terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Criança adotada transforma sua existência, diz pai de 25 "filhos do coração"

Criança adotada transforma sua existência, diz pai de 25 "filhos do coração"

HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL
 
Como maneira de agradecer o destino, a sorte ou, quem sabe, a oportunidade de ter uma vida melhor, homens que foram adotados na infância, como o psicólogo Ismael Ferreira Santos, de 38 anos, resolveram não encerrar em si esse ciclo de carinho. Como? Adotando também.
 
"Fui educado por um casal que não podia ter filhos. Tento me espelhar no caráter e na generosidade deles. Foi por isso que, mesmo com condições de ter filhos biológicos, resolvi adotar a Caroline Beatriz há um ano meio", conta. Casado há 14 anos com uma professora universitária, Ismael se cadastrou, com a mulher, em programas de adoção em diversos Estados do país. Mas foi ao ajudar uma amiga que o casal conheceu a menina, hoje com 13 anos. "Nos demos tão bem que parece que ela sempre esteve conosco", afirma.
O auxiliar de escrita fiscal Josué Ribeiro da Silva, 44 anos, de Cubatão (SP) foi adotado por uma amiga da mãe quando ainda era bebê. Ele descobriu a história de sua origem por terceiros e sofreu muito com a situação. Sua mulher, a dona de casa Janice de Jesus Silva, 42, conhecia a mãe biológica do marido e tratou de ajudar a selar a paz entre eles. "Hoje convivemos todos numa boa", garante.
O casal, que sempre gostou de crianças, não pôde ter filhos pois Janice precisou retirar o útero. Com isso, a decisão de “encontrar um filho do coração” não demorou a ser tomada: Cauã, 3 anos, entrou para a família ainda bebê. Como os trâmites para sua adoção demoraram, os dois acabaram se encantando por outro garotinho do mesmo abrigo. “Ele veio passar o Natal e o Ano Novo com a gente. Nos apaixonamos e decidimos adotá-lo também”, explica Josué. Sorte de Jorge Luiz, hoje com 5 anos.
Para o pedagogo mineiro Roberto Carlos Ramos, 45 anos, cuja vida se transformou no filme “O Contador de Histórias” (2009), de Luiz Villaça, todo mundo pensa que adotar é mudar a vida de uma criança. “Não é. É aquela criança que transforma a sua existência de uma maneira inimaginável. Acredite: você recebe em dobro todo o amor e afeto que dá”.
Deixado em uma entidade assistencial aos 6 anos de idade pela mãe biológica, Roberto Carlos tentou incontáveis fugas até os 13 anos. Era tido como irrecuperável, até a pedagoga francesa Margherit Duvas, morta em 1983, aparecer em sua vida. Ela decidiu ficar com Roberto e educá-lo como seu filho.
Anos mais tarde, já formado em Pedagogia, ele fez estágio justamente na instituição em que havia passado a infância. “A história se repetiu. Conheci um menino problemático, complicado mesmo. Acabei levando-o para fazer um lanche em minha casa e ele nunca mais saiu de lá”, conta Roberto Carlos que, tempos depois, também adotou o irmão do garoto. “Decidi educá-los e prepará-los para o mundo”.
Ao todo, ele tem 25 filhos adotivos. “E já sou avô de coração de quatro netinhos”, conta, orgulhoso. A prole toda mora em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, e sempre se reúne. “Sou realizado, porque vejo que meus filhos são homens de bem e felizes. Agora posso aproveitar para namorar um pouquinho”, brinca ele, que nunca teve tempo para se casar.
Notícia publicada no Portal UOL, em 11 de agosto de 2011.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta
Essa notícia nos mostra o exercício da gratidão em desenvolvimento, do reconhecimento do amor recebido através da sua continuidade.
Muitos são aqueles que se rebelam ao tomar conhecimento que são filhos adotivos. Esses, ao contrário, retribuíram esse amor, multiplicando-o a outros que, como eles, foram abandonados por seus pais biológicos.
É a prova de que podemos, quando temos a vontade, de nos transformar em homens de bem. As barreiras, as dificuldades se desmoronam na nossa frente quando nos propomos seguir o caminho que Jesus veio nos ensinar.
“Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza.” (O Livro dos Espíritos – questão 918.)
São noticias como essas que enchem nossos corações com esperanças de um futuro melhor. Pessoas que fazem das suas experiências, dos seus sofrimentos alavancas para trabalhar pelo seu próprio desenvolvimento, do seu semelhante e do nosso planeta.
Desviam-se das lamentações e da revolta para semear dias de amor em prol da felicidade alheia. A isso podemos chamar de amor em movimento, em prol da Paz e da Felicidade, que resume numa só palavra que é o AMOR, na sua maior essência, que é o incondicional.
Demonstraram sua gratidão na continuidade do amor que receberam. Buscaram no sorriso daqueles seus semelhantes à oportunidade de agradecimento pelo que receberam e descobriram neles a oportunidade multiplicar sua felicidade através da repetição daquilo que receberam na vida: carinho, educação, respeito, enfim, um LAR.
É a prática da Lei do Amor, é “a multiplicação dos pães” e o “dar de graça o que de graça receberam”. É seguir os passos de Jesus.
É esse sentimento que transforma a nossa existência, o nosso espírito e nos leva em direção a Deus.
 
* Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

Diálogo de Ano Novo

Diálogo de Ano Novo

Nara Coelho

- Hei! amigo! Ore por mim. A vida está difícil. Falta-me o pão na mesa. Sobram-me dores e dívidas. Foge-me a esperança. Fenecem-me as energias. Ore por mim!
- De oração em oração, confundem-se as beatas, atribulam-se os vendilhões dos templos. Dos múltiplos e diversos templos que se espraiam sobre esta terra de Deus, assoberbada por tantas crendices. Não creio saber orar... Faltam-me fé e palavras, incenso e conhecimento com que invocar as benesses do Mais Alto!
- Ah! Irmão! Não é disso que falo eu... Olhe para o céu e perceba as luzes que bruxuleiam, fazendo-se de mil tamanhos ao encontro dos que têm olhos de ver. Repare em torno de si as grandes disparidades: um chora, outro é covarde para enfrentar seus martírios. Mas há também quem granjeie alegria em toda parte, carinho e benevolência até do céu, veja só! Hoje eu vejo, mas sou cansado, sou triste e atormentado por tudo que provoquei: foram enxurradas de lágrimas de mães, de viúvas e de filhos; de velhos e alucinados que já com carquilha arranquei. Você nem imagina, amigo, o que fiz por sobre os ombros dos que me amavam de fato, dos que confiavam em mim: traí, aticei calúnias, rompi e corrompi. Não foram poucas as dores que plantei perto de mim. Ai de você, se estivesse outrora ao meu alcance. Não haveria sinal de bondade que impedisse meu ataque. Sabia-me pleno de ginga, de corpo e inteligência; e então fazia a festa. Não havia a quem poupasse. Recordo-me da elegância com que envolvia minhas presas. Era uma, era outra, eram todas, todas mesmo. De vez em quando pensava: será que não vou me dar mal? E uma voz me sibilava no coração e na mente, contando com meu aceite: deixe de ser frouxo parceiro, se não quer, eu mando outro para ser dono do quintal! E lá ia eu novamente, certo do que me esperava: alegrias renovadas, dinheiro no bolso, viagens, e na “bacia das almas” ficava... atrelado aos meus pares.
- Mas, se você sabe tanto... Por que me pede para orar? Quem sabe tanto, trata logo de agir. Ore você, portanto! Diga o que quer para Deus. Não entendo o que fala... Queria fazer o que fez, servir a quem serviu, por que chora, então?
- Ah! Meu amigo, meu irmão... Peço-lhe que ore, para você orar! Para que veja o que outrora não vi em vários passados, em tempos interligados por dezenas de mortes, enfim. Não sabia que o meu tempo era para me unir ao porvir, de glórias ou de tormentos feitos somente por mim. Não orava, não cuidava dos meus projetos de edificação da paz e da felicidade. Achava mesmo que o tempo cuidaria a contento dos meus planos; por milagre ou fantasia encontraria a salvação e com ela a alegria. E me furtei à transformação. Peço-lhe que ore por mim como quem lhe atira uma tábua de salvação. Você está como estive. De pé sobre areia movediça. Seus braços se abrem ao encontro do abismo. Quem disse que você está feliz com a maldade que pratica contra tantos? Maldade escondida sob aparência elegante, sob o poder temporal, sob a capa da fortuna. Você é o que fui. Faz o que fiz. Mas as dores conseqüentes dos seus atos já lhe começam a zunir sobre a mente itinerante, a vergastar-lhe o corpo antes tão ágil. E você começa a hesitar. Eu sei, eu vejo, eu sinto quando vagueia o olhar indeciso, buscando apoio para o que faz. Mas não se lembra de orar! Por isto peço-lhe: Ore por mim, para que ore por você! Um novo tempo começa para todos. Ano Novo, medida relativa do tempo que se abre para a eternidade a nos dizer do seu poder para a reconstrução do futuro. Um futuro mais feliz para mim, para você, para tantos.
- Sinceramente, não sei do que você fala!
- Não? Então, por que você está chorando?
- Não sei; talvez porque você esteja me obrigando a pensar... a me voltar para mim mesmo e a rever minha caminhada, coberta de remorsos, de arrependimentos.
- Ah! Mas o amor cobre a multidão dos pecados! O amor que se faz presente no sorriso ao triste, no abraço ao só, na mão ao caído, na água que dessedenta, na migalha que alimenta, no agasalho que aquece... na prece ao necessitado, como eu o sou. Necessitado do seu perdão. Preciso começar este tempo novo, munido do seu perdão, da sua prece.
- Não consigo.Você me intimida...
- Intimido-o, meu amigo e meu irmão, porque você me reconhece. A mim, que por tantas reencarnações o estimulei ao vício e a desajustes de tantos matizes... A mim que fui seu pai e seu carrasco. Assim, se você não pode orar por mim, ore comigo. Ainda que chorando, digamos por nós dois e pela humanidade inteira, por um tempo novo que se anuncia, abrindo-nos a chance de um recomeço:
- Pai Nosso que estais nos céus!
- Pai Nosso que estais nos céus!
 
(autora: Nara Coelho - Fonte: Espiritismo. Net)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Cientista russo fotografa a alma a deixar o corpo


A alegada altura em que o lado astral desencarna, ou seja, a exata altura em que o espírito deixa o corpo, foi capturada pelo cientista russo Konstantin Korotkov, que fotografou e analisou uma pessoa neste momento com uma câmara bioelétrica.
 
A imagem foi obtida monitorizando as descargas de gases visualmente, usando um método avançado de fotografia de Kirlian, mostrando em azul a força vital do corpo deixando-o gradualmente.
De acordo com Korotkov, o umbigo e a cabeça são os pontos que perdem força vital em primeiro lugar e as virilhas e o coração são as últimas áreas a perder essa mesma força, antes que todo o espírito parta na direção do infinito desconhecido. Korotkov analisou ainda casos de morte violenta ou inesperada e pode demonstrar que nestes casos existe uma espécie de ‘confusão’ e que esta força vital, energia ou alma costuma voltar ao corpo algumas vezes durante os dias que se seguem à morte, o que se pode dever a excessos energéticos segundo o assistente de Korotkov.
A técnica desenvolvida por Korotkov, diretor do ‘Research Institute of Physical Culture’ em São Petersburgo, é considerada e usada como uma tecnologia médica pelo Ministério da Saúde da Rússia que possui mais de 300 médicos no mundo a investigar momentos de stress, monitorizando os progressos de pessoas com doenças terminais. Korotkov afirma que a sua técnica de imagiologia energética pode ainda ser usada para diagnosticar todo o tipo de desequilíbrios biofísicos em tempo real e até mostrar se alguém tem poderes psíquicos ou é uma fraude.
Esta técnica, que mede em tempo real as radiações emitidas pelo espectro eletromagnético do corpo humano, e não só, é bem mais avançada que a versão desenvolvida para a aura por Semyon Kirlian. As observações da equipe de Korotkov confirmam, tal como anteriormente afirmado por Kirili, que «a luz eletrofotônica estimulada à volta das pontas dos dedos de um humano contém informação coerente e extensa sobre essa mesma pessoa e o seu estado físico e psicológico.»
No vídeo abaixo (com legendas em português e dividido em 3 partes, que poderá acompanhar as restantes no youtube), explica a técnica e foca coisas muito importantes que esta ajudou a concluir, nomeadamente o fato de quanto mais tecnológicos formos menos energia vital temos, quanto menos comida biológica ingerimos menos energia vital temos, etc. Fala-se ainda da medição possível de fazer da interação e influência que a nossa bioenergia tem nas pessoas que nos rodeiam, bem como explica que a nossa bioenergia reage à medida que alguém nos dirige atenção, mesmo que não estejamos conscientes disso.
No vídeo Korotkov demonstra-se otimista para o futuro e afirma que este novo campo científico está a provocar mudanças na educação da Rússia onde hoje se ensinam as crianças a reconhecerem estas energias, não como suspeita, mas como um fato.
Mais sobre Korotkov, na primeira pessoa:
Notícia publicada em Portugal Mundial, em 7 de setembro de 2013.

Raphael Vivacqua Carneiro* comenta
“Psicoscópio? Que novo engenho vem a ser esse?”, indagou Hilário. “É um aparelho que se destina à auscultação da alma, com o poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações em torno da matéria”, esclareceu Áulus. Este diálogo foi registrado em 1954, pela psicografia de Chico Xavier, na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, ditada pelo autor espiritual André Luiz. O instrutor revelou ainda algumas características técnicas do aparelho: “Funciona à base de elementos radiantes, análogos na essência aos raios gama. É constituído por óculos de estudo, com recursos disponíveis para a microfotografia”. E acrescentou: “Se o espectroscópio permite ao homem perquirir a natureza dos elementos químicos, localizados a enormes distâncias, através da onda luminosa que arrojam em si, com muito mais facilidade identificamos os valores da individualidade humana pelos raios que ela emite. A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção”. No meio dessa interessante narrativa, ele deixou escapar uma predição entusiasmante sobre o invento: “Esperamos esteja, mais tarde, entre os homens”.
É irresistível cogitarmos a hipótese de que a fotografia Kirlian seja um precursor do psicoscópio utilizado pelos obreiros do Mundo Espiritual, mas que ainda não foi inventado na Terra. Na verdade, os cientistas ainda não conseguiram decifrar com clareza o que significam as imagens captadas pelo processo de fotografia Kirlian, ou kirliangrafia. O processo foi descoberto acidentalmente em 1939, quando o técnico em eletrônica russo Semyon Davidovich Kirlian, juntamente com a sua mulher Valentina, fotografou objetos utilizando uma chapa fotográfica submetida a campos elétricos de alta voltagem e alta frequência, porém com baixa intensidade de corrente. O resultado foi o aparecimento de um halo luminoso em torno dos objetos inanimados ou animados, com forma, cor e intensidade variadas. Embora ainda não haja evidências definitivas, pesquisas vêm mostrando que, quando um dedo de uma pessoa é submetido a esse processo, as imagens captadas pela kirliangrafia possuem correlação com o estado emocional e de saúde desse indivíduo. Por este motivo, a partir de 1999 a utilização da fotografia Kirlian foi aprovada pelo Ministério da Saúde da Rússia, para uso como ferramenta auxiliar de diagnóstico médico. Na área psicológica, ela ajuda a identificar depressão, tristeza, angústia, tensões; na área física, auxilia na identificação de câncer, ou neoplasia maligna.
A comunidade científica, de um modo geral, é sempre muito cautelosa quanto à aceitação de novas descobertas. É comum que estas levem décadas antes de serem admitidas pela maioria dos cientistas ou, então, caírem por terra. Se a fotografia Kirlian ainda não completou o seu ciclo de maturação científica, a recente técnica desenvolvida pelo cientista russo Konstantin Korotkov encontra-se ainda mais distante de conquistar esse galardão.
Vemos com bons olhos toda pesquisa que almeje aprofundar o conhecimento científico na área da psicobiofísica, buscando as suas variadas aplicações práticas. Neste sentido, são muito importantes os avanços obtidos em relação à técnica original de Kirlian. Contudo, é preciso não se deixar levar por entusiasmo exagerado, nem extrapolar os fatos científicos descobertos.
A Doutrina Espírita afirma que o desligamento da alma por ocasião da desencarnação é algo gradual; só pouco a pouco o perispírito se desprende de todos os órgãos. Afirma ainda que o fluido vital, do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, vai-se dissipando após a morte do corpo. Entretanto, nada prova ou garante que a fotografia Kirlian, ou a técnica aprimorada por Korotkov, reproduza imagens da alma humana, ou do perispírito, ou do fluido vital, ou ainda da aura que irradia do corpo espiritual; isto seria uma inferência duvidosa. Em vez de afirmar isso, pode-se dizer que a fotografia Kirlian reproduz “uma aura” dos objetos inanimados ou animados, e que daí são obtidas informações úteis à ciência. Isso não é pouco – e muito mais ainda está por ser descoberto! Há de chegar o dia em que um psicoscópio será algo mais comum entre nós do que um Google Glass.
 
* Raphael Vivacqua Carneiro é engenheiro e mestre em informática. É palestrante espírita e dirigente de grupo mediúnico em Vitória, Espírito Santo. É um dos fundadores do Espiritismo.net.

Estupro vira arma de guerra no Congo


Estudo registra 400 mil casos de violência sexual em apenas um ano
 
ADRIANA CARRANCA, ENVIADA ESPECIAL / MASISI, REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO
 O Estado de S.Paulo
 
Em um leito do hospital de Masisi, na conturbada Província de Kivu do Norte, dominada por rebeldes, K.S., de 33 anos, não consegue olhar para o filho recém-nascido. O bebê faz parte de uma geração perdida no rastro dos conflitos na República Democrática do Congo, ex-Zaire: os filhos de estupros. O crime ocorre no país mais do que em qualquer outro lugar do mundo.
O estudo mais recente, da Associação Americana de Saúde Pública, divulgado em 2011, registrou 400 mil estupros de mulheres, de entre 15 e 49 anos, em um ano.
Isso significa que 1.095 congolesas foram estupradas por dia - 45 por hora. Num país como o Congo, de proporções continentais e infraestrutura precária que impede o acesso às regiões mais remotas, é difícil obter números confiáveis. Nos vilarejos do leste, porém, ainda mais difícil é encontrar mulheres que não tenham uma história de violência sexual para relatar.
Uma delas, de 30 anos, tentou oferecer tudo o que tinha - 1.000 francos congoleses (US$ 1) - a rebeldes do M23 quando eles a encontraram na mata, após ela ver seu marido ser morto com um tiro em um ataque contra o vilarejo de Kabizo, na região de Rutshuro, mas eles não queriam seu dinheiro. A chacina de homens e os estupros de mulheres se tornaram armas de guerra no Congo. Servem para demonstrar força e humilhar o oponente ao dominar e massacrar populações de sua etnia.
K.S. estava a caminho de Kitchanga, no território disputado por rebeldes tutsis, hutus e hundes, quando um grupo cruzou o seu caminho. Ela foi forçada a seguir com eles e a testemunhar o ataque contra seu próprio vilarejo, quando mataram os homens com facões - seu marido, entre eles. Na base dos rebeldes, foi amarrada com cordas entre duas árvores e estuprada durante três semanas, até conseguir fugir com a ajuda de uma das mulheres do campo - os grupos rebeldes mantêm mulheres para funções como cozinhar e cuidar de crianças sequestradas que se tornarão soldados.
A riqueza dos detalhes que as mulheres dão e a quantidade que chega aos hospitais com infecções, suspeita de gravidez ou de contaminação pelo vírus HIV após os estupros não deixam dúvidas de que essa não é uma tragédia fabricada.
Em 2012, os centros de saúde em Kivu do Sul, uma das 11 províncias do Congo, registraram o atendimento de pelo menos 40 mulheres por dia vítimas de estupro, em 2012, segundo relatório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. Destas, um terço era de crianças, 13% das quais menores de 10 anos.
Esses são somente os casos que puderam ser registrados. "É muito difícil para as mulheres admitir que foram estupradas, porque elas têm vergonha e podem ser excluídas", diz Maman Agathe Farini, que cuida de grávidas de risco. Como as distâncias são longas e o atendimento de emergência é dificultado por estradas precárias, elas passam os últimos três meses na casa, com 76 leitos, em um anexo do hospital de Masisi, mantido pela organização Médicos Sem Fronteiras.
Maman perdeu seu filho, de 25 anos, em um ataque e foi testemunha de dezenas de outros. No último deles, em dezembro, viu rebeldes em uma área perto do hospital. Depois, ajudou a recolher os corpos. "Eles estupraram as mulheres. Das grávidas, cortaram a barriga com facões, os bebês mortos lá dentro. As que sobrevivem a um ataque como esse não querem mais ver um homem. Se engravidam (dos estupradores), não querem ver a criança, não querem alimentá-la. Muitas tentam abortar em casa. Tomam chá de ervas, usam galhos, porque, no Congo, isso é ilegal."
K.S. tentou abortar, mas, quando descobriu a gravidez, já era tarde.
Entre 9% e 10% das mortes de mulheres no Congo é causada por abortos ilegais, a maioria por vítimas de estupros. Se nascem, as crianças serão abandonadas, excluídas do convívio social ou até assassinadas.
Em razão do componente étnico do conflito, aos olhos da comunidade, os filhos de estupros se tornam automaticamente um "interahamwe" - referência à milícia hutu responsável pelo genocídio de tutsis em Ruanda, que se refugiou nas matas do vizinho Congo após o massacre. São vistos como inimigos.
"É nesse ambiente de trauma que estão crescendo as crianças do Congo e isso é preocupante, porque já se percebe mudanças nos valores da sociedade", diz a psiquiatra Audrey Magis, da ONG Médicos sem Fronteiras, especialista em stress pós-traumático, com experiência em países como Síria, Líbia, Egito e territórios palestinos.
"Nós fizemos campanha para que as mulheres procurassem atendimento médico após um estupro para evitar a aids. Então, hoje, elas nos procuram, mas chegam com questões práticas, como quanto tempo devem deixar de fazer sexo com o marido, porque não querem contar a eles que foram estupradas. A violência que sofreram, em si, parece ter menos impacto. São tantas mulheres violentadas que se tornou rotina."
Os efeitos do trauma só são conhecidos mais tarde, na forma de uma doença que já não é vista no Ocidente: histeria, um tipo complexo de neurose causada por um problema emocional que se manifesta em sintomas físicos como dores e até paralisia, cegueira e surdez.
K.S. tem pesadelos constantes, em que sonha ainda estar em posse dos rebeldes.
Desperta com os próprios gritos, encharcada de suor. Ao acordar, só consegue ver no filho a materialização de seu tormento.
Notícia publicada em estadao.com.br, em 27 de outubro de 2013.

Jorge Hessen* comenta
Relatório da American Public Health Association, de 2011, recém-divulgado, registra que ocorreram mais de 400 mil casos de violência sexual na República Democrática do Congo contra mulheres com idades de entre 15 e 49 anos. Em 2012, os centros de saúde em Kivu do Sul, uma das 11 províncias daquele país, registraram o atendimento diário de pelo menos 40 mulheres vítimas de estupro, segundo relatório do Office of the United Nations High Commissioner for Human. Destas, um terço era de crianças, das quais 13% menores de 10 anos.
Nesse funesto panorama, cerca de 10% das mortes de mulheres no Congo é consequência de abortos ilegais (a maioria por vítimas de violência sexual). Os bebês que nasceram foram ou abandonados ou excluídos do convívio social ou até assassinados. Em face de provável componente étnico do conflito na região, os filhos de violência sexual se tornam automaticamente um "interahamwe" – referência à milícia hutu responsável pelo genocídio de tutsis em Ruanda, que se refugiou nas matas do vizinho Congo após o massacre.
Existem distintas pesquisas revelando que 24% dos homens e 39% das mulheres foram vítimas de estupro noutros países africanos nesses últimos anos. Infelizmente, não somente no Congo ocorre a violência sexual, mas igualmente na África do Sul, hoje considerada a “capital do estupro” do mundo. Uma menina nascida no país que Nelson Mandela redesenhou tem mais chances de ser abusada sexualmente do que aprender o alfabeto e ler. Esta questão tem muitas origens culturais, pois que 62% dos meninos com mais de 11 anos creem que forçar alguém a cópula não é um ato de violência.
Abolir a primitiva cultura da violência sexual demanda um governo arrojado e atuações direcionadas para acarretar transformações morais para alguns grupos africanos. As implicações das atrocidades no continente como observamos, dentre outras, são os abortamentos ou filhos rejeitados ou trucidados após a gestação. Nesses casos, sob o enfoque do Evangelho, considerando especificamente a cultura espírita, não há como acobertarmos o aborto, ou o abandono do rebento, em que pesem as variáveis na aplicação da Lei Divina, mormente em face do panorama calamitoso entre seres em escala evolutiva confessadamente primitiva.
É difícil divisar como são exatamente os cenários de crise que vivem e viveram esses países africanos após amargarem anos sob os guantes da guerra e segregação racial. O que sobra dos valores construídos por um povo? Um espaço delimitado por fronteiras cuja cultura foi depauperada, e onde aqueles que largaram as armas se portam agora como algozes que molestam homens e mulheres a esmo e subjugam qualquer um a seu bel prazer. Mas que prazer é esse? Como explicar o comportamento animalesco que assumem esses estupradores? Aliás, de Angola também se noticiaram outras tantas barbaridades sexuais contra as mulheres.
Podemos inferir que esses irmãos africanos incorreram no mesmo erro de antanho, e que talvez tenham se proposto a reparar através da reencarnação na região. Parece que o caos africano instiga os espíritos a cair no mal, quem sabe por indução maléfica de outros desencarnados que se alimentam dessa situação de terror. Obviamente os “milicianos” que trucidam os homens inimigos e violentam sexualmente as mulheres são espíritos em escala evolutiva muito primária. São seres muito próximos da irracionalidade.
Naturalmente não podemos, perante tais flagelos, permanecer em estado de inércia compassiva, sob impulsos de petrificação emocional; até porque somos todos oriundos de um mesmo Senhor e a humanidade na Terra é constituída pela soma de todos nós.
Inobstante os contrastes da vida social, considerando os mosaicos das culturas humanas, Jesus permanece na administração do Planeta. Há uma ordem nas coisas e não jazemos desamparados pelos prepostos do Mestre, que escoltam cada episódio e ajeitam o ensejo de correção para os que cometem infrações e o acolhimento das que padecem da estupidez dos perversos no curso da prova terrena.
 
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Acontecerá: "O movimento espírita e a missão espiritual do Brasil" - SC

Seminário em Santa Catarina em janeiro

"O movimento espírita e a missão espiritual do Brasil" é o tema central do seminário que será realizado no dia 11 de janeiro de 2014, das 14h às 17h, no Centro Espírita Casa de Jesus em Balneário Camboriú/SC.
A coordenação do evento será de Maria Túlia Bertoni, presidente da Federação Espírita do Mato Grosso do Sul.
O Centro Espírita Casa de Jesus fica na Rua 600, 123 - Centro. Mais informações podem ser obtidas através do site www.casadejesus.org.br ou pelo telefone (47) 3360-7708.

Artigo: Ritualismo e Espiritismo

 Ritualismo e Espiritismo

 
Sérgio Biagi Gregório 

 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. O Mito, o Rito e a Religião: 4.1. O Que se Entende por Mito?; 4.2. O Rito; 4.3. As Religiões Organizadas dão Prosseguimento ao Rito. 5. O Sincretismo Religioso: 5.1. O Que se Entende por Sincretismo?; 5.2. Sincretismo Filosófico-Religioso; 5.3. Outros Tipos de Sincretismos. 6. Ritualismo no Espiritismo?: 6.1. O Passe Espírita; 6.2. Trabalhos Práticos; 6.3. A Fluidificação da Água como Ritualismo. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O Espiritismo tem ritual? E os espíritas? É permitida a prática de rituais nos Centros Espíritas? Como detectá-las? Eis aí algumas questões que poderiam ser formuladas para a reflexão sobre este tema. O nosso roteiro comporta o estudo do mito, do rito, do sincretismo religioso e as comparações que se podem fazer com a Doutrina dos Espíritos.
 
2. CONCEITO
Rito – ato religioso simbólico e institucionalizado cuja eficácia é de ordem extra-empírica, pelo menos parcialmente. Para realizar este ato utilizam-se, por vezes, objetos. Do ponto de vista da antropologia, o rito visa a fazer viver por uma coletividade mitos religiosos ou sociais, ou, pelo menos, permitir-lhe representar crenças mágicas. Em outras palavras, regras e cerimônias que se devem observar na prática de uma religião. (Thines, 1984)
 
Ritual – conjunto de práticas consagradas pelo uso e/ou normas, e que devem ser observadas de forma invariável em ocasiões determinadas.
Ritualismo – conjunto de ritos. Apego excessivo a cerimônias, sem suficiente atenção ao significado que veiculam.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A curiosidade sobre a origem das coisas é um dos principais estímulos à pesquisa científica, filosófica e religiosa. Impossibilitado, porém, de conseguir uma explicação concreta, o ser humano apela para os fatores mágicos, principalmente os mitológicos. Nesse mister, a história da Humanidade está repleta de mitos. O mito era uma visão, uma percepção de como tudo começou. O Cristianismo, que adota o Velho e o Novo Testamento, tem o seu mito de criação nas figuras de Adão e Eva. Nesse mito, Deus, o criador do céu e da terra, constrói o Adão do barro, sopra-lhe as narinas e lhe dá vida. Depois, vendo-o só, criou-lhe a Eva, da sua própria costela.
Ritualismo vem de ritual. Ritual vem de rito. O rito está ligado ao mito. O mito vem da mitologia. A mitologia, por sua vez, nada mais é do que um conjunto de mitos. Esta correlação de idéias mostra que um elemento nunca está isolado. Ele faz parte de uma idéia mais ampla. Procuremos aprofundar então o assunto em questão.
4. O MITO, O RITO E A RELIGIÃO
4.1. O QUE SE ENTENDE POR MITO?
Mito - do gr. mythos - discurso, narrativa, boato, legenda, fábula, apólogo. Originariamente, o termo significava uma narrativa fantasiosa da genealogia e dos feitos das divindades do politeísmo registrados nas teogonias. Aos poucos, o termo se foi carregando de novos sentidos. Sociologicamente, é a narrativa imaginária de origem popular: "os mitos cosmogônicos". Historicamente, é a exposição de uma doutrina sob a forma de narrativa alegórica: "os mitos platônicos". Vulgarmente, é a dramatização das grandes aspirações frustradas do grupo: "mito da greve geral". (Cuvillier, 1961)
O mito comporta um sentido próprio e um sentido figurado. Em sentido próprio, o mito significa uma fábula arquitetada pela fantasia humana para personificar entidades do espírito ou da natureza. Exemplo: Zeus é Deus na mitologia grega. Em sentido figurado, o mito é a atribuição de um valor absoluto a uma entidade relativa. Exemplo: modernamente, somos impelidos a enriquecer e ter posição de destaque; caso não o consigamos, somos desprezados pelos que o conseguiram.
4.2. O RITO
As formas de culto variam muito dentro das diferentes religiões e culturas. No entanto, em quase todos os cultos realizam-se cerimônias sagradas, os ritos, cuja prática está a cargo de sacerdotes. O que se pratica no rito é relacionado no mito, a história sagrada. As palavras do mito explicam os acontecimentos sagrados e sua origem. Nas religiões primitivas acreditava-se que os próprios deuses estavam presentes durante os ritos naturais e criacionistas.
Os ritos mágicos de fertilidade, com sacrifício de vitimas aos deuses, existem em muitas culturas antigas. Nas religiões de mistérios da antiguidade, por exemplo, celebravam-se ritos de salvação ligados ao mito de um deus que morre e ressuscita, para purificar e renovar o indivíduo humano. Alguns aspectos do sentido dos antigos ritos revivem nos sacramentos do cristianismo, sobretudo no sacrifício da missa católica. (Enciclopédia Combi, verbete Religião)
4.3. AS RELIGIÕES ORGANIZADAS DÃO PROSSEGUIMENTO AO RITO
Na Antiguidade acreditava-se que os sacrifícios cruentos proporcionavam ao homem forças revigoradoras. No rito do culto a Mitra matava-se um touro, e seu sangue era derramado sobre um homem situado debaixo do lugar da cerimônia, efetuada para conseguir a salvação e forças renovadoras.
Nas Igrejas católicas, a celebração eucarística, que se realiza precisamente durante a missa, converte o altar num lugar sagrado, porque é nele que a divindade se encontra presente.
Nos templos hindus, segundo tradição antiqüíssima, os sacrifícios oferecidos no altar significam que a criação e a ordenação do mundo se renovam.
Nos templos egípcios, numa arca santa, guardava-se a imagem do deus, a cujo serviço estavam os sacerdotes; essa imagem era lavada, vestida, alimentada etc.
Atualmente, vemos uma série de rituais divulgados pela mídia televisiva, como é o caso do "descarrego" e o aparecimento de pessoas que chicoteiam o corpo para "purgar o pecado".
5. O SINCRETISMO RELIGIOSO
5.1. O QUE SE ENTENDE POR SINCRETISMO?
Sincretismo – significa, originariamente, união dos cretenses contra o inimigo comum, porque habitualmente estavam desunidos. No século XVII, porém, pensando que o temo procedia do verbo misturar, passou ele a significar mescla de doutrinas derivadas de diversa proveniência: católica, luterana, calvinista. A partir daí, o conceito alargou-se a toda a forma de mistura – por justaposição, composição, sobreposição ou fusão – de doutrinas, de ritos, de imagens, de símbolos. (Enciclopédia luso-brasileira de Cultura)
5.2. SINCRETISMO FILOSÓFICO-RELIGIOSO
O Helenismo fornece subsídios para a edificação do Judaísmo e do Cristianismo, na medida em que estes passam a interpretar as revelações com base na filosofia grega, dogmatizando-as na forma de raciocínio concreto.
Na Patrística (Séc. I a V), o posicionamento de Santo Agostinho (354-430), frente ao platonismo, não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Assim, apresenta uma nova versão da teoria das ideias, modificando-a em sentido cristão, para explicar a criação do mundo. Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia.
Na Escolástica (Séc. XI a XV), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), utiliza a filosofia de Aristóteles para explicar a relação entre fé na revelação e razão. Ele conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação. Há distinção, mas não oposição entre as verdades da razão e as da revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela.
5.3. OUTROS TIPOS DE SINCRETISMOS
O dogma da santíssima trindade do Catolicismo foi tirado das grandes religiões da Antiguidade. Observe que no Egito tínhamos a trindade Osíris, Ísis e Hórus.
A Umbanda, considerada uma religião tipicamente brasileira, tem traços dos nossos indígenas, dos católicos e dos africanos.
As palavras chakra e carma tão exaustivamente utilizadas no meio espírita foram extraídas do Esoterismo.
O corpo fluídico de Cristo foi extraído das teorias de Roustang, um contemporâneo de Allan Kardec.
6. RITUALISMO NO ESPIRITISMO?
6.1. O PASSE ESPÍRITA
No totemismo havia a concepção de "maná", uma força espiritual que se podia captar e passar aos outros através do passe. De acordo com os seus rituais, eles levantavam as mãos e captavam tal força, hoje denominada de  magnetismo. Em nosso caso, quando fazemos os movimentos de levantar as mãos para captar esses fluidos nós estamos criando uma forma de ritualismo sem o percebermos. O levantar as mãos é um ritualismo; o movimento que fazemos com as mãos para favorecer alguém, não o é, visto que há comprovações empíricas de que transmitimos energia pelas mãos, pelos olhos e pelo corpo. (Curti, 1985, p. 128 a 130)
6.2. TRABALHOS PRÁTICOS
Há dirigentes que costumavam fazer assentar em torno da mesa, intercaladamente, um homem e uma mulher, alegando que o sexo masculino, representando a corrente positiva, exige a sua intercalação com a negativa, para que se forme o casamento fluídico.
Alguns dirigentes determinam que os Espíritos se manifestem começando da direita para a esquerda da mesa ou vice-versa, como se isso constituísse ordem na sessão. Não há razão plausível para essa prática de se submeterem os Espíritos à colocação em filas.
Não fazer nada sem que se consulte o mentor do trabalho. Os mentores espirituais, mesmo sendo mais evoluídos que os médiuns presentes, devem transmitir a sua mensagem através do cérebro do médium, o que dificulta muito a comunicação dependendo do grau evolutivo deste.
Há Centros Espíritas que, por absurdo que pareça, têm o hábito de recomendar a prática de novenas aos seus frequentadores, a fim de possam alcançar as graças desejadas.
Altares e imagens que se encontram em alguns centros espíritas são resquícios das ligações com o catolicismo e o umbandismo. Como se sabe, no tempo da escravidão, os escravos pretendiam realizar os seus cultos trazidos da África e não tinham permissão. Eram obrigados a seguir a religião romana, que naquele tempo tinham o cunho de oficialidade. Contudo, os escravos fiéis à sua crença e desejosos de ouvir a palavra de seus oguns, Xangô e outros, (Vieira, 1967)
6.3. A FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA COMO RITUALISMO
O Espírito Meimei, no livro Evangelho em Casa, diz que a água é reconhecidamente um dos corpos mais sensíveis à magnetização. O Espírito Emmanuel, no livro Segue-me, esclarece-nos que a água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra. O Espírito André Luiz, no Livro Nosso Lar, sugere-nos a fluidificação da água potável, pois precioso efeito de medicação pode ser levado a sério.
Os guias espirituais, acima citados, enaltecem o recurso da magnetização da água. Perguntaríamos: em que sentido o ato de magnetizar a água, no Centro Espírita, se torna um ritual? Quando o frequentador busca no ato um subterfúgio irreal para obter a sua cura. Ele simplesmente levaria uma garrafa de água e esperaria que tudo o mais se resolvesse como num toque de mágica, sem esforço, sem trabalho, sem estudo da doutrina etc. Não podemos deixar que a providência de Deus seja mercantilizada como sendo uma coisa meramente material.
7. CONCLUSÃO
A prática doutrinária do Espiritismo exige vigilância constante. Não confundamos os meios com os fins, a aparência com a essência. Lembremo-nos: "Todo o espírita é espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas". Allan Kardec, instruído pelos Espíritos superiores, trouxe-nos os princípios fundamentais desta Doutrina. Os "acréscimos" vindos do esoterismo, da umbanda e do novo espiritualismo, embora respeitáveis, podem ser prejudiciais à verdadeira elaboração do pensamento espírita.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, R. O Passe: Imposição de mãos. São Paulo: Lake, 1985.
CUVILLIER, A. Pequeno Vocabulário da Língua Filosófica. São Paulo: Nacional, 1961.
ENCICLOPÉDIA COMBI VISUAL. Barcelona: Ediciones Danae, 1974.
ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]
THINES, G., LEMPEREUR, A. Dicionário Geral das Ciências Humanas. Lisboa: Edições 70, 1984.
VIEIRA, E. M. Dirigentes de Sessões e Práticas Espíritas. São Paulo: Lake, 1967.

(autor: Sérgio Biagi Gregório)

(Fonte: Siite CeIsmael)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

Autoridade da Doutrina Espírita (Estudo 2 de 135)


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EESE002 - Introdução - Item II
Tema: Autoridade da Doutrina Espirita
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Questão para estudo e dialogo virtual:

1 - Cite fatores que corroboram com a autenticidade da Doutrina Espirita.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Espiritirinhas: Preferências de Natal

(fonte: Blog Espitirinhas)

Anotações: Natal segundo o Espiritismo

Natal segundo o Espiritismo
 
Demétrio Pavél Bastos
 
Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.
Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade—e não a gratidão - dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.
Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?
E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.
25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.
Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS !
Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!

(REFLEXÕES DE NATAL - Demétrio Pavél Bastos)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Mural reflexivo: Amanhã é Natal

Amanhã é Natal
 
           
Os dias se sucedem tão rápidos que nem nos damos conta... e amanhã já é Natal outra vez...
Você certamente teve problemas, trabalhou, sofreu, sorriu... como todo mundo.
Foram tantos os obstáculos... mas as forças foram ainda maiores, que permitiram superá-los.
Os desentendimentos familiares não foram poucos... mas a fraternidade logrou êxito.
Um filho querido talvez tenha adentrado pelos escuros caminhos das drogas, mas a coragem foi tanta que deu suporte nos momentos amargos.
O lar, tão tranquilo outrora, esteve ameaçado por terríveis tempestades... quase sucumbiu... mas os laços fortes do amor o sustentaram...
A separação promovida pela morte dilacerou as fibras mais sutis da alma... mas a fé em Deus e a certeza da Imortalidade conseguiram cicatrizá-las.
A enfermidade cruel nos visitou ou visitou os entes queridos, mas a confiança e a dedicação conseguiram afastá-la.
Enfim, foram tantas dores, tantos momentos amargos... mas, também, tantas alegrias, tantas vitórias...
Amanhã é Natal...
E Natal é tempo de fraternidade, perdão, solidariedade...
E porque amanhã é Natal, reunamo-nos todos os que lutamos juntos, na alegria e na dor, e permaneçamos unidos.
Olhemos para a mãezinha a quem chamamos o ano inteiro para pedir roupa limpa, comida, e digamos: Mãe, o que seria da minha vida sem você? Eu a amo, mãezinha querida.
Ao pai, a quem só nos dirigimos para pedir dinheiro, carro emprestado, cartão de crédito, falemos com carinho: Olá, velho! Apesar de não ter o costume de dizer eu o amo! tenho certeza de que minha vida não teria sentido sem você.
Acerquemo-nos daquele irmão com quem não conversamos, olhemos nos seus olhos e falemos: Olá, mano! Que bom ter você no meu caminho!
Aproximemo-nos daquele filho drogado, infeliz, atormentado, e falemos com ternura: Filho, você é a estrela da minha estrada! Sem você a vida não teria sentido...
E, porque amanhã é Natal... busquemos a serviçal doméstica, que chega ao nosso lar, muitas vezes, antes do sol nascer e só vai embora depois que o último filho chega do colégio, para lavar a louça e deixar tudo em ordem, e digamos: Minha amiga, precisamos uns dos outros. Que bom poder contar com você por mais um ano!
E, porque amanhã é Natal... olhemos para nosso patrão e falemos como ele tem sido importante em nossa vida, pois nos ajuda a ganhar o pão de cada dia.
E, porque amanhã é Natal... busquemos um lar pobre, onde a fome insiste em se fazer presente e a expulsemos, ainda que por um dia...
Levemos uma alimentação saborosa, temperada com o nosso mais puro afeto e permaneçamos por algum tempo junto aos habitantes, irmãos financeiramente mais carentes que nós.
*  *  *
E, porque amanhã é Natal... lembremo-nos do Aniversariante mais ilustre de que a Terra teve notícias...
Arrebentemos os laços de discórdia que, porventura, haja entre os familiares e amigos e abracemo-nos com ternura.
E, porque amanhã é Natal... mostremos ao Aniversariante que os Seus ensinos não foram em vão...
Roguemos que nos perdoe por tê-lO crucificado... e deixemos que Ele nos abrace e nos aconchegue junto ao Seu coração magnânimo...
Porque amanhã, amanhã é Natal...

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 4 e no
livro Momento Espírita, v. 4,  ed. FEP
.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Câmeras no Recife flagram gestos que mostram gentileza e cuidado com o próximo

Câmeras no Recife flagram gestos que mostram gentileza e cuidado com o próximo

As cenas foram gravadas no Centro da capital, pelas câmeras da Secretaria de Defesa Social que são instaladas para registrar a ação de bandidos e ladrões.
 
Notícia publicada no Portal G1, em 5 de setembro de 2013.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta
São reportagens como esta que fazem com que mantenhamos viva a nossa esperança num futuro de amor e fraternidade, num Mundo de Regeneração. Mostram, também, que a vinda do nosso mestre Jesus não foi em vão. A semente plantada, mais cedo ou mais tarde, dá bons frutos.
Essas câmeras, que têm por objetivo principal flagrar a violência, como furtos, roubos e acidentes, passam a ser testemunhas de flagrantes do bem.
Infelizmente, são poucas as matérias exibidas na mídia que mostram que a fraternidade ainda caminha entre nós, no nosso cotidiano. São poucas, porque não vendem jornais, revistas e nem dão ibope. Infelizmente, as mais exibidas contribuem para divulgar exemplos negativos, verdadeiras aulas do crime às nossas crianças e aos nossos jovens.
Nós, cristãos, devemos nos unir para que possamos divulgar esses exemplos de fraternidade, que ainda existem na nossa sociedade. Por intermédio de todos os recursos que podemos dispor, devemos repassar para os nossos amigos, através das redes sociais ou da internet como um todo, essas situações que estimulam e valorizam exemplos a serem seguidos na vida e que nos faz bem ao interior, que nos traz a esperança. Demonstra que o amor exemplificado de Jesus está vivo, porém, ignorado.
Que nosso Mestre Jesus mantenha acesa a nossa FÉ e a ESPERANÇA num futuro de PAZ e AMOR para todos nós.
“A esperança não pode desaparecer dos nossos ideais. Ela é uma flor que nos predispõe para os rumos do despertar espiritual e faz desaparecer as dúvidas, fornecendo-nos um ambiente favorável à vida feliz e alegre.” (Livro: Cirurgia Moral - João Nunes Maia.)
 
* Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Estudo Dirigido: O Evangelho Segundo o Espiritismo

 Objetivo desta obra (Estudo 1 de 135)     
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EESE001 - Introdução - Item I
Tema: Objetivo desta obra
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A - Questões para estudo e dialogo virtual:
 
1 - Por que o ensino moral do Cristo é roteiro infalível para a felicidade vindoura?
2 - Qual(is) o(s) principal(is) objetivo(s) de O Evangelho Segundo o Espiritismo? 
 
B - Texto de Apoio:
* Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral.
As quatro primeiras tem sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva.
 
* Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstancias da vida privada e da vida publica, o principio básico de todas, as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. E, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra.
* A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem do evangelho fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto e, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e toma-los para objeto de leitura e meditações especiais.
* Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteligíveis, parecendo alguns ate' irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo, como já o puderam reconhecer os que o tem estudado seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o reconhecerão.
* Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espiritas oferece aplicações que lhes concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será' letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a po-la em pratica, a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vem esclarecer os homens e convida-los à pratica do Evangelho.

  

(FONTE: CVDEE)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Trocando ideia: Como você comenta?

Oi, Turma.
A letra da música e o vídeo não são espíritas, mas... tem muita coisa para comentarmos dentro da Doutrina.
Vamos conversar sobre eles então?
Aguardamos você.
Beijos e abraços

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sala paltalk: ESPIRITISMO NET JOVEM


Data
Tema
Facilitador/Suporte
06/12/2013
Como jovem Espírita consciente, estou pronto para transformar a sociedade?
Liza
13/12/2013
Contexto histórico e espiritual da vinda de Jesus
André (Zech)
20/12/2013
Qual a importância de Jesus para o Espiritismo?
Lúcio Flávio
27/12/2013
Final de ano! Festa onde vale tudo, certo?
Silvia
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Artigo: Natal - Festa Real de Jesus

Natal - Festa Real de Jesus   

 

Feliz Natal! Natal se aproxima. Bem antes do tempo as vitrines enfeitadas convidam as pessoas a se lembrarem da época dos presentes.

Nesta fase aguda de crise é preciso recordar mais vivamente que o tempo do Natal esta chegando e é necessário provar aos parentes e amigos que pensamos neles.

Feliz Natal! Para muitos, esta pequena frase não se realiza tão facilmente quanto é pronunciada.

Cercado de presentes, diante de iguarias, o ser humano não está feliz.

Nele, vai uma emoção tocada de incompletude, como se algo ou alguém estivesse faltando.

Lá fora, na noite, noutras casas onde a luz escasseia e a mesa é pobre também se ouve: Feliz Natal! Lá e aqui a Noite Feliz parece não significar quase nada, a não ser o estranho paradoxo de se ter que aparentar felicidade porque assim é estabelecido. Afinal, o que se está comemorando? Um repórter, em movimentada avenida, perguntando aos transeuntes, que saem das lojas com embrulhos e sacolas, o que se comemora no dia 25 de dezembro, possivelmente obtivesse respostas variadas entre estas alguém se lembrasse de dizer que é a data do nascimento de Jesus.

Mas, por mais que se procure o aniversariante, Ele não é encontrado.

Não há qualquer sinal nas ruas e lojas.

A exata compreensão do Natal sugere uma averiguação histórica quanto a data do nascimento de Jesus. Os pesquisadores não são unânimes em afirmar que ocorreu em dezembro, porque, na história do Cristianismo primitivo, os primeiros cristãos não tinham o hábito de celebrar o Natal, por considerarem a comemoração um costume pagão.

As primeiras observações acerca do nascimento aparecem por volta do ano 200. 0 dia 25 de dezembro foi mencionado em 336, o que não impedia que em outras datas também ocorressem os festejos, como, por exemplo, no dia 06 de janeiro, ate hoje é mantido pelas igrejas ortodoxas Orientais.

Com o passar dos séculos, o Natal foi deixando de ser uma festa de cunho religioso e passou a ganhar novos contornos, originários de culturas anteriores ao Cristianismo. Na Inglaterra, durante a Idade Media, o Natal transformou-se no dia mais alegre do ano, mas como esse estado de alma não era muito compatível com o "espírito sombrio" da época, os puritanos que encaravam a festa como pagã proibiram-na no país.

No ocidente, a celebração do Natal, anteriormente ligada ao nascimento de Jesus, aos poucos foi sendo modificada. A figura do Papai Noel, o bom velhinho, tornou-se um atrativo maior para as crianças, logo também para os adultos. As festas natalinas assumiram um caráter notadamente comercial, onde se estimula o consumismo desenfreado sob o pretexto de que esta é a época de se presentear os amigos e parentes.

Com tudo isso, Jesus foi sendo gradualmente substituído, de motivo central da festividade a elemento secundário na preferência popular, que resolveu homenagear outros ídolos.

Ele porém, dissera com convicção - "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos o lugar". Ao fazer tal afirmação, o Cristo garantiu que há lugar para todos, que a Ele cabe preparar.

Mas, e Ele? Que lugar ocupa no mundo atual? Será um lugar específico? Numa escala de valores, está em primeiro lugar? A civilização ocidental rotulada como cristã, todavia, é muito difícil encontrarmos o Cristo no Cristianismo presente. Parece que os homens o baniram, substituindo-o por outros modelos de heróis, que na verdade, não expressam nenhum dos valores cristãos.

Cultuam-se ídolos que se sobressaem pela força de seus músculos, pela facilidade de manter grande número de pessoas, pelas conquistas amorosas, pela adoção deliberada de extravagantes atitudes eróticas para a venda milionária de discos e livros.

Longe está o modelo do herói cristão, que traz à memória as figuras de Gandhi, Albert Schweitzerer, Madre Tereza de Calcutá e alguns poucos mais.

Por isso o Natal se distancia cada vez mais do seu real significado. 0 aniversariante, por certo, não se importaria de ser presenteado. Um dia uma mulher pecadora rendeu-lhe homenagens perfumando os Seus pés com essência de nardo, diante dos fariseus estupefatos e dos apóstolos um tanto constrangidos. 0 Mestre aceitou a oferenda porque sabia da atitude que a impulsionava. Todavia, quão distante esse gesto de humildade, respeito e amor da comercialização desenfreada que ocorre em nossos dias! Onde está Jesus neste Natal? Ele nos prepara o lugar. E que lugar lhe damos em nossa vida? No momento em que nossa cultura comemora esta data, vale a pena guardar na memória e no sentimento uma certeza: essa região, que o Mestre prepara para nós, começa no território do coração, e só com muito trabalho e comprometimento com o amor genuíno é que ampliamos horizontes seguros de nossa paz.

Isto equivale dizer que o homem reconheceria, então, o lugar do Cristo como o legítimo Governador Espiritual da Terra.

Na verdade, o Natal não significa somente o nascimento de Jesus, em um dia específico, diante das datas do mundo, mas também o nascimento do Cristo na consciência renovada do Homem Integral, em qualquer dia, a qualquer hora.

É com essa visão que Carmem Cinira traduz, em poesia, a festa real de Jesus:

 

"Natal!... 0 mundo é todo um lar festivo...

Claros guizos no ar vibram em bando...

E Jesus continua procurando

A humilde manjedoura do amor vivo.

Natal! Eis a Divina Redenção!...

Regozija-te e canta, renovado,

Mas não negues ao Mestre desprezado

A estalagem do próprio coração".

 

(Revista O Reformador Ano 110, Dezembro, 1992, N 1965, Suely Caldas Schubert/Carlos Augusto Abranches)
(fonte:CVDEE)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mural reflexivo: Natal de Jesus

 
Natal de Jesus          
Toda vez que o Natal retorna, Sua figura é lembrada com maior vigor. Alguns permanecem na tentativa de negar-Lhe a existência, afirmando que tudo é fruto de lenda.
Outros, que na Sua existência acreditam, perdem-se em datas e números, tentando descobrir quando Ele verdadeiramente nasceu.
O que se sabe é que até o Século IV, os cristãos do Mundo comemoravam o Seu natalício em diferentes meses e dias, motivo pelo qual a Igreja optou por determinar a data de 24 de dezembro, a fim de que todos os Seus seguidores se unissem para o mesmo evento, como um único coração.
Estranham alguns que tudo que se refira à figura humana do Cristo seja tão obscuro. Não se sabe com exatidão quando e onde nasceu, quase nada se tem a respeito de Sua infância e adolescência.
Mesmo após a Sua morte, não nos legou senão uma tumba vazia, tendo desaparecido Seu corpo, sepultado em lugar ignorado talvez.
Exatamente porque, desde o primeiro dia entre nós Ele, Jesus, insistiu em afirmar que a mensagem é mais importante do que o homem.
Contudo, algo existe em torno do qual ninguém discute, todos se irmanam. Ele legou à Humanidade o mais belo tesouro de todos os tempos: a lição do amor, o amor por excelência que foi.
Desde Seu nascimento na calada da noite à Sua morte infamante na cruz, a Sua foi a vida dos que amam em totalidade.
Por isso mesmo é que não temos as notícias de Jesus no seio de Sua família, convivendo com os Seus. A Sua família era a Humanidade e com ela esteve em Seu messianato.
Amou a multidão e a serviu. Falou de coisas profundas, utilizando figuras e linguagem acessíveis ao povo, que desejava uma mensagem diferente de todas as que ouvira até então.
A Sua voz tinha especial entonação e quando se punha a declamar a poesia dos Céus, extasiava as almas. Os simples O seguiam, os desejosos de aprender e os que ansiavam pelo consolo de suas feridas morais O ouviam atenciosos.
Sua mensagem era dirigida a todos os seres, nos diferentes estágios evolutivos, para as diferentes idades.
Dirigiu-Se à criança, convidou os moços a segui-lO, arrebanhou homens e mulheres em plena madureza, alentou a velhice.
Sua vida foi um contínuo servir. Ninguém antes dEle e ninguém depois realizou tamanha revolução no campo das ideias, semeando na terra dos corações, em tão pouco tempo.
Menos de três anos...
Sua mensagem, impregnada do perfume de Sua presença, prossegue no mundo, arrebanhando as almas.
Definindo-se como o Caminho, a Verdade e a Vida, Ele é também o consolo dos aflitos, a luz para os que andam em trevas densas, o amparo dos que se sentem desalentados e sós.
Seu nome é Jesus. Sua mensagem é a do amor perene. Seus ditos e Seus feitos constituem os Evangelhos.
A comemoração do Seu natalício a todos nos motiva a amar, doar e perdoar. E só há Natal porque Ele veio para os Seus irmãos, para nós e nos legou a mensagem Divina que fala de paz, de harmonia e de belezas espirituais.
*   *   *
Aproveitemos os dias do Natal que estamos vivendo para meditar a respeito dos ensinos de Jesus.
Aproveitemos mais: coloquemos em prática ao menos alguns deles.
E entre os presentes e mimos que distribuiremos em nome dEle, não nos esqueçamos de colocar uma parcela do nosso coração.
Não esqueçamos: é Natal.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep.

domingo, 15 de dezembro de 2013

E, aí! Já leu?!

Livro:  Entre a Terra e o Céu -
Espírito: André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier     

Sinopse: Destaca o impositivo do respeito ao corpo físico e o serviço incessante no bem. Objetiva mostrar a vida comum das almas que aspiram à vitória sobre si mesmas, aproveitando o tempo para a aquisição do progresso moral. Apresenta 40 capítulos, orientando sobre a solução de problemas, como: o coração aflito em prece: conflitos da emoção; o desvario do ciúme; embates do pensamento; o engano da posse e provações no lar. Atesta a Justiça Divina, enfatizando a necessidade de valorização dos recursos que o mundo nos oferece para a reestruturação do nosso destino.