sábado, 2 de agosto de 2014

Grupo de Teatro Espírita, o Lumi.

De: Erica
Assunto: [netjovemform] [#17166] Divulgação: Canal de Vídeos Espírita
Para: "netjovemform@
Data de Envio: 11/07/2014
Cidade: Porto Alegre
estado: RS
Assunto: Divulgação: Canal de Vídeos Espírita
Mensagem: Olá,
estou aqui para divulgar o meu Grupo de Teatro Espírita, o Lumi, que está montando um projeto de vídeos de humor espírita se puderes nos ajudar divulgando o nosso canal em sua rede social, agradeceríamos muito!!!
Nosso primeiro vídeo intitulado "Jogo do Brasil".
Segue a sinopse:Ao tentar sintonizar na gaúcha ele resolve mudar a posição da antena para cima. De repente começa a ouvir um jogo de futebol. Em época de copa do mundo, onde só se fala nisso é normal se ouvir partidas de futebol pelos rádios, a menos que o narrador seja o Luciano do Valle, e os titulares da seleção sejam Garrincha, Sócrates e Vavá "peito de aço". Intrigado por sintonizar em uma rádio no plano espiritual, ele resolve ouvir a partida Brasil X Argentina, um clássico espiritual! Situada no Chicão, o Estádio Francisco Cândido Xavier. Sem entender muito o que se passa neste novo mundo ele tenta convencer seu filho de que não está enlouquecendo e que na verdade a vida continua...
Abaixo está o link do vídeo do youtube, o nome do Canal é Lumináticos - Vídeos Espíritas
https://www.youtube.com/watch?v=eRG3-adzDRc

Área de anexos

Visualizar o vídeo Jogo do Brasil - Vídeo Espírita do YouTube

Jogo do Brasil - Vídeo Espírita

https://www.facebook.com/pages/Grupo-de-Teatro-Esp%C3%ADrita-LUMI/158378754285788?fref=ts.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Canção da América - Milton Nascimento


Inteligências Múltiplas

Inteligências Múltiplas
Rita Foelker

A ideia de definir e mensurar a inteligência tem pouco mais que um século. Começou com Alfred Binet (1), médico francês, que identificou dois tipos de inteligência: a lógico-matemática e a linguística ou verbal.
Desde então, seu modelo foi aceito e considerado para a formação de currículos de todas as escolas do mundo.
Um novo e grande passo na compreensão do que é e como funciona a inteligência somente seria dado por Howard Gardner e sua equipe da Universidade de Harvard quando, nos anos 80, descobriu e propôs que o ser humano teria não uma ou duas, mas várias inteligências, relacionadas a habilidades específicas que iam da montagem de blocos à música, à pintura e ao autoconhecimento.
Acompanhando o desempenho profissional de pessoas que haviam sido alunos fracos ou medíocres, Gardner se surpreende ao verificar que muitos obtiveram sucesso e viviam muito bem, o que não acontecia necessariamente com aqueles que haviam sido estudantes aplicados e tirado boas notas. Questionando o tipo de avaliação feita nas escolas, ele verificou que elas não incluíam capacidades que eram essenciais para a realização e a felicidade das pessoas.
Gardner demonstrou que as demais faculdades, desprezadas pela escola, também são produto de processos mentais. Para ele, inteligência é uma capacidade de resolver problemas e elaborar produtos de valor num ambiente cultural ou comunitário. Ele próprio, na ocasião, identificou sete inteligências, mas como os estudos prosseguem, atualmente utilizamos a seguinte classificação:
  Inteligências Múltiplas
Abstrata
• Lógico-Matemática - Habilidade para raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos. É a mais associada com a idéia tradicional de inteligência. Importante para pesquisadores, cientistas, físicos e engenheiros, etc.
• Linguística - Habilidade para lidar com palavras de maneira criativa e de se expressar de maneira clara e objetiva. É a inteligência da fala e da comunicação verbal e escrita e não tem relação com a cultura da pessoa. Importante para poetas, escritores, oradores, jornalistas, publicitários, vendedores, etc.
• Musical - Capacidade de entender a linguagem sonora e de se expressar por meio dela. Permite organizar elementos sonoros (timbres, ritmos, sons) de forma criativa e independe de aprendizado formal. É a mais associada com a ideia de talento. Importante para músicos e compositores.
Concreta
• Pictórica-espacial - Capacidade de reproduzir, pelo desenho, situações reais ou mentais, de organizar elementos visuais de forma harmônica; de situar-se e localizar-se no espaço. Permite formar um modelo mental preciso de uma situação espacial, utilizando-o p/ fins práticos (orientação/disposição). Capacidade de transportar-se mentalmente a um espaço. Importante para artistas plásticos, ilustradores, arquitetos, navegadores, pilotos, cirurgiões, engenheiros, escultores, etc.
• Cinético-Corporal - Capacidade de utilizar o próprio corpo para expressar ideias e sentimentos. Facilidade de usar as mãos. Inclui habilidades como coordenação, equilíbrio, flexibilidade, força, velocidade e destreza. Importante para atletas, mágicos, bailarinos, malabaristas, mímicos, etc.
Social
• Interpessoal - Capacidade de compreender as pessoas e de interagir bem com os outros, o que significa ter sensibilidade para o sentido de expressões faciais, voz, gestos e posturas de habilidade para responder de forma adequada às situações interpessoais. Importante para líderes de grupos, políticos, terapeutas, professores e animadores de espetáculos.
• Intrapessoal - Capacidade de conhecer-se e de estar bem consigo mesmo, de administrar os próprios sentimentos a favor de seus projetos. Inclui disciplina, auto estima e auto-aceitação. Importante para todas as profissões.
• Interpessoal + Intrapessoal = Emocional - Assim denominada por Daniel Goleman em seu best-seller, envolve a capacidade de interagir com o mundo levando em conta os próprios sentimentos e a habilidade de compreender as emoções próprias e alheias, utilizando para as nossas decisões pessoais e profissionais.
Naturalista
• Naturalista -Refere à habilidade humana de reconhecer objetos na natureza. Em outras palavras, trata-se da capacidade de distinguir plantas, animais, rochas. É fácil perceber que isso é indispensável para a sobrevivência no ambiente natural. Já se sabe que áreas específicas do cérebro entram em ação quando precisamos nos valer dessa habilidade. Botânicos e pessoas que trabalham no campo, por exemplo, precisam explorar a inteligência naturalista para dar conta de suas atividades. Podemos ainda citar o criador da Teoria da Evolução, Charles Darwin, como alguém que possuía a inteligência naturalista em nível muito elevado. E não se pode esquecer de que ela é vital para as sociedades que ainda hoje dependem exclusivamente da natureza, como alguns índios da floresta amazônica. (3)
Espiritual
• Espiritual - É a capacidade de aplicar, nas ações do cotidiano, princípios e valores espirituais, com o objetivo de encontrar paz e tranquilidade. Envolve a capacidade de encontrar um propósito para a própria vida e de lidar com problemas existenciais (perdas, fracassos, rompimentos).
A ideia central de sua proposta é a de que a inteligência compõe-se um amplo espectro de competências inter-relacionadas, algumas das quais antigamente eram consideradas dons, talentos (como a musical ou a pictórica-espacial) ou virtudes (como a intrapessoal). A diferença no enfoque e o aspecto revolucionário da teoria das Inteligências Múltiplas está em que todos os seres humanos possuem todas as inteligências acima, só que em diferentes graus de desenvolvimento. Ninguém recebeu dádivas especiais e exclusivas. O que nos falta é treino.
Esta visão concorda perfeitamente com a concepção espírita da Lei de Igualdade, da Justiça Divina e da Evolução. Segundo a Doutrina, todos possuímos os germes de todas as faculdades, que apenas aguardam para desabrochar em nós.
Uma das inteligências não consideradas por Gardner, mas defendida pela psicóloga e filósofa americana Dana Zohar, é a espiritual. Suas características coincidem com a ideia que fazemos de um ser espiritualmente evoluído.
Embora estejam separadas, para fins de entendimento, na realidade as inteligências funcionam em conjunto, integradas umas às outras. Ao montar um quebra-cabeça, por exemplo, várias delas entram em ação: a lógico-matemática (na classificação das peças e descoberta de semelhanças), a pictórica-espacial (para perceber a localização das peças e as diferenças de cor), cinético-corporal (no uso das mãos) e até a intrapessoal (para persistir até o fim). Quer dizer que, embora uma possa predominar, todas trabalham juntas.
Quantas crianças não são marginalizadas em suas famílias, comunidades e escolas porque suas habilidades em resolver cálculos ou problemas abstratos e distanciados de sua realidade não são as esperadas?
Provavelmente, a contribuição mais importante da teoria das inteligências múltiplas seja a de alterar alguns conceitos sobre ensino, proporcionando ao aluno desenvolver diversas atividades de forma mais personalizada e de acordo com as suas reais aptidões. Neste processo mais individualizado, as crianças perceberão que suas forças pessoais estão sendo reconhecidas e valorizadas. O importante não está em medirmos a grandeza da inteligência em números ou como um conjunto de habilidades isoladas, e sim como um processo dinâmico, múltiplo e integrado, permitindo ser observada de diferentes ângulos. Esta nova concepção de inteligência nos conduzirá à formação de cidadãos mais felizes, mais competentes, com mais capacidade de trabalhar em grupo e mais equilibrados emocionalmente.(2)

(1) Em 1900, Alfred Binet foi solicitado para que desenvolvesse uma medida de predição do sucesso escolar de crianças das primeiras séries. Desta forma surgiu o primeiro teste de inteligência, que visava estabelecer um critério para diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes graus. Daí surgiu, também, a noção de que a inteligência poderia ser medida quantitativamente através da avaliação das capacidades lógica e linguística.
(2) O trecho em itálico é de Jorge Montardo, médico pediatra, no site
http://planeta.terra.com.br/saude/montardo/index.htm
(3) O trecho é de entrevista feita pela Revista Nova Escola com HOWARD GARDNER. Tirado do site: Espaço do educador - http://www.edicoesgil.com.br/educador/multiplas.htm

Rita Foelker

(fonte: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/artigosespiritas/forum/topics/inteligencias-multiplas-rita-foelker)

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Banda larga e mente estreita

 

bandalargamenteestreita2[2]Banda larga e mente estreita

    Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.

    Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.

    Nos tempos de desenvolvimento tecnológico incessante e revolucionário; nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar.

    Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano, ou é apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno.

    Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como Espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento, de que nos adianta?

    De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?

    De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?

    Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.

    A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.

    Naufragam ao invés de navegarem na Web.

    Gastam seu tempo querendo saber da vida dos outros, do que aconteceu aqui ou ali, inaugurando apenas uma nova forma de voyeurismo e fofoca - apenas isso.

    A mente estreita lê, mas não pensa sobre o que leu, não emite opinião, apenas aceita...

    A mente estreita prefere o contato virtual, dos perfis raramente sinceros, do que a conversa olho no olho, sem barreiras, sem máscaras.

    A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.

    A chamada informação nunca foi tão fácil e farta, é certo, mas será ela, por si só, suficiente?

    O que mudou em nós, seres humanos, as agilidades tecnológicas da nova era? Tornamo-nos melhores? Mais caridosos? Mais dispostos a nos vermos todos na Terra como irmãos?

    Talvez para alguns sim, os de mente larga e coração amplo.

    Tantas comunidades do bem na rede, tantas propostas nobres ligando pessoas em todo o mundo!

    Inúmeras mensagens de consolo, de esclarecimento, diariamente cruzam os ares virtuais da internet, e levam carinho e alegria a muitos lares infelizes.

    São muitos os exemplos de como os avanços intelectuais podem ser bem utilizados em favor do desenvolvimento humano.

    Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis, e que se utilizam de mais este instrumento, para viver o amor.

*   *   *

    O Universo é a condensação do amor de Deus, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência será compreendido.

    Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.

    Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o nobre Codificador do Espiritismo, Allan Kardec.

(Redação do Momento Espírita com citações do cap. Desenvolvimento científico, do livro Dias gloriosos, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. V – Itens 6 a 10
Tema:  Causas anteriores das aflições
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A - Texto de Apoio:

Causas anteriores das aflições

6. Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.

Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos e que os põe à mercê da comiseração pública. Por que, pois, seres tão desgraçados, enquanto, ao lado deles, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos de todos os modos?

Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro urna recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?

Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.

O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.

7. Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.

Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entreos bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.

Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.

8. As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.

9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.

Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.

10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como podemos explicar a felicidade de uns e o padecimento de outros, sem negar a justiça e a bondade de Deus?

2 – As tribulações são impostas aos espíritos ou por eles buscadas?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Transmissão do Pensamento

 R.E. , outubro de 1864, p. 403 
 
 
MEU FANTÁSTICO

Sob este último título, lê-se na Presse littéraire de 15 de março de 1854 o artigo seguinte, assinado por Émile Deschamps:

“Se o homem só acreditasse no que compreende, não acreditaria em Deus, nem em si mesmo, nem nos astros que rolam sobre sua cabeça, nem na erva que cresce sob seus pés.

“Milagres, profecias, visões, fantasmas, prognósticos,pressentimentos, coincidências sobrenaturais, etc., que se deve pensar de tudo isto? Os espíritos fortes saem dessa enrascada com duas palavras: mentira ou acaso. Nada mais cômodo. As almas supersticiosas saem-se bem, ou não se saem. Prefiro muito mais essas almas àqueles espíritos. Com efeito, é preciso ter imaginação para que se possa tê-la doente, ao passo que basta ser eleitor e assinante de dois ou três jornais industriais para saber muito sobre isto e crer tão pouco quanto Voltaire. E, depois, prefiro a loucura à tolice, a superstição à incredulidade; mas, o que prefiro acima de tudo é a verdade, a luz, a razão; busco-as com uma fé viva e um coração sincero; examino todas as coisas e tomo o partido de não ter preconceito por coisa alguma.

“Vejamos. Quê! o mundo material e visível está cheio de mistérios impenetráveis, de fenômenos inexplicáveis, e não se haveria de querer que o mundo intelectual, que a vida da alma, que já é um milagre, também tivessem seus fenômenos e seus mistérios! Por que tal pensamento bom, tal fervorosa prece, tal outro desejo não teriam o poder de produzir ou suscitar certos acontecimentos, bênçãos ou catástrofes? Por que não existiriam causas morais,como existem causas físicas, das quais não nos damos conta? E por que os germes de todas as coisas não seriam depositados e fecundados na terra do coração e da alma, para despontarem mais tarde sob a forma palpável dos fatos? Ora, quando Deus, em raras circunstâncias,e para alguns de seus filhos, julga por bem levantar a ponta do véu eterno e espalhar sobre suas frontes um raio fugidio do archote da presciência, devemos abster-nos de gritar que é absurdo e, assim, de blasfemar contra a luz e a própria verdade.

“Eis uma reflexão que tenho feito muitas vezes: Foi dado às aves e a certos animais prever e anunciar a tempestade, as inundações, os terremotos. Diariamente os barômetros nos dizem o tempo que fará amanhã; e o homem não poderia, por meio de um sonho, de uma visão, de um sinal qualquer da Providência, ser advertido algumas vezes de algum acontecimento futuro, que interesse à sua alma, à sua vida, à sua eternidade? Então o Espírito também não tem a sua atmosfera, cujas variações possa pressentir? Enfim, seja qual for a miséria do maravilhoso neste século muito positivo, haveria ainda charme e utilidade em suprimi-lo, se todos aqueles que lhe refletem fracos clarões levassem a um foco comum todos esses raios divergentes; se cada um, depois de ter conscienciosamente interrogado suas recordações, redigisse de boa-fé e depositasse nos arquivos uma ata circunstanciada do que experimentou, do que lhe adveio de sobrenatural e de miraculoso. Talvez um dia se encontre alguém que, analisando os sintomas e os acontecimentos, consiga recompor, em parte, uma ciência perdida. Em todo o caso, comporia um livro que valeria muitos outros.

“Quanto a mim, aparentemente sou o que se chama uma pessoa impressionável, porque tive de tudo isto em minha vida, aliás tão obscura. Sou o primeiro a apresentar o meu tributo,convicto de que esta visão interior tem sempre uma espécie de interesse. Todo o maravilhoso que vos dou, leitores, por menor que seja, passou-se em minha vida real. Desde que sei ler, registro no papel tudo quanto me acontece de sobrenatural. São memórias de um gênero singular.
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“No mês de fevereiro de 1846 eu viajava pela França. Chegando a uma rica e grande cidade, fui dar um passeio em frente às belas lojas de que está repleta. Começou a chover; abriguei-me numa elegante galeria; de repente fiquei imóvel; meus olhos não conseguiam desviar-se da figura de uma jovem, sozinha atrás de
uma vitrina de jóias. Conquanto muito bela, não foi sua beleza que me fascinou. Não sei que interesse misterioso, que laço inexplicável dominava e prendia todo o meu ser. Era uma simpatia súbita e profunda, sem qualquer conotação sensual, mas de uma força irresistível, como o desconhecido em todas as coisas. Fui empurrado como uma máquina para a loja, por um poder sobrenatural. Comprei alguns pequenos objetos e paguei, dizendo: Obrigado,senhorita Sara. A jovem olhou-me com um ar algo surpreso. – É de causar admiração, continuei, que um estranho saiba o vosso nome, um dos vossos nomes; mas se quiserdes pensar atentamente em todos os vossos nomes, eu os direi sem vacilar. Faríeis isto? – Sim,senhor, respondeu ela, meio risonha, meio trêmula. – Pois bem! continuei, olhando-a fixamente no rosto, chamai-vos Sara, Adèle,Benjamine N... – Está certo, replicou ela; e depois de alguns segundos de estupor começou a rir livremente, e eu vi que ela pensava que eu tivesse obtido tais informações na vizinhança, o que me divertiu. Mas eu, convicto de que não sabia uma palavra de tudo isso, fiquei perplexo com esta adivinhação instantânea.

“No dia seguinte, e em muitos outros, acorri à bela loja;minha adivinhação se renovava a cada momento. Eu lhe pedia que pensasse em algo, sem mo dizer, e quase imediatamente eu lia em sua face o pensamento não explicado. Pedia-lhe que escrevesse, sem que eu visse, algumas palavras com o lápis; depois de olhá-la um minuto, eu escrevia as mesmas palavras e na mesma ordem. Lia no seu pensamento como num livro aberto e ela não lia no meu: eis a minha superioridade. Mas ela me impunha suas idéias e emoções. Se pensasse seriamente num objeto; se repetisse intimamente as palavras do escrito, logo eu adivinhava tudo. O mistério estava entre o seu e o meu cérebro, e não entre minhas faculdades de intuição e as coisas materiais. Seja como for, havia-se estabelecido entre nós uma relação tanto mais íntima quanto mais pura.

“Uma noite escutei junto ao ouvido uma forte voz, que me gritava: Sara está doente, muito doente! Corri à sua casa; um médico a velava e esperava uma crise. Na véspera à noite Sara tinha voltado com febre ardente; o delírio tinha continuado durante toda a noite. O médico chamou-me à parte e me disse que estava muito receoso. Dessa peça eu via em cheio o rosto de Sara e minha intuição, vencendo a inquietação, fez com que eu dissesse baixinho ao médico: Doutor, quereis saber de que imagens está ocupado o seu sono febril? Neste momento ela se crê na grande Ópera de Paris, onde jamais esteve, e uma dançarina, entre outras ervas, corta uma planta de cicuta e lha atira dizendo: É para ti. O médico pensou que eu delirasse. Alguns minutos depois a doente despertou pesadamente e suas primeiras palavras foram: ‘Oh! como a Ópera é bonita! mas, por que esta cicuta, que me atira a bela ninfa?’ O médico ficou estupefato. Uma poção, que incluía cicuta, foi administrada a Sara que, em poucos dias, ficou curada.”

Os exemplos de transmissão do pensamento são muito freqüentes, não, talvez, de maneira tão característica quanto no fato acima, mas sob formas diversas. Quantos fenômenos assim se passam diariamente aos nossos olhos, que são como os fios condutores da vida espiritual, e aos quais, no entanto, a Ciência não se digna conceder a menor atenção! Por certo, nem todos os que os repelem são materialistas; muitos admitem uma vida espiritual, mas sem relações diretas com a vida orgânica. No dia em que essas relações forem reconhecidas como lei fisiológica, ver-se-á realizarse um imenso progresso, porquanto só então a Ciência terá a chave de uma porção de efeitos aparentemente misteriosos, que prefere negar, por não os poder explicar à sua maneira e com os seus meios, limitados às leis da matéria bruta.

Ligação íntima da vida espiritual e da vida orgânica durante a existência terrena; destruição da vida orgânica e persistência da vida espiritual após a morte; ação do fluido perispiritual sobre o organismo; reação incessante do mundo invisível sobre o mundo visível e reciprocamente: tal é a lei que o Espiritismo vem demonstrar, e que abre à Ciência e ao homem moral, horizontes completamente novos.

Por qual lei da fisiologia puramente material poder-seiam explicar os fenômenos do gênero do relatado acima? Para que o Sr. Deschamps pudesse ler tão claramente no pensamento da moça, era preciso um intermediário entre ambos, um laço qualquer. Quem bem refletir sobre o artigo precedente reconhecerá que esse laço é a irradiação fluídica, que dá a visão espiritual, visão que não é obstada pelos corpos materiais.

Sabe-se que os Espíritos não necessitam de linguagem articulada. Compreendem-se sem o auxílio da palavra, apenas pela transmissão do pensamento, que é a linguagem universal. Por vezes isto também se dá entre os homens, porque os homens são Espíritos encarnados e, por esta razão, gozam, em maior ou menor grau, dos atributos e das faculdades do Espírito.

Mas, então, por que a moça não lia o pensamento do Sr.Deschamps? Porque num a visão espiritual estava desenvolvida; no outro, não. Segue-se que ele pudesse ver tudo, ler nos espelhos espirituais, por exemplo, ou ver a distância, à maneira dos sonâmbulos? Não, porque sua faculdade podia estar desenvolvida apenas num sentido especial, e parcialmente. Podia ler com a mesma facilidade o pensamento de todo o mundo? Não o diz, mas é provável que não, pois pode existir, de indivíduo a indivíduo, relações fluídicas que facilitam essa transmissão e não existir do mesmo indivíduo para uma outra pessoa. Ainda não conhecemos senão imperfeitamente as propriedades desse fluido universal,agente tão poderoso e que desempenha tão grande papel nos fenômenos da Natureza. Conhecemos o princípio, e já é muito para nos darmos conta de muitas coisas; os detalhes virão a seu tempo.

Tendo sido o fato acima comunicado à Sociedade de Paris, um Espírito deu a respeito a seguinte instrução:

(Sociedade Espírita de Paris, 8 de julho de 1864 – Médium: Sr. A. Didier)

Os ignorantes – e como os há! – ficam cheios de dúvidas e de inquietação quando ouvem falar de fenômenos espíritas. Segundo eles, a face do mundo está transtornada; a intimidade do coração, dos sentimentos e a virgindade do pensamento são lançadas através do mundo e entregues à mercê do primeiro que vier. Com efeito, o mundo estaria mudado singularmente e a vida privada não estaria protegida atrás da personalidade de cada um, se todos os homens pudessem ler no espírito uns dos outros.

Um ignorante nos diz com muita ingenuidade: Mas a justiça, as perseguições da polícia, as operações comerciais, governamentais, poderiam ser consideravelmente revistas,corrigidas, esclarecidas, etc., com o auxílio desses processos. Os erros estão muito espalhados. A ignorância tem isto de particular: faz esquecer completamente o objetivo das coisas, para lançar o espírito inculto numa série de incoerências.

Razão tinha Jesus ao dizer: “Meu reino não é deste mundo”, o que também significava que neste mundo as coisas não se passam como no seu reino. O Espiritismo, que em tudo e por tudo é o espiritualismo do Cristianismo, pode igualmente dizer aos ambiciosos e aos terroristas ignorantes, que o seu grande objetivo não é dar pilhas de ouro a um e deixar a consciência de um ser fraco à mercê de um ser mais forte, e de aliar a força e a fraqueza num duelo eternamente inevitável, prestes a acontecer; não. Se o Espiritismo proporciona satisfações, são as da calma, da esperança e da fé; se às vezes adverte por pressentimentos, ou pela visão adormecida ou desperta, é que os Espíritos sabem perfeitamente que uma ação caridosa particular não transtornará a superfície do globo. Aliás, se se observar a marcha dos fenômenos, o mal aí tem uma parte mínima. A ciência funesta parece relegada nos alfarrábios dos velhos alquimistas, e se Cagliostro voltasse, certamente não viria armado da varinha mágica ou do frasco encantado com que se apresentava, mas com sua força elétrica, comunicativa, espiritualista e sonambúlica, força que todo ser superior possui em si e que, ao mesmo tempo, toca o coração e o cérebro.

Como eu dizia ultimamente (o Espírito faz alusão a outra comunicação), a adivinhação era o maior dom de Jesus. Destinados a se tornarem superiores, como Espíritos, pedimos a Deus uma parte dos raios que concedeu a certos seres privilegiados, que facultou a mim mesmo e que eu poderia ter espalhado mais judiciosamente.

Mesmer

Observação – Não há uma só das faculdades concedidas ao homem da qual este não possa abusar, em virtude de seu livrearbítrio. Não é a faculdade que é má em si, mas o uso que dela se faz. Se os homens fossem bons, nenhuma seria de temer, porque ninguém as usaria para o mal. No estado de inferioridade em que ainda se acham os homens na Terra, a penetração do pensamento, se fosse geral, seria, talvez, uma das mais perigosas, porque se tem muito a esconder, e muitos podem abusar. Mas, sejam quais forem os inconvenientes, se ela existe é um fato que se deve aceitar, por bem ou por mal, pois não se pode suprimir um efeito natural. Deus, porém, que é soberanamente bom, mede a extensão dessa faculdade pela nossa fraqueza. Ele no-la mostra de vez em quando, para fazer-nos compreender melhor a nossa essência espiritual e nos advertir de trabalhar a nossa depuração, para não termos de temê-la.

Pergunta feita: Que alguém me desse um conselho…

Nome: M

Idade: 17

Cidade: rio

estado: rj

Assunto: me

Mensagem: gostaria muito que alguém pelo menos me desse um conselho, me sentiria muito agradecida.O que eu sinto as vezes e uma tristeza, passei por muitos problemas na minha infância e sofri muito em hospitais como falta de amor, de atenção, minha mae e eu fomos humilhadas varias vezes no hospital e eu sofri muito ate meus 16 anos com a falta de amigos de verdade, não tinha ninguém para dar um abraço e me entender. Os colegas que achava que eram amigos,quando surgia um problema pessoal meu, eles rapidamente se afastavam e eu ficava sozinha.Sou uma pessoa com defeitos,mas procuro sempre melhorar, como ajudar o próximo, dar atenção e carinho as pessoas e trata-las bem.

Hoje com 17 anos, parece que Deus me enviou 2 amigas de verdade e estou feliz com elas. O problema e que as vezes me sinto triste em relação a sociedade e isso me faz triste porque me chateio com tudo com o que eu vejo ao meu redor como descaso falta de companheirismo e amizade. Se puder me responder a mensagem o que o senhor ou a senhora me aconselharia.

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Olá, M!

Muita paz a você!

Entendemos suas tristezas e vamos conversar um pouco sobre elas com você.

Um fato que todos devemos compreender antes de emitirmos qualquer opinião sobre as situações que vivemos ou as pessoas que estão próximas a nós, e que a Doutrina Espírita nos explica tão bem, é que nosso mundo é como uma escola com alunos problemáticos e com pouca instrução. E se estamos vivendo nele, ou melhor, se também estamos matriculados nessa escola, é porque também temos problemas e não entendemos muitas coisas. Mas quando você observa seus colegas de colégio, nota que, apesar dos problemas e dificuldades que todos vivem, há aqueles que se dão um pouco melhor nos estudos, outros estão em condição pior, a maioria num mesmo nível, enfim, apesar das pequenas diferenças, todos são parecidos, no fim das contas. Assim também é nosso mundo.

Ao conhecermos um pouco da nossa realidade (de que somos Espíritos) e a do mundo espiritual (nossa verdadeira casa), temos um entendimento diferente da nossa presença aqui na Terra. Sabemos que estamos em fase de aprendizado e que devemos trabalhar constantemente para nos tornarmos pessoas melhores, para fazermos o bem tanto quanto pudermos, resumindo, para fazer nascer em nossos corações aquele amor que Jesus nos demonstrou, e depois retornarmos para nossa casa melhores. Porém não vemos as pessoas agindo assim, ao contrário, uns se esforçam muito, outros pouco, outros, ainda, quase nada, e há aqueles que nem se importam, isso tudo independente de onde vivem, da idade ou condição social que possuem, ou mesmo no que acreditam em termos de fé. Lembremos, então, do exemplo da escola.

Irmãzinha, gostaríamos que o mundo fosse aquele lugar lindo, com pessoas generosas e felizes, sem egoísmo, sofrimentos ou tristezas, mas só viveremos num mundo assim quando formos todos assim. Acontece que não é o mundo que se tornará perfeito, mas as pessoas serão perfeitas. E vemos a perfeição nas ideias, sentimentos e atitudes das pessoas no nosso dia a dia? Não, mas chegaremos nesse estado um dia, muito provavelmente num futuro bastante distante, mas como diz um ditado atribuído a Ganhi, “toda grande jornada começa com o primeiro passo”. E aqui estamos nós, caminhando com tropeços e quedas, nos desviando para lá e para cá, mas sempre nos levantando e nos ajustando para continuarmos nossa viagem.

Em nossas relações, vemos também as pessoas caminhando com velocidades diferentes e até em direções diferentes para tentarem chegar a essa condição de Espíritos melhores. Esse é um direito que cada pessoa tem, que é o que entendemos por livre-arbítrio, ou seja, liberdade para escolher como desejam viver. E como nos lembra Jesus, “a cada um segundo suas obras”. E assim é.

Bem, você nos relatou situações tristes que viveu desde sua infância por causa da convivência com pessoas, em hospitais ou nas suas amizades. A partir do que conversamos acima, você já pode compreender que as pessoas são como querem ser e fazem o que querem e do jeito que querem fazer. Analisando de uma forma mais clara, não pensemos em quem é bom, mal ou indiferente por causa do que faz ou deixa de fazer, mas entendamos que as pessoas só dão aquilo que possuem em seus corações, assim como nós. O resultado das escolhas que cada um de nós faz pertence somente a nós, já que, como sabemos, colhemos o que plantamos, seja num plantio de frutas doces e saborosas, seja de frutas amargas e espinhosas. Essa forma de aprendizado, que chamamos de causa e efeito, é a forma como Deus determinou para alcançarmos nosso crescimento. E vemos a grande sabedoria desse tipo de justiça.

A fase em que você vive hoje, a da adolescência, é uma fase bastante difícil, pois se espera conquistar o mundo, e bem rápido, sem saber como ou com a ajuda de quem. Mas como fazer o mundo ser do nosso jeito se cada pessoa quer fazer do jeito dela? Se nós temos a certeza de que o mundo seria mais bonito se pintássemos da cor que escolhemos, como as pessoas podem discordar de nós? Muito atrevimento, não acha? Mas quem está certo numa escola em que ninguém aprendeu ainda a fazer o certo? É aí que entra em ação nossa sabedoria, que é como um vaso, onde plantamos as flores da compreensão, da paciência, da tolerância, do respeito, da educação e outras lindas e perfumadas flores, todas regadas com muito amor. É assim que aprendemos a viver bem, tão felizes quanto possível, simplesmente entendendo que nossa verdadeira relação não é com o mundo, com as pessoas, com as coisas, mas com Deus. Se estamos bem com Ele, podemos abraçar o mundo, mesmo com todos os problemas dele.

Vamos refletir com essas palavras da nossa querida Madre Teresa de Calcutá:

“Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo!

Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil assim mesmo!

Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo!

Se você é bondoso e franco, poderão enganá-lo. Seja bondoso e franco assim mesmo!

O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo!

Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja. Seja feliz assim mesmo!

O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. Faça o bem assim mesmo!

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo!

Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros!”.

Além disso, M, cada pessoa reage de uma forma diferente quando passa por uma situação. Vemos em nossas casas, nos locais que frequentamos e mesmo pela TV algumas pessoas respondendo de forma tranquila ao que acontece com elas, outras se desesperam, mais além vemos outras destruindo tudo... Mais uma vez, cada um tem seu tempo para aprender.

Então, não desejemos mal a ninguém, ao contrário, perdoemos sempre, pois os “dias de aula” na nossa maravilhosa escola da vida estão passando, e somente os alunos mais aplicados seguirão crescendo. Já os repetentes, aprenderão com a dolorosa lição: “tudo o que é mal feito deve ser feito duas vezes”, e não podemos ser felizes vendo um irmão sofrendo por ter errado. A compaixão sempre nos leva a ajudar aqueles que se desviam. Jesus não se sacrificou para conviver com pessoas tão equivocadas e perturbadas em nome do amor? Claro que não somos (ainda) como Ele, mas servimos em nome Dele.

Mais uma vez, Madre Tereza de Calcutá:

"Em nome da paz, espalhe amor aonde quer que você vá. Primeiro, em seu próprio lar, aos seus filhos e demais familiares. Depois, ao seu vizinho de porta e aos outros moradores da sua rua. Não deixe ninguém vir a você sem partir melhor ou mais feliz, com a paz que você lhe emprestou. Seja a expressão viva da bondade de Deus: bondade em sua face, em seus olhos, em seu sorriso, bondade em seu caloroso cumprimento. Esta é uma ótima receita para se conquistar a paz efetiva.".

Quanto às dificuldades que enfrentou com sua mãe, entendam que as dores que sofreram não chegaram a vocês para endurecerem seus corações, mas para mostrar e ensinar como é o mundo sem amor e fraternidade. Muitas vezes, só sentimos falta da luz quando ficamos no escuro; só sentimos falta do calor quando o frio nos visita. Assim é que vamos aprendendo e mudando nossos corações para reconstruir aquilo que o mundo perdeu.

Você não nos informa se frequenta uma casa espírita, mas já deixamos a recomendação para participar das atividades que uma próxima a você ofereça. Se for possível, faça parte de um grupo de jovens para estudar o Espiritismo e seja trabalhadora voluntária em uma instituição de assistência social ou caridade que atenda crianças, idosos, pessoas doentes ou realize qualquer outra atividade que envolva amor. Se desejamos um mundo melhor, devemos construí-lo com muito trabalho e doação de nós mesmos.

Quanto à sua juventude, irmãzinha, tenha paciência que logo ela passará e você poderá lidar com a vida e o mundo com mais maturidade. Mas aproveite bem esta fase convivendo com seus amigos, aproveitando de forma saudável as oportunidades que surgirem para cultivar alegrias e amizades.

Para se fortalecer espiritualmente, sugerimos fazer a Reunião do Evangelho no Lar para que não somente você, mas todos da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que envolvem todo o ambiente doméstico. Segundo Emmanuel, Espírito, não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o cenário de amor onde nos refugiamos. Um Roteiro e outros esclarecimentos sobre o assunto poderão ser encontrados no seguinte endereço: www.espiritismo.net/evangelho_no_lar.

Participe ainda de nossas atividades na Internet (estudos, palestras, vibrações e Atendimento Fraterno), via Paltalk (programa de áudio-conferência). Informe-se sobre o programa - instalação e uso - no site www.espiritismo.net/paltalk, além da programação semanal de nossos grupos de trabalho, com as atividades e horários. No Paltalk: categoria "Central & South America" - subcategoria "Brazil", sala ESPIRITISMO NET JOVEM - Às sextas-feiras, 21h, com estudo de temas direcionados à juventude. Se precisar de ajuda, estamos à disposição para orientá-la.

Paz a você e conte sempre conosco.

Um abraço,

André

Equipe Espiritismo.net Jovem

Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp

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Assista a estes vídeos com atenção:

https://www.youtube.com/watch?v=Y_QTbawfm4w

http://www.kardec.tv/video/transicao-tv/505/transicao-247-transicao