sábado, 30 de abril de 2016

Cientistas dizem ter evidências de novo planeta gigante no Sistema Solar

Cientistas dizem ter evidências de novo planeta gigante no Sistema Solar

Desde o rebaixamento de Plutão, o Sistema Solar passara a ter não mais nove, mas oito planetas. No entanto, a suposta existência de um novo planeta gigante pode fazer com que o número de planetas volte a ser o que se pensava.
 
Em um estudo publicado no periódico Astronomical Journal, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) dizem terem encontrado "evidências sólidas" de um nono planeta, com órbita estranhamente alongada para este tipo de corpo celeste, na periferia do Sistema Solar.
Apelidado de "Planeta Nove", ele ainda não foi visto, ou seja, então não é possível ter certeza de sua existência.
Mas as pesquisas indicam que tem uma massa dez vezes superior à da Terra e orbita o Sol a uma distância média 20 vezes superior à de Netuno, que fica localizado, em média, a 4,48 bilhões de quilômetros do Sol e é considerado atualmente o mais longínquo do Sistema Solar.
Quanto à distância média da Terra em relação ao Sol, a distância do novo planeta seria 597 vezes superior. Por isso, esse aparente novo planeta levaria entre 10 mil e 20 mil anos terrestres para realizar uma única órbita completa em torno do Sol.
Os pesquisadores Konstantin Batygin e Mike Brown se depararam com as primeiras pistas do "Planeta Nove" em 2014 e, desde então, usaram modelos matemáticos e simulações de computadores para chegar às conclusões de sua pesquisa. No entanto, ainda não conseguiram observá-lo diretamente.
"Só dois planetas foram descobertos desde os tempos antigos. Este seria o terceiro", disse Brown, em comunicado da Caltech. "É uma porção significativa de nosso Sistema Solar que ainda precisa ser descoberta. É muito empolgante."

Domínio gravitacional
O cientista ressalta que o novo planeta tem 5 mil vezes a massa de Plutão e, por isso, seria suficientemente grande para que sua classificação como planeta seja indiscutível.
Plutão deixou de ser considerado um planeta em 2006. Isso porque o próprio Brown descobriu o planeta anão Eris no ano anterior. Eris tem as mesmas características de Plutão, mas possui uma massa maior.
Um comissão foi então criada pela União Astronômica Internacional (UAI) para reavaliar a definição de planetas. A UAI precisou decidir se aceitaria Eris e outros pequenos mundos, como Ceres, como planetas ou se excluiria Plutão. Optou-se pela segunda alternativa.
Diferentemente de outros corpos celestes considerados planeta anão, o "Planeta Nove" domina gravitacionalmente sua vizinhança do Sistema Solar - ou seja, segundo as pesquisas da Caltech, sua órbita não é influenciada diretamente por outros planetas, como é o caso de Plutão, por exemplo.
Na verdade, esse domínio alcançaria uma região maior do que qualquer outro planeta conhecido. Por isso, Brown afirma que ele seria o planeta do Sistema Solar que mais atende às características que definem esse tipo de corpo celeste.
Segundo os autores do estudo, a existência do "Planeta Nove" ajudaria a explicar uma série de fenômenos misteriosos que ocorrem com um conjunto de objetos congelados e destroços localizados além de Netuno, conhecido como Cinturão de Kuiper.
"A princípio, estávamos céticos de que este planeta poderia existir, mas continuamos a investigar sua órbita e o que isso significaria para a periferia do Sistema Solar e ficamos cada vez mais convencidos de que ele existe", diz Batygin, coautor do estudo.
"Pela primeira vez em mais de 150 anos, há evidências sólidas de que o censo planetário do Sistema Solar está incompleto."

Origem
Cientistas acreditam há tempos que o Sistema Solar começou com quatro núcleos planetários que captaram todo o gás que havia em torno deles e, assim, formaram os quatro planetas gasosos - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Ao longo do tempo, colisões e emissões os moldaram e os levaram até a posição em que eles se encontram hoje. "Mas não há por que não pensarmos que houve cinco núcleos em vez de quatro", diz Brown.
O "Planeta Nove" poderia ser esse quinto núcleo e, ao se aproximar demais de Júpiter ou Saturno, ter sido ejetado para sua órbita distante e excêntrica.
Agora, os cientistas continuarão a aprimorar suas simulações e a estudar o "Planeta Nove" e sua influência na periferia do Sistema Solar. Também já começaram a buscar por sinais dele no céu, já que apenas sua órbita é conhecida, mas não sua localização exata.
"Adoraria encontrá-lo", diz Brown. "Mas também ficaria feliz se outra pessoa o encontrasse. É por isso que estamos publicando este estudo. Esperamos que pessoas se inspirem e comecem a buscá-lo."
Notícia publicada na BBC Brasil, em 20 de janeiro de 2016.

Claudio Conti* comenta
 
Há alguns anos, ou melhor, quase duas décadas, se ouvia no movimento espírita uma alusão a um dito planeta “chupão”; este era o nome dado, apesar de estranho. Mas o fato é que o nome correspondia a suposta finalidade deste suposto planeta. Diziam que em determinada época do processo evolutivo, um planeta se aproximaria da Terra e atrairia (chuparia, daí o nome) os espíritos que não acompanharam o processo evolutivo e, por isso, seria necessário partirem para um mundo menos evoluído.
Não saberia afirmar sobre a origem desta teoria, contudo poderia ser uma abordagem decorrente, apesar de equivocada, da análise apresentada por Kardec sobre a formação da Terra no livro A Gênese, cap. VIII.
No capítulo citado, Kardec aborda três teorias sobre a formação do nosso planeta, a saber: Teoria da projeção, da condensação e da incrustação. Esta última é uma teoria que Kardec deixa claro, logo no início, não ter nada de científico e que a apresentaria porque "conseguiu certa repercussão nos últimos tempos e seduziu algumas pessoas”.
Diz Kardec, que esta teoria credita uma alma à Terra que apresentava cinco satélites aos seu entorno, cada um com uma alma, e que havia recebido ordem de reunir estes satélites para formar um único corpo celete. Contudo, dentre os cinco satélites, a lua não obedeceu. No relato consta o seguinte: "Para proceder a essa fusão, a alma da Terra dirigiu aos satélites um raio magnético atrativo, que pôs em estado cataléptico todo o mobiliário vegetal, animal e hominal que eles possuíam e que trouxeram para a comunidade.”
As outras duas teorias são muito mais razoáveis por serem fruto do conhecimento científico da época, as quais Kardec analisa os prós e contras, nos auxiliando a análise do conhecimento que estaria no porvir. Com o exemplo da teoria da incrustação, vemos que Kardec se preocupou em demonstrar, inclusive, aquelas sem sentido para sabermos identificá-las.
Com o avanço da tecnologia, os cientistas atuais possuem uma potencialidade muito maior para as descobertas e, nos casos que a comprovação não é possível, seja por que motivo for, estes cientistas podem formular suas teorias com maior complexidade e precisão.
Vemos, nesta reportagem, a apresentação de uma teoria sobre a existência de um planeta que ainda não foi comprovado pela verificação do próprio corpo celeste, mas apenas de seus efeitos. Assim, a existência do nono planeta no nosso sistema solar está atrelada à observação de seus efeitos, todavia, a verificação final ainda está no porvir.
A forma de analisar a informação científica se mantém.
 
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Jornada Médico-Espírita em São Paulo/SP - maio/2016 - "Desafiando Fronteiras em Medicina e Espiritualidade".

Jornada Médico-Espírita em São Paulo

Será realizada nos dias 14 e 15 de maio de 2016, de 8h às 18h no Pavilhão de Eventos do Hotel Maksoud Plaza, a 10ª Jornada da Associação Médico-Espírita (AME) de São Paulo.
O tema central é "Desafiando Fronteiras em Medicina e Espiritualidade". Na programação, mesas redondas com Alessandra Lucchetti, Roberta de Medeiros, Fabio Nasri, Vinicius Perez, Sonia Doi, entre outros.
O Maksoud Plaza fica na Rua São Carlos do Pinhal, 424 - Bela Vista, São Paulo/SP. Mais informações podem ser obtidas através do site www.jornada2016amesp.com.

2º Seminário Espírita Anual de Rio Claro/SP - maio/2016: “Caridade: amor em ação!”

Seminário Espírita em São Paulo

Será realizado no dia 15 de maio de 2016, de 8h às 16h na Associação dos Funcionários da Unesp Rio Claro (ASFAFI), o 2º Seminário Espírita Anual de Rio Claro.
O tema central é “Caridade: amor em ação!” Na programação, palestras de Nazareno Feitosa, Izaías Claro, Andrea Bien e Paulo Henrique Bueno. O evento será transmitido pela webradio Fraternidade e pela Rede Amigo Espírita.
A ASFAFI fica na Rua 16 B com Avenida 16 A – Jardim Bela Vista, Rio Claro/SP. Inscrições e informações no site www.semearrioclaro.com.br.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970 - A016 – Cap. 4 – Estudando o hipnotismo (Primeira Parte)


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A016 – Cap. 4 – Estudando o hipnotismo (Primeira Parte)

 

      Fôramos informados pelo irmão Saturnino de que, no processo de desobsessão, em que nos empenhávamos ao lado da família Soares, seria necessário colher me­lhores lições em torno do problema da hipnose espiri­tual praticada por Entidades Vingadoras da Erratici­dade, antes de tomarmos conhecimento detalhado das tarefas que se realizavam no Anfiteatro. Para tanto, re­ceberíamos, ao primeiro ensejo, a visita de sábio Men­sageiro Espiritual que viria aos nossos trabalhos e, uti­lizando-se da mediunidade do irmão Morais, dar-nos-ia elucidativa mensagem sobre a Hipnologia.
      Anunciada a noite dos trabalhos em que recebería­mos o abençoado Instrutor, preparamo-nos convenientemente e, chegado o momento, após a abertura dos tra­balhos, que foi procedida pelo irmão Petitinga, e as ins­truções normais, o médium, em transe sonambúlico, co­meçou a falar.
      Feitas as saudações iniciais e costumeiras, a Enti­dade, que irradiava bondade e simpatia, começou a ex­pressar-se com inesquecível inflexão de voz:
      — Irmãos na fé restaurada: «que Jesus, o Divino Benfeitor, nos abençoe e nos guarde, dando-nos a Sua paz e inspiração!
      «Desde tempos imemoriais que são conhecidas al­gumas das práticas do Hipnotismo moderno, que ocupava nas religiões dos povos da antiguidade oriental lu­gar de relevo, embora com nomenclatura diversa.
O Egito faraônico, através dos seus sacerdotes, que pesquisavam os mais variados fenômenos psíquicos com os recursos de que dispunham, dedicou diversos templos ao sono, nos quais se realizavam as experiên­cias hipnológicas de expressivos resultados. Os taumaturgos caldeus praticavam-no com finalidades terapêu­ticas, lobrigando respeitável soma de benefícios. E as diversas literaturas referentes à hipnologia conservam ainda hoje fragmentos históricos da sua viagem multis­secular através de civilizações incontáveis que ficaram no passado...
«Deve-se, porém, a Frederico Antônio Mesmer o grande impulso que o trouxe aos tempos modernos. To­davia, merece considerado que Paracelso, autor do con­ceito e teoria do fluído, anteriormente já se interessara por experiências magnéticas, que seriam posteriormente desdobradas por Mesmer. Considerava Mesmer o fluído como sendo o meio de uma influência mútua entre os corpos celestes, a terra e os astros», afirmando que esse fluído se encontra em toda a parte e enche todos os espaços vazios, possuindo a propriedade de «receber, pro­pagar e comunicar todas as impressões do movimento». E elucidava: «O corpo animal experimenta os efeitos desse agente: e é insinuando-se na substância dos ner­vos que ele os afeta imediatamente».
«Formado pela Universidade de Viena, o ilustre mé­dico defendeu a tese que intitulou: «Influência dos as­tros na cura das doenças», através da qual expunha a sua teoria do fluído, inspirada, sem dúvida, no tradicio­nal conceito do fluidismo universal.
«Fixado em tal opinião, concluía que as enfermida­des decorrem da ausência desse fluído no organismo, fluído que passa, então, a ser a alma da vida.
Utilizando-se de 27 proposições ou aforismos, esta­beleceu as bases do seu pensamento e transferiu-se de Viena para Paris, nos fins do século 18, dando início, conquanto o forte preconceito acadêmico então rei­nante, às suas práticas, que tinham de certo modo um caráter burlesco, tendo em vista a forma bizarra com que se apresentava, sem a preocupação de atender à seriedade de um labor de ordem científica.
Compreensivelmente, o aparato algo teatral conse­guia influenciar os pacientes que lhe buscavam o  auxílio ».
Fazendo uma pausa, como a coordenar historicamente os conceitos, prosseguiu, com expressiva ênfase:
—  “Avançando de surpresa a surpresa, nas expe­riências magnéticas ao lado de portadores de distúrbios nervosos, criou Mesmer a (tina das convulsões» (*), em redor da qual podiam ser atendidas simultâneamente até 130 pessoas.
Ali se reuniam paralíticos, nevropatas de classifi­cação complexa que, em contacto com o fluído magné­tico, eram acometidos de convulsões violentas das quais saíam com nervos relaxados, libertados das enfermida­des que os consumiam
 
Acatado por uns, perseguido por outros, Mesmer terminou por abandonar Paris e transferiu-se para Nurs­burg, no lago de Constança, algo combalido e despres­tigiado.
«As suas experiências, porém, chamaram a atenção de homens ilustres e interessados na busca de métodos capazes de diminuírem as aflições humanas. Entre esses, o Marquês De Puységur, (1) em 1787; enquanto mag­netizava um camponês de nome Vítor Race, foi surpreendido por estranha ocorrência: o paciente adormeceu e nesse estado apresentou admirável lucidez, sendo ca­paz de produzir eficiente diagnóstico a respeito de ma­les orgânicos que o afligiam e sugerir segura terapêu­tica. O sono era ameno, sem convulsão nem tormento, ensejando o início do período denominado então sonam­bulismo.
«O fato, digno de estudos, tornou-se de súbito ins­trumento de charlatanismo e foi denominado como ma­ravilhoso, dando margem a especulações naturalmente ridículas e indignas. Todavia, estava-se no caminho certo, apesar das veredas falsas.
A Academia, convocada a opinar através de inqué­ritos conduzidos com má fé, chegou à conclusão de que tudo não passava de burla, e cerrou, desde então, «olhos e ouvidos» aos aventureiros, relegando-os ao mais amplo desprezo.
Pesquisadores conscientes, no entanto, não desani­maram e, dentre esses, o Barão Du Potet e Carlos La­fontaine se fizeram os mais notórios pelos livros que es­creveram e os espetáculos públicos em que se apresen­taram, exibindo os resultados das suas investigações, em­bora não fossem realmente cientistas.
«No entanto, a descoberta de De Puységur veio influenciar poderosamente o sacerdote português José Custódio de Faria, nascido em Concolim de Bardez, na África Portuguesa e residente em Paris, que, graças ao seu notável trabalho, passou a ser chamado em França l’abbé de Faria, que conseguiu, com inauditos esforços, libertar-se de todas as práticas e formas até então vi­gentes, estabelecendo que o fenômeno procedia da su­gestão, dependendo, evidentemente, do paciente. Des­considerou as apresentações ridículas, sem conseguir, no entanto, despertar a atenção dos sábios e acadêmicos...
As experiências de De Puységur conduziram o fe­nômeno ao campo da transposição dos sentidos, visão a distância e através de corpos opacos, etc...
Todavia, ao cirurgião inglês James Braid se deve a introdução do termo hipnotismo em lugar de magne­tismo e novas conclusões surpreendentes no setor das pesquisas, tendo-se em vista ser ele espiritualista.
Assistia ele a uma sessão de Lafontaine, para ave­riguar o que havia de real no debatido problema da magnetização, quando se sentiu despertado para alguns dos fenômenos mais modestos, o que o levou a realizar, ele mesmo, incontáveis experiências, no decurso das quais, após conseguir o sono provocado em seus «sujets», de­parou com os estados de catalepsia e letargia, encon­trando novo campo para experimentações valiosas.
Estávamos fascinados. Era uma síntese histórica do Hipnotismo, então aplicado em nossos trabalhos espi­rituais, e que hoje tem amplo curso entre médicos e odontólogos, reflexologistas e psiquiatras, constituindo preciosa disciplina credora de estudos profundos e com­plexos.
O  Instrutor, após ligeira reflexão, deu curso à expo­sição fluente e clara:
—  “No ano de 1878, porém, o Professor João Martinho Charcot proferiu uma série de conferências no Hos­pital da Salpêtriére, modificando na Academia a reabi­litação do desdenhado Magnetismo, agora apresentado com nomenclatura diferente: Hipnotismo, expressão com­patível, sem dúvida, com as experiências em curso. To­davia, o eminente professor Charcot, lidando exclusivamente com histéricas internadas no Hospital da Salpêtriére, chegou à conclusão apressada de que o hipnotis­mo é uma nevropatia de caráter automatista, que se ma­nifesta no enfermo através de três fases distintas: ca­talepcia, letargia e sonambulismo, relegando o fenômeno hipnótico a um plano de descrédito e mesmo de abjeção.
Enquanto o Professor Charcot pontificava na Univer­sidade da Salpêtriére, acusado pelo Professor Pedro Janet de apenas ter hipnotizado sensitivas já condicionadas por estudantes que praticavam o sonambulismo na ausência do mestre, criando nas percipientes um estado de auto­matismo patológico lamentável (2), destaca-se na Es­cola de Nancy o Dr. Liébault, que desde 1860 aplicava os recursos hipnológicos diariamente em sua clínica, com resultados expressivos, discordando terminantemente da conceituàção histeropata dos mestres da Salpêtriére...
A Escola de Nancy reuniu homens notáveis, den­tre os quais o professor Bernheim, que fora atraído ao Hipnotismo, através de um seu cliente para o qual fa­lharam todos os recursos, e se curara com uma única sessão de hipnose na clínica do Dr. Liébault. (3)
A partir desse momento, ficaram definitivamente estabelecidas as duas correntes preponderantes na Hip­nologia: a de que o fenômeno hipnótico encontra melhor campo e é específico nos histéricos, e aquela que afirma o oposto, estabelecendo que as pessoas portadoras de cérebro normal, capazes de melhor concentrarem nas idéias que se lhes sugiram, são as realmente hipnotizá­veis. Correntes de pensamentos diversos, padronizadas segundo os múltiplos experimentadores, têm sido apre­sentadas, criando opiniões esdrúxulas e não poucas vezes ridículas.
A verdade, porém, é que as duas Escolas france­sas, a da Salpêtriére, na qual pontificavam os conceitos da histeropatia, e a de Nancy, afirmando a legitimidade da sugestão em todos os indivíduos, mereceram da pos­teridade estudos mais acentuados e melhor consideração, embora a grande maioria dos pesquisadores haja discor­dado de Charcot, Pedro Jauet, Babinski, seus mais ilus­tres representantes.
«O Professor Carlos Richet, a cujo trabalho tanto de­vem as ciências fisiológicas e psicológicas, o eminente catedrático da Universidade de Paris, realizou estudos sistematizados, expôs com lealdade os resultados obti­dos e conseguiu interessar os mais eminentes estudiosos do seu tempo, entre os quais o próprio Professor Charcot, que após as conclusões do mestre fisiologista resolveu estudar em profundidade o Hipnotismo»...
E dando diversa inflexão à voz, o Benfeitor, no qual se alinhavam conhecimentos valiosos e experiências de alto realce, aduziu:
«O que nos importa, entretanto, considerar, é o mecanismo como se efetuam as intervenções hipnológi­cas entre os indivíduos encarnados, e mais particularmente entre desencarnados e encarnados, nos processos dolorosamente obsessivos, tanto quanto na reciprocidade do intercâmbio entre os despidos da indumentária carnal.
«As ondas mentais exteriorizadas pelo cérebro man­têm firme intercâmbio em todos os quadrantes da Terra e fora dela. Pensamentos atuam sobre homens e mulhe­res desprevenidos e a sugestão campeia vitoriosa ali­ciando forças positivas ou negativas com as quais sintonizam, em lacerantes conúbios dos quais nascem pri­sões e surgem alvarás de liberdade, por onde transitam opiniões, aspirações, anseios...
«Merece relembrado o conceito do Nazareno: Onde estiver o tesouro aí o homem terá o coração», o que equivale dizer que cada ser respira o clima da provín­cia em que situa os valores que lhe servem de retentiva na retaguarda óu que se constituem asas de libertação para o futuro.
«Pensamento e vontade — eis as duas alavancas de propulsão ao infinito e, ao mesmo tempo, os dois elos de escravidão nos redutos infelizes e pestilenciais do «inferno» das paixões.
«Pensar e agir, identificando-se com os fatores da atenção, constituem a fórmula mágica do comportamento individual a princípio, e coletivo logo depois, em que, ora por instinto gregário, ora por afinidade psíquica, se reúnem os comensais desta, ou daquela idéia.
«Céu ou inferno, portanto, são dependências que construímos em nosso íntimo, vitalizadas pelas aspira­ções e mantidas a longo esforço pelas atitudes que im­primimos ao dia-a-dia da existência.
Por tais processos, províncias de angústia e re­giões de suplício, oásis de ventura e ilhas de esperança nascem no recôndito de cada mente e se multiplicam ao império de incontáveis vontades que se reúnem, em to­dos os departamentos do planeta. Inicialmente, o ho­mem se converte no anjo ou no demônio, que ele pró­prio elabora por força da idéia superior ou viciada em que se compras, sintonizando, por um processo natural de afinidades, com outras mentes encarnadas ou não, que vibram nas mesmas faixas-pensamento, produzindo processos de hipnose profunda que se despersonalizam e se nutrem, sustentados, reciprocamente, por forças vi­tais de fácil manipulação inconsciente, que gravitam em toda a parte.
Nesse sentido, convém considerar as lições supe­riores do Espiritismo, que oferece panorama de elevada estrutura mental e moral, facultando registos de idéias superiores capazes de manterem uma higiene psíquica libertadora de toda conexão com as Entidades infelizes do Mundo Espiritual Inferior ou com as vibrações que pairam na Terra mesma, e que procedem de vigorosas mentes ainda agrilhoadas, que se imantam umas às ou­tras, realizando intercâmbio danoso, de longo curso e de imprevisíveis consequências.
 
 
(*)   A “Tina das convulsões” ou baquet (em francês) se cons­tituia de ampla caixa de madeira com dimensões gigantes, de for­ma circular e entulhada de limalhas de ferro. Sobre as limalhas eram colocadas garrafas cheias de água adredemente magnetiza­das. Essas garrafas semelhavam-se a vasos comunicantes, por estarem interligadas e o líquido passar através de todas. Da tina, por aberturas assimétricas, saiam inúmeras barras delga­das e longas de ferro, móveis, que os pacientes aplicavam sobre os órgãos enfermos. Os pacientes formavam diversas fileiras em torno do baquet, de modo a poderem a um só e mesmo tempo be­neficiar-se dos resultados magnéticos. Além disso, deixavam-se atar à cintura por uma corda, uns aos outros, e se davam as mãos com a finalidade de formarem um anel de força, a fim de ampliarem a ação do fluído.
 
(1) O Marquês De Puységur, dominado por sentimentos humanitários, magnetizou uma árvore em sua propriedade de Busancy com o objetivo de auxiliar os pobres que, tocando no vetusto vegetal, se diziam melhorar através dos seus recursos benéficos. Mesmer, por sua vez, interessado igualmente na mais ampla difusão do magnetismo, bem como na coleta de resulta­dos espetaculosos, instruiu um seu empregado, tornando-o seu cooperador para atender à clientela em crescimento espantoso. Além do baquet que atendia a número coletivo, havia a aplicação do magnetIsmo individualmente, feito de maneira bastante gros­seira, mas, ainda assim, de resultados surpreendentes...
 
(2) Esse mesmo Professor Pierre Janet publicara, em 1889, um livro Intitulado “Automatismo psicológico”, através do qual, entre diversas conclusões, tenta desmoralizar os médiuns, si­tuando-os entre os histéricos, na condição de simples automa­tistas.
 
(3)   Allan Kardec, o eminente Codificador, acentuou que:
      “São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou até exclusivamente por ato de vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluído, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circuns­tâncias especiais”.

A Gênese, de Allan Kardec, 14ª edição — Capitulo XIV —Item 32 — FEB. — Nota, do Autor espiritual.

 

QUESTÕES PARA ESTUDO E DIÁLOGO VIRTUAL

 

1.     O que é hipnotismo? Por que o mensageiro espiritual recomendava este estudo?
2.     Que tipo de contribuição trouxe Mesmer com os seus estudos?
3.     Quais as duas “alavancas” descritas pelo mentor espiritual que podem nos impulsionar ao progresso ou nos prejudicar? Como isto acontece?
4.     Ficou dúvidas?
  
Observação:
Hipnotismo: 1 Conjunto de fenômenos que constituem o sono causado artificialmente. 2 Sono sonambúlico provocado por esse processo.
Atualmente, utiliza-se o termo hipnose.
 

quarta-feira, 27 de abril de 2016

1a. Mostra Espírita de São Paulo - 13 a 15 maio 2016

Mostra Espírita em São Paulo


 
De 13 a 15 de maio de 2016 acontecerá na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Julio Marcondes Salgado a 1ª Mostra Espírita de São Paulo.

O tema central é "Aspectos Doutrinários da Casa Espírita: Jesus, Kardec e o Movimento Espírita Atual". Na vasta programação, momentos artísticos e palestras com Celina Falcão, Onivaldo Silva, Katia Penteado, José Roberto Godoy, entre outros.

A EMEF Julio Marcondes Salgado fica na Avenida Edu Chaves, 1289 - Parque Edu Chaves, São Paulo/SP. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (11) 99413-9150.

domingo, 24 de abril de 2016

Auto amor

Oi, galerinha!

Muito se fala na necessidade de praticarmos o amor ao próximo, né? Mas como vivenciar esse sentimento em relação ao outro se não conseguimos amar a nós mesmos? Vambora refletir sobre esse assunto? Assista a uma aula de auto amor aqui e depois reflitamos juntos....

EDUCAÇÃO PARA O AUTO-AMOR





O mais genuíno ato de amor a si consiste na laboriosa tarefa de fazer brilhar a luz que há em nós. Permitir o fulgor da criatura cósmica que se encontra nos bastidores das máscaras e ilusões. Somente assim, escutando a voz de nosso guia interior, nos esquivaremos das falácias do ego que nos inclina para as atitudes insanas da arrogância.

Quando não nos amamos, queremos agradar mais aos outros que a nós, mendigamos o amor alheio, já que nos julgamos insuficientes ou incapazes de nos querer bem.

O resgate de si mesmo há de se tornar meta prioritária das sociedades sintonizadas com o progresso. O bem-estar do homem, no seu mais amplo sentido, se tornará o centro das cogitações da ciência, da religião e de todas as organizações humanas.

Não podemos ignorar fatores de ordem educacional e social que estimulam vivências íntimas da criatura em sua caminhada de aprendizado. As últimas duas gerações que sofreram de modo mais acentuado os processos históricos e coletivos da repressão atingem a meia idade na atualidade. Renasceram ao longo das décadas de cinqüenta e sessenta e se encontram em plena fase de vida produtiva, sofridas pelas seqüelas psicológicas marcantes de autodesamor.

Outro fator, mais grave ainda, são as crenças alicerçadas em sucessivas vidas reencarnatórias que constituem sólida argamassa psicológica e emocional, agindo e reagindo, continuamente, contra os anseios de crescimento íntimo. O complexo de inferioridade é a condição cármica criada pelo homem em seu próprio desfavor.

Nada, porém, é capaz de bloquear ou diminuir o fluxo de sentimentos naturais e divinos que emanam da alma como apelos de bondade, serenidade e elevação. Nem a formação educacional rígida ou os velhos condicionamentos são suficientes para tolher a escolha do homem por novos aprendizados. O self emite, incessantemente, energias sublimadas, a despeito dos fatores sociais e reencarnatórios que agrilhoam a mente aos cadinhos regenerativos do conflito e da dor.

Contra os objetivos da vida profunda, temos forças vivas em nós mesmos como efeitos de nossos desatinos nas experiências pretéritas.

Considerando essa manifestação celeste do ser profundo, compete-nos talhar condições favoráveis para o aprendizado das mensagens da alma. Aprender a ouvir nossos sentimentos verdadeiros, os reclames do Espírito que somos nós mesmos.

O auto-amor é um aprendizado de longa duração. Conectar seu conceito a fórmulas comportamentais para aquisição de felicidade instantânea é uma atitude própria de quantos se exasperam com a procura do imediatismo. Amar é uma lição para a eternidade.

Uma das habilidades que carecemos aperfeiçoar nas relações interpessoais é a arte de ouvir. Mas, da mesma forma que guardamos limitações para ouvir o outro, também não sabemos ouvir a nós mesmos.

Ouvir a alma é aprender a discernir entre sentimentos e o conjunto variado de manifestações íntimas do ser, sedimentadas na longa trajetória evolutiva, tais como instintos, tendências, hábitos, complexos, traumas, crenças, desejos, interesses e emoções.

Escutar a alma é aprender a discernir o que queremos da vida, nossa intenção-básica. A intenção do Espírito é a força que impulsiona o progresso através do leque dos sentimentos. A intenção genuína da alma reflete na experiência da afetividade humana, construindo a vastidão das vivências do coração – a metamorfose da sensibilidade. A conquista de si mesmo consiste em saber interpretar com fidelidade o que buscamos no ato de existir, a intenção magnânima que brota das profundezas da alma em profusão de sentimentos.

Estar em paz consigo é recurso elementar na boa aplicação dos talentos divinos a nós confiados.

Amar-se não significa laborar por privilégios e vantagens pessoais, mas o modo como convivemos conosco. Resume-se na forma como tratamos a nós próprios. A relação que estabelecemos com nosso mundo íntimo. Sobretudo, o respeito que exercemos àquilo que sentimos. A auto-estima surge quando temos atitude cristã com nossos sentimentos.

O amor a si não se confunde com o egoísmo, porque quem tem atitude amorosa consigo está centrado no self. Deslocou o foco de seus sentimentos para a fonte de sabedoria elevação, criando ressonância com o ritmo de Deus. Amar-se é ir ao encontro do si mesmo.

Alguns tópicos para debate:

Responsabilidade – somos os únicos responsáveis pelos nossos sentimentos.

Consciência – o sentimento é o espelho da vida profunda do ser e expressa os recados da consciência. Nossos sentimentos são a porta que se abre para esse mundo glorioso que se encontra oculto, desconhecido.

Ética para conosco – somos tratados como nos tratamos. Como sermos merecedores de amor do outro, se não recebemos nem o nosso próprio?

Juízo de valor – não existem sentimentos certos ou errados.

Automatismos e complexos – o sentimento pode ser sustentado por mecanismos alheios à vontade e à intenção.

Auto-amor é um aprendizado – construir um novo olhar sobre si, desenvolver sentimentos elevados em relação a nós, constitui um longo caminho de experiências nas fieiras da educação.

Domínio de si – educar sentimentos é tomar posse de nós próprios.

Aceitação – só existe amor a si através de uma relação pacífica com a sombra.

Renovação do sistema de crenças – superar os preconceitos. Julgamentos formulados a partir do sistema de crenças desenvolvidas com base na opinião alheia desde a infância.

Ação no bem – integração em projetos solidários. Aquisição de valor pessoal e convivência com a dor alheia trazem gratidão, estima pelas vivências pessoais. Cuidando bem de nós próprios, somos, simultaneamente, levados a estender ao próximo o tratamento que aplicamos a nós. Quando aprendemos a gostar de nós, independente de sermos amados, passamos a experimentar mais alegria em amar. A ética de amor a si deve estar afinada com o amor ao próximo.

Assertividade – diálogo interno. Uma negociação íntima para zelar pelos limites do interesse pessoal. 

Florescer a singularidade – o maior sinal de maturidade. Estamos muito afastados do que verdadeiramente somos.

Ter as rédeas de si mesmo – para muitos o personalismo surge nesse ato de gerir a vida pessoal com independência. Pelo simples fato de não saberem como manifestar seus desejos e suas intenções, abdicam do controle íntimo e submetem-se ao controle externo de pessoas e normas.

Construção da autonomia – autonomia é capacidade de sustentar sentimentos nobres acerca de nós próprios.

Identificação das intenções – aprender a reconhecer o que queremos, qual nossa busca na vida. Quase sempre somos treinados a saber o que não queremos.

Sentir-se bem consigo é sinônimo de felicidade, acesso à liberdade. É permitir que a centelha sagrada de Deus se acenda em nós. Conhecer a arte de manejar caracteres.

(Do Livro “Escutando Sentimentos – a atitude de amar-nos como merecemos”, de Wanderley de Oliveira, pelo espírito de Ermance Dufaux)