sexta-feira, 13 de maio de 2016

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970 - A016 – Cap. 4 – Estudando o hipnotismo – Segunda parte


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A016 – Cap. 4 – Estudando o hipnotismo – Segunda parte
 

«Em todo processo hipnológico, pois, convém exa­minar a questão da sintonia e da sugestão, com razões poderosas, senão imprescindíveis para a consecução dos objetivos: a fixação da ideia invasora.
«O Professor José Grasset, por exemplo, o excelente mestre de Montpeliier, inspirado nas observações rea­lizadas em torno do polígno cerebral que também ser­vira de base a Wundt e Charcot, afirmava ter desco­berto ali o centro da consciência, o núcleo da vontade, colocando, imediatamente abaixo, o centro de Broca, res­ponsável, pelos encargos da linguagem e os responsá­veis pela visão, audição, gustação, etc... Imaginava, então, um ponto de referência que passava a ser o cen­tro do psiquismo superior, encarregado dos fenômenos conscientes e no polígono propriamente dito o campo do pensamento e da vontade, encarregado de todas as ta­refas do automatismo psicológico. Elucidava, em con­sequência, que toda sugestibilidade que dimana do ope­rador se transmite inconscientemente tomando posse do campo cerebral, no polígono do hipnotizado. A vontade dominante se encarrega de conduzir a vontade domina­da, como se a alma de quem hipnotiza substituísse momentaneamente a alma do que foi hipnotizado». Dessa forma, o hipnotismo pode ser denominado, como querem alguns experimentadores, «O anestésico da razão».
Já o psicólogo inglês Guilherme Mac-Dougall, igual­mente fascinado pelo assunto, asseverava, examinando o problema da sugestão na hipnose, que esta é um meio de transmissão do pensamento, tendo como resultado a convicta aceitação de qualquer mensagem proposta in­dependendo de análise pelo paciente com exame lógico para a sua aquiescência. Isto é: o operador impõe-se ao sujeito, que o recebe sem reação proveniente de exa­me prévio.
Em bom vernáculo, sugestão é «o ato ou efeito de sugerir. Inspiração, estímulo, instigação. Ideia provocada em uma pessoa em estado de hipnose ou por sim­ples telepatia”.
«A sugestão é, portanto, a inspiração incidente, constante, que atua sobre a mente, provocando a acei­tação e a automática obediência.
«Por essa razão, Forel informa que os cérebros sa­dios são mais fáceis de aceitar a sugestão, e Emilio Coué, discípulo de Liébault, prefere considerar que os pacientes capazes de autossugestionar-se são melhores para que com eles se lobriguem resultados mais explícitos e imediatos.
«Outros autores, como é o caso do insigne Pavlov, o «pai» dos reflexos nos animais e no homem, elucidam que o sono natural hipnótico e a inibição constituem a mesma coisa, deixando transparecer que, no momento em que essa inibição se generaliza, permanecendo a cau­sa preponderante, tende a espalhar-se, facultando ao hipnotizando aceitar a sugestão que prepondera.
«Ocorre, entretanto, que todos os seres têm uma tendência ancestral, natural, para a obediência, o que se transforma num condicionamento inconsciente para aceitar toda ordem exterior, quando não se tem uma lu­cidez equilibrada e firme capaz de neutralizar as ideias externas que são sugeridas.
«No fenômeno hipnológico há outro fator de gran­de valia que é a perseverança, a constância da ideia que se sugere naquele que a recebe. Lentamente a princí­pio tem início a penetração da vontade que, se conti­nuada, termina por dominar a que se lhe submete.
«Os modernos psicanalistas e reflexologistas situam as suas observações, os primeiros nos reflexos condi­cionados, que pretendem ser um «estado de inibição di­fusa somática cortical» com a presença de um ponto de vigília, enquanto os segundos se referem a um «processo regressivo particular que pode ser iniciado por privação senso-motora ideativa ou por estimulação de uma rela­ção arcaica com o hipnotista».
Os conceitos emitidos com sabedoria e em síntese prodigiosa, considerando-Se a imensa variedade de opi­niões em torno do Hipnotismo, nos deslumbravam. Que mundo estranho e imenso, o da mente! Quantas paisa­gens desconhecidas para nós! Os próprios estudiosos dos fenômenos psíquicos, na Terra e além da vida física, encontravam-Se empenhados milenarmente na elucida­ção das questões palpitantes da vida mental, encontran­do, só agora, alguns pontos vígeis para elucidações dos processos de intercâmbio entre homens e homens, es­píritos desencarnados e encarnados. Deixava-me arras­tar em considerações, na pausa que se fizera espontanea, quando a Entidade Abnegada prosseguiu:
«Isto posto, meus irmãos, examinemos o proble­ma das obsessões entre os desencarnados e encarnados, na esfera física.
«Em todo processo de imantação mental, do qual decorrem os sucedâneos da obsessão simples, da fasci­nação e da subjugação — conforme a classificação per­feita de Allan Kardec —, há sempre fatores predispo­nentes e preponderantes que se perdem no intrincado das reencarnações.
«Toda vítima de hoje é algoz de ontem, tomando o lugar que lhe cabe no concerto cósmico.
«Assim considerando, em quase todos os processos de loucura — exceção feita não somente aos casos or­gânicos de ataque microbiano à massa encefálica ou traumatismo por choques de objetos contundentes — de­frontamos com rigorosas obsessões em que o amor de­sequilibrado e o ódio devastador são agentes de pode­rosa atuação.
«Quando há um processo de obsessão desta ou da­quela natureza, o paciente possui os condicionamentos psíquicos — lembranças inconscientes do débito através das quais se vincula ao perseguidor —, que facultam a sintonia e a aceitação das ideias sugeridas e constrin­gentes que chegam do plano espiritual.
Se o paciente é experimentado nas disciplinas mo­rais, embora os compromissos negativos de que padece, consegue, pela conquista de outros méritos, senão con­trabalançar as antigas dívidas pelo menos granjear re­cursos para resgatá-las por outros processos que não os da obsessão.
As Leis Divinas são de justiça, indubitavelmente; no entanto, são também de amor e de misericórdia. O Senhor não deseja a punição do infrator, antes quer o seu reajuste à ordem, ao dever, para a sua própria fe­licidade.
«Desse modo, quando a entidade perseguidora, cons­ciente ou não, se vincula ao ser perseguido, obedece a impulso automático de sintonia espiritual por meio da qual estabelece os primeiros contactos psíquicos, no cen­tro da ideia, na região cortical inicialmente e depois nos recônditos do polígono cerebral, donde comanda as di­retrizes da vida psíquica e orgânica, produzindo ali le­sões desta ou daquela natureza, cujos reflexos apare­cem na distrofia e desarticulação dos órgãos ligados à sede atacada pela força-pensamento invasora.
«Desse centro de comando, em que o hóspede se so­brepõe ao hospedeiro, as alienações mentais e os distúr­bios orgânicos se generalizam em longo curso, que a morte do obsidiado nem sempre interrompe.
«A consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou arbitrária. E o remorso, que lhe constitui dura clave, faculta o surgimento de ideias-fantasmas apavorantes que ensejam os processos obsessivos de resgate das dívidas.
«Invariavelmente, na obsessão, há sempre o apro­veitamento da ideia traumatizante — a presença do cri­me praticado —, que é utilizada pela mente que se faz perseguidora revel, apressando o desdobramento das for­ças deprimentes em latência, no devedor, as quais, desgovernadas, gravitam em torno de quem as elabora, sendo consumido por elas mesmas, paulatinamente.
Nas atividades da obsessão de espíritos a espíri­tos desencarnados, aqueles verdugos, conhecedores das limitações e dos erros dos recém-chegados da jornada carnal, após os terem acompanhado anos a fio, com si­cários implacáveis, utilizam-se de ardis com que apavo­ram os desassisados, e por processos de sugestão, apli­cados com veemência nos centros perispirituais, conse­guem produzir lamentáveis condicionamentos de altera­ção na forma das vítimas que se lhes demoram nas gar­ras, dominando-as, por fim, em demorado curso de vingança ultriz e devastadora.
«As ideias plasmadas e aceitas pelo cérebro, du­rante a jornada física, criam nos painéis delicados do pe­rispírito as imagens mais vitalizadas, de que se utili­zam os hipinotizadores espirituais para recompor o qua­dro apavorante, em cujas malhas o imprevidente se vê colhido, derrapando para o desequilíbrio psíquico total e deixando-se revestir por formas animalescas grotes­cas — que já se encontram no subconsciente da própria vítima — e que estrugem, infelizes, como o látego da justiça no necessitado de corretivo.
«No sentido oposto, as ideias superiores, alimenta­das pelo espírito em excursão vitoriosa, condicionam-no à libertação, concedendo «peso específico» ao seu peris­pírito, que pode, então, librar além e acima das vicis­situdes grosseiras do liame carnal.
«Com muita sabedoria, Allan Kardec enunciou que:
«Relativamente às sensações que vêm do mundo exterior, pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispírito a transmite e o Espírito, que é o ser sensí­vel e inteligente, a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa — elucidando, em admirável síntese, o poder do pensamento na vida or­gânica e das sensações no Espírito (4).
Amplo silêncio se espraiou pela sala. Todos mer­gulhamos em meditações, enquanto o angélico Instrutor propiciou uma pausa para reflexão dos ouvintes. E como fazendo as elucubrações para finalizar, arrematou:
— “Por essa razão, a vitalização de idéias edifi­cantes constrói o céu generoso da felicidade, tanto quan­to a mentalização deprimente gera o inferno da aflição que passa a governar o comportamento do espírito.
«É nesse particular que se avultam as lições sobe­ranas do Mestre Galileu, conclamando o homem ao ajus­tamento à vida, respeitando-lhe as diretrizes abençoa­das, através das medidas da mansuetude, da compaixão, da misericórdia, do amor indistinto e do perdão inces­sante.
«Reverenciamos hoje na Terra, felizmente, o Espi­ritismo com Jesus, verdadeira fonte de idéias superiores e enobrecidas que libertam õ espírito e o conduzem às verdadeiras causas em que devem residir os seus legí­timos interesses, fazendo que a dúvida seja banida, no que diz respeito à vida verdadeira, e trabalhando con­tra o egoísmo, fator infeliz de quase todos os males que afligem a Humanidade.
«Se alguém incide em erro, que se levante do equí­voco e recomece o trabalho da própria dignificação. O erro representa lição que não pode constituir látego, mas ensejo de enobrecimento pela oportunidade que faculta para a reparação e o refazimento.
«O intercâmbio permanente dos Espíritos de uma com outra esfera da vida objetiva, seguramente, ofere­ce ao homem a visão porvindoura do que, desde já, lhe está reservado. No entanto, para dizer-se alguém espí­rita não basta que se tenha adentrado nos conceitos espiritistas ou participado de algumas experiências práti­cas da mediunidade... É imprescindível incorporar ao modo de vida os ensinamentos dos Espíritos da Luz, to­mando parte ativa na jornada de redenção do homem, por todos os modos e por todos os meios ao alcance, para que triunfem os postulados da paz, da justiça e do amor entre todas as criaturas.
«Nesse particular, o amor, conforme nos legou Je­sus-Cristo, possui a força sublime capaz de nos preser­var de nós mesmos, ainda jornaleiros do instinto, ensi­nando-nos que a felicidade tem as suas bases na renún­cia e na abnegação, ensejando-nos mais ampla visão de responsabilidade e dever na direção do futuro.
«Dia virá, não muito longe, em que a dor baterá em retirada, definitivamente, e o intercâmbio do bem, pela força criadora do amor que se origina nos Dínamos Mentais da Divina Providência, envolverá vigorosamente todos os seres e os conduzirá à direção da tranquili­dade plena, em cujo caminho já nos encontramos desde agora...
«Confiemos, pois, na vitória final do bem e desde logo nos entreguemos ao Sumo Bem que cuidará do nosso próprio bem».
Calou-se o Amigo Espiritual.
Suaves vibrações como que carreadas por mãos in­visíveis invadiram a sala, e ondas de imensa tranqui­lidade nos dominavam a todos.
Proferindo expressões de despedida carinhosa e dei­xando-nos com lágrimas que fluíam abundantes dos olhos, o Venerando Mentor desligou-se do médium e a sessão foi encerrada
Um silêncio de emoções indescritíveis nos acompanhou a todos de retorno ao lar, para o necessário re­pouso, enquanto a noite serena salmodiava canções em fios estelares, estuando no Infinito.

 
(4)   “Obras Póstumas” Allan Kardec — 11ª edição —“Manifestações dos Espíritos” — Item 11 — FEB. — Nota do Autor espiritual.

 

QUESTÕES PARA ESTUDO E DIÁLOGO VIRTUAL

 
1)     O que é preciso para que uma idéia torne-se fixa na mente de uma pessoa? Basta uma simples sugestão de um Espírito desencarnado?
2)     Por que o hipnotismo foi considerado o “anestésico da razão”?
3)     Que tipo de predisposição uma pessoa pode ter para ser vítima da obsessão?
4)     O que uma pessoa que já cometeu muitos males em existências anteriores pode fazer para prevenir-se do assédio de Espíritos obsessores?
5)     Dúvidas sobre este capítulo?
 

Um abraço a todos!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Famílias iraquianas recorrem a venda de órgãos contra pobreza

Famílias iraquianas recorrem a venda de órgãos contra pobreza

Ahmed Maher
Da BBC News em Bagdá
 
O agravamento da pobreza no Iraque nos últimos anos está levando muitas famílias a apelar para a venda de órgãos.
É o caso da família de Om Hussein, uma mãe iraquiana que chegou ao limite de suas forças e, desesperada, não viu outra saída.
Assim como milhões de pessoas no país marcado por mais de uma década de guerras e violência, ela, o marido e quatro filhos enfrentam fome e miséria para sobreviver.
O marido, Ali Hussein, está desempregado. Ele é diabético e tem problemas cardíacos. Há nove anos que a família é sustentada por Om, que trabalha como empregada doméstica.
Mas ela diz estar ficando sem condições de trabalhar.
"Estou cansada e ficamos sem dinheiro para pagar aluguel, remédios, comida e as necessidades das crianças", conta ela, na casa de um quarto no leste de Bagdá, onde a família está morando temporariamente.
A casa onde a família morava estava tão deteriorada que desabou há alguns meses; eles têm sobrevivido graças à ajuda de amigos e parentes.
"Trabalhei em tudo o que você pode imaginar", conta o marido, Ali. "Açougueiro, diarista, catador de lixo. Eu não pediria dinheiro, mas eles deram", disse Ali.
"Eu diria para o meu filho pegar pão jogado fora na rua e nós comeríamos, mas nunca pedi comida ou dinheiro."

Sacrifício
Em meio a tanta pobreza, Om Hussein decidiu fazer um grande sacrifício.
"Decidi vender um dos meus rins. Eu não podia mais sustentar minha família. Seria melhor do que vender meu corpo ou viver de caridade", disse.
O casal encontrou um traficante de órgãos, mas exames iniciais mostraram que os rins de Om e de seu marido não eram saudáveis o bastante para aguentar um transplante.
Decepcionados, o casal pensou em uma solução desesperada.
"Por causa de nossa situação miserável até pensamos em vencer o rim de nosso filho", disse Ali apontando para o filho de nove anos, Hussein.
"Faríamos qualquer coisa menos pedir esmolas. Por que nós chegamos a isso?"
A família não foi tão longe, mas dizem que só de pensar na possibilidade todos já ficaram desolados.

O comércio
A crescente pobreza no país deu grande impulso ao tráfico de rins e outros órgãos em Bagdá.
Segundo estatísticas do Banco Mundial relativas a 2014, cerca de 22,5% da população do Iraque, de quase 30 milhões de pessoas, vivem na miséria.
Gangues oferecem até US$ 10 mil (quase R$ 36 mil) por um rim e têm se aproximado dos iraquianos mais pobres, transformando o país em um novo centro do comércio de órgãos no Oriente Médio.
"O fenômeno é tão espalhado que as autoridades não tem como combatê-lo", disse Firas al-Bayati, advogado ligado a defesa de direitos humanos.
"Nos últimos três meses lidei pessoalmente com 12 pessoas que foram presas por vender os próprios rins. E a pobreza era a razão por trás destes atos."
"Imagine este cenário: um pai desempregado que não tem nenhuma fonte de renda para sustentar os filhos. Ele se sacrifica e ainda é preso. Considero-o uma vítima; tenho que defendê-lo", diz ele.

Nova lei
Em 2012, o governo aprovou uma nova lei para combater o tráfico de pessoas e órgãos.
Apenas familiares podem doar os órgãos para outra pessoa e com consentimento mútuo.
Mas a partir daí, os traficantes passaram a usar documentos de identidade falsos, tanto do comprador como do vendedor, para provar que seriam da mesma família.
"É muito fácil falsificar documentos de identidade. Mas, em breve, o governo vai introduzir novas identidades biométricas, que são impossíveis de falsificar", disse al-Bayati.
As penas por quem comercializa órgãos varia de três anos de prisão à pena de morte e, segundo Firas al-Bayati, os juízes não costumam aceitar a pobreza como justificativa para o crime.

Na prisão
A reportagem da BBC teve acesso a uma prisão iraquiana para se encontrar com um homem que foi preso depois de oferecer rins para vender.
Mohammed, que preferiu não dar o nome completo, está em uma prisão de segurança máxima junto com outras dez pessoas condenadas por tráfico de órgãos.
"No começo eu não me sentia culpado", disse Mohammed, que tem dois filhos.
"Encarava como uma causa humanitária, mas depois de alguns meses neste negócio comecei a questionar a moralidade – principalmente por causa das condições miseráveis dos vendedores de órgãos. Partiu meu coração ver jovens fazendo isto por dinheiro."
Ele foi preso em frente a um hospital público de Bagdá em novembro de 2015 depois que um policial fingiu ser um possível comprador.
A maioria dos transplantes ilegais de órgãos ocorre em hospitais particulares, especialmente no Curdistão iraquiano, segundo Mohammed. Nesta região há menos restrições do que em Bagdá.
Mas retiradas de órgãos ou transplantes acabam sendo realizados também em hospitais públicos; os cirurgiões dizem que é muito difícil analisar os documentos de cada caso.
"Não há lei no mundo que responsabilize o cirurgião por isso", disse Rafe al-Akili, cirurgião no Centro de Doenças e Transplantes Renais de Bagdá.
"É verdade que, em alguns casos, temos dúvidas, mas não é o bastante para impedir a cirurgia pois, sem ela, as pessoas vão morrer."
Notícia publicada na BBC Brasil, em 20 de abril de 2016.

Claudio Conti* comenta
 
Desde longa data a humanidade se digladia acerca do tipo de governo mais adequado. Grandes debates são mantidos chegando, muitas vezes, à agressão física e verbal.
Todos os lados apresentam as vantagens de suas convicções, enquanto que apontam as desvantagens dos outros modelos. Em geral, todos têm razão e, ao mesmo tempo, estão equivocados. Podemos dizer, sem medo de errar, que todos estão equivocados pelo simples motivo, que não tem nada de simples, de haver reportagens como esta em análise.
Independentemente de tudo e qualquer coisa, todo e qualquer sistema falirá no intuito principal de um governo, que é propiciar condições adequadas de vida para os governados, enquanto houver o orgulho e o egoísmo norteando ideias e ideais.
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, mais precisamente no capítulo VII, encontramos o seguinte: "Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências.” No capítulo XI, temos ainda: "Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.”
O orgulho, no qual se busca uma luta incessante para a manutenção de poder ou posição, pode levar as pessoas às mais cruéis das torpezas contra, muitas vezes, os seus concidadãos, vizinhos e amigos. Em determinadas condições de insanidade, mental e moral, dependendo da posição que ocupar, o indivíduo poderá afetar aqueles que lhe estão ao redor, tais como os familiares, um grupo maior, tais como os funcionários de uma empresa, ou, no pior do extremo, um país inteiro, privando os cidadãos do mínimo necessário para a manutenção da vida pessoal e de seus dependentes.
Na condição de desespero a que pode chegar uma população sem esperanças de alcançar o sustento através do trabalho digno, qualquer opção passa a ser uma opção válida. O desespero turva a mente, obliterando o bom senso.
A memória é curta e o esquecimento cobra o seu preço. Em alguns casos, situações como esta se estabelece à força, noutras vezes é por "opção" da população diante do que lhes é apresentado. A educação da população é fundamental para que se desenvolva o discernimento e a capacidade de análise da informação divulgada.
 
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

E, aí! (2) - Já leu?!

Conviver para amar e servir

        
Os ensinamentos deixados por Mário da Costa Barbosa (1936–1990) aos que com ele conviveram estão presentes nesta obra e servem de inspiração e apoio aos trabalhadores que se dedicam, de forma abnegada, a levá-los ao povo deste país.
Mário da Costa Barbosa não pregava ou aconselhava, mas conduzia à profunda reflexão voltada para a construção de uma sociedade verdadeiramente caridosa, beneficiada pelo bem que pratica, na transformação do mundo em um lugar melhor.
Em Conviver para amar e servir pode-se conhecer ou reviver a história de Mário Barbosa, sendo beneficiado pelos frutos do seu trabalho doutrinário, que incentiva e convoca a semear a Boa‐Nova aos que nos cercam.
Edição da Federação Espírita Brasileira encontra-se em sua terceira impressão da primeira edição, contando com o trabalho dos organizadores Helder Boska de Morais Sarmento, Reinaldo Nobre Pontes e Sonia Regina Hierro Parolin.
E‐book: o livro eletrônico encontra‐se disponível nos sites Amazon, Barnes & Noble International, Buqui, Gato Sabido, iBooks, Kobo, Livraria Cultura, Livrarias Curitiba, Livraria da Travessa e Livraria da Folha. Fonte Mundo Espírita

E, aí! Já leu?!

Perturbações espirituais

       
Este livro é um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida, especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e Sua Doutrina.
De alguma forma, faz parte da série que foi iniciada por Manoel Philomeno de Miranda, Espírito, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, com o livro Transição planetária e o Amanhecer de uma era nova, abordando os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente nas Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.
Jesus vela pela barca terrestre e condu-la com segurança ao porto de abrigo, sendo infrutuosas todas as tentativas de dificultar-Lhe o ministério de amor e de misericórdia.
É intuito do nobre benfeitor, com essa obra, alertar os companheiros inadvertidos ou descuidados dos deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas responsabilidades morais na condição de trabalhadores da última hora, comprometidos com os benfeitores da Humanidade que neles confiam.
Em dezessete capítulos, desfilam situações inusitadas, chocantes algumas, propondo-nos a reflexionar se, eventualmente, em nossas Casas Espíritas um ou outro desses fatos não vem ocorrer, mercê da fofoca, da calúnia, do descomprometimento com a Causa Espírita.
 
A publicação é da Livraria Espírita Alvorada Editora. fonte Mundo Espírita

terça-feira, 10 de maio de 2016

Artigo - Para refletir : Lições para a vida - Um amor antes da vida terrena

Lições para a vida

Um amor antes da vida terrena

abril/2016 
       
O casal americano Ian e Brittani McIntire soube que seria pai de dois herdeiros, um menino e uma menina.
Mason, o menino, apresenta uma deficiência cardíaca e uma deformação no cérebro. Ele pesa somente duzentos e cinquenta e cinco gramas, enquanto a irmã pesa um quilo.
Segundo as indicações médicas, a chance de sobrevivência de Mason seria uma cirurgia cardíaca, inviável pelos problemas do pequenino cérebro.
A apreensiva situação ganhou uma tonalidade mais alegre, quando o ultrassom mostrou o bebê segurando a mão de sua irmã, no útero materno.
A mãe, emocionada, declarou: Eu o carrego mas a única que pode estar ali, com ele, é ela. E o está segurando.
É reconfortante saber que, haja o que houver, ele não estará sozinho.
Vendo a imagem, que se tornou viral na internet, cogitamos do seu significado profundo.
A irmãzinha, que o segura pela mão, estará dizendo: Fique, lute, não tema?
Estará passando energias revitalizadoras ao irmãozinho? Desejará que ele nasça, e que possa estar ao seu lado?
De onde vêm essas almas, nos indagamos. Quantas vidas terão realizado juntas?
Se decidiram serem gestadas juntas, bons motivos existem, com certeza. Motivos que se perdem na curva do tempo e falam de uma afeição profunda.
Se Mason conseguirá vir à luz e sobreviver, somente Deus o sabe.
O que é certo é que o amor o sustenta, e lhe insufla ânimo.
O amor o fortifica e aguarda que a vida se concretize, no plano físico, para prosseguirem juntos.
Doces mistérios do amor que se perpetua no tempo…
Profunda lição de amor em tempos em que a vida intrauterina, para tantos, carece de importância. Para tantos que clamam pela interrupção da gestação quando o feto apresenta qualquer dificuldade.
 
(Fonte: Jornal Mundo Espírita)