sábado, 22 de dezembro de 2012

Pergunta feita: Como o espiritismo encara o divórcio?

Como o espiritismo encara o divórcio?

 
Reportemo-nos ao O Livro dos Espíritos.

questão 695 - O casamento , ou a união permanente de dois seres, é contrária à lei natural?

- É um progresso na lei natural

questão 697 - a ideia de que o casamento não pode ser absolutamente dissolvido está na lei natural ou apenas na lei humana?

- é uma lei humana muito contraria à lei natural. Mas os homens podem mudar suas leis; as da natureza são as únicas imutáveis.

questão 940 - a falta de simpatia entre os seres que tem de viver juntos não é igualmente uma fonte de desgostos amarga e que envenena toda a existência?

- muito amarga, de fato; mas é uma dessas infelicidades de que frequentemente, sois os principais responsáveis. Primeiro, são vossas leis que estão erradas. Porque acreditais que Deus obriga a ficar com aqueles que vos desagradam? e depois, nessas uniões, procurais muitas vezes mais a satisfação do orgulho e da ambição do que a felicidade de uma afeição mutua. Então suportais as consequencias de vossos preconceitos.

questão 940-a - mas nesse caso não existe quase sempre uma vitima inocente?

- sim, e é para ela uma dura expiação. Mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre quem a causou. Se a luz da verdade já penetrou sua alma, terá consolação em sua fé no futuro; além disso, à medida que os preconceitos forem enfraquecendo, as causas dessas infelicidades intimas também desaparecerão.

Fazendo uma análise embora superficial do exposto acima podemos dizer que o espiritismo coloca a união de duas pessoas como um ato de responsabilidade mútua que deverá ser cumprido dentro do possível. O espiritismo não faz a apologia do divórcio, mas também não obriga que duas pessoas que infelizmente não têm mais como continuar juntas em um mesmo caminhar se sintam obrigados a continuar. É claro que cada um responderá por seus atos, perante sua própria consciência e perante os fatos de que participou e foi causador.

Ficam acima as considerações de O Livro dos Espíritos para que você possa refletir mais sobre elas e chegar a sua própria conclusão.
 
(fonte: CVDEE)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mural Reflexivo: Um Natal diferente

Um Natal diferente
 
Naquele escritório era assim. Todos os anos, eles procuravam uma família que necessitasse de assistência para comemorar o Natal.
Para o dia que se aproximava, eles localizaram uma que havia sofrido várias tragédias nos dois anos anteriores. O Natal deles seria magro e triste.
Então, durante um mês, todos no escritório foram colocando as doações em dinheiro dentro de uma lata decorada.
Depois, se divertiram muito escolhendo os presentes para o pai, a mãe e os seis filhos, imaginando a expressão de felicidade deles, ao receberem os presentes.
Para os meninos, luvas para o inverno e aviões em miniatura. Para as meninas, bonecas e bichinhos de pelúcia. Para a mais velha, já adolescente, perfume e um relógio.
Evidentemente, aquela família não deveria saber quem eram os doadores e, por isso, eles combinaram que o pastor da igreja rural seria o portador dos presentes.
Na sexta-feira anterior ao Natal, a mãe da família voltou mais cedo para casa, após o trabalho. Ela recebera uma gratificação extra do seu patrão. O marido ficou feliz com a notícia.
Agora eles tinham dinheiro para comprar presentes de Natal para os filhos. Sentaram-se e juntos fizeram uma lista, procurando combinar o querer com as necessidades.
Mas, então, eles ficaram sabendo que um amigo estava prestes a ser submetido a uma cirurgia. Ele estava desempregado e não poderia pagar as despesas médicas. Mais do que isso, nem tinha o que comer em casa.
Condoídos com a situação, marido e mulher convocaram os filhos para uma reunião de família e decidiram entregar a gratificação de Natal ao amigo.
Comida e despesas médicas eram mais importantes do que brinquedos de Natal.
Algumas horas depois de tomada a decisão, o pastor foi fazer uma visita para a família.
Antes que ele tivesse tempo de explicar o motivo da visita, eles contaram que gostariam de doar o dinheiro ganho e lhe pediram que entregasse o cheque para o amigo necessitado.
O pastor ficou muito surpreso diante de tanta generosidade e concordou em entregar o cheque, com uma condição: todos eles deveriam acompanhá-lo até seu carro.
Sem entender muito bem o porquê da exigência do pastor, eles concordaram com o pedido.
Quando atravessaram o portão da casa, viram o carro do pastor abarrotado de presentes de Natal. Presentes que o pessoal daquele escritório lhes havia mandado, como expressão de amor natalino.
Que Natal esplêndido foi aquele para as duas famílias necessitadas, para o coração do pastor e para todo o pessoal do escritório!
* * *
Num dia distante, há mais de vinte séculos, o Divino Pastor nasceu entre as Suas ovelhas. Veio manso, numa noite silenciosa, somente deixando-se anunciar por um coro de mensageiros espirituais, aos corações dos homens de boa vontade.
Até hoje, Ele continua assim: falando aos homens que se dispõem a ter boa vontade para com os outros homens. Boa vontade para doar-se, para dar-se, para amar.
Este é o sentido do verdadeiro Natal: o amor de Deus para com os homens. O amor dos homens uns para com os outros, em nome do Divino Amor que se chama Jesus.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Uma tradição de
Natal, de Pat A. Carman, do livro Histórias para o coração da
mulher, de Alice Gray, ed. United Press.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Qual sua opinião? - Publicidade para causas nobres

Publicidade para causas nobres

 

Quando se fala em publicidade ou propaganda é comum as pessoas associarem a atividade aos cifrões. Prontamente imaginamos anúncios de produtos onde a única preocupação é a venda e nada mais. Mas nem sempre é assim. A publicidade vem sendo cada vez mais utilizada para alertar e mobilizar pessoas em prol de uma causa. É o que acontece nas campanhas contra o abuso infantil.
Campanha do Greenpeace contra violência infantil
O abuso infantil envolve diversos fatores, dentre eles a imprudência, violência física ou psicológica, imperícia e negligência por parte de um adulto ou pessoa mais velha. As práticas mais comuns envolvem a violência doméstica (física e psicológica) e o abuso sexual. Segundo os dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (SIPIA) no Brasil, de 1999 até 2007, foram registrados 28.840 casos de agressão física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais.
Dentre todos esses fatores, sem dúvida, o que mais causa indignação e comoção é o abuso sexual infantil e a publicidade sabe explorar este tema muito bem em anúncios instigantes, que por vezes chegam a chocar as pessoas mais desavisadas. Foi o que fez a agência Euro RSCG Brasil em 2008. Na época o Centro de Referência contra o Abuso Infantil (CERCA) lançou a campanha Pedofilía: você pode não ver, mas pode estar acontecendo e contratou a agência para desenvolver ações de comunicação que chamassem a atenção para esse grave problema. O resultado foram três anúncios nada convencionais. O diferencial das peças é que existem duas viualizações e para saber o que realmente está por trás da imagem é necessário apagar a luz. Para criar esse efeito foi utilizada uma técnica em que o anúncio é impresso com tinta fluorescente para viabilizar a observação no escuro.
Apague a luz e ajude a acabar com o medo do escuro
“Apague a luz e ajude as crianças a acabarem com o medo do escuro”
As técnicas de comunicação são cada vez mais utilizadas nesses tipos de campanha e as avaliações mostram que o impacto produzido nos receptores é muito grande. As Organizações Não Governamentais estão reconhecendo a importância desse trabalho e cada vez requisitam profissionais da área de comunicação, não só para captar recursos, mas também para mobilizar a população a aderirem a sua causa.
É o que acontece com a ONG gaúcha SOS – Casas de Acolhida que há 18 anos acolhe crianças de 0 a 6 anos vitimas de violência doméstica. Apesar de desenvolver um trabalho de extrema importância para a sociedade isso não era amplamente divulgado, o que dificultava na hora de captar recursos. A diretoria reconheceu a falta de um profissional da área de comunicação e investiu na contratação de uma Relações Públicas. Algumas instituições optam pelo trabalho de Freelancer na hora de planejar a campanha, outras preferem contatar diretamente com uma agência.
Anúncio alertando sobre a violência infantil

De qualquer forma, causas sociais e ambientais estão se tornando um campo fertil para os profissionais de comunicação e o melhor de tudo é que este é um dos setores onde os comunicadores têm a chance de aliar trabalho e cidadania. O grande “problema” para quem atua nesta área é que provavelmente será difícil separar trabalho da vida pessoal. É comum a pessoa se envolver com a causa e, de alguma forma, tornar-se um ativista. Seja pelo dinheiro ou por filosofia de vida esse é um otimo campo para desenvolver as técnicas aprendidas na faculdade, instigar a imaginação e ao mesmo tempo exercitar a responsabilidade social.
 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pessoas egoístas são mais felizes



A chave para a satisfação é sentir que não temos escolha a não ser sermos egoístas

Fazer suas escolhas sem ter que se preocupar com os outros deixa as pessoas mais felizes, é o que garante uma pesquisa realizada por psicólogos da Universidade da Pensilvânia, publicada pela “Psychological Science”.

O estudo feito com 216 estudantes universitários mostrou que aqueles que escolhem um caminho egoísta geralmente precisam lutar contra a culpa. De acordo com os psicólogos isso acontece porque desde criança as pessoas aprendem que partilhar significa cuidar, e, se tomarem decisões que visem o próprio interesse sem se importar com os outros, acabam se sentindo mal por priorizar a si mesmo. Dessa maneira, muitas vezes preferem renunciar à felicidade.

— Muitas vezes o que as pessoas realmente querem é agir de forma egoísta. Mas eles não fazem isso, pois sabem que se sentiriam mal — diz o psicólogo Jonathan Berman, que afirma que a chave para a satisfação é sentir que não temos escolha a não ser sermos egoístas.

Notícia publicada no Jornal O Globo, em 22 de outubro de 2012.


Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta

“O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral.” - O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI – Amar o próximo como a si mesmo.

“O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam.” No capítulo acima do evangelho de Jesus, trata da lei maior que o Mestre veio nos ensinar: o amor ao próximo, a caridade, enfim, o amor incondicional. É por esse ensinamento que vamos evoluir espiritualmente. É a prática do amor que faz com que possamos nos aproximar de Deus, deixando para trás o orgulho, a avareza, a ambição, o egoísmo.

Como podemos entender que pessoas que valorizam somente as suas vontades, à custa muitas vezes do sofrimento do seu semelhante, possam ser felizes? Sabemos que esse tipo de comportamento só atrai espíritos ignorantes da Lei Divina e que acarretam grandes sofrimentos no futuro. Esses irmãos de caminhada que ainda valorizam, primeiramente, as suas vontades se distanciam cada vez mais do amparo, da proteção dos espíritos que trabalham na seara do Pai.

Jesus veio nos dar o exemplo da importância da caridade, como ensinamento para a nossa evolução moral. O egoísmo é o oposto do mais importante valor que Jesus nos deixou através dos seus exemplos, quando esteve entre nós.

Por isso, queridos irmãos, não pode ser esse comportamento um componente para a nossa felicidade. É falsa essa afirmação vinda de irmãos que só valorizam pequenos e falsos momentos de satisfação, nas suas caminhadas. Segundo Emmanuel, deve ser um alvo para o qual todos os cristãos devem dirigir as suas armas, as suas forças e a sua coragem. E nos diz que a coragem é a qualidade mais necessária para se vencer a si mesmo em vez de procurar vencer os outros. Cabe a cada um de nós dedicar toda a nossa atenção para combater o egoísmo em si mesmo, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

“E é a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, que cabem a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao Cristianismo toda a sua força e limpar o caminho dos obstáculos que lhe entravam a marcha. Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa elevar-se na escala dos mundos, pois já é tempo da humanidade vestir a sua toga viril, e para isso é necessário primeiro expulsá-lo de vosso coração.” - Emmanuel

* Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Revista Espírita: Um Espírito estouvado

Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos - Segundo Ano – 1859
 
Um Espírito estouvado
Revista Espírita, março de 1859
O senhor J., um de nossos colegas da Sociedade, vira, diversas vezes, chamas azuis passearem sobre sua cama. Convicto de que era uma manifestação, tivemos a ideia, no dia 20 de janeiro último, de evocar um desses Espíritos, a fim de nos edificar sobre a sua natureza.
1. Evocação. - R. E que me queres?
2. Com qual objetivo te manifestaste na casa do senhor J......? - R. Que te importa?
3. A mim, isso pouco importa, é verdade; mas isso não é indiferente ao senhor J... - R. Ah! a bela razão!
Nota. Essas primeiras perguntas foram feitas pelo senhor Kardec. O senhor J... prosseguiu no interrogatório.
4. É que não recebo todo o mundo de bom grado em minha casa. - R. Estás errado; sou muito bom.
5. Dá-me, pois, o prazer de dizer-me o que fazias em minha casa? - R. Crês, por acaso, que, porque sou bom, devo obedecer-te?
6. Foi-me dito que és um Espírito muito leviano. - R. Fazem de mim uma bem má reputação, fora de propósito.
7. Se é uma calúnia, prove-o. - R. Isso não desejo mais.
8. Eu poderia bem empregar um meio para conhecer-te. - R. Isso não poderia senão divertir-me, com efeito, um pouco.
9. Eu te intimo a dizer-me o que vieste fazer em minha casa. - R. Não tinha senão um objetivo, o de divertir-me.
10. Isso não está de acordo com o que me foi dito por Espíritos superiores. - R. Fui enviado à tua casa, disso conheces a razão. Estás contente?
11. Pois mentiste? - R. Não.
12. Não tinhas, portanto, más intenções? - R. Não; disseram-te o mesmo que eu.
13. Poderias dizer-me qual a tua classe entre os Espíritos? - R. Tua curiosidade me apraz.
14. Uma vez que pretendes ser bom, por que me respondes de modo tão pouco conveniente? - R. É que te insultei?
15. Não; mas, por que respondes de modo evasivo e te recusas a dar-me as informações que te peço? - R. Sou livre para fazer o que quero, entretanto, sob o comando de certos Espíritos.
16. Então, vejo, com prazer, que começas a ser mais conveniente, e auguro que terei contigo relações mais amáveis. - R. Coloque tuas frases de lado, farás muito melhor.
17. Sob qual forma estás aqui? - R. De forma, não a tenho.
18. Sabes o que é o perispírito? - R. Não; a menos que isso seja do vento.
19. O que eu poderia fazer-te que te seja agradável? - R. Já o disse: cala-te.
20. A missão que vieste cumprir em minha casa te fará avançar como Espírito? - R. Isso é um outro assunto; não me dirijas mais tais perguntas. Sabes que obedeço a certos Espíritos; dirige-te a eles; quanto a mim, não peço senão para ir-me.
21. Tivemos más relações, em uma outra existência, e isso seria a causa de teu mau humor? - R. Não lembras mais o mal que disseste de mim, e isso a quem queria ouvi-lo. Cala-te, digote.
22. Não te disse senão o que me foi dito pelos Espíritos superiores a ti. - R. Disseste também que eu te havia obsediado.
23. Ficastes satisfeito com o resultado que obtiveste? - R. Isso é assunto meu.
24. Sempre queres, pois, que conserve de ti má opinião? - R. É possível! Eu me vou.
Nota: Pode-se ver, pelas conversas que relatamos, a extrema diversidade que há na linguagem dos Espíritos, segundo o grau de sua elevação. A dos Espíritos dessa natureza é quase sempre caracterizada pela rudeza e pela impaciência; quando são chamados nas reuniões sérias, sente-se que não vêm de bom grado; têm pressa de se irem, e isso porque não estão cômodos, em meio de seus superiores e de pessoas que os colocam, de algum modo, na berlinda. Não ocorre o mesmo nas reuniões frívolas, onde se diverte com seus gracejos; estão, em seu centro, e se entregam de coração alegre.
 
(enviado por JoellSilva, via email)