“ Não abandones o
teu grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da
inteligência e do sentimento, mas não te esqueça do trabalho pequenino,
dia a dia”. ( Emmanuel, no livro “ Fonte Viva”, item 64, psicografia de
Francisco C. Xavier).
Geralmente sonha a criatura humana com a realização de grandes
empreendimentos, idealizando projetos de longo alcance ou mentalizando
obras expressivas.
Toda iniciativa que visa a prosperidade e o progresso humano é,
sem dúvida, uma louvável decisão, pois que busca o homem, com
insistência, encontrar um oásis de pais e serenidade, no entanto, em
circunstância alguma podemos olvidar as pequenas tarefas que compõem o
nosso cotidiano.
A maior estrada do mundo foi construída metro a metro, o mais
alto edifício do planeta foi edificado tijolo por tijolo e a floresta
mais extensa nasceu de semente em semente. Concluamos, então, que o
muito que pretendemos realizar, em verdade, é a somatória de pouco em
pouco.
Sabendo disso, não esqueçamos das tarefas diárias que nos esperam em todos os quadrantes da vida.
No âmbito do lar, pequenos serviços são indispensáveis; limpar a
casa, cuidar da roupa, manter a higiene, e outros, são imprescindíveis;
agir com educação, falar com serenidade, ordenar com respeito, exigir
com tolerância, conviver com dignidade e em todas as ocasiões
posicionar-se com responsabilidade.
No contexto da vida social saber sempre até onde vai o nosso
direito e precisar, com segurança, onde começa o direito do outro, pois
como nunca gostamos que interfiram no que é nosso, por certo, o nosso
irmão também não ficará satisfeito se invadirmos o que é dele.
Com respeito ao trabalho profissional é obrigação que
trabalhemos, dentro das propostas traçadas, para que façamos jus ao
nosso salário, pois é correto e justo que alguém pague por um serviço,
mas não é menos justo e digno que o serviço seja feito de conformidade
com o planejado.
Na vida social temos direito ao lazer e ao entretenimento, nas
bases da ordem e do equilíbrio, para que a nossa alegria e
contentamento, não se caracterize como preocupação e incomodo aos que
seguem ao nosso lado.
No campo da beneficência, lembremos sempre que um copo de leite
ou pedaço de pão alivia a fome e a aflição de uma criança, que uma
roupa usada ou um calçado oferece um pouco de conforto ao transeunte da
rua, que uma palavra amiga ou gesto de carinho e sensibilidade mantém a
esperança no coração de um desesperado e que uma prece nascida do fundo
do coração consegue apontar um norte, quando estamos em momentos de
incertezas e dúvidas.
Assim, não desprezemos nossos sonhos e projetos visando a
construção de grandes empreitadas, seja em qualquer campo de ação, pois
toda tentativa de melhorar as condições de vida, no contexto humano,
sempre merecerá aplauso, mas a realização do serviço diário é tarefa
inadiável.
Pensemos, sim, no muito, mas sem esquecer que de pouco em pouco
avançaremos na senda do progresso físico, mental e espiritual.
Se não podemos, agora, apagar um incêndio que irrompe ao nosso
redor, que pelo menos joguemos nele alguns baldes de água, até chegada
dos mecanismos técnicos para a solução do problema.
Onde nos encontramos, façamos a nossa parte, com tarefas grandes
ou pequenas, mas façamos, sem a preocupação se os outros estão algo
fazendo, pois o que importa mesmo e estar de consciência tranqüila
quanto ao cumprimento dos nossos deveres. Pensemos nisso.
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