Um desconhecido que pilotava uma moto matou
dois criminosos após provável tentativa de sequestro relâmpago a um motorista
nas esquinas da avenida Washington Luís com a avenida Nossa Senhora do Sabará,
no bairro do Campo Grande, na zona Sul de São Paulo, na noite desta sexta-feira.
As informações são da Rádio CBN. Um terceiro participante do crime não
foi atingido pelos disparos, mas tentou fugir a pé e foi detido por
policiais.
O carro abordado tinha, além do motorista, um bebê
de 3 meses. Durante a ação dos criminosos, surgiu o sujeito na moto, que
testemunhou o crime e atirou. Dois bandidos morreram no local. O carro também
foi atingido, mas o motorista e o bebê não se feriram. Ao lado dos corpos
baleados, foi encontrada uma arma de brinquedo.
Telam
Sergio Rodrigues* comenta
Trata-se de um lamentável acontecimento que há
muito faz parte do nosso cotidiano. Infelizmente, as precárias condições
econômicas e sociais em que vivem muitos, aliadas à inferioridade espiritual
ainda bastante acentuada de outros, geram ocorrências dessa natureza, cujo
desfecho é, quase sempre, a perda de vidas. O desconhecido em questão, atuou em
legítima defesa daqueles que se encontravam na suposta posição de vítimas de
mais um sequestro relâmpago. A pergunta que se faz é se esse motoqueiro
desconhecido agiu de acordo com as leis dos homens e a lei de Deus. Perante a
lei dos homens, não há o que contestar. A intenção criminosa dos que terminaram
como vítimas fatais é indisfarçável. Embora tenha sido constatado que a arma que
empunhavam era um brinquedo, a sua utilização como meio de coerção das vítimas
ficou comprovada. É a hipótese clássica de “legítima defesa putativa”, aquela em
que as circunstâncias levam a crer na justa suposição da existência de perigo
iminente para as vítimas, ainda que mais tarde se constate que esse perigo, em
verdade, não existia.
Mas, e perante a lei de Deus? Há como se
justificar a reação do motoqueiro desconhecido? Kardec tratou da questão da
legítima defesa na questão 748 de “O Livro dos Espíritos”. Os Espíritos
codificadores responderam que, nesses casos, apenas a necessidade pode escudar o
assassínio e desde que o autor da ação não tenha tido como preservar a vida do
agressor. De acordo com a notícia comentada, não havia como tentar preservar a
vida das vítimas do sequestro senão pela maneira como reagiu o desconhecido.
Entre as vidas dos agressores criminosos e as vidas de suas vítimas não havia
mesmo outra opção. O fato é lamentável, mas não podemos esquecer que foi
provocado pelas próprias vítimas fatais, através da escolha de adotar o
procedimento criminoso narrado na notícia. É a lei de causa e efeito agindo
prontamente.
* Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do
Espiritismo.Net.
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