sábado, 15 de março de 2014

Revista Espírita: Da apreensão da morte

O homem, seja qual for o degrau da escola a que pertença, desde o estado selvagem, tem o sentimento inato do futuro. Diz-lhe a intuição que a morte não é a última palavra da existência e que aqueles que lamentamos não estão perdidos sem retorno. A crença no futuro é intuitiva e infinitamente mais geral que a no nada. Como é, pois, que, entre os que crêem na imortalidade da alma, ainda se encontra tanto apego às coisas da terra, e tão grande apreensão da morte?
A apreensão da morte é efeito da sabedoria da Providência, e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os, seres vivos. Ela é necessária enquanto o homem não for bastante esclarecido quanto às condições da vida futura, como contrapeso ao arrastamento que, sem esse freio o levaria a deixar prematuramente a vida terrestre, e a negligenciar o trabalho daqui, que deve servir para o seu adiantamento.
É por isto que, nos povos primitivos, o futuro não passa de vaga intuição, mais tarde simples esperança, enfim mais tarde uma certeza, mas ainda contrabalançada por um secreto apego à vida corporal.
À medida que o homem melhor compreende a vida futura, diminui a apreensão da morte; mas, ao mesmo tempo, melhor compreendendo sua missão na terra, espera seu fim com mais calma, resignação e sem medo. A certeza da vida futura dá um outro curso às suas idéias, outro objetivo a seus trabalhos; antes de ter esta certeza, só trabalha para o presente; com esta certeza trabalha em vista do futuro, sem negligenciar o presente, porque sabe que seu futuro depende da direção, mais ou menos boa, que der ao presente. A certeza de reencontrar os amigos após a morte, de continuar as relações que teve na terra, de não perder o fruto de nenhum trabalho, de crescer incessantemente em inteligência e em perfeição, lhe dá paciência para esperar e coragem para suportar as momentâneas fadigas da vida terrena. A solidariedade que vê estabelecer-se entre os mortos e os vivos lhe faz compreender a que deve existir entre os vivos; desde então a fraternidade tem sua razão de ser e a caridade um objetivo no presente e no futuro.
Para libertar-se das apreensões da morte, deve poder encará-la sob seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrar por pensamento no mundo invisível e dele ter feito uma idéia tão exata quanto possível, o que denota no Espírito encarnado um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desprender da matéria. Nos que não são suficientemente avançados, a vida material ainda predomina sobre a vida espiritual. Ligando-se ao exterior, o homem só vê vida no corpo, ao passo que a vida real está na alma; estando o corpo privado de vida, aos seus olhos tudo está, perdido e ele se desespera. Se, em vez de concentrar o pensamento na vestimenta externa, a voltasse para a fonte mesma da vida, sobre a alma, que é o ser real, a tudo sobrevivente, lamentaria menos o corpo, fonte de tantas misérias e tantas dores. Mas para isto é preciso uma força que o Espírito, só adquire com a maturidade.
A apreensão da morte depende, pois, da insuficiência das noções sobre a vida futura; mas denota a necessidade de viver, e o medo que a destruição do corpo seja o fim de tudo. É, assim, provocada pelo secreto desejo da sobrevivência da alma, ainda velada pela incerteza.
A apreensão enfraquece à medida que se forma a certeza; desaparece quando a certeza é completa. Eis o lado providencial da questão. Era sábio não perturbar o homem cuja razão ainda não era bastante forte para suportar a perspectiva, muito positiva e muito sedutora, de um futuro que lhe tivesse feito negligenciar o presente necessário ao seu adiantamento material e intelectual.
Este estado de coisas é alimentado e prolongado por causas puramente humanas, que desaparecerão com o progresso. A primeira é o aspecto sob o qual é apresentada a vida futura, aspecto que podia bastar a inteligências pouco adiantadas, mas não poderia satisfazer as exigências da razão dos homens que refletem. Dizem eles que desde que lhe apresentam como verdades absolutas princípios contraditados pela lógica e pelos danos positivos da ciência, é que não são verdades. Daí a incredulidade de alguns e, num grande número, uma crença misturada de dúvida. A vida futura é para eles uma idéia vaga, ante. uma probabilidade que uma certeza absoluta; crêem nela, quereriam que assim fosse e, mau grado seu, dizem: Entretanto se não fosse! O presente é positivo. Para começar ocupemo-nos com ele; o futuro virá por acréscimo.
E depois, dizem ainda, em definitiva, o que é a alma? É um ponto, um átomo, uma centelha, uma chama? Como sente ela? como vê? como percebe? Para eles a alma não é uma realidade efetiva: é uma abstração. Os seres que lhe são caros, reduzidos ao estado de átomos em seu pensamento, estão para eles, por assim dizer, perdidos e aos seus olhos não mais têm as qualidades que os fazia amá-los. Não compreendem o amor de uma centelha, nem o que se pudesse ter por ela; e eles próprios ficam satisfeitos por serem transformados em monadas. Dai a volta ao positivismo da vida terrena, que tem algo de mais substancial. Considerável é o número dos que são dominados por estas idéias.
Uma outra razão que liga às coisas terrenas os mesmos que acreditam mais firmemente na vida futura se deve à impressão, que conservam, do ensino que lhes foi dado desde a infância.
O quadro que dela faz a religião, força é convir, nem é muito sedutor, nem muito consolador. De um lado, vêem-se as contorções dos danados, que expiam nas torturas e nas chamas sem fim seus erros de um momento; para que séculos se sucedam a séculos, sem esperança de abrandamento nem de piedade; e o que é ainda mais impiedoso, é que o arrependimento é ineficaz. Por outro lado, as almas lânguidas e sofredoras do purgatório, esperando sua libertarão da boa vontade dos vivos que orarem, ou mandarem orar por elas, e não de seus esforços para progredir. Estas duas categorias compõem a imensa maioria da população de além-túmulo. Acima plaina a muito restrita dos eleitos, gozando, durante a eternidade, uma beatitude contemplativa. Esta eterna inutilidade, sem dúvida preferível ao nada., não deixa de ser de uma fastidiosa monotonia. Assim, nas pinturas que retratam os bem-aventurados, vêem-se figuras angélicas, mas que antes respiram aborrecimento que a verdadeira felicidade.
Esse estado nem satisfaz as aspirações, nem a idéia instintiva do progresso, o único que parece compatível com a felicidade absoluta. Tem-se dificuldade de conceber que o selvagem ignorante, obtuso no sentido moral, só porque recebeu o batismo, esteja no mesmo nível que o que chegou ao mais alto grau da ciência e da moralidade prática, após longos anos de trabalho. É ainda menos concebível que o menino, morto em tenra idade, antes de ter consciência de si mesmo e de seus atos, goze dos mesmos privilégios, pelo só fato de uma cerimônia, na qual sua vontade não tomou parte.
Esses pensamentos não deixam de agitar os mais fervorosos, por pouco que reflitam. O trabalho progressivo que a gente realiza na terra nada valendo para a felicidade futura, a facilidade com a qual crêem adquirir essa felicidade por meio de algumas práticas exteriores, a mesma possibilidade de a comprar com dinheiro, sem reforma séria do caráter e dos hábitos, deixam aos prazeres do mundo todo o seu valor. Mais de um crente diz no seu foro íntimo que, desde que seu futuro está assegurado pela prática de certas fórmulas, ou por dons póstumos, que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou um aborrecimento qualquer em proveito de outrem, desde que se pode fazer sua salvação cada um trabalhando para si.
Certamente tal não é o pensamento de todos, pois há grandes e belas exceções; mas não se pode dissimular que não seja o do maior número, sobretudo das massas pouco esclarecidas e que a idéia feita das condições para ser feliz no outro mundo não entretém ligação com os bens deste e, por conseguinte, o egoísmo.
Ajuntemos a isto que tudo, nos costumes, concorre para fazer lamentar a vida terrestre e temer a passagem da terra ao céu. A morte não é cercada senão de cerimônias lúgubres, que aterram mais do que provocam esperanças. Se se representa a morte, é sempre sob o aspecto repelente, e jamais como um sono de transição; todos os seus emblemas lembram a destruição do corpo e o mostram horrível e descarnado; nenhum simboliza a alma se desprendendo radiosa de seus laços terrenos. A partida para esse mundo mais feliz não é acompanhada senão pelas lamentações dos sobreviventes, como se acontecesse a maior desgraça aos que se vão. Dizem-lhe um eterno adeus, corno se se não mais devesse vê-los; o que se lamenta por eles são os gozos daqui de baixo, como se não devessem achá-los maiores. Que desgraça, dizem, morrer quando se é moço, rico, feliz e se tem pela frente um brilhante futuro! A idéia de uma situação mais feliz apenas aflora ao pensamento, porque não tem raízes. Tudo, pois, concorre para inspirar o pavor da morte em vez de fazer nascer a esperança. O homem levará muito tempo para desfazer, sem dúvida, desses preconceitos, mas lá chegará à medida que se firmar a sua fé e que fizer uma idéia mais sã da vida espiritual.
A doutrina espírita muda inteiramente a maneira de encarar o futuro. A vida futura não é mais uma hipótese, é uma realidade; o estado das almas após a morte não é mais um sistema, mas um resultado da observação. O véu está levantado; o mundo invisível nos aparece em toda a sua realidade prática. Não foram os homens que descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever sua situação. Nós aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça; nós assistimos a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Aí está para os Espíritas a causa da calma com que encaram a morte, da serenidade de seus últimos instantes na terra. O que os sustém não é só a esperança, é a certeza; eles sabem que a vida futura é apenas a continuação da vida presente em melhores condições, e a esperam com a mesma confiança com que esperam o nascer do sol, após uma noite de tempestade. Os motivos desta confiança estão nos fatos de que são testemunhas, e no acordo desses fatos com a lógica, a justiça e a bondade de Deus, e as aspirações íntimas do homem.
Além disso, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde elas se tornam de certo modo estranhas aos sobreviventes; a própria Igreja põe entre elas e estes últimos uma barreira intransponível; declara que toda relação está rompida, toda comunicação impossível. Se estiverem no inferno, toda esperança de as rever está perdida para sempre, a menos que vá, mesmo para lá; se estiverem entre os eleitos, estarão todas absorvidas por sua beatitude contemplativa. Tudo isto põe entre os mortos e os vivos uma tal distância, que se olha a separação como eterna. Por isto ainda preferem tê-las perto de si, sofredoras na terra, do que as ver partir, mesmo para o céu. Depois a alma que está no céu é realmente feliz vendo, por exemplo, seu filho, seu pai, sua mãe ou seus amigos queimando-se eternamente?
Para os Espíritas a alma não é mais uma abstração; tem um corpo etéreo, que dela faz um ser definido, que o pensamento abarca e concebe; já é muito para fixar as idéias sobre sua individualidade, suas aptidões e suas percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre algo real. Não mais são representadas como chamas fugitivas, que nada lembram ao pensamento, mas sob uma forma concreta, que no-las mostra melhor como seres vivos. Depois, em vez de estarem perdidos nas profundezas do espaço, estão em redor de nós. O mundo visível e o mundo invisível estão em relações perpétuas e se assistem mutuamente. Não mais sendo permitida a dúvida sobre o futuro, a apreensão da morte não tem mais razão de ser: ver-se-á vir com sangue frio, como uma libertação, como a porta da vida, e não a do nada.

LIVRO BREVE HISTÓRIA DE TODOS NÓS: UMA SÍNTESE DO TEMA ESPIRITISMO E EVOLUÇÃO

 


From: Erasto
Sent: Tuesday, March 11, 2014

Olá a todos,
O amigo Ricardo Baesso (de Juiz de Fora, e que já foi entrevistado pelo CVDEE) está lançando um livro, juntamente com outros companheiros, sobre o processo de evolução do princípio inteligente.
Acredito que é uma contribuição importante para nossas discussões no Movimento Espírita.
Abaixo, uma entrevista de divulgação.
Abraços,
Ely
 


ENTREVISTA COM RICARDO BAESSO DE OLIVEIRA SOBRE O LIVRO BREVE HISTÓRIA DE TODOS NÓS: UMA SÍNTESE DO TEMA ESPIRITISMO E EVOLUÇÃO

 De que trata o livro BREVE HISTÓRIA DE TODOS NÓS?
Trata-se de uma síntese do tema Espiritismo e Evolução. Fomos buscar os mais recentes estudos sobre o Evolucionismo científico e fizemos uma ponte com o pensamento espírita, focando particularmente em Kardec e na literatura mediúnica via Chico Xavier. Estudamos também alguns clássicos, como Bozzano, Gabriel Delanne e Léon Denis, valendo-nos também da contribuição de Jorge Andréa e Hernani Guimarães Andrade.
O que você pode dizer a respeito dos autores.
O livro foi editado pelo Instituto de difusão espirita de Juiz de Fora,  e os autores são estudiosos da Doutrina Espírita, vinculados ao movimento espírita da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Profissionalmente Carlos Eduardo Nogueres é professor de Química, David Sérgio A. de Gouvêa e Geraldo Marques são professores da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lyderson F. Viccini é professor de Genética da mesma Universidade e Ricardo Baesso de Oliveira é médico.
Como surgiu o livro?
Tudo começou a partir da crença de muitos de nós de que autores encarnados sempre tiveram um papel preeminente na formulação da Doutrina Espírita, desde os primórdios do movimento espírita. Kardec codificou a doutrina a partir de informações obtidas de contatos com as entidades desencarnadas, mas foi ele a grande figura na organização da obra e definição de seus pontos fundamentais.  Kardec enfatizava isso. No primeiro capítulo de A Gênese ele coloca que o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem, a iniciativa dos Espíritos, mas a sua elaboração fruto do trabalho dos homens. Quase simultaneamente com Kardec, Léon Denis, Camille Flammarion e Gabriel Delanne, autores espíritas encarnados, desenvolveram as ideias do mestre, participando de igual maneira nos desdobramentos do conhecimento espírita. Posteriormente, Bozzano, Carlos Imbassahy, Herculano Pires, Eliseu Rigonati, Hernani G. Andrade, Jorge Andréa, Hermínio Miranda e Suely Caldas (esta em plena atividade) deram extraordinárias contribuições, ao lado da obra mediúnica de Chico Xavier, Yvonne Pereira, Divaldo e outros. No entanto nas últimas décadas notamos um esvaziamento no papel dos autores encarnados. Por motivos que, em minha opinião, ainda não foram devidamente examinados, as obras mediúnicas romanceadas ganharam um impressionante espaço no movimento espírita e os livros doutrinários, que deveriam representar os esforços, as pesquisas e reflexões dos nossos estudiosos praticamente desapareceram. Com a finalidade de darmos nossa contribuição no desenvolvimento de tema complexo como esse, formamos um grupo de espíritas que se interessam pelo aspecto científico e decidimos estudar seriamente a questão. Durante 18 meses nos reunimos, mensalmente, nas tardes de sábados, debatendo o assunto e redigindo nossas conclusões. O presente livro é o resultado desses encontros.
Kardec viveu em uma época em que prevaleciam as ideias criacionistas. Como ele se posicionava perante o evolucionismo?
Kardec era evolucionista e os Espíritos da Codificação igualmente defendiam as ideias evolucionistas. Afirmaram no item 607-a de O Livro dos Espíritos que o princípio inteligente se elabora nas experiências sofridas nos seres inferiores da natureza. Os problemas que observamos em torno do tema em alguns itens de O Livro dos Espíritos e nas considerações sobre e Geração Espontânea, no livro a Gênese e na Revista Espírita não invalidam a posição central defendida por Kardec. O Espiritismo é essencialmente evolucionista. A elaboração do Espírito através das vivências nos diferentes reinos da natureza é postulado fundamental da Doutrina Espírita
Como conciliar a posição materialista da ciência com a evolução espiritual?
 São materialistas alguns cientistas. Muitos não são. Recentemente foi publicado um livro - O Teste da Fé – em que grandes nomes da ciência contemporânea assumem publicamente seus princípios religiosos. Acho melhor dizermos que a ciência é neutra no que se refere às questões do Espírito. Nós não conseguimos provar que os Espíritos existem, mas os materialistas igualmente não conseguiram provar que eles não existem. Mas a posição que a ciência referenda a respeito do tema Evolução pode ser sintetizada no Neodarwinismo, embora alguns pontos tenham sido acrescidos recentemente à ideia central. Segundo o Neodarwinismo, as mutações aleatórias foram responsáveis pelas modificações dos seres vivos e o surgimento das espécies novas e a seleção natural justifica o desaparecimento das espécies extintas.
O que os autores espíritas dizem sobre isso?
André Luiz e Emmanuel tiveram a oportunidade de se manifestar favoravelmente à tese neodarwiniana. A diferença entre o Espiritismo e a ciência oficial se encontra na consideração de que o processo evolutivo foi coadjuvado pelo psiquismo do princípio inteligente em elaboração progressiva e na atuação dos Espíritos Construtores, que intervieram em períodos cruciais da história da Terra, direcionando as mutações necessárias às modificações que se tornaram precisas nos momentos justos. A ideia central do nosso trabalho é que a evolução é essencialmente do princípio inteligente. Tudo o que se verificou no planeta objetivava o desenvolvimento do Espírito, segundo as belas palavras de Alfred Russel Wallace: A razão de ser do Universo é o desenvolvimento do Espírito humano.
Existem muitas dúvidas sobre os fatores que levaram ao surgimento da autoconsciência, ou seja, o que é próprio do Homo sapiens. Nessa passagem do macaco ao homem, fatores espirituais foram importantes?
A autoconsciência foi resultado de um longo processo de expansão das possibilidades do princípio espiritual, que foi criado simples e ignorante, mas dotado da perfectibilidade, ou seja, de um propósito inato de desenvolvimento. Importante considerar também, a migração para a Terra de uma falange de Espíritos intelectualmente desenvolvidos, oriundos da constelação de Cocheiros, que Kardec denominou de raça adâmica. Acreditamos que chegaram aqui há cerca de 50 mil anos e foram responsáveis pelo grande salto cultural que se verificou nessa época de nossa história. Estamos convencidos de que estaríamos na Idade da Pedra, se os Capelinos não tivessem sido deportados pra Terra.

Como o livro pode ser adquirido?
Solicitando ao nosso Instituto, em Juiz de Fora, através do e-mail: divulgacao.idejf@gmail.com
 

sexta-feira, 14 de março de 2014

O motivo da infelicidade da geração Y

O motivo da infelicidade da geração Y

A cada ano os casos de depressão vem crescendo, e os pacientes são cada vez mais jovens. Por que, em um tempo de tantas opções, oportunidades e liberdade, somos tão insatisfeitos e infelizes?
O site Wait But Why publicou uma matéria “Why Generation Y Yuppies are Unhappy” (porque a geração Y Yuppies está infeliz) que se tornou viral nas redes sociais. O texto, ilustrado de maneira simples, explica de maneira didática os prováveis motivos pelos quais a atual geração está tão infeliz. O texto é longo, mas vale a leitura. A maioria dos leitores se identificou com a situação, talvez esse também seja o seu caso e no fim da matéria há dicas de como “curar” essa infelicidade.
Esta é a Ana.
Ana é parte da Geração Y, a geração de jovens nascidos entre o fim da década de 1970 e a metade da década de 1990. Ela também faz parte da cultura Yuppie, que representa uma grande parte da geração Y.
“Yuppie” é uma derivação da sigla “YUP”, expressão inglesa que significa “Young Urban Professional”, ou seja, Jovem Profissional Urbano. É usado para referir-se a jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta. Os yuppies em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. – Wikipedia
Eu dou um nome para yuppies da geração Y — costumo chamá-los de “Yuppies Especiais e Protagonistas da Geração Y”, ou “GYPSY” (Gen Y Protagonists & Special Yuppies). Um GYPSY é um tipo especial de yuppie, um tipo que se acha o personagem principal de uma história muito importante.
Então Ana está lá, curtindo sua vida de GYPSY, e ela gosta muito de ser a Ana. Só tem uma pequena coisinha atrapalhando:
Ana está meio infeliz.
Para entender a fundo o porquê de tal infelicidade, antes precisamos definir o que faz uma pessoa feliz, ou infeliz. É uma formula simples:
Felicidade = Realidade - Expectativas
É muito simples — quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando, ela está feliz. Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas, essa pessoa está infeliz.
Para contextualizar melhor, vamos falar um pouco dos pais da Ana:
Os pais da Ana nasceram na década de 1950 — eles são “Baby Boomers“. Foram criados pelos avós da Ana, nascidos entre 1901 e 1924, e definitivamente não são GYPSYs.
Na época dos avós da Ana, eles eram obcecados com estabilidade econômica e criaram os pais dela para construir carreiras seguras e estáveis. Eles queriam que a grama dos pais dela crescesse mais verde e bonita do que eles as deles próprios.
Eles foram ensinados que nada podia os impedir de conseguir um gramado verde e exuberante em suas carreiras, mas que eles teriam que dedicar anos de trabalho duro para fazer isso acontecer.
Depois da fase de hippies insofríveis, os pais da Ana embarcaram em suas carreiras. Então nos anos 1970, 1980 e 1990, o mundo entrou numa era sem precedentes de prosperidade econômica. Os pais da Ana se saíram melhores do que esperavam. isso os deixou satisfeitos e otimistas.
Tendo uma vida mais suave e positiva do que seus próprios pais, os pais da Ana a criaram com um senso de otimismo e possibilidades infinitas. E eles não estavam sozinhos. Baby Boomers em todo o país e no mundo inteiro ensinaram seus filhos da geração Y que eles poderiam ser o que quisessem ser, induzindo assim a uma identidade de protagonista especial lá em seus sub-conscientes.
Isso deixou os GYPSYs se sentindo tremendamente esperançosos em relação a suas carreiras, ao ponto de aquele gramado verde de estabilidade e prosperidade, tão sonhado por seus pais, não ser mais suficiente. O gramado digno de um GYPSY também devia ter flores.
Isso nos leva ao primeiro fato sobre GYPSYs:
GYPSYs são ferozmente ambiciosos
O GYPSY precisa de muito mais de sua carreira do que somente um gramado verde de prosperidade e estabilidade. O fato é, só um gramado verde não é lá tão único e extraordinário para um GYPSY. Enquanto seus pais queriam viver o sonho da prosperidade, os GYPSYs agora querem viver seu próprio sonho.
Cal Newport aponta que “seguir seu sonho” é uma frase que só apareceu nos últimos 20 anos, de acordo com o Ngram Viewer, uma ferramenta do Google que mostra quanto uma determinada frase aparece em textos impressos num certo período de tempo. Essa mesma ferramenta mostra que a frase “carreira estável” saiu de moda, e também que a frase “realização profissional” está muito popular.
Para resumir, GYPSYs também querem prosperidade econômica assim como seus pais – mas eles querem também se sentir realizados em suas carreiras, uma coisa que seus pais não pensavam muito.
Mas outra coisa está acontecendo. Enquanto os objetivos de carreira da geração Y se tornaram muito mais específicos e ambiciosos, uma segunda ideia foi ensinada à Ana durante toda sua infância:
Você é Especial
Esta é provavelmente uma boa hora para falar do nosso segundo fato sobre os GYPSYs:
GYPSYs vivem uma ilusão
Na cabeça de Ana passa o seguinte pensamento: “mas é claro… todo mundo vai ter uma boa carreira, mas como eu sou prodigiosamente magnífica, de um jeito fora do comum, minha vida profissional vai se destacar na multidão”. Então se uma geração inteira tem como objetivo um gramado verde e com flores, cada indivíduo GYPSY acaba pensando que está predestinado a ter algo ainda melhor:
Um unicórnio reluzente pairando sobre um gramado florido.
Mas por que isso é uma ilusão? Por que isso é o que cada GYPSY pensa, o que põe em xeque a definição de especial:
es-pe-ci-al: (adjetivo) melhor, maior, ou de algum modo diferente do que é comum.
De acordo com esta definição, a maioria das pessoas não são especiais, ou então “especial” não significaria nada.
Mesmo depois disso, os GYPSYs lendo isto estão pensando, “bom argumento… mas eu realmente sou um desses poucos especiais” – e aí está o problema.
Uma outra ilusão é montada pelos GYPSYs quando eles adentram o mercado de trabalho. Enquanto os pais da Ana acreditavam que muitos anos de trabalho duro eventualmente os renderiam uma grande carreira, Ana acredita que uma grande carreira é um destino óbvio e natural para alguém tão excepcional como ela, e para ela é só questão de tempo e escolher qual caminho seguir.
Infelizmente, o mundo não é um lugar tão fácil assim, e curiosamente carreiras tendem a ser muito difíceis. Grandes carreiras consomem anos de sangue, suor e lágrimas para se construir – mesmo aquelas sem flores e unicórnios – e mesmo as pessoas mais bem sucedidas raramente vão estar fazendo algo grande e importante nos seus vinte e poucos anos.
Mas os GYPSYs não vão apenas aceitar isso tão facilmente.
Paul Harvey, um professor da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, e expert em GYPSYs, fez uma pesquisa onde conclui que a geração Y tem “expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas” e “uma visão inflada sobre si mesmo”. Ele diz que “uma grande fonte de frustrações de pessoas com forte senso de grandeza são as expectativas não alcançadas. Elas geralmente se sentem merecedoras de respeito e recompensa que não estão de acordo com seus níveis de habilidade e esforço, e talvez não obtenham o nível de respeito e recompensa que estão esperando”.
Para aqueles contratando membros da geração Y, Harvey sugere fazer a seguinte pergunta durante uma entrevista de emprego: “Você geralmente se sente superior aos seus colegas de trabalho/faculdade, e se sim, por quê?”. Ele diz que “se o candidato responde sim para a primeira parte mas se enrola com o porquê, talvez haja um senso inflado de grandeza. Isso é por que a percepção da grandeza é geralmente baseada num senso infundado de superioridade e merecimento. Eles são levados a acreditar, talvez por causa dos constantes e ávidos exercícios de construção de autoestima durante a infância, que eles são de alguma maneira especiais, mas na maioria das vezes faltam justificativas reais para essa convicção”.
E como o mundo real considera o merecimento um fator importante, depois de alguns anos de formada, a extrema ambição de Ana, combinada com a arrogância, fruto da ilusão sobre quem ela realmente é, faz ela ter expectativas extremamente altas, mesmo sobre os primeiros anos após a saída da faculdade. Mas a realidade não condiz com suas expectativas, deixando o resultado da equação “realidade – expectativas = felicidade” no negativo.
E a coisa só piora. Além disso tudo, os GYPSYs tem um outro problema, que se aplica a toda sua geração:
GYPSYs estão sendo atormentados
Obviamente, alguns colegas de classe dos pais da Ana, da época do ensino médio ou da faculdade, acabaram sendo mais bem-sucedidos do que eles. E embora eles tenham ouvido falar algo sobre seus colegas de tempos em tempos, através de esporádicas conversas, na maior parte do tempo eles não sabiam realmente o que estava se passando na carreira das outras pessoas.
A Ana, por outro lado, se vê constantemente atormentada por um fenômeno moderno: Compartilhamento de Fotos no Facebook.
As redes sociais criam um mundo para a Ana onde: A) tudo o que as outras pessoas estão fazendo é público e visível à todos, B) a maioria das pessoas expõe uma versão maquiada e melhorada de si mesmos e de suas realidades, e C) as pessoas que expõe mais suas carreiras (ou relacionamentos) são as pessoas que estão indo melhor, enquanto as pessoas que estão tendo dificuldades tendem a não expor sua situação. Isso faz Ana achar, erroneamente, que todas as outras pessoas estão indo super bem em suas vidas, só piorando seu tormento.
Então é por isso que Ana está infeliz, ou pelo menos, se sentindo um pouco frustrada e insatisfeita. Na verdade, seu início de carreira provavelmente está indo muito bem, mas mesmo assim, ela se sente desapontada.
Aqui vão meus conselhos para Ana:
1) Continue ferozmente ambiciosa. O mundo atual está borbulhando de oportunidades para pessoas ambiciosas conseguirem sucesso e realização profissional. O caminho específico ainda pode estar incerto, mas ele vai se acertar com o tempo, apenas entre de cabeça em algo que você goste.
2) Pare de pensar que você é especial. O fato é que, neste momento, você não é especial. Você é outro jovem profissional inexperiente que não tem muito para oferecer ainda. Você pode se tornar especial trabalhando duro por bastante tempo.
3) Ignore todas as outras pessoas. Essa impressão de que o gramado do vizinho sempre é mais verde não é de hoje, mas no mundo da auto-afirmação via redes sociais em que vivemos, o gramado do vizinho parece um campo florido maravilhoso. A verdade é que todas as outras pessoas estão igualmente indecisas, duvidando de si mesmas, e frustradas, assim como você, e se você apenas se dedicar às suas coisas, você nunca terá razão pra invejar os outros.
Por Carol Carneiro
Matéria publicada no Portal Fashion Bubbles, em 22 de novembro de 2013.

Jorge Hessen* comenta
Após o ano de 1945, a Alemanha despedaçada era um cenário caótico sob o ponto de vista psíquico, social e econômico. Foi um desafio para nova liderança reorganizar a Nação, dividida entre duas disposições ideológicas: a Alemanha Ocidental (capitalismo) e a Alemanha Oriental (socialismo). Nesse panorama, encontramos a juventude europeia, notadamente a germânica, completamente sem rumo. Sociólogos, filósofos, pedagogos, psicólogos e professores muito se preocuparam com aquela geração de jovens marcada por inimagináveis agonias psíquicas, físicas e morais resultantes de um conflito estúpido, testemunhas oculares de uma guerra que teve início a 1º de setembro de 1939 com a invasão de Hitler à Polônia e se estendeu até agosto de 1945, com as detonações das duas bombas termonucleares em Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
A interrogação que aflorava em cada um desse espantoso contingente de moças e moços depois da guerra era: e agora como será o nosso destino? Já não nos basta trabalhar, ganhar dinheiro, comer, beber, procriar! A vida não pode se resumir somente nisso. Contudo, a percepção materialista, na Europa, sobretudo com base na ideologia negativista de Jean-Paul Sartre, acabou reconduzindo aqueles adolescentes do pós-guerra à caverna, fazendo-os afundar nas masmorras das metrópoles e ali se confiando à fuga espetacular da consciência e da razão pela busca desenfreada do prazer alucinado do gozo imediato.
A juventude desgovernou-se e a filosofia da flor (“paz”) e do amor (“sexo”) assumiu dimensões assombrosas, solicitando de especialistas as propostas para preparação de novos conceitos filosóficos apropriados para conter a invasão da droga, do sexo e da violência. Instala-se a reedição do ancestral princípio de Diógenes (isolamento social, reclusão em casa e negligência de higiene são os principais padrões do comportamento), adicionado pela luxuosidade e desinteresse pela vida. O “Cinismo diogenano” esguichou nas últimas amostras filosóficas, transformando os alucinógenos e barbitúricos em rota de fuga da realidade e espetacularização da paranoia.
A geração do pós-guerra foi uma geração aniquilada. Com o advento da “Guerra Fria” dos anos 50, surge as manifestações da juventude transviada americana. Logo após apareceu a geração hippie como artifício do movimento de contracultura dos anos de 1960. Nos idos dos anos de 1970 encontramos uma geração com qualidades deprimentes. No Brasil convivemos com os patéticos “Anos Rebeldes”, em cuja circunstância os jovens, manipulados por ideologias materialistas, repugnavam o regime estabelecido. Na ocasião, alguns impetuosos admiradores do violentíssimo guerrilheiro “Che Guevara” somaram esforços no sentido de transplantar para a Pátria do Evangelho o execrando ateísmo materialista tramado pela Revolução Soviética, o que resultou em despropositados conflitos ideológicos, numa luta terrorista, por reivindicações menores no que tange a situações econômicas e sociais.
Nos anos de 1980 e 1990, houve uma invasão generalizada de ideologias extravagantes. Há irrupção dos desvios de vidas passadas, e surgem as gangues neonazistas, os bad boys, os Punks. Paralelo às buscas desses jovens estranhos, desencadeia-se, no anverso social, a explosão do consumo com o advento, em profusão, dos centros comerciais (Shopping Center). Os meios de comunicação quebraram os valores regionais e introduziram uma cultura uniforme, sem fronteiras. Em face de valores como o amor, a liberdade, a justiça e a fraternidade, que na prática perderam o conteúdo original, surgia uma nova realidade, o CONSUMO, estabelecendo os seus próprios valores: o sucesso e a competição.
Atualmente se faz menção a uma geração sem necessariamente compará-las com as mesmas características de gerações anteriores. Antigamente, quando se fazia referência a crianças, adolescentes ou pessoas mais velhas, generalizavam-se o comportamento e características das mesmas, independente da época em que viviam. Agora, estuda-se o comportamento do adolescente, considerando o modo de vida de sua época. De tal modo, procura-se entender que um adolescente do Século XIX, carrega características desiguais de um adolescente do início do Século XX, ou dos anos 50, 60 ou 90.
A primeira proposta para explicar essa querela foi batizada como Geração “X” (nascidos entre os anos 1960 e 1980). Geração essa constituída pelos filhos dos “Baby Boomers”(1) da Segunda Guerra Mundial. A Segunda geração foi a denominada Geração “Y” - Yuppie(2). Apesar de não haver um consenso a respeito do período da Geração “Y”, a maioria da literatura faz referência a ela como as pessoas nascida entre os anos de 1980 e de 2000. São, por isso, muitos deles, filhos da geração “X” e netos da Geração “Baby Boomers”.(3)
Afirma-se que a Geração “Y” (Yuppie), também conhecida como Geração “Next” ou “Millennnials”, é uma geração infeliz.(4) São jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe “média” e a classe “alta”. Em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. Para Paul Harvey, professor da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, a geração Y tem “expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas” e “uma visão inflada sobre si mesmo”.(5)
Na experiência de cada geração, o jovem encontrará adultos inescrupulosos, ambiciosos, calculistas (ex-jovens sem ideais) e isso muitas vezes o deixará desanimado, esfriando-lhe o entusiasmo e o idealismo; apesar disso, não deve congelar o ânimo, porque também encontrará adultos idealistas, compreensivos, honestos. Um fato é real: quando o jovem (de qualquer geração) deixa de seguir os bons exemplos dos homens honestos e idealistas e se abate na amargura, a sociedade terrena sofre um prejuízo irreparável, isso porque a melhora do mundo depende invariavelmente das novas gerações.
Para a “infeliz” Geração “Y” podemos afirmar que a “felicidade” é um assunto subjetivo. Não há como restringi-la a discursos improdutivos, pois tendemos a configurá-la num modelo “perfeito”, num padrão que se enquadre para todos. E não existe um molde de felicidade, cada um atinge do seu jeito. Não há como alcançar a tal felicidade racionalmente, é impossível medi-la ou discorrê-la como um padrão que sirva para todos, o tempo todo. A percepção de “felicidade” é uma experiência pessoal, exclusiva para cada indivíduo.
No campo filosófico, as gerações podem entender que elas também têm o “direito” de ficar “(in)felizes” e que aflição não é enfermidade, mas parte da condição humana – e que, sem ela, não temos o ensejo de mensurar a virtude da resignação. Portanto, em tempos de tirania da “felicidade”, acatar e permitir essa aflição diária é uma forma de resistência, uma espécie de ventura. O Espiritismo esclarece que a felicidade “é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.”(6)
Há dois mil anos o Cristo avisou que "a felicidade não é deste mundo", portanto, por elevadas razões, as gerações que se sucedem continuamente necessitam viver no mundo sem escravizar-se ao mundo material sob o jugo de insana busca por uma felicidade construída nas areias da ilusão.

Notas e referências bibliográficas:
(1) Baby Boomer é uma definição genérica para crianças nascidas durante uma explosão populacional - Baby Boom em inglês, ou, em uma tradução livre, Explosão de Bebês. Dessa forma, quando definimos uma geração como Baby Boomer, é necessário definir a qual Baby Boom estamos nos referindo;
(2) "Yuppie" é uma derivação da sigla "YUP", expressão inglesa que significa "Young Urban Professional", ou seja, Jovem Profissional Urbano;
(3) Há outras definições para diferentes Gerações:
Geração Z (formada por indivíduos constantemente conectados através de dispositivos portáteis e, preocupados com o meio ambiente, que pode ser integrante ou parte da Geração Y).
Geração Alfa (Ainda sem características precisas definidas, poderão ser filhos, tanto da geração Y, como da Geração Z).
After Eighty: Geração de Chineses nascidos depois de 1980 (equivalente à Geração Y para os ocidentais).
Beat Generation: Geração de norte-americanos nascidos entre as duas Guerras Mundiais.
Lost Generation (Geração Perdida): Expatriados que rumaram para Paris depois da Primeira Guerra Mundial;
(4) O site Wait But Why publicou a reportagem “Why Generation Y Yuppies are Unhappy” ilustrando com detalhes as prováveis razões pelos quais a atual geração Y está infeliz;
(6) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V, item 20, RJ: Ed. FEB, 1999.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados

quinta-feira, 13 de março de 2014

Anotações: Beijo gay por Wellington Balbo

Beijo gay



Wellington Balbo


A novela Amor à vida protagonizou em horário nobre um beijo gay. Embora não a assista impossível ficar alheio ao assunto que dominou a população.
Muitos contra, outros a favor do beijo gay.
A emoção, não raro, faz com que tomemos algumas posições radicais do tipo oito ou oitenta. Uns são contra os gays, outros a favor. Complicado colocar as pessoas em um balaio que separa homossexuais de heterossexuais. Somos, sim, seres humanos que sentimos e pensamos, ou, mais precisamente espíritos imortais em viagem pela terra da carne.
Todos sentem, amam, pensam, refletem, por isso é fundamental respeitarmos o outro esteja ele na condição em que estiver e, importante: respeitar mesmo que sua opinião seja contrária as nossas crenças.
Um dos indicadores que medem se estamos bem resolvidos com nós mesmos é o fato de não nos importarmos com as atitudes alheias que não interferem diretamente em nossa vida. Quando as atitudes dos outros que não nos dizem respeito começam a nos incomodar é preciso ligar o sinal de alerta e fazermos um mergulho interior para sabermos o porquê disso. Vale ressaltar que independentemente de beijo entre pessoas do mesmo sexo há algo muito mais importante a ser celebrado: o amor. E amor não conhece sexo, cor, classe social. O amor é simplesmente o amor.
Tentam encontrar explicação para o amor, entretanto, na realidade imortal de cada um de nós sabe-se que o amor é uma construção que está baseada na afinidade das almas. Portanto, se essa situação do amor romântico brota de homem para homem, de mulher para mulher ou de homem para mulher pouco importa.
Ademais, esquecemos de que somos Espíritos em transito pela Terra e que estar homossexual ou heterossexual é uma condição passageira do Espírito que está reencarnado, nada além disto.
Sou sempre a favor da felicidade. Não sou a favor nem contra homossexuais ou heterossexuais. A única bandeira que levanto é a do amor e da felicidade.
Você está feliz? Está bem? Não passou por cima de nada nem de qualquer pessoa? Ótimo, siga sua vida com dignidade e cabeça erguida, isso é o que importa e não quem você beija.
Com ou sem beijo que prevaleça o respeito, inclusive àqueles que discordam do beijo... Enfim, estamos todos aprendendo...
Afinal, Deus não nos julga. Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas o Pai quer nos ver felizes e, definitivamente quem perde seu tempo julgando as escolhas alheias não encontra tempo para ser feliz vivendo a própria vida.
Coisas para se pensar..


Wellington Balbo

quarta-feira, 12 de março de 2014

Revista Espírita: Médiuns Curadores

Um oficial de caçadores, espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos de reformas morais que o Espiritismo pode operar, transmite estes detalhes:
"Caro mestre, aproveitamos as longas horas de inverno para nos entregarmos com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades mediúnicas. A tríade do 4º de caçadores, sempre unido, sempre vivo, inspira-se em seus deveres, e ensaia novos esforços. Sem dúvida desejais conhecer o objeto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril. Podereis julgá-lo pelos detalhes seguintes. Desde alguns meses nossos trabalhos tem por objeto o estudo dos fluidos. Este estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora; assim, agora a aplicamos com sucesso. Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.
"Há vinte anos a Sra. P. estava afetada por uma hiperestesia aguda ou exagerada sensibilidade da pele, moléstia que há quinze anos a retinha no quarto. Mora numa pequena cidade vizinha, e tendo ouvido falar de nosso grupo espírita, veio buscar alívio junto de nós. Ao cabo de trinta e cinco dias partiu, completamente curada. Durante esse tempo recebeu diariamente um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.
"Ao mesmo tempo estendíamos os nossos cuidados a um epiléptico, ferido por esse mal há vinte e sete anos. As crises se repetiam quase todas as noites, durante as quais a mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e aquela mãe estava feliz, levando o filho radicalmente curado! Nós nos revezávamos os três de oito em oito dias. Para a emissão do fluido ora colocávamos a mão no vazio do estômago do doente, ora sobre a nuca, na raiz do pescoço. Cada dia o doente podia constatar a melhora; nós mesmos, após a evocação e no recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós e escapar-se dos dedos estirados e do braço distendido para o corpo do paciente que tratávamos.
"Neste momento damos os nossos cuidados a um segundo epiléptico. Desta vez a moléstia talvez seja mais rebelde, por ser hereditária. O pai deixou nos quatro filhos o germe desta afecção. Enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la nos quatro.
"Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e das dos irmãos de Paris. Esse auxílio será para nós um encorajamento e um estimulante aos nossos esforços. Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, tornar o tratamento mais salutar e abreviar a sua duração.
"Não aceitamos como recompensa, como podeis compreender, e ela deve ser bastante, senão a satisfação de ter feito o nosso dever e ter obedecido no impulso dos bons Espíritos. O verdadeiro amor do próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim, procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.
"O Sr. A. de L. deve trazer-nos o seu cunhado que tem Espírito malévolo que o subjuga há dois anos. Nosso guia espiritual, Lamennais, nos encarrega do tratamento desta rebelde obsessão. Deus nos dará também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?
Lida esta carta tão interessante na Sociedade Espírita de Paris, na sessão de 18 de dezembro último, um dos nossos bons médiuns obteve espontaneamente as duas comunicações seguintes:
"Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas tanto serviu para curar, quanto para aliviar. É lamentável ser obrigado a constatar que, também, foi fonte de muitos males, mas é uma das conseqüências do abuso que, muitas vezes, o ser faz do livre arbítrio. A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, todos sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal, e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
"A vontade muitas vezes foi ma1 compreendida. Em geral o que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se ocupar se há ou não uma Providência interessada no caso tanto ou mais que ele. Agindo só não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir; ao passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus, e a reconhecer que, por si-mesmos, nada podem. Fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação. Então, confessando-se fracos por si-mesmos, em sua solicitude, Deus lhes envia poderosos socorros, que o primeiro não pode obter, por se julgar suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa o humilde sincero, elevando-o ao passo que rebaixa o orgulhoso. Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente. Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium. Ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes, em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluído regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos. Mas esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção."
Mesmer (Médium, Sr. Alberto)
"Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos quais acabais de falar. Estão todos nas mais louváveis disposições; tem a fé que levanta montanhas, o desinteresse que purifica os atos da vida e a humildade que os santifica. Que perseverem na obra de beneficência, que empreenderam; que se lembrem bem que aquele que pratica as leis sagradas que o Espiritismo ensina, aproxima-se constantemente do Criador. Que, ao empregarem sua faculdade, a prece, que é a vontade mais forte, seja sempre o seu guia, seu ponto de apoio. Em toda a sua existência, o Cristo vos deu a mais irrecusável prova da vontade mais firme; mas era a vontade do bem e não a do orgulho. Quando, por vezes, dizia eu quero, a palavra estava cheia de unção; seus apóstolos, que o cercavam, sentiam abrir-se o coração a esta palavra. A doçura constante do Cristo, sua submissão à vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são os mais belos modelos da vontade que se possa propor para exemplo."
Paulo, apóstolo (Médium: Sr. Albert)
Algumas explicações facilmente darão a compreender o que se passa nesta circunstância. Sabe-se que o fluido magnético ordinário pode dar a certas substâncias propriedades particulares ativas. Neste caso, age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos; não há, pois, nada de admirar que possa modificar o estado de certos órgãos; mas compreende, igualmente, que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade; daí as expressões "bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso." Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e esse fluido, que não é senão o perispírito, sabe-se que participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio de um encarnado seja de uma pureza absoluta, razão por que sua ação curativa é lenta, por vezes nula, outras vezes nociva, porque transmite ao doente princípios mórbidos.
Desde que um fluido seja bastante abundante e enérgico para produzir efeitos instantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, absolutamente não se segue que tenha as necessárias qualidades para curar; é a força que derruba, mas não o bálsamo que suaviza e restaura. Assim, há Espíritos desencarnados de ordem inferior, cujo fluido pode ser mesmo muito maléfico, o que os espíritas a cada passo tem ocasião de contatar.
Só nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria. Está, de certo modo, quintessenciada. Sua ação, por conseguinte, deve ser mais salutar e mais pronta; é o fluido benfazejo por excelência. E desde que não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, então é preciso pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar em terra distantes os remédios que se não encontram na própria. O médium curador emite pouco de seu fluido; sente a corrente do fluido estranho que o penetra e ao qual serve de condutor; é com esse fluido que magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem, o outro, dos, Espíritos. Como se vê, aí nada de maravilhoso, mas um fenômeno resultante de uma lei da natureza que se não conhecia.
Para curar pela terapêutica ordinária não bastam os primeiros medicamentos que surgem; são precisos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isto a prece e a invocação são necessárias.
Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse. Sem estas condições o magnetizador, privado da assistência dos bons Espíritos, fica reduzido às suas próprias forças, por vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Mas não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro; assim com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalhar o seu melhoramento moral.
Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, esta diferença capital, que o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos. De onde se segue que estes últimos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade aquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso, para dela fazer comércio. Quando Jesus disse aos apóstolos: "Ide! expulsai os demônios, curai os doentes", acrescentou: "Daí de graça o que de graça recebestes."
Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, isto em vista de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenômenos não deixará de produzir nas massas, porque não há quem não 1igue para a sua saúde, mesmo os incrédulos. Assim, então, quando virem obter por meio do Espiritismo o que a ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo. Assim a ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material, em que ficou até hoje; quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, serão forçados a remontar à verdadeira causa.
Contudo, importa premunir-se contra o charlatanismo, que não deixará de tentar explorar em proveito próprio esta nova faculdade. Há para isto um meio simples: lembrar-se que não há charlatanismo desinteressado, e que o desinteresse absoluto, material e moral, é a melhor garantia de sinceridade. Se há uma faculdade dada por Deus com esse objetivo santo, sem a menor dúvida é esta, pois que exige imperiosamente o concurso dos Espíritos superiores, e este não pode ser adquirido pelo charlatanismo. É para que se fique bem edificado quanto a natureza toda especial desta faculdade que descrevemos com alguns detalhes. Conquanto tenhamos podido constatar-lhe a existência por fatos autênticos, muitos dos quais passados aos nossos olhos, pode dizer-se que ainda é rara, e que só existe parcialmente nos médiuns que a possuem, quer por não terem todas as qualidades requeridas para a sua posse em toda a plenitude, quer por estar ainda em começo. Eis por que até hoje os fatos não tiveram muita repercussão; mas não tardarão a tomar desenvolvimentos de natureza a chamar a atenção geral.
Daqui a poucos anos ela se revelará nalgumas pessoas predestinadas para isto, com uma força que triunfará de muitas obstinações. Mas não são os únicos fatos que o futuro nos reserva, e pelos quais Deus confundirá os orgulhosos e os convencerá de sua impotência. Os médiuns curadores são um dos mil meios providenciais para atingir este objetivo e apressar o triunfo do Espiritismo. Compreende-se facilmente que esta qualificação não pode ser dada aos médiuns escreventes, que recebem receitas médicas de certos Espíritos.
Não encaramos a mediunidade curadora senão de ponto de vista fenomênico e como meio de propagação, mas não como recurso habitual. Em próximo artigo trataremos de sua possível aliança com a medicina e o magnetismo ordinários.

Revista Espírita, janeiro de 1864

Espero que você seja...

Espero que você seja...

Pacífico

Joamar Zanolini Nazareth
Amigos, em um mundo onde se ensinam as futuras gerações que o seu próximo é um concorrente; que as pessoas nos admiram na maior parte das vezes pelos sinais exteriores de poder e riqueza; em que a beleza física efêmera é mais valorizada que a beleza interior; em que pessoas de posição são flagradas em esquemas lamentáveis de corrupção; em que órgãos poderosos de administração da mídia moderna, em vez de esclarecer e orientar o povo, manipula o pensamento das “massas”, é compreensível a loucura da sociedade, o desânimo e a preguiça que acometem grande parte das pessoas, que ora se deixam contaminar pelo desalento, ora são contaminadas pelo bichinho da violência.

Manter a calma e a serenidade, em meio a tal turbilhão, é sinal de vitória e de semeadura da paz! Quando travamos contato com a filosofia e ação desenvolvida por Gandhi, sua proposta de paz, não estimuladora de combate à violência, mas propagadora da ahimsa, a não-violência, compreendemos que nosso modo de vida não consegue nos trazer serenidade porque se fundamenta em ver o próximo como inimigo e ver nas posses transitórias um objetivo e não um meio de se alcançar nosso verdadeiro alvo. Por isso, sejamos nós, pacíficos, semeadores de um mundo melhor, para nós e nossos filhos. A paz não é modismo que passará; é sentimento profundo que inclina o ser ao máximo respeito para com seu semelhante e para com as coisas que o cercam. Ser pacífico é vencer a sombra que ainda habita nosso coração, é cultivar a paz como alimento necessário da alma.

  Joamar Zanolini Nazareth

terça-feira, 11 de março de 2014

Estudos jovens - sala Espiritismo Net Jovem - paltalk


Data
Tema
Facilitador/Suporte
07/03/2014
Comunicação dos Espíritos
Liza
14/03/2014
Celibato
André (Zech)
21/03/2014
O Livro dos Espíritos
Lúcio Flávio
28/03/2014
A Gênese
Miriam
- - -
- - -
- - -

Você sabia?!

Você sabia...
 
Todos os Espíritos foram criados simples e ignorantes, isto é, sem saber.
Os Espíritos, conhecidos popularmente como anjos, são, em verdade, os que já muito progrediram por seu próprio esforço e trabalho no bem.

segunda-feira, 10 de março de 2014

O Limite de cada um



 O LIMITE DE CADA UM


 

    O garoto olhava as gotas de chuva que batiam suavemente na janela.

    Embora seu olhar estivesse fixo, sua mãe podia perceber que seu pensamento estava muito longe dali.

    Aproximou-se do pequeno e, afagando seus cabelos, perguntou com doçura:

    "Algum problema, meu filho?"

    O menino aconchegou-se à mãe e sussurrou baixinho:

    "Nada, não."

    Embora a resposta negasse, a atitude dele demonstrava que algo não ia bem.

    A mãe conhecia muito bem o seu rebento.

    Sabia que alguma coisa o incomodava.

    Abraçou-o com carinho e esperou que ele mesmo começasse a falar.

    O fato de estar disponível e atenta a ele era uma motivação para que ele se abrisse espontaneamente.

    Não tardou para que ele ficasse um tanto inquieto naquele abraço e dissesse à mãe, sem levantar os olhos:

    "Não quero participar da apresentação do teatro este ano."

    A mãe pegou-o pela mão e, sentando-se, colocou o pequenino no seu colo.

    "Por que, meu filho?"

    Amuado, ele escondeu o rosto no ombro materno, evitando a resposta.

    "Você não acha que vai ser legal?" - insistiu a mãe.

    Balançando a cabeça timidamente, ele respondeu:

    "Eu acho, mas é que um dos meus colegas disse que eu nunca vou conseguir decorar todas as falas."

    A mãe estreitou o menino nos braços e disse com ternura:

    "E você, meu filho? Você concorda com ele? Você acredita que não é capaz de decorar as falas?"

    Seu tom de voz era sereno.

    O menino levantou os olhos e encontrou os da mãe que o fitavam carinhosamente.

    "Sabe, durante sua vida, muitas pessoas vão tentar convencê-lo a respeito do que você pode ou não pode fazer. Tentarão fazer acreditar que elas sabem mais de você do que você mesmo.

    Dirão muitas coisas legais, e outras muito chatas. Na maior parte das vezes, essas pessoas poderão estar fazendo isso por inveja, por ciúme, ou por simples ignorância.

    Elas não têm como saber tudo, nem como conhecer tanto os outros. Muitos apenas falam por falar, ou para magoar. O importante, meu filho, é que você tenha a capacidade de não se influenciar por essas palavras.

    Se elas são certas, ou não, somente você poderá dizer. O seu limite apenas você é capaz de estabelecer.

    Você, somente você, pode dizer aonde seu trabalho e seu esforço poderão lhe fazer chegar."

    Os olhos do garoto estavam cheios de lágrimas, emocionado pela confiança que foi transmitida.

    Beijou suavemente o rosto da mãe e agradeceu sorrindo pela mensagem que haveria de ficar para sempre gravada em seu coração.

 

    A mídia nos indica os padrões em voga.

    Ídolos passageiros ditam modas e jargões.

    Todos, de repente, consideram-se legitimados a julgar os outros e apontar os seus destinos.

    No entanto, segue essa onda desatinada apenas quem quer.

    Quem não se dá ao trabalho de refletir e de manter-se firme em suas convicções pode ser arrastado por essas sandices.

    Mas esse não é o caso de quem conhece a si mesmo e traça seus próprios objetivos.

    Esses últimos estabelecem seus próprios limites e perseguem seus sonhos com garra e determinação.

    Suas fragilidades poderão ser motivo de mais empenho e dedicação, mas nunca serão fatores impeditivos impostos por terceiros.

    Cada qual é responsável por seus próprios erros e acertos.

    É nisso que reside o mérito de cada ser.

 

(Redação do Momento Espírita. - www.momento.com.br)

(figura: quadro de Robert Gonsales)

domingo, 9 de março de 2014

Qual sua opinião? - Livre arbítrio

Oi, Pessoal.
Sabemos que a  lei de causa e efeito atravessa encarnações.
Então podemos estar sofrendo as consequências hoje de alguma coisa que fizemos a alguns milhares de anos atrás.
Mas não precisamos ficar preocupados com o que já fizemos, o mais importante é passarmos a fazer coisas boas agora, para o quanto antes colhermos consequências boas para nossas vidas.
Como dizia Chico: não podemos modificar o passado, mas podemos fazer um novo futuro
Assim, vamos conversar sobre a liberdade de escolha que temos: temos mesmo? seria ela o nosso livre arbítrio?
E basta tê-la ou também temos responsabilidade sobre essas escolhas?
Como é a responsabilidade sobre nossos atos, o que você teria a dizer sobre?
Esperamos a participação de vocês!
Beijos e abraços