quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Jovem sai do coma quando médicos se preparavam para remover órgãos

Jovem sai do coma quando médicos se preparavam para remover órgãos

Os médicos acreditavam que Carina Melchior, de 19 anos, estava praticamente com morte cerebral e já se preparavam para retirar os órgãos da jovem para doação, seguindo autorização da família, em um hospital de Aarhus (Dinamarca).

Só que pouco antes de os médicos iniciarem os procedimentos, a jovem saiu do coma!

Carina havia sido levada para o hospital em estado crítico, após um grave acidente de carro. O tratamento não surtiu efeito e os médicos, que achavam que o estado vegetativo fosse irreversível caso ela sobrevivesse, conversaram com a família sobre o desligamento dos aparelhos e a retirada dos órgãos.

"Os pais foram convencidos de que não havia mais nada a fazer e concordaram com a doação dos órgãos", disse o advogado da família.

Mas Carina abriu os olhos e mexeu as pernas!

A jovem se recupera bem e já pode andar e falar. Agora, Carina acredita que vai conseguir se recuperar totalmente, vai se tornar uma designer gráfica e morar sozinha.

O caso de Carina provocou um amplo debate público sobre a doação de órgãos e a eutanásia. Muitos doadores de órgãos no país retiraram a autorização com medo que os médicos ajam de forma precipitada. A família da jovem está processando o hospital alegando que os médicos se apressaram ao falar sobre a doação, segundo reportagem do "Daily Mail". O hospital alega que não houve erro de avaliação do quadro de Carina e que em momento algum foi anunciada oficialmente a morte cerebral.

Notícia publicada no Jornal O Globo, em 18 de outubro de 2012.


Reinaldo Monteiro Macedo* comenta

Eutanásia. Esse é o termo exato e o assunto tratado nessa reportagem (palavra de origem grega e que significa "boa morte"). "Representa atualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois enquanto o Estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte."

Através do crivo da razão e dentro de uma perspectiva espírita, "não devemos abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar maiores lágrimas no futuro”, conforme a orientação do Espírito de São Luís, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 28.

Todos nós, espíritos reencarnados na Terra, possuímos um corpo físico para ajudar a evolução intelectual e moral rumo à eternidade, pois o espírito é imortal. Não somos produtos do "acaso" e sim produtos da vontade de uma inteligência criadora de todas as coisas! A vida e a morte, se pensarmos detidamente, não fariam sentido se não fossemos filhos de Deus.

Poderíamos aqui alinhavar mil linhas sobre "eutanásia ativa ou passiva", ou "distanásia" e até "ortotanásia", bem como a legalização dessas práticas etc, mas entendemos que esses não são o foco principal do assunto em análise. Pela variedade de terminologia associada ao tema, é urgente que, enquanto humanidade, possamos refletir de forma profunda sobre o que é a vida para que dessa forma possamos discernir aquilo que podemos mudar daquilo que não podemos/devemos modificar.

Através da reportagem ficamos a saber que "muitos doadores de órgãos no país retiraram a autorização com medo que os médicos ajam de forma precipitada." Esta situação é por si só um elemento de meditação profunda sobre a valorização da vida na nossa sociedade, devendo levar sempre em consideração que toda causa tem um efeito.

Finalizando, lembramos aqui o que Emmanuel nos deixou para reflexão, quando respondeu a questão 106 do livro “O Consolador”:

"A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia incurável? O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter a finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não se pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do Espírito".


Fontes utilizadas:

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec;

“O Consolador”, Espírito de Emmanuel e psicografia de Chico Xavier;




* Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.

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