sábado, 28 de fevereiro de 2009

Notícia: Estudantes britânicos fundam Federação Nacional de Ateus

Depois da campanha nos ônibus para propagar a mensagem de que "Deus provavelmente não existe" e um convite para "aproveitar a vida", formou-se em Londres a Federação Nacional de Estudantes Ateus, Humanistas e Laicos.

A federação, conhecida pelas iniciais AHS, é apenas o mais recente movimento do tipo, surgido para fazer frente ao que os membros consideram uma deferência excessiva do público e das autoridades para com grupos religiosos.

Ao estabelecimento da AHS compareceu o biólogo Richard Dawkins, autor do livro Deus, Uma Ilusão, e que expressou o apoio da fundação que dirige aos estudantes que buscarem formar sociedades de ateus em suas universidades.

Citado pelo diário The Independent, Dawkins disse que "a universidade é o lugar onde as pessoas pensam, onde se valorizam as provas", e criticou os que consideram as manifestações públicas de ateísmo "uma ameaça e uma ofensa", enquanto que as manifestações públicas de religiosidade não são vistas da mesma forma.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,estudantes-britanicos-fundam-federacao-nacional-de-ateus,327587,0.htm

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COMENTÁRIO:

O facto de vivermos em liberdade e em sociedades democráticas, uma conquista que os nossos antepassados obtiveram à custa de enormes lutas e dificuldades, implica estarmos dispostos a aprender a conviver com a enorme diversidade de opiniões e estilos de vida que existem. Para isso necessitamos de aceitar a realidade tal e qual ela se apresenta, mesmo quando outras pessoas discordam e criticam as nossas crenças e ideais mais íntimos. Mesmo discordando delas, o respeito para com os direitos, opiniões e convicções alheias deverá ser sempre uma preocupação, seguindo o caminho que escolhemos e sentimos de forma tranquila e segura, expressando dessa forma o verdadeiro testemu­nho de tolerância. A intolerância perante as diferenças é um dos obstáculos que é premente superar para que possamos criar uma sociedade onde todos se sintam bem, independentemente da sua raça, orientação sexual, condição social, religião ou de serem crentes, ou não, em Deus. Para tal, precisamos ultrapassar os nossos melindres, a ideia de que Deus ou os assuntos religiosos estão acima de uma troca de argumentos racionais, é urgente deixar para trás a arrogância de pensar que somos donos da verdade e a noção que qualquer opinião divergente nesta área é um insulto grosseiro à nossa fé que urge rebater de qualquer forma.

Ninguém aprecia ser contrariado nas suas ideias, pois isso tem como consequência um esforço de revisão íntimo daquilo que sente e acredita, colocando em causa essas ideias se elas não estiverem assentes em princípios firmes e seguros. No entanto, precisamos compreender que viver em Deus não é acreditar simplesmente na Sua existência, mas sim apreciar e dar valor à vida, encantar-se pela sua incrível beleza e complexidade, agradecer e aproveitar da melhor forma esta enorme oportunidade que nos foi concedida, encontrando nesse facto um sentido para a nossa existência. Isso significa entender que o Universo de que fazemos parte e a própria Vida, não são uma conjugação e combinação casual de umas quaisquer partículas materiais, mas sim um processo dinâmico e progressivo, onde se trabalha a evolução da consciência e do Espírito imortal, e em que o esforço e dedicação individual e colectiva são fundamentais para podermos atingir níveis cada vez elevados de progresso cultural, moral e social, caminhando para níveis crescentes de felicidade individual e colectiva.
Há quem atravesse uma floresta inteira e não consiga ver mais do que lenha para a fogueira. Há também quem passe uma vida a estudar a complexidade e a organização sublime de um átomo, do corpo-humano ou do Universo e não consiga, ou não queira, distinguir mais do que a conjugação casual de partículas materiais. Richard Dawkins, célebre pelas suas perseguições intelectuais às ideias religiosas, afirma que a “Universidade é o lugar onde as pessoas pensam e se valorizam as provas”, mas esquece que, em alguns domínios científicos, as provas e os factos parece que não são suficientes, já que muitos daqueles que chamam a si próprios cientistas e investigadores, incapazes de admitir a sua falibilidade, possuem crenças, ideias e dogmas imutáveis que excluem à partida a possibilidade da existência de determinados conceitos. Como um exemplo, entre inúmeros que poderíamos citar, desta contradição ostensiva por parte de muitos cientistas, Sir William Crooks, prestigiado Químico e Físico Inglês do século XIX, céptico em relação aos fenómenos mediúnicos de Daniel Dunglas Home e Florence Cook e instado a investigá-los, compilou factos e evidências inquestionáveis, seguras e concretas da sua existência, e que não podiam ser explicados sem o auxílio de uma inteligência fora deste mundo físico. Escreve Sir William Crooks, no livro “Factos Espíritas”, sobre estes fenómenos: “Rejeitar a evidência dessas manifestações, equivale a rejeitar todo o testemunho, qualquer que ele seja, porque não há facto na história sagrada ou profana que se apoie em prova mais imponente.” Da comunidade científica, excluindo alguns para quem a realidade dos factos se sobrepunha às suas convicções, Sir William Crooks recebeu a hostilidade e a ironia, atentando contra a sua boa-fé e moralidade, em vez de admitirem que existiria a possibilidade de estarem errados. No livro “Nouvelles Expériences sur la Force Psychique”, Sir William Crooks realça o verdadeiro papel da ciência, que deveria servir de guia a todos, sem excepção, que procuram a verdade, qualquer que ela seja: “O verdadeiro papel da ciência é descobrir a verdade, pesquisar em todo o lado, procurar e perseguí-la pelos caminhos travessos e pelas grandes estradas; Quando a encontrar, proclamá-la completamente e sem medo, sem se preocupar em fazer-se autoridade da moda ou com os prejuízos.”

(Comentário por: Carlos Miguel Pereira. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.Net)

Quadrinho - Companhias






sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Acontecerá em ABRIL/09: Alguns Eventos Espíritas

01) COMENOESP
46ª Confraternização de Mocidades Espíritas do Noroeste do Estado de São Paulo

Tema: "O mundo novo, a minha regeneração"
Realização : Departamento de Mocidade da USE
Período: 9 a 12 de abril de 2009
Cidade : Bauru
Estado: SP
As inscrições já se encontram abertas e os que se inscreverem até o dia 9 de março terão um desconto especial.Outras informações: (14) 8813-6803 ou (14) 9606-8546.

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02) II Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e Sua Obra


Tema: "O Espiritismo segundo Kardec e Chico Xavier"
Período: de 18 a 20 de abril de 2009
Cidade: Pedro Leopoldo
Estado: Minas Gerais
Endereço: CEPPEL, Centro Poliesportivo de Pedro Leopoldo,
Rua Anélio Caldas, s/n, Pedro Leopoldo, MG.Outras informações
AME Pedro Leopoldo: (31) 3662-3896, ou (31) 3661-3884,
AME Uberaba: (34) 3312-6176.

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03) COMECELESP
Confraternização das Mocidades Espíritas do Centro-Leste do Estado de São Paulo

Tema: O JOVEM ESPÍRITA E O SENTIDO DA VIDA
Realização: Departamento de Mocidade da União das Sociedades Espíritas de São Paulo, DM/USE.
Período: 9, 10, 11 e 12 de abrilLocal:Atibaia
Estado: SP
Outras informações: http://www.dm2.org.br/

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04) COMENESP
Confraternização das Mocidades Espíritas do Norte do Estado de São Paulo

Tema: O que é o Espiritismo?
Período: 10, 11 e 12 de Abril de 2009
Local: São José do Rio Preto
Estado: SP
Participação das mocidades das regionais: Rio Preto, Franca, Jales e Ribeirão Preto.
Contatos: Regiane 3353-8279/ 9773-5812.
E-mail: dmriopreto@gmail.com
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05) 22º Encontro Espírita Sobre a Vida e a Obra de Léon Denis

Tema: Uma Incursão na floresta do Pensamento de Léon Denis
Sexta-feira, 10 de Abril de 2009
CELD - Centro Espírita Léon Denis - RJ
Rua Abílio dos Santos, 137 - Bento Ribeiro - Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2452-1846

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06) 5º Fórum Espírita Jovem - 1ª Parte

Tema: Como nós, Jovens, encaramos a família nos tempos atuais

Domingo, 19 de Abril de 2009

CELD - Centro Espírita Léon Denis - RJ

Rua Abílio dos Santos, 137 - Bento Ribeiro - Rio de Janeiro.

Telefone: (21) 2452-1846

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07) 5º Seminário de Pedagogia Espírita na Educação do Estado do Rio de Janeiro


Tema: A Pedagogia Espírita na Educação dos Sentimentos do Ser

Domingo, 26 de Abril de 2009

CELD - Centro Espírita Léon Denis - RJ

Rua Abílio dos Santos, 137 - Bento Ribeiro - Rio de Janeiro.

Telefone: (21) 2452-1846

Será realizado na UERJ

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08) Bate-papo Espírita para jovens entre 13 e 24 anos

Tema: Rumos para uma sociedade melhor - Como o jovem espírita pode contribuir para uma sociedade melhor?
Dia: 05/04/2009
Horário: de 08:30 às 18:00
Investimento: R$ 5,00
Instituição: Grupo de Estudos Garcia
Rua Dom Silvério, 123 - Alto dos Passos

Cidade: Juiz de Fora
Estado: M.G
Faixa etária: 13 a 24 anos
Inscrições a partir de 01 de fevereiro
Informações: batepapoespirita@gmail.com
Tel: (32) 8828-7215

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09) Entremediuns

Tema: Mediunidade e obsessão, novas perspectivas
Período: 24 a 26 de abril
Cidade: Belo Horizonte
Estado: MG
Local: Circulo Militar de Belo Horizonte
Av Raja Gabaglia, 350

Informações: (31)3357-2970 - entremediuns@everildabatista.org.br

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10) Peça Teatral "Getúlio Vargas em Dois Mundos" Espetáculo: "Getúlio Vargas em Dois Mundos"


Uma adaptação de Ruben Espinoza para a obra de Wanda A. Canutti, ditada pelo espírito Eça de Queirós.Para público acima dos 12 anos

Dia: dia 4 de abril de 2009

Horário: às 20h,

Local: Teatro Maestro Eleazar de Carvalho,

Rua Cuiabá, 61, Bairro Brasil, Itu, SP. O teatro é mais conhecido como TEMEC.

Os ingressos têm o preço único de R$ 15,00 (quinze reais), não havendo "meio ingresso". Parte da renda será destinada a Associação Espírita de Voluntários de Itu Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti - AEVI, que está necessitando de ajuda financeira.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 7101-3315, com Creusa.

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Se você souber de algum evento espírita, por favor, nos informe, ok?! :)

beijos

A transformação da Terra

A transformação da Terra


O Espiritismo ensina que o processo de transformação da Terra se dará de modo, lento, gradual e sem os grandes cataclismos físico que caracterizaram o processo de sua formação. Essa transformação já se encontra em andamento e resultará num mundo melhor, de regeneração e não mais de expiações e provas. E para que ela se processe de maneira mais rápida é que Deus permite a ocorrência de acontecimentos trágicos que vimos testemunhando, através de guerras, violência, fenômenos naturais diversos e prática de atos atentatórios à moral, que ceifam vidas e trazem sofrimento a tantos.



Allan Kardec tratou desse tema no livro "A Gênese", no capítulo que intitulou "Sinais dos Tempos". Neste capítulo, Kardec faz uma análise do assunto, ressaltando que a mudança por que passa o Planeta não se trata de uma transformação parcial, dessas que de tempos em tempos ocorrem numa determinada região ou com um determinado povo. Agora, nestes tempos, a renovação será geral, a operar-se no sentido de impulsionar o progresso moral de toda a humanidade terrena, encarnada e desencarnada. É a separação dos bodes e das ovelhas, de que nos fala Jesus, no Evangelho.



Explica, ainda, Kardec que " ...uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de idéias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das idéias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram conseqüência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planetaque se agitam: são as da Humanidade".



Portanto, o processo de transformação por que passa vai causar alguns transtornos, sofrimentos, necessários à sua consecução e objetivando uma mudança mais rápida. Serve como despertamento para a maioria, ainda presa a valores materiais e impregnada de orgulho e egoísmo. A atual geração desaparecerá gradativamente e uma nova a sucederá. Os espíritos que não estiverem aptos a acompanhar essa evolução não mais reencarnarão aqui. Serão atraídos para mundos cuja sintonia vibratória se identifique com a sua. Cada criança que nascer estará trazendo um espírito melhor, mais adiantado e propenso ao bem, em lugar de um atrasado e inclinado ao mal, que deixará o planeta.



Uma mudança dessa ordem não poderia se operar com crenças e instituições antigas, que serviram à humanidade em outras épocas mas que hoje se mostram impotentes para procederem as transformações em andamento. Era preciso uma mudança mais radical, o que não se pode realizar sem comoções, pois a luta de idéias é inevitável, resultando desse conflito perturbações, até que o equilíbrio seja restabelecido. Como os cataclismos gerais foram necessários para a constituição física do planeta, a mudança que ora se opera também se fará a custa de cataclismos, desta vez de ordem moral.



A Natureza não dá saltos. Como ensinam os Espíritos, na Lei do Progresso, é preciso que o mal se torne superlativo para que a necessidade do bem desperte nos homens e ele triunfe. "O Espiritismo contribui para o progresso erradicando o materialismo, que é a chaga da sociedade. Fará, assim, os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos", concluem os Espíritos.


(Sérgio Rodrigues é membro da Equipe do CVDEE e do Espiritismo.Net, atuando em diversas áreas em ambas equipes)

Notícia: Crime universitário

MAU GOSTO: Na Poli-USP calouros são pisoteados na lama


A impunidade só aumenta a violência contra os calouros, que ano após ano sofrem humilhações e agressões no primeiro dia de aula. - João Loes e Suzane Frutuoso

O ingresso na universidade já não representa um marco positivo na vida de muitos jovens. O que deveria ser um momento especial de entrosamento com colegas e os primeiros passos numa nova fase tão esperada se transforma num inferno para calouros que são submetidos a trotes agressivos e humilhantes promovidos pelos veteranos. Na semana passada, uma série de barbáries levou estudantes a hospitais devido à violência de pessoas que fazem parte da elite nacional e deveriam se comportar com civilidade. Isso só é recorrente porque os agressores sabem que dificilmente serão punidos, seja pela polícia, seja pelas faculdades que não tomam medidas severas para impedir abusos.
A primeira história que chamou a atenção neste início de ano letivo foi a do vendedor Bruno César Ferreira, 21 anos. Ele entrou em coma alcoólico, na segunda-feira 9, após beber cachaça à força, além de ser agredido durante o trote aplicado por alunos do Centro Universitário Anhanguera, em Leme, interior de São Paulo. "Acreditei que iriam me pintar e raspar minha cabeça", disse Bruno, que sonhava cursar veterinária. O jovem começou a se preocupar quando os veteranos disseram que todos deveriam rolar em fezes e animais em decomposição numa área a 200 metros da faculdade. A situação piorou na hora em que um aluno tentou arrancar uma corrente que Bruno usava. "Reagi dando uma cabeçada nele", conta.
"Daí me amarraram num poste, me socaram, fui sentado em uma cadeira e um deles chutou o pé dela. Caí, bati a cabeça na calçada e não lembro de mais nada." O pai dele, Paulo Ferreira, diz que encontrou o filho inconsciente e sujo no hospital. Dois suspeitos foram identificados.
A faculdade informou que o trote ocorreu fora de suas instalações, mas diz que tomará providências.


CRUELDADE Bruno apanhou e entrou em coma alcoólico

Nesse mesmo dia, Priscilla Rezende Muniz, 18 anos, caloura de análise de sistemas das Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul, interior de São Paulo, foi atacada e sofreu queimaduras pelo corpo. Inicialmente, ela foi poupada ao avisar sobre sua gravidez de três meses. Mas uma veterana ameaçou: "Se eu não te pegar hoje, te pego amanhã." Não passou daquela noite. "Ela voltou com um líquido e jogou em mim", contou Priscilla, que teve de ser internada.
"O cheiro era forte, fiquei tonta. Senti a pele queimando." A veterana está foragida. "As queimaduras de segundo grau são lesão corporal dolosa", diz o delegado Gervásio Favaro. Segundo ele, mais pessoas podem ter sido queimadas - o caso de outra caloura de 17 anos foi confirmado.
A faculdade aguarda a conclusão do inquérito para tomar providências. "Só volto para o curso se expulsarem a menina ou me derem proteção",diz Priscilla. Trotes menos violentos, mas igualmente humilhantes, foram sofridos pelos calouros da Escola Politécnica da USP, que rolaram na lama com as roupas rasgadas e foram pisados por colegas e pelos novatos do curso de medicina das Faculdades Integradas Padre Albino, em Catanduva, que tiveram de abaixar as calças no meio da rua.

O que faz o trote regado a estupidez não ter fim entre os universitários? "Os veteranos se apoiam na sensação de não estarem fazendo nada de mais", diz o advogado Guilherme Gantus, de um escritório especializado em responsabilidade civil. "Se a universidade garantir que o aluno será jubilado caso pratique um ato de violência, ele vai moderar os seus atos. Mas é algo que raramente acontece." Se houvesse uma legislação que responsabilizasse a faculdade com processos civis e criminais, os rumos poderiam ser outros. "Hoje, essa lei federal não existe", diz Gantus. Garantindo punição para a universidade, a do aluno também seria certa.
Há dez anos, morreu o calouro Edison Hsueh, mas as circunstâncias nunca foram esclarecidas. Ele foi encontrado morto na piscina da Atlética dos alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), depois que calouros foram obrigados a participar de "caldos" como parte do trote. A Justiça declarou que não havia provas suficientes para sustentar a acusação de homicídio contra os réus. Em Estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul há leis que proíbem práticas que ameacem a integridade física dos calouros. Mas não têm mostrado efeito.

"O cheiro era forte, fiquei tonta. Senti a pele queimando" - Priscilla Muniz, que sofreu queimaduras de solvente e gasolina

Uma mistura de sensação de poder e desejo de reconhecimento é o estopim dos abusos, diz o psicólogo Antonio Zuin, professor da Universidade de São Carlos e autor do livro O trote na universidade: passagens de um rito de iniciação. A crueldade vem desde 1342, registro do primeiro episódio com agressões na Universidade de Paris. "O calouro ganha o direito de se vingar no ano seguinte da dor que sentiu", diz Zuin. Há alunos que suportam as humilhações por enxergarem no trote o início de um novo status social. As instituições de ensino superior até se esforçam para combater o problema e muitas incentivam o trote solidário. "Os próprios veteranos propuseram atividades como trabalho voluntário para integrar os novatos", conta Tereza Rodrigues, do serviço de apoio ao estudante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ainda assim, é comum ver abusos. "Não temos controle do que é feito na rua, mas, quando identificamos os veteranos violentos, punimos", diz ela. Embasadas em depoimentos, fotos e vídeos ou em conclusões de um inquérito policial, as punições vão de uma advertência formal, que fica registrada no histórico escolar, à expulsão.
Hélio Deliberador, vice-reitor da PUC de São Paulo, optou por uma política de contenção de danos, com voluntários distribuindo água, barras de cereal e pipoca na hora do trote para evitar embriaguez. Continua valendo a punição para quem abusa, mesmo fora da instituição. "Estamos de olho nos vídeos e nas fotos postados na internet para identificar exageros", diz. O trote solidário e demais ações que combatem a violência na vida acadêmica são louváveis. Não podem, porém, se tornar apenas paliativos. Melhor que o assunto seja discutido durante o ano todo, entre alunos e professores, para que a tortura não tome o lugar da alegria nos campi.


Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2049/artigo125983-1.htm


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COMENTÁRIO:


Rituais de iniciação sempre existiram nas civilizações, algumas são sutis e outras agressivas. Há tribos africanas onde o jovem para se tornar adulto deveria caçar um leão sozinho, no Brasil a menina quando faz 15 anos e vai entrar na vida social, faz uma festa, cujo cerimonial é muito similar a um casamento, dizendo subilimarmente que ela deixou de ser criança, está se tornando uma mulher.
Ao calouros muitas vezes querem passar pelo trote universitário, desta forma são aceitos no grupo, agora deixaram de ser criança e são universitários. Mas alguns trotes extrapolam, são marcados por aspectos de crueldade e demonstram apenas que os veteranos que os executaram ou bolaram possuem uma natureza má. Podemos perceber no trote da Poli-USP a exarcebação do orgulho, onde veteranos andam sobre os corpos sujos dos calouros demonstrando a eles a superioridade dos veteranos.
Infelizmente a lei humana ainda não pune este tipo de agressão, pela dificuldade de encontrar provas e por falha na legislação, mas como espíritos não escaparão do julgamento da consciência, que é sempre justo e certo.
Pelo progresso espiritual do homem e consequentemente da civilização, menos trotes cruéis serão vistos e mais trotes solidários serão realizados, onde se aproveita a oportunidade para ajudar o próximo. O ritual de iniciação da vida universitária, que conhecemos com trote, sempre refletirá a qualidade moral daqueles que o impingem a outros.


Comentário por: Claudia Cardamone, psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Estudo dirigido 1 : O que é o Espiritismo III

Leia, estude, responda e, claro, coloque seu estudo aí embaixo, se desejar, em comentários, tá?! :)
Assim, poderemos interagir e intercambiar entendimentos e conhecimento, ok?! :))


ESTUDO DIRIGIDO: O que é o Espiritismo

Parte terceira, e última, do estudo: 02 questões propostas

05) Comente as seguintes assertivas:

a) um curso de espiritismo poderia elitizar a Doutrina

b) A maior culpa recai não sobre as obras excêntricas, mas sobre aqueles que não se dão ao trabalho de estudá-las atentamente

c) Os Espíritos, após a morte, perdem algumas das percepções que tinham na Terra.

d) Quando o Espírito deseja manifestar-se, serve-se do corpo do médium apoderando-se de seus órgãos que põe em atividade por meio dos eflúvios que sobre eles derrama.

e) Para nos comunicarmos com os Espíritos não há dias, horas, nem lugares mais propícios que outros.

f) O médium nunca é dono de sua faculdade, o que lhe explica as interrupções que sofre, às vezes durante meses inteiros.

g) O médium que afasta sua faculdade dos objetivos superiores do Espiritismo reserva para si três consequências: primeira, é ser mistificado pelos Espíritos; segunda, é cair sob o domínio desses mesmos Espíritos e terceira, é, finda a vida terrena, perder o fruto do conhecimento do espiritismo.

h) A obsessão é função da mediunidade, por isso só os médiuns tornam-se obsediados.

i) Pode-se considerar a mediunidade como um dom de Deus.

j) Os melhores propagandistas do Espiritismo são os Espíritas exaltados.

k) Muitas vezes é impossível comprovar a identidade de um Espírito

l) O que importa, realmente, não é a identidade do Espírito, mas sim, a sua mensagem e a natureza dos seus ensinamentos

m) O espírito prova sua identidade como quer e como pode, segundo a faculdade de seu intérprete


06) Responda e justifique as seguintes questões:

a) Onde está a sede da alma?

b) qual o estado da alma em sua origem e como explicar que umas são mais intelectualizadas que outras?

c) Em que momento e como se opera a união da alma com o corpo?

d) qual a origem das ideias inatas?

e) Por que razão existem pais perversos e filhos maus?

f) Qual a origem do sentimento chamado "consciência"?

g) Por que em nosso planeta há tanta manifestação do mal?

h) Por que vemos tantas vezes o mau prosperar, enquando o homem de bem vive na aflição?

i) Por que há homens idiotas e imbecis?

j) Por que se encontram no ambiente das sociedades civilizadas seres cuja ferocidade é comparável à dos mais bárbaros selvagens?

k) De que procede o caráter distintivo dos povos?

l) A alma conserva as afeições que tinha na Terra?

m) A alma se interessa pelos trabalhos que deixou de concluir?

n) A alma encontra, no mundo dos Espíritos, os parentes e amigos que a precederam?

o) As almas progridem depois da morte?

FIM

PS: O estudo proposto foi adaptado de um ciclo de estudos dirigidos das obras da Doutrina Espírita e de Allan Kardec, realizado pelo Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora -IDE/JF - MG

Espitirinhas - Reforma Íntima


Fonte: http://espitirinhas.blogspot.com/

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Biografia: Santo Agostinho

Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, pequena cidade da atual Argélia. Na cidade natal transcorreram sua infância e juventude, um ambiente limitado de um povoado perdido entre montanhas.

Talhado para a oratória, ele lê e decora trechos de poetas e prosadores latinos. Aprende elementos de música, física e matemática.

Em Cartago fez seus estudos superiores e ali também entrou em contato com a alegria e esplendor das cerimônias em honras aos deuses protetores do Império.

Embora seja descrito como um jovem ponderado, dedicado aos livros, ele confessa que “amar e ser amado era uma coisa deliciosa”. Ele passou a viver com uma mulher a quem foi fiel, tendo se tornado pai em 373, com apenas 19 anos. Seu filho, de nome Adeodato, morreria aos 17 anos.

Desejava se destacar na eloqüência, confessa, por orgulho. Desejava ser o melhor. Um livro de Cícero o alerta que “a verdadeira felicidade reside na busca da sabedoria.”

Retorna à sua cidade natal e se dedica ao ensino, por treze anos, depois ensina em Cartago e Roma. Dedicou-se ao estudo das Escrituras, contudo, achou seu estilo tão simples que se desiludiu e o abandonou.

Em Milão parecia ser um homem feliz: pago pelo Estado, personagem quase oficial (ocupava a cátedra da eloqüência), respeitado como professor. No entanto, ele se mostra inquieto. Busca a verdadeira alegria e não a encontra.

Afeiçoou-se ao maniqueísmo, doutrina do profeta persa Mani. Após 12 anos, insatisfeito com as respostas que a doutrina não lhe dava, recomeça a ler os Evangelhos e assistir os sermões do bispo Ambrósio, que o recebeu como um pai.

Uma canção infantil, na voz cristalina de uma criança que insiste “Toma, lê”, faz com que ele procure o livro a respeito de São Paulo e retorne em definitivo ao cristianismo.

Sua vida daquele momento em diante seria meditar, escrever livros, discursar. Em 391, é chamado a Hipona, um grande centro comercial de cerca de 30.000 habitantes. Cinco anos depois seria sagrado bispo auxiliar de Hipona.

Grande era a luta, à época contra as chamadas heresias. Agostinho, sempre orador oficial, nos sínodos e concílios em Cartago nunca esquece que “mais valioso que a palavra é o amor fraterno... Os olhos dos doentes queimam, por isso são tratados com delicadeza... Os médicos são delicados até com os doentes mais intolerantes: suportam o insulto, dão o remédio, não revidam as ofensas.”

As palavras que mais aparecem em seus escritos são amor e caridade. Por vezes, desenvolvendo uma idéia interrompe seu raciocínio para deixar escapar gritos de amor a Deus: “Ó Senhor, amo-Te. Tu estremeceste meu coração com a palavra e fizeste nascer o amor por Ti. Tarde Te amei, ó Beleza tão amiga e tão nova, tarde Te amei... Tocaste-me, e ardo de desejo de alcançar a Tua paz.”

Duas vezes por semana falava na Igreja da Paz. Certa vez, discorrendo a respeito de São João se entusiasmou de tal forma que pregou durante cinco dias consecutivos, sempre aplaudido.

Mas, dizia: “Vossos louvores são folhas de árvores; gostaria de ver os frutos.” Tal era a admiração que tinham por Agostinho, que chegaram a acreditar que ele fosse capaz de produzir curas e lhe levavam doentes.

“Se eu tivesse poder para curar”, dizia, “curaria a mim mesmo”.

A doença que o tomou durou poucos dias. Percebendo que se avizinhava a morte, pediu que o deixassem a sós, para orar.

Morreu na noite de 28 para 29 de agosto de 430, aos 76 anos. Não deixou testamento, mesmo porque não tinha bens.

Os pintores medievais o retratam com o livro na mão e o coração em chamas. O livro simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor. Sabedoria e amor foram os seus dons inseparáveis.

Interessante anotar que embora seja sempre retratado com muita pompa e luxo, mesmo como bispo ele se recusava a usar o anel e a mitra.

Esse espírito foi convidado a participar da equipe do Espírito da Verdade e suas ponderações podem ser encontradas em vários momentos da Obra Kardeciana, entre eles em O livro dos espíritos (prolegômenos, resposta às questões 495, 919 e 1009), O evangelho segundo o espiritismo (cap. III, itens 13 e 19; cap. V, item 19; cap. XII, itens 12 e 15; cap. XIV, item 9; cap. XXVII, item 23), O livro dos médius (cap. XXXI, dissertações de número 1 e XVI - Acerca do espiritismo / Sobre as sociedades espíritas).

Fonte: www.espirito.org.br

Libertar a vida das amarras individualistas



Libertar a vida das amarras individualistas



Será que o individualismo corroeu qualquer possibilidade de projetos coletivos e engajamento político? Será que ele venceu e só olhamos para os outros como concorrentes a serem vencidos? Sobre a afirmação da individualidade, a exacerbação do individualismo na sociedade contemporânea e as possibilidades de mudança, conversamos com a psicóloga Débora de Moraes Coelho.

Débora de Moraes Coelho,psicóloga, da Clínica Intersecção: Consultoria Psicológica, Porto Alegre, RS.Endereço eletrônico: debora@intersecpsico.com.br
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Mundo Jovem: Como distinguir individualismo de individualidade?
Débora de Moraes Coelho: Esta parece uma distinção fácil, mas na verdade é bem mais complexa... Tudo começa com a idéia de o que seria o indivíduo em nossa cultura contemporânea. Pensamos que os indivíduos são resultado de uma produção de massa, portanto se apresentam como serializados, registrados e modelados. Essas características reforçam a manutenção do sistema porque, quanto mais pensam e organizam a vida por nós, mais nos submetemos a ordens externas e esquecemos de questionar nossas reais vontades e desejos. O que quero? Concordo com isso? O que penso? Essas são perguntas fundamentais que nos diferenciam de uma relação alienada com o mundo, justamente porque abrem o plano da criação da própria existência.
Então já começamos a vislumbrar que a idéia de individualidade só se torna possível dentro da compreensão da nossa época individualista. Explico melhor: no capitalismo a tendência é bloquear as manifestações singulares e instituir processos de massificação e individuação. Os sujeitos acabam seguindo padrões universais que os serializam, esvaziando assim sua potencialidade singular. Um destes padrões fala de um distanciamento em relação ao outro: torna-se perigoso compor e entrar em contato com o outro, as pessoas sentem medo de se decepcionar, se machucar, serem roubadas, lesadas.
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Mundo Jovem: Qual a importância da afirmação da individualidade na vida do jovem?
Débora de Moraes Coelho: Mudando um pouco a palavra individualidade por singularidade, acredito que esta é fundamental na vida de todos nós. Na juventude, a experiência fica mais forte porque é uma fase da vida na qual o mundo começa a ser visto com olhos próprios e críticos. É mais ou menos como no filme Matrix (o primeiro), no qual o personagem principal (Neo), ao passar para a realidade Matrix, pergunta: “Por que meus olhos doem?”. E seu guia responde: “Porque é a primeira vez que você os usa”.
Portanto afirmar a vida significa ter posse do que se quer e do que se pensa. Para chegarmos aí, a jornada é árdua e passa pelo domínio da surpresa, da angústia e da ruptura. Ora, não é na juventude que desmanchamos um mundinho estável da infância e começamos a nos inquietar com as coisas? Esse é o momento propício para começarmos a nos questionar sobre nós mesmos e essa descoberta tem que continuar vida afora. Posso dizer que, sem inventar a própria vida, o que nos resta é repetir o que determinam e esperam de nós. E isso tem um preço, que mais cedo ou mais tarde nos aperta a alma...
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Mundo Jovem: Como viver a singularidade sem ser individualista?
Débora de Moraes Coelho: Não há receita, mas é uma questão de escolha, como se estivéssemos frente a uma encruzilhada: ou vamos fazer o jogo do capitalismo, no sentido de excluir e não compor com os outros (reproduzindo os modelos que não nos permitem saídas), ou vamos estar trabalhando para o funcionamento dos processos de invenção da nossa vida e da vida social. Acredito que se comprometer com o mundo é uma maneira de ter a sua individualidade, ou seja, saber de si de uma forma crítica e com conteúdo, sem ser individualista. Saber de si torna-se um perigo quando nos tornamos encantados por nós mesmos e esquecemos de voltar para o mundo e também de nosso compromisso com os outros. Se tomarmos esse cuidado, já avançamos bastante. Até mesmo porque o que é mais raro e urgente na atualidade é recriarmos instantes de humanidade, de nos reaproximarmos do outro, nos voltarmos a quem está do nosso lado e, genuinamente, desejarmos saber desta pessoa.
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Mundo Jovem: O individualismo está na raiz de nossos problemas sociais?
Débora de Moraes Coelho: Precisamos ter cuidado para não buscarmos um grande culpado por nossas infelicidades. Acredito que o individualismo é um dos efeitos do modo de vida contemporâneo e é por isso que se torna importante compreender o tipo curioso de sociedade que estamos criando. Todos vivemos cotidianamente em crise: da economia, das velhas referências, da família, das relações amorosas, da ecologia, dos laços sociais... Mal conseguimos articular um certo jeito de circular pelo mundo e ele já caduca. Vivemos sempre em defasagem em relação à atualidade de nossas experiências. Treinamos nosso jogo de cintura para manter um mínimo de equilíbrio nisso tudo.
E quando fragilizamos, a tendência é adotar posições que marcam uma certa defesa frente ao movimento e à solicitação incessante que a vida nos apresenta. E acabamos retornando às identidades reconhecidas. Cessa a experimentação e a ousadia em criar novas formas de circular pelo mundo. Vence a padronização do desejo.
É aí que se torna fundamental estar curioso e ao mesmo tempo crítico com os modos de viver que o capitalismo cria. O individualismo pode não ser a raiz dos nossos problemas, mas com certeza é um grande problema.
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Mundo Jovem: Como você interpreta a competição no mundo juvenil?
Débora de Moraes Coelho: Talvez a primeira palavra que surge quando se fala em individualismo seja competição, mas não podemos torná-la vilã. Uma coisa é competir com o outro de forma destrutiva, desejar algo que o outro não tenha, que o outro não consiga, que o outro realmente perca. Agora, competir consigo mesmo pode ter um gosto diferente. Esse gostinho fala de uma superação de limites, quando a gente consegue ultrapassar o que somos e crescermos com a experiência. Faz parte da vida humana competir, desejar mais, querer ir além e na adolescência essa tendência se torna mais forte.
Até para que o jovem construa conhecimentos sobre si mesmo é necessário se comparar com os outros. O problema está na lógica cruel que muitas instituições têm ou no incentivo que dão para formas de competição perversas. A família e a escola, principalmente, imaginam que preparar um jovem para a vida passe por torná-lo competitivo, forte e destemido frente aos desafios que o mundo oferecerá. Competitivo, no sentido de excluir o outro, não é atributo de modo algum; só ressalta um sujeito fraco e desconfiado, que acaba limitado nas formas de se relacionar com os outros. Portanto, vale a dica: competição com amorosidade, tanto consigo quanto com os outros, é sempre válida, quando vivida com saúde e com planos de superação de si e do grupo no qual se convive.
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Mundo Jovem: Onde e quando começa este acento maior no individualismo?
Débora de Moraes Coelho: Não há como criar uma linha comum e determinada, mas, se tomarmos a humanidade como parâmetro, poderemos associar o acento maior no individualismo com o advento do capitalismo. Isto acontece porque a ordem capitalística produz os modos das relações humanas até em suas representações inconscientes: os modos como se trabalha, como se é ensinado, como se ama, como se fala. Ela fabrica a relação com a natureza, com os fatos, com o corpo, com a alimentação. Em suma, ela fabrica a relação do ser humano com o mundo e consigo mesmo. Aceitamos tudo isso porque partimos do pressuposto de que essa é a ordem do mundo. E, nessa ordem, a satisfação tem que ser imediata. Se o outro me frustra, procuro o retorno em mim mesmo e nos objetos que podem me saciar.
Esse é o grande truque do capitalismo: ele acaba por capturar a grande potência humana, que é desejar sempre e ser sempre um insatisfeito. E assim o desejo é concebido como desejo de algo, portanto desejo de objeto. O estado de carência é correlato ao consumo, já que sempre existirão objetos novos no mercado que se oferecerão de modo mais sedutor e interessante aos consumidores ávidos por variedades e variações.
Qual seria a concepção que acabamos tendo da vida? Talvez de que a tal ordem do mundo é seguir as indicações de como ter sucesso, como dominar o segredo, como conquistar e influenciar pessoas, como ganhar mais dinheiro na bolsa de valores... Como ter e não mais como ser aquilo que se deseja e expressar sua singularidade mundo afora. Quem ousa fazer isso acaba sendo um anormal, aquele que literalmente escapa da norma. Mas quem sabe esse não seja um antídoto frente ao individualismo? Ser anormal não nos coliga com o adoecimento, mas com uma nova forma de saúde, libertando a vida de amarras e determinações.
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Mundo Jovem: É possível caminharmos para um equilíbrio entre individualidade, coletividade e cooperação?
Débora de Moraes Coelho: Essa é a grande pergunta que produz insônia nos mais interessantes pensadores da atualidade: como religar a expressão de si com a necessidade de coletivo? O que está em questão é a forma de viver daqui em diante sobre esse planeta. Essa revolução deverá incidir não só no plano concreto e visível, mas nos domínios de sensibilidade, inteligência e de desejo. Percebemos que não há como permanecer fechado e alienado do mundo e das suas mazelas; talvez seja essa a percepção que devemos expandir, como tarefa ética, enquanto trabalhadores sociais. Trata-se dos movimentos de protesto contra a subjetividade capitalística, através da afirmação de outras maneiras de ser, outras sensibilidades, outras percepções que afirmem um caráter de autonomia. Parece essencial organizar novas práticas sociais que incluam a solidariedade. Convém fazer com que a singularidade, a exceção e a raridade funcionem.
Para isso, serão bem-vindas todas as experiências que envolvam grupalidade, como as oferecidas via escolarização, participação em movimentos sociais (condomínio, bairro, sindicato, associações, ONGs...), todas as formas em que se pode pensar junto, escutar diferentes opiniões, entrar em consenso, escutar e defender idéias. Assim, talvez consigamos ampliar a maneira como gerimos a vida. Os planos traçados não dizem respeito só às metas individuais, mas a desejos coletivos que falam em favor de um futuro que virá. É quase como se tomássemos posse do mundo. O filósofo Gilles Deleuze nos fala melhor disso: “Acreditar no mundo é o que nos falta; nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele. Acreditar no mundo significa, principalmente, suscitar acontecimentos, mesmo pequenos, que escapem ao controle. (...) É ao nível de cada tentativa que se avalia a capacidade de resistência ou, ao contrário, de submissão a um controle”.
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Educar é compartilhar

A prática educativa baseada numa perspectiva libertadora e incentivadora de grupalidade pode ser uma ferramenta importante para quebrarmos uma atitude individualista.
Uma prática que funcione tem que, em primeiro lugar, deixar de enxergar o aluno como um cliente/consumidor. Temos que desativar a idéia de casar educação com negócio; a palavra educação vem sendo destruída desde o momento em que as escolas são vistas como lugares que geram lucros. Nesse contexto, como promover uma educação que não prime pelo individualismo? Portanto, para colocar em funcionamento um projeto compartilhado e democrático, a escola precisa sair dessa trincheira capital. O discurso precisa ser coerente com a prática, senão a idéia de cooperação fica só na proposta da aula e não faz passagem para os corpos dos alunos e dos professores.
É claro que, em muitos casos, nos tornamos desanimados a enfrentar ou liderar mudanças, até mesmo porque sozinho não se transforma nada. Ter uma equipe é fundamental para manter a força e a coerência de um projeto inovador e que recupere modos mais humanitários de convivência. Por exemplo, os instrumentos de avaliação, se bem utilizados, não precisam produzir competição nem exclusão. Lembro do Pierre Lévy quando nos diz que ninguém sabe tudo; todo mundo sabe alguma coisa e o conhecimento é da humanidade. Conhecer é sempre amplidão... Transmitir e compartilhar é passar ao outro a satisfação dessa experiência que é ganhar olhos novos.
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Comentário:

Este texto nos traz um assinto muito complexo, que é a individualidade e o individualismo. Os Espíritos no O Livro dos Espíritos dizem que os Espíritos são individualizações do princípio inteligente. Ter uma individualidade é se reconhecer único, porque é apartir desta que evoluímos. Ao tomarmos conciência de que somos 'eu', podemos trabalhar para o nosso aperfeiçoamento.

O texto fala da busca da individualidade na juventude, que pode ser explicada na questão 385 do O Livro dos Espíritos:

"385. Qual o motivo da mudança que se opera no seu caráter a uma certa idade, e particularmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica?

-É o Espírito que retoma a sua natureza e se mostra tal qual era."

O espiritismo vem demonstrar que a individualidade já está presente na pessoa, porque é inerente ao espírito, aliás podemos nos arriscar a dizer que é o espírito.

O individualismo é outra coisa totalmente diferente, é a pura manifestação de uma chaga moral, que é o egoísmo, diz Emmanuel no O Evangelho segundo o Espiritismo:

"... Que cada qual, portanto, dedique toda a sua atenção em combatê-lo em si próprio, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas. Ele é a negação da caridade, e por isso mesmo, o maior obstáculo à felicidade dos homens".

Uma pessoa individualista é orgulhosa em sua essência, pois acredita ser melhor, estar acima dos outros, acredita ser merecedora do melhor e por isso é egoísta.

Individualidade é ser alguém, individualismo é acreditar ser melhor que alguém.
(Claudia Cardamone é psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mensagem aos Jovens

Meu jovem amigo.
A mocidade cristã é a primavera bendita de luz anunciando o aperfeiçoamento da Terra.
Aceitar, com ânimo firme, o roteiro que o Mestre Divino nos oferece.

Coração terno.
Consciência limpa.
Mente pura.
Sentimento nobre.
Conduta reta.
Atitude valorosa.
Disposição fraternal.

O coração aberto às sugestões do bem aclara a consciência, ditando-lhes a grandeza.
A consciência sem mancha ilumina a mente, renovando-lhe as manifestações.
O sentimento enobrecido orienta a conduta, mantendo-a nos caminhos retos.
A conduta irrepreensível determina a atitude valorosa no desempenho do próprio dever e no trabalho edificante.
O gesto louvável conduz à fraternidade, em cujo clima conquistamos a compreensão, o progresso e o mérito.
Coração aberto à influência de Jesus para enriquecer a vida...
Disposição fraternal de servir, incessantemente às criaturas, para que o amor reine, soberano...
Eis, meu amigo, em suma, o roteiro com que a mocidade cristã colaborará no aprimoramento do mundo.
Espírito: EMMANUEL - Médium: CHICO XAVIER

Mais carne, menos osso

Mais carne, menos osso
Na contramão da ditadura da magreza, a modelo Fluvia Lacerda faz sucesso nos Estados Unidos com suas curvas

Vera Fiori - O Estado de S.Paulo





SÃO PAULO - Beth Ditto, 95 quilos, a escrachada vocalista da banda The Gossip, já se apresentou no palco seminua, deixando à mostra pneuzinhos e celulites. Mais do que simplesmente chocar as pessoas, a roqueira é uma espécie de libertadora da tribo GG. Beth virou ícone do "gordinhas orgulhosas", o Fat Proud, movimento que não faz muito sucesso por aqui, onde a maioria das mulheres se sente infeliz com as curvas que Deus lhes deu.
Este, definitivamente, não é o caso da modelo brasileira Fluvia Lacerda, 28 anos, casada, uma filha. Há dez anos, quando viajou rumo aos Estados Unidos para estudar inglês e trabalhar como babá, sequer passava por sua cabeça ser modelo. Foi descoberta por uma editora de moda dentro de um ônibus a caminho de Manhattan. Na hora da abordagem, pensou que se tratava de uma pegadinha de mau gosto. "Como poderia ser considerada material ideal para o mundo da moda, se a concepção que temos é de que todas as meninas precisam ser magérrimas, apenas de pele e osso?" Lá se vão três anos de uma bem-sucedida parceria com a Elite:

Segundo a modelo Fluvia Lacerda, a opinião de terceiros não influi no seu modo de ser e de pensar.
"Sou chamada para participar, principalmente, de campanhas publicitárias. Curti muito ter sido capa de um calendário americano, o primeiro feito apenas com modelos plus size, e isso ganhou uma repercussão enorme nos EUA. Nas próximas semanas, vou participar de uma campanha na Espanha. Estou super animada para fotografar lá, pois foi um dos primeiros países a decretar uma lei quanto ao peso/massa física mínima das modelos. Será uma oportunidade maravilhosa de mostrar o outro lado da moeda."
Sem revelar o peso, a bela morena tem 1,72 metro de altura e veste manequim 48. Perguntada se na adolescência experimentou algum tipo de regime maluco, conta que nunca fez uma dieta na vida e que sempre curtiu o seu tipo físico. Bem resolvida, fala que não vê razões para passar fome. Por sinal, observa que existe a ideia de que quem está acima do peso tem uma saúde ruim ou come de forma errada, o que, segundo a modelo, são estereótipos da sociedade:
"Ser gordinho não significa sair comendo tudo o que vê pela frente. A genética favorece que eu seja mais cheinha, e não luto contra isso. Não sigo dieta, mas também não vivo comendo besteiras, tampouco tenho uma vida sedentária. No entanto, se quero comer um chocolate ou um prato com arroz e feijão, por exemplo, não me nego esse prazer de forma alguma. Malho muito, porque gosto da sensação, da energia, da disposição. A diferença é que não vou à academia pensando nos quilos que vou perder ou nas calorias que estou queimando. Malho para manter coração e corpo saudáveis, e esvaziar a mente. Quando termino os exercícios, me sinto mil por cento e de bem comigo mesma!"
A modelo frequenta a academia cinco vezes na semana. O ritual de fitness inclui andar de bike (seu meio de transporte diário), sessões de spinning (45 minutos) para fortalecer os músculos, aulas de ginástica localizada e ioga. Quando não está viajando a trabalho, pratica flamenco, uma das suas grandes paixões.

Padrão real
Segundo a pesquisa Real Beleza, de Dove, 90% das brasileiras manifestaram o desejo de mudar algo no corpo e 55% disseram que é difícil se sentir bonita quando confrontada com os atuais padrões estéticos - por exemplo, ter quadril de, no máximo, 90 centímetros, como regem as passarelas. "Jamais terei quadris com essas medidas e certamente a minha felicidade não depende disso", rebate a modelo, que, admite, já nasceu com autoconfiança nata:
"Sou objetiva e lógica quanto a esse aspecto da minha vida. Críticas sempre vão existir. Se você é muito alta, gostariam que fosse mais baixa, se tem cabelo vermelho, deveria ser loiro, se é cacheado, a moda dita o liso, e assim vai. A cheinha vive afogada em paranoias e sonhando com uma pílula mágica para ficar magra. Nessa loucura em se transformar ou se adequar a esse molde que a sociedade empurra goela abaixo, as pessoas se esquecem de viver, de se conhecer melhor para, quem sabe, gostarem de si mesmas e de suas imperfeições. Vivemos preocupados com o que o mundo pensa a nosso respeito."
Na sua opinião, aqueles que perdem tempo procurando ser alguém que os outros aceitem acabam se esquecendo de buscar a própria felicidade:
"Fiz a escolha de não me encaixar nessa prisão mental. Tenho meus dias ruins, dia de espinha no meio da testa, dia de cabelo que não obedece, dia de mau humor, como todo mundo. Mas mantenho em mente que sou linda. Me cuido, sou vaidosa, adoro me vestir bem, amo meus quadris largos, minhas pernas fortes e meu cabelo de leoa. Foi assim que Deus me fez. Portanto, não vejo razão para me torturar em busca de ser algo determinado por outras pessoas. Você tem que ser a sua prioridade número um."
No mundo, e o Brasil não foge à regra, as mulheres fazem de tudo para "secar". Mas será que os homens não preferem as curvilíneas aos feixes de bambus das passarelas? " Acredito que existe gosto para tudo. A maior parte dos americanos que conheci prefere as mulheres curvilíneas, não excessivamente acima do peso, mas também nem só de pele e osso. Apesar da nossa cobrança com a balança e com o espelho, a verdade é que a maioria dos homens não entende o porquê dessa busca pela aparência perfeita, tampouco o porquê das modelos nas passarelas serem cada vez mais magras."
Para a modelo, se por um lado o sexo oposto é relax em relação a alguns quilinhos a mais, a indústria de alimentos dietéticos e a mídia pressionam quem não se encaixa nos "padrões ideais" de beleza. O poder da reviravolta, diz ela, está nas mãos das próprias consumidoras do mercado plus size:
"A indústria dietética fatura bilhões bombardeando as pessoas com falsas ideias de que pílulas ou dietas milagrosas vão fazer com que fiquem magras da noite para o dia. A mídia também tem grande responsabilidade diante desse quadro, uma vez que impõe padrões estéticos impossíveis de se atingir. O lado bom é que alguns países já acordaram para uma nova realidade, quer dizer, não dá só para vender um protótipo magro quando os seus consumidores não podem comprá-lo. Por conta disso, aqui nos Estados Unidos e em vários países da Europa, o mercado plus size vem ganhando espaço, principalmente no que se refere à moda. Revistas de referência, como a Vogue USA, já usam modelos plus size para ilustrar suas páginas, o que é um avanço fantástico. No Brasil, acredito que isso só acontecerá quando as próprias consumidoras começarem a exigir isso do mercado e da mídia."
Que moda?
Houve um movimento nas edições passadas do São Paulo Fashion Week alertando sobre a importância de uma alimentação equilibrada. Mas, de forma contraditória, nenhum estilista coloca modelos acima do manequim 38 na passarela e, muito menos, aumenta a grade de numeração. Na opinião de Fluvia, essa contradição reflete a falta de visão da indústria da moda para abraçar novos mercados e desafios. "Trata-se de uma lógica de mercado, isto é, se a demanda existe, então há também a necessidade de supri-la."
Falando em moda, após anos sem aproveitar o verão brasileiro, a modelo decidiu, no ano passado, voltar ao País e desfrutar de alguns dias de sol. Mas a experiência não foi muito agradável. "A ditadura do biquíni por aqui é bem mais cruel do que em qualquer parte do planeta, principalmente porque, quando o assunto é comprá-los, as gordinhas estão fora de questão, não há opções."
Comparando os mercados, ressalta que, nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 68% da população feminina vistam manequins que variam de 42 a 52. Nesse caso, os fabricantes foram forçados a produzir roupas GG com os mesmos estilos, criatividade e qualidade para todos os tamanhos. Já no Brasil, segundo Fluvia, as roupas para as gordinhas normalmente são mal feitas, bregas ou carregam a aparência de terem pertencido às avós. "Designers como Jean-Paul Gautier, Diane Von Fustenberg, John Galliano, entre outros, passaram a fazer roupas com numeração até 44 e 46. São profissionais de visão", conclui.
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Comentário:

Na TV assinada tem um programa americano, onde duas consultoras de moda escolhem uma telespectadora para mudarem seu guarda roupa e seu modo de vestir. Lembro que umas três vezes (não assistia muito) escolheram telespectadoras gordas e sempre chamavam a atenção ao fato de usarem roupas largas, e questionavam porque uma mulher gorda não pode ser sexy. O preconceito é tão grande que sentir atração por gente gorda é considerado uma tara.

Porque uma mulher gorda sente vergonha do corpo? Claro que não estou generalizando, mas mesmo aquelas que se sentem bem com o corpo não usam um top, num dia extremamente quente. Alguns dirão que é antiestético. Este é o problema, o modelo. É quase uma lavagem cerebral, vá a uma loja e procure uma boneca gorda. Não, bebê gordinho e fofinho cheio de dobras não vale. Difícil né! Bom, as bonecas são magras e agora preste atenção e me diga o que elas têm? Isso, um namorado bonitão, muitas amigas fashion e bonitas, tem um carro, tem casa, tem um monte de vestidos, roupas, jóias.

Então uma menina é acostumada a infância toda que uma boneca magra tem tudo o que é mais desejado, materialmente falando é claro, a boneca gordinha.... que boneca gordinha? Nunca vi uma. Quando ela chega a adolescência, ela vai querer ser gorda ou magra? Por isso que tentamos, e quase sempre não conseguimos, esconder que engordamos. Quando somos gordas deixamos de existir, assim como não existem bonecas gordas.

Em grande parte das lojas não tem roupas para pessoas gordas, aquelas marcas famosas então nem pensar. As roupas que encontramos são sempre sóbrias, clássicas e de cores suaves, como se a pessoa gorda não quisesse aparecer, não quisesse se sentir bonita. A ditadura da magreza não é apenas uma questão de vaidade, é também uma questão de sobrevivência. E neste tópico, então, ser gordo é estar condenado, não é saudável, vai ficar doente.

Tudo isto faz parte de uma grande ilusão. Sim, ilusão, porque na verdade somos espíritos e este corpo que tanto nos orgulha ou envergonha irá se decompor, irá desaparecer. Então a pessoa vai descobrir que se vangloriou inutilmente por algo que se tornaria pó, enquanto outra sofreu por se envergonhar de um corpo que não era ela, ela é um espírito que teve e terá um número incalculáveis de corpos.

Qual o limite, qual a orientação seguir então? O bom senso e a saúde do corpo são parâmetros confiáveis, que sinalizarão se ultrapassamos o limite ou não.



(Claudia Cardamone é psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Biografia: Henri Heine

Seu nome em alemão era Heinrich Heine. Assina a mensagem inserida em O Evangelho segundo o espiritismo, no item 3 do capítulo XX, intitulada "Os últimos serão os primeiros".

Nasceu em Düsseldorf em 13 de dezembro de 1797, de família judaica. Seu destino era o comércio e por isso foi encaminhado pelo pai a um tio banqueiro em Hamburgo. Logo verificou-se que ele não tinha dom para a atividade e o tio o remeteu a Bonn, a fim de estudar direito. Mas o jovem Harry como era chamado então, interessou-se pelos assuntos literários e abraçou os cursos de literatura.

Berlim foi seu ambiente mais propício, permitindo-lhe freqüentar os salões literários e seguir a filosofia política de Hegel. Poeta e jornalista, ficou famoso pelos poemas e livros de viagens.

Desgostoso pelo clima anti-semita do país, emigrou para Paris no ano de 1831.
Ali se tornaria correspondente de grandes jornais alemães. Foi um dos mais inquietos e polêmicos jornalistas de seu tempo. Para o Jornal Geral de Augsburgo descrevia quadros da vida francesa, sendo seus temas constantes o parlamento, a imprensa, o mundo artístico, o teatro e a música.

Sua influência foi enorme dentro e fora da Alemanha. Na segunda metade do século XIX todos os poetas alemães pareciam heinianos.

Sua poesia é de um lirismo melancólico de início. Seus poemas sentimentais são cheios de infelicidade e lamentações amorosas. Alguns poemas de amor conquistaram fama universal, sendo depois musicados por Schubert , Schumann e muitos outros compositores.

Escreveu poemas dedicados ao mar, em versos livres. E por fim, a poesia política, tangendo versos que retratavam situações da época como Os Tecelões, poema inspirado pela greve dos tecelões esfomeados da Silésia.

Como prosador é considerado um dos mais ágeis da literatura de língua alemã, em qualquer tempo. Suas obras mais ambiciosas são A escola romântica e Sobre a história da religião e da filosofia na Alemanha. Nesse último, Heine parece querer completar o livro de Mme de Stäel sobre a Alemanha, tentando mostrar aos franceses o pensamento estético e filosófico do seu país.

Nele está estampada a profecia de um despertar revolucionário da consciência alemã e, sobretudo, a crença do poeta na importância universal do pensamento de Hegel.

Sofreu dificuldades financeiras, enfrentou conflitos políticos e a doença acabou por vitimá-lo. Sofreu uma paralisia que o conduziu à morte em 17 de fevereiro de 1856, em Paris.

A mensagem que se encontra em O Evangelho segundo o espiritismo é datada de 1863, também em Paris.

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Fonte: www.espirito.org.br

Se Liga: Campanhas em Defesa da Vida




















CAMPANHAS PERMANENTES DA FEB
Para você saber mais sobre cada campanha e fazer o download do material, ir em:


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Participação Jovem: Convite ao Jovem Espírita

Convite ao Jovem Espírita




Muitos vão se lembrar de um famoso desenho lançado em versão nova há uns três anos atrás. Era formado por um grupo de jovens. Cada um com características próprias, mas todos com uma única finalidade a “prática no BEM”. Assim é o desenho animado “ TEEN TITAS” ou “Jovens Titãs”, tendo como líder o novo velho garoto Robin; mas, enfim, vamos ao ponto onde quero chegar!...
Para aqueles que conhecem e assistiam a animação percebem que eram um grupo unidos, mesmo, quando os problemas aumentavam, mais o grupo se unia no seu ideal; vezes tinham que anulavam seus próprios medos e “defeitos” para que o trabalho de salvar vidas fosse efetuado. Até agora os confrades não devem ter entendido o porque desses esclarecimentos. Vou lhes contar que muitas vezes eu, como jovem, me identifiquei como um ‘super-herói’, pode parecer brincadeira, mas sempre para mim foi referencia os propósitos de “caridade” com que os jovens titãs acrescentavam em cada nova jornada, mesmo diferentes tinham a bandeira do bom-senso, do diálogo mas, em nenhum dos episódios, esses heróis de si mesmos perderam a juventude clara e objetiva de lazer, sempre praticaram esportes, sempre jogaram vídeo-games, sempre dançaram , sempre curtiram a vida com equilíbrio porque sabiam que o momento viria em que teriam que combater o MAL com paciência e determinação. Problemas também tinham, por isso mesmo, se apoiavam nos ombros amigos e reclamavam, mas sempre procurando uma solução!
Pensemos agora no Jovem Espírita, em todos aqueles que possuem a Doutrina Espírita em suas mãos, como proceder? Como agir perante a vida? Como interceder sobre seus objetivos? Como um simples Jovem pode auxiliar nos propósitos divinos?
Ai entra a história dos “TEEN TITAS”, quando o jovem espírita aproveita a vida sabe que, em algum momento, terá que enfrentar a si mesmo nos propósitos de evolução, sempre estará com o uniforme da paciência e sempre, a medida do possível, renunciará de si mesmo perante as seduções da vida passageira para perpetuar em si, espírito imortal, as mais belas lições ensinadas pelo Cristo, o Super Herói mais perfeito e um guia e modelo para todos nós, o único que renunciou de si , para anunciar do AMOR DIVINO!...
Diferente o Jovem espírita se comporta como um super-herói, no sentido de elevar a própria atmosfera mental, onde um dia poderá auxiliar a todos que padecem, poruqe aquele que apreende saberá doar de si mesmo para a Bandeira da Caridade triunfar em novo mundo, aquele que vai regenerar nossos próprios corações e alavancar nossas mais íntimas emoções: Sejamos Heróis do Evangelho, amigos! Exemplificando sempre com a humildade e o coração brando! Avante JOVENS TITÃS, avante JOVENS ESPÍRITAS!
(Rudá. É jovem e membro coordenador da equipe do blog Jovens Espiritistas Cristãos - POA - que está com novo endereço: http://espiriteen.blogspot.com/)

Artigo: O Mundo Atual e a Doutrina Espírita

O Mundo Atual e a Doutrina Espírita


Diante de tantas misérias e violências por vezes nos sentimos desestimulados a observar e acreditar que a bondade e a felicidade façam parte do mundo que vivemos.


Mas, quando nos tornamos observadores mais atentos, verificamos que a desordem é apenas aparente, que, na realidade, a beleza não está somente nas flores, mas também nas pessoas e em seus gestos.


Alguns, ao lerem essas palavras, irão considerar que o mundo que vejo é utópico. Entretanto, lhes afirmo que estou falando do nosso amado planeta Terra. Planeta este que nos acolheu em sua magnitude e esplendor.


E o que faz o meu olhar voltar-se para as belezas sem me perder pelo caminho senão a doutrina espírita. Que, além de consolar, nos trás esperanças e alegrias no viver.


Sem a presença do consolador prometido jamais poderia compreender a justiça das leis divinas, não poderia compreender que somente pela pluralidade das existências que a justiça de Deus pode ser entendida. E que nunca teremos dissabores na vida senão para o nosso crescimento como espíritos.


Espíritos Imortais! Somos todos nós e, quando nossa visão se abre para essa verdade, o equilíbrio e a tranquilidade passam a habitar nossos corações e mentes.


Ter a certeza que nossos afetos não se perdem com a separação por meio da morte do corpo físico nos estimula a amar cada vez mais na existência.


Entender que somos herdeiros de nós mesmos nos faz desejar ser criaturas melhores dia-a-dia.


Saber que jamais seremos vítimas diante das agressões que recebemos da vida nos impulsiona a conquista do amar incondicionalmente nossos irmãos em caminhada.


Perdão! Ah! como somos felizes quando o exercemos e fazemos isso! Porque compreendemos que somente em seu exercício conquistaremos o maior bem do espírito, que é a paz.
Quando vemos fenecer o corpo físico dos nossos irmãos em Humanidade pela ausência do básico para a manutenção de sua sobrevivência, crianças morrendo em tenra idade como conseqüência das guerras promovidas pelo próprio homem, seres belos e únicos se suicidando pela fome de amor muitas vezes nos questionamos sobre a infinita bondade e amor de Deus por nós.


Mas, paremos um instante e pensemos. Por que Deus nos permite essas vivências? Senão para nosso despertar, para que tenhamos gestos de afago e auxílio onde dantes jamais teríamos. Há quantos milênios vivemos somente para nós mesmos?


Em verdade, o amor que desejamos receber é o amor que deveremos sempre ofertar, lembrando o que nos diz a doutrina trazida por Jesus que deveríamos amar uns aos outros.


Certa feita, Madre Teresa, em suas caminhadas pelas ruas de Londres, nos disse que a fome que via no mundo não era a dos seus moribundos de Calcutá, mas sim a fome de amor ao ver que jovens perdiam suas vidas nos vícios e dissabores voluntários.
Por isso, quando pensarmos em mal dizer as leis divinas ou julgarmos as experiências que o mundo nos mostra. Pensemos qual é a nossa cota de auxílio no muito amar no mundo. Porque é isso que constantemente a doutrina nos mostra por meio de seus inúmeros ensinos.


Os espíritos nos orientam a todo instante a sermos seres melhores no lugar e no tempo em que vivemos. Mostram-nos a necessidade de termos a disciplina em nossos pensamentos, a fim de vibrarmos positivamente, pois o sinal que dermos ao mundo será o mesmo que o mundo nos ofertará. Uma vez que temos a lei das afinidades regendo nossas existências.


Comecemos no lar, ao lado dos nossos familiares, a cultivar sementes de paciência, tolerância e cuidado. Para que possamos um dia estender a todos os ambientes de nossas vivências.


Jesus nos mostrou a maior lição de amor quando na sua crucificação nos pede que o Pai nos perdoe porque não sabíamos o que fazíamos e ainda continuamos agindo da mesma forma que há 2000mil anos atrás. Por quê? Se hoje temos o consolador a nos orientar cada passo da existência?


O que precisamos é nos humildar diante de nós mesmos, para reconhecer nossas fraquezas e termos a coragem de enfrentá-las com a certeza que todos os nossos vícios se transformarão em virtudes.


Porque será na transformação de cada um que veremos verdadeiramente a melhoria da Humanidade.


Por isso, façamos, todos, a nossa parte como co-criadores do Pai.


(Iyanla Luiza Martins é jovem, membro da Equipe Espiritismo.Net e trabalhadora do CELD – Centro Espírita Léon Denis – RJ e do MEAL – Mocidade Espírita André Luiz, do CELD)

Biografias: Delphine de Girardin

Nasceu Delphine Gay em Aix-La-Chapelle em 26 de janeiro de 1804, o mesmo ano do Codificador e desencarnou na capital francesa em 29 de junho de 1855.

Foi poetisa que freqüentou os salões de Mme Récamier. Casou-se com Émile de Girardin, jornalista e político francês, passando então a ser conhecida como sra. Émile de Girardin.

Ela mesma se tornou jornalista, após o casamento em 1831, escrevendo no jornal La Presse no período de 1836 a 1848, sob o pseudônimo de visconde de Launay, interessantes crônicas da sociedade do tempo de Luís Filipe. Essas crônicas ficaram conhecidas como cartas parisienses.

Publicou também romances, tragédias e comédias. Era, positivamente, grande médium inspirada.

Personalidade muito conhecida no meio poético, freqüentando os salões literários onde se reuniam as celebridades do momento, muito natural que ela tomasse contato com as mesas girantes.

Desde o primeiro contato com as mesas ela se convenceu da veracidade das manifestações. Teve oportunidade de se encontrar com o professor Rivail pessoalmente. Possivelmente, em alguma das reuniões que ele freqüentava, nas suas pesquisas em torno dos fenômenos que assombravam Paris.

Amiga pessoal de Victor Hugo, os acontecimentos políticos do ano de 1851 e o exílio de seus amigos a marcaram de forma cruel.

Fiel à amizade ela decidiu levar conforto moral aos pobres proscritos. Lançou-se ao mar e em 6 de setembro de 1853 desembarcou em Jersey, uma pequena ilha de 116 quilômetros quadrados.

O cansaço a tomava por inteiro. A viagem foi excessivamente fatigante. Diga-se de passagem: ela já se encontrava doente. O câncer a devorava.

Dinâmica, contudo, ela não se deixava abater em demasia. Um pouco triste e melancólica, mas igualmente feliz por rever seus amigos, ela reencontrou Victor Hugo e a família.

À hora do jantar, narrou as notícias de Paris, no intuito de trazer um pouco da pátria para os exilados. Com entusiasmo se referiu às mesas girantes. Na pequena ilha de Jersey algumas tentativas tinham sido feitas, sem sucesso.

Delphine, sem aguardar a sobremesa, saiu em busca de uma mesa pequena, redonda. As sessões foram longas e cansativas. Parecem não ter tido sucesso nos primeiros cinco dias.

Victor Hugo, cético, aderiu às reuniões somente para não desgostar a amiga. Finalmente, no domingo, 11 de setembro, a concentração, o silêncio foram recompensados. Uma comunicação aconteceu. Uma comunicação que mudaria os rumos da vida do grande poeta francês. Quem se comunicou, através da mesa foi nada mais, nada menos que sua filha Leopoldine. Sua amada filha, morta durante a lua-de-mel, afogada em um lago, num passeio de barco com o marido.

Em "O Evangelho segundo o espiritismo" o espírito de Delphine de Girardin assina a mensagem "A desgraça real" no capítulo V (Bem aventurados os aflitos), item 24.

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Fonte: http://www.espirito.org.br/