritos reencarnados na Terra,
possuímos um corpo físico para ajudar a evolução intelectual e moral rumo à
eternidade, pois o espírito é imortal. Não somos produtos do "acaso" e sim
produtos da vontade de uma inteligência criadora de todas as coisas! A vida e a
morte, se pensarmos detidamente, não fariam sentido se não fossemos filhos de
Deus.
Poderíamos aqui alinhavar mil linhas sobre
"eutanásia ativa ou passiva", ou "distanásia" e até "ortotanásia", bem como a
legalização dessas práticas etc, mas entendemos que esses não são o foco
principal do assunto em análise. Pela variedade de terminologia associada ao
tema, é urgente que, enquanto humanidade, possamos refletir de forma profunda
sobre o que é a vida para que dessa forma possamos discernir aquilo que
podemos mudar daquilo que não podemos/devemos modificar.
Através da reportagem ficamos a saber que "muitos
doadores de órgãos no país retiraram a autorização com medo que os médicos
ajam de forma precipitada." Esta situação é por si só um elemento de
meditação profunda sobre a valorização da vida na nossa sociedade, devendo levar
sempre em consideração que toda causa tem um efeito.
Finalizando, lembramos aqui o que Emmanuel nos
deixou para reflexão, quando respondeu a questão 106 do livro “O
Consolador”:
"A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia
incurável? O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum,
ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia
prolongada pode ter a finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável
pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito
em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. Além do
mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não
se pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do
Espírito".
Fontes
utilizadas:
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan
Kardec;
“O Consolador”, Espírito de Emmanuel e psicografia
de Chico Xavier;
* Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista
de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita
Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.