sábado, 25 de outubro de 2014

Carta Sobre a Incredulidade

R.E. , janeiro de 1861, p. 35 
 
(Primeira parte)
Um dos nossos colegas, o Sr. Canu, outrora muito imbuído dos princípios materialistas, e que o Espiritismo levou a uma apreciação mais sadia das coisas, acusava-se de ter-se feito propagandista de doutrinas que hoje considera subversivas da 5 Grand in-18, preço 1 fr.; pelo Correio: 1 fr. e 15 centavos. – No escritório da Revista Espírita e na Livraria Ledoyen, no Palais Royal. ordem social. No intuito de reparar o que considera, com justa razão, uma falta, e esclarecer aqueles a quem havia transviado, escreveu a um de seus amigos uma carta, sobre a qual julgou por bem pedir a nossa opinião. Pareceu-nos que ela correspondia tão bem ao objetivo que ele se propunha, que lhe pedimos permissão para publicá-la, o que certamente agradará aos nossos leitores. Em vez de abordar francamente a questão do Espiritismo, que teria sido repelido pelas pessoas que não admitem ser a alma a sua base; sobretudo se em lugar de lhes expor sob os olhos os estranhos fenômenos que teriam negado, ou atribuído a causas ordinárias, ele remonta à sua origem. Procura, com razão, torná-las espiritualistas,antes de as tornar espíritas. Por um encadeamento de idéias perfeitamente lógico, chega à idéia espírita como conseqüência. Esta marcha, evidentemente, é a mais racional.

A extensão desta carta obriga-nos a dividir a sua publicação.

Paris, 10 de novembro de 1860.

Meu caro amigo,

Desejas uma longa carta sobre o Espiritismo. Esforçarme-ei por te satisfazer como melhor puder, enquanto espero a remessa de uma importante obra sobre a matéria, a qual deve aparecer no fim do ano.

Serei obrigado a começar por algumas considerações gerais, para o que será necessário remontar à origem do homem. Isto alongará um pouco a minha carta, mas é indispensável para a compreensão do assunto.

Tudo passa! diz-se geralmente.

Sim; tudo passa. Mas em geral também se dá a esta expressão uma significação muito afastada da que lhe é própria. Tudo passa, mas nada acaba, a não ser a forma.

Tudo passa, no sentido de que tudo marcha e segue o seu curso; mas não um curso cego e sem objetivo, embora jamais deva acabar.

O movimento é a grande lei do Universo, assim na ordem moral como na ordem física, e o fim do movimento é a progressão para o melhor. É um trabalho ativo, incessante e universal; é o que chamamos o progresso.

Tudo está submetido a esta lei, exceto Deus. Deus é o seu autor; a criatura lhe é instrumento e objeto.

A criação compõe-se de duas naturezas distintas: a natureza material e a natureza intelectual. Esta é o instrumento ativo; aquela é o instrumento passivo.

Esses dois instrumentos são complementos um do outro, isto é, um sem o outro seria de emprego inteiramente nulo.

Sem a natureza intelectual, ou o espírito inteligente e ativo, a natureza material, isto é, a matéria ininteligente e inerte, seria perfeitamente inútil, nada podendo por si mesma. Sem a matéria inerte dar-se-ia o mesmo com o espírito inteligente. Mesmo o instrumento mais perfeito seria como se não existisse, caso não houvesse alguém para dele se servir.

O mais hábil operário e o sábio da mais elevada ordem seriam tão impotentes quanto o mais completo idiota, se não tivessem instrumentos para desenvolver a sua ciência e fazê-la manifestar-se.

Eis aqui o momento e o lugar de fazer notar que o instrumento material não consiste somente na plaina do marceneiro, no cinzel do escultor, na paleta do pintor, no escalpelo do cirurgião, no compasso ou na luneta do astrônomo; consiste também na mão, na língua, nos olhos, no cérebro, numa palavra, na reunião de todos os órgãos materiais necessários à manifestação do pensamento, o que naturalmente implica a denominação de instrumento passivo à própria matéria sobre a qual a inteligência opera, por meio do instrumento propriamente dito. É assim que uma mesa, uma casa e um quadro, considerados nos elementos que os compõem, não são menos instrumentos que a serra, a plaina, o esquadro, a colher de pedreiro e o pincel que os produziram, que a mão e os olhos que os dirigiram; enfim, que o cérebro que presidiu a essa direção. Ora, tudo isto, inclusive o cérebro, foi o instrumento complexo de que se serviu a inteligência para manifestar o seu pensamento, sua vontade, que era produzir uma forma, e essa forma ou era uma mesa, ou uma casa, ou um quadro,etc.

Inerte por natureza, disforme por essência, a matéria não adquire propriedades úteis senão pela forma que se lhe imprime, o que levou um célebre fisiologista a dizer que a forma era mais necessária que a matéria, proposição talvez um tanto paradoxal, mas que prova a superioridade do papel desempenhado pela forma nas modificações da matéria. É conforme essa lei que o próprio Deus, se assim me posso exprimir, dispôs e modificou incessantemente os mundos e as criaturas que os habitam, de acordo com as formas que melhor convêm aos seus propósitos para a harmonização do Universo. E é sempre segundo essa mesma lei que as criaturas inteligentes, agindo incessantemente sobre a matéria, como o próprio Deus, mas secundariamente, concorrem para a sua transformação contínua, transformação em que cada grau, cada estágio é um passo no progresso, ao mesmo tempo que manifestação da inteligência que lhe deu origem.

É desse modo que tudo na criação está em movimento e sempre em progresso; que a missão da criatura inteligente é ativar esse movimento no sentido do progresso, o que realiza muitas vezes mesmo sem o saber; que o papel da criatura material é obedecer a esse movimento e manifestar o progresso da criatura inteligente; que a Criação, enfim, considerada em seu conjunto ou em suas partes, realiza incessantemente os desígnios de Deus.

Quantas criaturas inteligentes (sem sair do nosso planeta) desempenham uma missão da qual estão longe de suspeitar! E confesso que, de minha parte, ainda há bem pouco tempo eu era desse número. Nem por isso me sentiria constrangido em deixar aqui algumas palavras sobre a minha própria história. Haverás de perdoar-me essa pequena digressão, que pode ter seu lado útil.

Educado na escola do dogma católico, não tendo desenvolvido a reflexão e o exame senão muito tarde, por muito tempo fui um crente fervoroso e cego; por certo não o esqueceste.

Mas sabes, também, que mais tarde caí no excesso contrário: da negação de certos princípios que minha razão não podia admitir, concluí pela negação absoluta. Sobretudo me revoltava o dogma da eternidade das penas. Eu não podia conciliar a idéia de um Deus, que me diziam infinitamente misericordioso,com a de um castigo perpétuo para uma falta passageira. O quadro do inferno, suas fornalhas, suas torturas materiais me parecia ridículo e uma paródia do Tártaro dos pagãos. Recapitulei minhas impressões de infância e lembrei-me de que, por ocasião da minha primeira comunhão, diziam-nos que não havia necessidade de orar pelos danados, porque isso de nada lhes serviria; aquele que não tivesse fé era votado às chamas, bastando uma dúvida sobre a infalibilidade da Igreja para se ser condenado às penas eternas; que o próprio bem que fizéssemos aqui não nos poderia salvar,
considerando-se que Deus colocava a fé acima das melhores ações humanas. Essa doutrina me tornara impiedoso, endurecendo-me o coração. Olhava os homens com desconfiança e, à mais leve falta,eu cria ver ao meu lado um condenado de quem devia fugir como da peste, e ao qual, em minha indignação, eu teria recusado um copo de água, dizendo-me a mim mesmo que Deus lhe recusaria ainda mais. Se ainda houvesse fogueiras, eu teria empurrado para elas todos os que não tivessem a fé ortodoxa, fosse ainda o meu próprio pai. Nesse estado de espírito eu não podia amar a Deus: tinha medo dele.

Mais tarde uma porção de circunstâncias demasiado longas para enumerar, vieram abrir-me os olhos e eu rejeitei os dogmas que não se conciliavam com a minha razão, porque ninguém me havia ensinado a pôr a moral acima da forma. Do fanatismo religioso caí no fanatismo da incredulidade, a exemplo de tantos companheiros de infância.

Não entrarei em detalhes, que nos levariam muito longe. Apenas acrescentarei que, depois de haver perdido durante quinze anos a doce ilusão da existência de um Deus infinitamente bom, poderoso e sábio, da existência e da imortalidade da alma, enfim hoje encontro de novo, não uma ilusão, mas uma certeza tão completa quanto à de minha existência atual, quanto a de te escrever neste momento.

Eis, meu amigo, o grande acontecimento de nossa época, o grande acontecimento que nos é dado ver realizar-se em nossos dias: a prova material da existência e da imortalidade da alma.

Voltemos ao fato; mas para te fazer melhor compreender o Espiritismo, vamos remontar à origem do homem, não nos detendo nesse assunto por muito tempo.

É evidente que os globos que povoam a imensidão não foram feitos unicamente tendo em vista a sua ornamentação. Têm também uma finalidade útil, ao lado da agradável: a de produzir e alimentar os seres vivos materiais, que são instrumentos apropriados e dóceis a essa multidão infinita de criaturas inteligentes que povoam o espaço e que são, definitivamente, a obra-prima, ou melhor, o objetivo da criação, pois que só elas têm a faculdade de conhecer, admirar e adorar o seu autor.

Cada um dos globos espalhados no espaço teve o seu começo, em relação à sua forma, num tempo mais ou menos recuado. Quanto à idade da matéria que o compõe, é um segredo que não nos importa aqui conhecer, uma vez que a forma é tudo para o objeto que nos ocupa. Com efeito, pouco nos importa que a matéria seja eterna, ou apenas de criação anterior à formação do astro, ou, finalmente, contemporânea a essa formação. O que é preciso saber é que o astro foi formado para ser habitado. Talvez não seja um despropósito acrescentar que essas formações não são feitas em um dia, como dizem as Escrituras; que um globo não sai repentinamente do nada já coberto de florestas, de prados e de habitantes, como Minerva saiu armada, dos pés à cabeça, da cabeça de Júpiter. Não; Deus procede, certamente, com mais lentidão; tudo segue uma lei lenta e progressiva, não porque Ele hesite ou tenha necessidade de lentidão, mas porque essas leis são assim e são imutáveis. Aliás, aquilo a que nós, seres efêmeros, chamamos lentidão, não o é para Deus, para quem o tempo nada representa.

Eis, pois, um globo em formação ou, se quiseres, já formado. Devem transcorrer ainda muitos séculos ou milhares de séculos antes que ele seja habitável, mas enfim chega o momento. Depois de modificações numerosas e sucessivas em sua superfície,pouco a pouco começa a se cobrir de vegetação (falo da Terra, não pretendendo fazer, a não ser por analogia, a história dos outros globos, cujo fim, evidentemente, é o mesmo, mas cujas modificações físicas podem variar). Ao lado da vegetação aparece a vida animal, uma e outra na sua maior simplicidade, pois sendo esses dois ramos do reino orgânico necessários um ao outro,fecundam-se mutuamente, alimentam-se reciprocamente, elaborando de comum acordo a matéria inorgânica, para torná-la cada vez mais apropriada à formação de seres sempre mais perfeitos, até que ela tenha atingido o ponto de poder produzir e alimentar o corpo que deve servir de habitação e de instrumento ao ser por excelência, isto é, ao ser intelectual que dele deve servirse; que, por assim dizer, o espera para manifestar-se, pois, sem ele,não poderia fazê-lo.

Eis que chegamos ao homem! Como se formou ele? Ainda aí não é o problema. Formou-se segundo a grande lei da formação dos seres, eis tudo. Pelo fato de não ser conhecida, essa
lei não deixa de existir. Como se formaram os primeiros exemplares de cada espécie de plantas? Os primeiros indivíduos de cada espécie de animal? Cada um deles se formou à sua maneira,segundo a mesma lei. O que é certo é que Deus não teve necessidade de se transformar em oleiro, nem de sujar as mãos no barro para formar o homem, nem de lhe arrancar uma costela para formar a mulher. Esta fábula, aparentemente absurda e ridícula,pode muito bem ser uma figura engenhosa, ocultando um sentido penetrável por Espíritos mais perspicazes que o meu; mas como disso nada entendo, vou me deter aqui.

Finalmente, eis o homem material habitando a Terra,ele próprio habitado por um ser imaterial, do qual é apenas o instrumento. Incapaz de algo por si mesmo, como a matéria em geral, não se torna apto para qualquer coisa senão pela inteligência que o anima; mas essa mesma inteligência, criatura imperfeita como tudo quanto é criatura, isto é, como tudo quanto não é Deus, tem necessidade de aperfeiçoar-se, e é precisamente em vista desse aperfeiçoamento que o corpo lhe foi dado, porquanto, sem a matéria, o Espírito não poderia manifestar-se, nem,conseqüentemente, melhorar-se, esclarecer-se e progredir, enfim.

Considerada coletivamente, a Humanidade é comparável ao indivíduo. Ignorante na infância, ela se esclarece à medida que os anos avançam, o que se explica naturalmente pelo mesmo estado de imperfeição em que se achavam os Espíritos, para cujo avanço a Humanidade foi feita. Mas quanto ao Espírito,considerado individualmente, não será numa única existência que poderá adquirir a soma de progresso que é chamado a realizar. Eis por que um número mais ou menos grande de existências corpóreas lhe são necessárias, conforme o emprego que tiver feito de cada uma delas. Quanto mais houver trabalhado para o seu adiantamento em cada existência, menos existências terá de suportar; e como cada existência corpórea é uma prova, uma expiação, um verdadeiro purgatório, tem interesse de progredir o mais rapidamente possível, a fim de sofrer menor número de provas, pois o Espírito não retrograda. Para ele cada progresso realizado é uma conquista assegurada, que não lhe poderá ser retirada. De acordo com esse princípio, hoje demonstrado, tornase evidente que ele alcançará mais cedo o objetivo, quanto mais depressa caminhar.

Resulta do que precede que cada um de nós não se acha, hoje, em nossa primeira existência corporal, por muito que nos encontremos distanciados da última, porque nossas existências primitivas devem ter-se passado em mundos muito inferiores à Terra, à qual só chegamos quando nosso Espírito alcançou um estado de perfeição compatível com esse astro. Do mesmo modo, à medida que progredimos passamos a mundos superiores, sob todos os aspectos muito mais adiantados que a Terra, e isso de degrau em degrau, avançando sempre para o melhor. Mas antes de deixar um globo, parece que nele passamos várias existências, cujo número, todavia, não é limitado, mas subordinado à soma de progresso que houvermos realizado.

Prevejo uma objeção em teus lábios. Dir-me-ás que tudo isto pode ser verdadeiro, mas como não me lembro de nada, o mesmo ocorrendo com os outros, tudo quanto se tiver passado em nossas precedentes existências é como se não se tivesse passado. E, se acontece o mesmo em cada nova existência, ao meu Espírito pouco importa ser imortal ou morrer com o corpo, se, conservando a sua individualidade, não tem consciência de sua identidade. Com efeito, para nós seria a mesma coisa, mas não é assim. Não perdemos a lembrança do passado senão durante a vida corporal, para readquiri-la com a morte, isto é, quando o Espírito despertar em sua verdadeira existência, a de Espírito livre, em relação à qual as existências corpóreas podem ser comparadas ao que o sono representa para o corpo.

Em que se tornam as almas dos mortos enquanto esperam uma nova reencarnação?

As que não deixam a Terra ficam errantes em sua superfície, vão sem dúvida aonde lhes apraz, ou, pelo menos, aonde podem, conforme o seu grau de adiantamento, mas, em geral,pouco se afastam dos vivos, principalmente daqueles a quem são afeiçoadas, quando têm afeição por alguém, a menos que lhes sejam impostos deveres a cumprir alhures. Estamos, pois, em todos os momentos, cercados por uma multidão de Espíritos conhecidos e desconhecidos, amigos e inimigos, que nos vêem, nos observam e nos ouvem; alguns participam de nossas penas, bem como de nossas alegrias; outros sofrem com os nossos prazeres ou gozam com as nossas dores, enquanto outros, finalmente, mostram-se indiferentes a tudo, exatamente como acontece na Terra, entre os mortais, cujas afeições, antipatias, vícios e virtudes são conservados no outro mundo. A diferença é que os bons desfrutam na outra vida de uma felicidade desconhecida na Terra, o que se compreende muito bem; não têm necessidades materiais a satisfazer, nem obstáculos do mesmo gênero a ultrapassar. Se viveram bem, isto é, se nada têm ou pouco têm a se censurar em sua última existência corporal, gozam em paz o testemunho de sua consciência e do bem que fizeram. Se viveram mal, se foram maus, como lá estão a descoberto não podem mais dissimular sob o envoltório material, sofrendo a presença daqueles a quem ofenderam, desprezaram e oprimiram, bem como a impossibilidade, em que se encontram, de subtrair-se aos olhares de todos. Sofrem, finalmente, pelo remorso que os corrói, até que o arrependimento os venha aliviar, o que acontece mais cedo ou mais tarde, ou que uma nova encarnação os afaste, não às vistas de outros Espíritos, mas às próprias vistas, tirando-lhes
momentaneamente a consciência de sua identidade. Desse modo,perdendo a lembrança do passado, sentem-se aliviados. Mas também é, para eles, o momento em que começa uma nova prova. Se dela tiverem a sorte de sair melhorados, gozarão o progresso realizado; se não se melhorarem, reencontrarão os mesmos tormentos, até que, finalmente, se arrependam ou aproveitem uma nova existência.

Há um outro gênero de sofrimento: o experimentado pelos piores e mais perversos Espíritos. Inacessíveis à vergonha e ao remorso, estes não sent em os seus tormentos, embora seus sofrimentos sejam ainda mais vivos, porquanto, sempre inclinados ao mal, mas impotentes para o fazer, sofrem de inveja ao ver os outros mais felizes ou melhores que eles próprios, ao mesmo tempo sofrendo a raiva de não poderem saciar o seu ódio e entregar-se a todas as suas más inclinações. Oh! estes sofrem muito, mas, como te disse, sofrerão apenas enquanto não se melhorarem,ou, em outros termos, até o dia em que melhorarem. Muitas vezes não prevêem esse termo; são tão maus, tão enceguecidos pelo mal,que não suspeitam a existência, ou a possibilidade da existência de um melhor estado de coisas, não imaginando, conseqüentemente,que seu sofrimento deve acabar um dia. É isso que os torna
insensíveis ao mal e lhes agrava os tormentos. Como, porém, nem sempre podem fugir à sorte comum que Deus reserva, sem exceção, a todas as criaturas, chega finalmente um momento em que lhes é preciso seguir a rota ordinária; algumas vezes esse dia está mais próximo do que se poderia supor ao observar a sua perversidade. Foram vistos alguns que se converteram subitamente, e de repente seus sofrimentos cessaram; entretanto, ainda lhes restam rudes provas a suportar na Terra, em sua próxima encarnação. É preciso que se depurem, expiando as próprias faltas,e isto, definitivamente, é mais que justo; pelo menos não temem mais a perda do progresso realizado, pois não podem retroceder. Eis aí, meu amigo, da mais clara e sucinta maneira, a exposição da filosofia do Espiritismo, tal qual me era possível fazêlo numa carta. Dela encontrarás desenvolvimentos mais completos,até este momento, e os mais satisfatórios, em O Livro dos Espíritos, fonte onde bebi aquilo que me fez o que sou.

Passemos agora à prática.

(Conclusão no próximo número)

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