sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Anotações de O E.S.E. : Cap XIII – E.S.E. – a caridade material e a caridade moral

Cap XIII – E.S.E. – a caridade material e a caridade moral

- Texto E.S.E. – cap XIII – itens 9 e 10 – pp 218/220 – edição de bolso FEB

- LE – Prolegômenos (no primeiro parágrafo da transcrição da mensagem dos Espíritos acerca da natureza e objetivos da obra e, de modo mais geral, do Espiritismo. Nesse parágrafo, compara- se o Espiritismo a um edifício, cujas bases estavam sendo lançadas com o Livro dos Espírito, um edifício destinado a um dia “reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade”. Recebe, pois, lugar de destaque entre os objetivos do Espiritismo a implantação do amor e da caridade universal.
- LE ainda - A expressão ‘amor e caridade’ volta a ser usada diversas vezes no capítulo 11 da terceira parte, a começar de seu título: “Da lei de justiça, de amor e de caridade”. Essa lei, diz a resposta à questão 648, “é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar- se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras entre os homens. E também na seção denominada “Caridade e amor do próximo”.
- LE - questões 886 a 889
- LE - No capítulo “Da perfeição moral”, a primeira questão (893) é sobre qual seria a mais meritória das virtudes.
Depois de ressaltar o valor das demais, o Espírito acrescenta sem rebuços, no final da resposta: “A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”. Segue- se então a referida série de questões que elucidam o processo de gradual aquisição dessa caridade desinteressada.
- LE - resposta à questão 918 logo no início há a afirmativa: O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.

- comentários:

* o conhecido dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, lendo, no verbete caridade:
Caridade. [...] S.f. 1. (Ética) No voc abulário c ristão, o amor que move a vontade à busc a efetiva do bem de outrem [...]. 2. Benevolência, complacência, compaixão. 3. Beneficência, benefício, esmola. [...]

* A caridade - nada mais que o amor em movimento - é a grande desconhecida. Passa na história da Humanidade com personagens memoráveis, e assim sonhamos tê-la conosco. O grande problema é o de a conquistar: ela não se compra nem se transfere de uns para outros. Adquire- se, construindo- a no íntimo do ser.

* . Caridade, na primeira e mais fundamental acepção do termo, é, pois, um conceito criado, ou pelo menos destacado, por Jesus e seus discípulos. Com a noção de caridade, Jesus trouxe um elemento novo para resolvermos o problema da conquista do amor. Sendo uma ação, a caridade está sempre ao nosso alcance direto. Depende só de querermos.

* a caridade é “contagiante”. Que poder de educação e despertamento têm os exemplos de amor ativo em favor do próximo! Reparemos como nas campanhas públicas para socorrer vítimas de calamidades, por exemplo, mesmo pessoas normalmente acomodadas em seu próprio “canto” mobilizam- se, entram na luta, animam- se.

* A caridade não é obra construída de agora para logo ou de hoje para amanhã, como um produto acabado. O psiquismo humano é complexo, como se se compusesse de diversas camadas que se justa põem numa individualidade una e única.

Um mergulho de superfície na caridade não é de desperdiçar. Mas daí a acreditar- se que o problema de a assimilar é imediato e rápido vai um longo caminho que desmente essa ilusão: o da experiência.

É compreensível: evoluir, amadurec er espiritualmente, não é seguir regras de fora para dentro, memorizar, mas sim debater idéias, estudar, aprender, testar, vivenciar para constituir sabedoria. E esta, patrimônio irreversível (quando muito apenas oc ultado temporariamente via reenc arnatória ou outra), segundo as situaç ões concretas, verte atitudes luminosas de dentro para fora, sem esperar ou desejar aplauso, que não seja o da sua consciência feliz.

Porque a evolução para ser real, autêntica, tem de ser amadurecida em todas as camadas do nosso psiquismo, das mais superficiais para as mais profundas, e só quando atinge, se sedimenta nestas é que se torna mais frequente

* Vejamos a definiç ão elevada, suc inta, c lara e c ompleta de «O Livro dos Espíritos»:
Allan Kardec : - Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
Resposta: - Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

* Caridade é doação afetiva, desinteressada, espontânea. Traz aos destinatários um bem- estar real, não um gozo periférico. O espírito Emmanuel, numa mensagem ensina que ficamos apenas com o que damos.

Caridade é a fraternidade que ac ompanha o gesto, a atitude interior. Não é o gesto visualizado. Este pode apenas querer parecer, para merecer o aplauso mundano, conforme descreve o Evangelho.

Pensar nos outros, nas suas dificuldades. Ajudar.. . sem atrapalhar.

* A caridade vai-se sedimentando no nosso comportamento tanto mais quanto mais o quisermos, sem angústias ou pressas. E começa nas mais pequeninas coisas. Às vezes ajuda refletir no lado bom das pessoas mais próximas, em casa, no trabalho, na rua, ou das circunstâncias. Pensar na caridade sem ser de cima para baixo, como sendo eu o bom e o outro o desgraçado. Somos seres que caminhamos lado a lado, todos necessitados do amparo recíproco.

Temos momentos melhores umas vezes, de outras têm os outros.

* Caridade não é aplaudir, apoiar a asneira. É manter a fraternidade de, na altura certa, sem violência, dizer o que se pensa, mesmo que não nos seja perguntado diretamente.

* A caridade não exclui a disciplina nem uma conduta coerente, mas sem agressividade.

* A caridade é a conduta da pessoa: o seu equilíbrio, a sua brandura, a sua paz, a sua capacidade de perdoar, numa palavra o seu timbre de caridade. A base da caridade assenta na sensibilidade, no conhecimento, no discernimento. A caridade não tem rótulo. O amor em movimento - a caridade - é universalista, ajuda sem olhar a quem, levantando o ser para a dignificação de si próprio. É louvável matar a fome e a sede a quem a tem, inquestionavelmente. Mas proporcionar-lhe educação para prover a si próprio é o mais desejável. A maior caridade não será a divulgação do espiritismo?

* a caridade, pois, abrange todas as nossas relações com os semelhantes, sejam quem sejam e estejam na posição que estejam. É por isso que a benevolência (desejar o bem), a indulgência (compreender as falhas alheias) e o perdão são apontados como parte essencial da caridade. Doar amor, compreensão, respeito, calor humano . . . eis a caridade integral preconizada por Jesus.

Ninguém discorreu de forma tão sublime acerca da essência da caridade quanto Paulo, no referido capítulo 13 da primeira carta aos coríntios, que agora transcrevemos em parte (vv. 1 a 7 e 13):

Ainda que eu fale todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa ou o címbalo que retine.
Ainda que tenha o dom de profecia, que penetre todos os mistérios, e tenha perfeita ciência de todas as coisas; ainda que tenha toda a fé, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei.
E mesmo que tenha distribuído os meus bens para alimentar os pobres e entregado meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, tudo isso de nada me servirá.
A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho.
Não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal.
Não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. [...]
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; porém a maior delas é a caridade.

- ouvir a música do legião URbana, que contém esta letra.


(Equipe Espiritismo Net Jovem)

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