Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB -
1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de
Divaldo Pereira Franco
A015 – Cap. 3 – Técnica de Obsessão – Segunda Parte
3 - Técnica de obsessão
Convidando Dona Rosa,
o Instrutor devolveu-lhe a filha anestesiada e em son reparador. Ambrósio foi
chamado a reconduzir o grupo ao lar da família Soares, para onde foram levadas,
pelo Assistente e um auxiliar, a matrona e as duas filhas.
O serviço espiritual,
porém, continuou o seu curso normal.
Em seguida à
altercação entre os dois antagonistas do pretérito, Saturnino conseguiu
sensibilizar Guilherme que, então, relatou as experiências que deveriam
culminar naquela noite de modo inverso ao que acontecia. Narrou, então, que há
mais de quinze anos se sentia ligado ao Sr. Mateus, o antigo verdugo por quem
nutria desconhecida aversão, dispondo-se a segui-lo. Transferiu-se, por fixa,
para o lar da família Soares, participando do grupo de Entidades irresponsáveis
que ali faziam morada. Particular e inconscientemente vinculado ao responsável
pelo clã, lentamente conseguiu infiltrar nele reminiscências amargas que o
faziam fugir do lar para render-se cada vez mais à jogatina, procurando fugir.
Mariana nascera havia pouco, quando o reencontrara, e, embora não soubesse ser
ela Aldegundes, foi dominado por incoercível antipatia.
O seu horror pelo Sr.
Mateus era, também, inconsciente, pois ignorava o processo do retorno ao corpo,
em que este se ocultava. Vivendo em conúbio com outros sicários do grupo
familiar, cedo fez amizade com terrível obsessor ligado a Marta, a filha mais
velha da família, que se dedicava a incursões nos redutos sombrios da Magia
negra, e, informando-a dos seus propósitos, foi aclarado do impositivo da
Reencarnação, por cujo meio se assegurou de estar no rastro dos inimigos.
Veio-lhe, então, o desejo de os matar de imediato. Informado da Idéia, o
Inspirador de Marta sugeriu-lhe travar contacto com o Dr. Teofrastus para que
este examinasse o seu problema e, de acordo com os interesses que lhe
despertassem, tomá-lo ou não sob a sua responsabilidade.
Segundo o informante,
o Dr. Teofrastus fora insigne mago grego, quando na Terra, residente em França,
queimado pela Inquisição por volta do ano de 1470, em Ruão, após perseguição
impiedosa e nefanda. Profundo conhecedor, mesmo quando encarnado, de algumas
das leis do Mundo Espiritual, deixou-se consumir pelo ódio aos seus algozes;
logo que desencarnou, estreitou laços com terríveis vingadores do Além, a ele
já vinculados pelas suas práticas necromânticas e reuniões de sabat, todas elas
feitas sob inspiração de Mentes vigorosas e infelizes da Esfera Espiritual.
Logo se identificou, após a morte do corpo físico na fogueira, com aqueles
através dos quais mantinha o comércio psíquico, fez-se notado pela impiedade,
na sede tormentosa de vingança. Paulatinamente, conseguiu imantar-se a diversos
dos que a ele e a muitos outros puniram indebitamente, em inqualificável
intercâmbio espiritual obsessivo, do qual passou a locupletar-se. Portador de
mente tenaz, lobrigou através dos tempos supremacia no grupo em que vivia,
passando à condição de Chefe...
Residindo,
esclareceu, então, Guilherme, em estranho sítio, nas regiões inferiores do
Planeta, comanda com outros sicários, há mais de três séculos, hordas de
Entidades ferozes, responsáveis muitas delas por processoS obsessivos e
calamitosos de longo curso, entre as criaturas humanas que se deixaram vencer
pelas urdiduras das suas mentes atormentadoras.
Muitos dos que se
rebelam periodicamente têm experimentado punições severas sob suas tenazes
mentais, produzindo neles transformações perispirituais soezes, em apavorantes
processos de zoantropia, por hipnose anestesiante nos centros profundos da
alma, tais como hipontropia, licantropia, etc.
Verdadeiro demônio se
acredita senhor de vasta Região Trevosa, onde impera como autocrata acerbo.
Depois de alguns dias
de expectativa, nos quais aguardava a decisão da Entidade, continuava o relato
do ex-neerlandês, foi conduzido à presença do Chefe. Ouvido atenciosamente pelo
antigo Mago, este se propôs examinar o problema, marcando data propícia para nova
entrevista, o que ocorreu uma semana depois. Nessa oportunidade, o insidioso e
singular monarca falou-lhe da sua desencarnação como suicida, aclarando-lhe
hórridas inquietações, minuciando-lhe os processos de desencarnação e
reencarnação, de modo a inteirá-lo do que ocorrera com os seus verdugos do
passado, então revestidos de novo corpo...
Elucidado por
Guilherme de que desejava um desforço imediato, que traduzisse todo o seu
amargor, explicou-lhe, então, que a melhor maneira de se vingar seria realizada
através do tempo, pelo processo lento da obsessão contínua em ambos os cômpares
da tragédia passada, induzindo-os ao suicídio para aumentar-lhes a aflição, no
momento próprio...
Vinculando-se, desde
logo e espontaneamente, aos comandados pelo Dr. Teofrastus, dele recebia
orientação segura e constante, conseguindo fartar-se das emanações vampirizadas
provenientes da jovem obsessa que começara a subjugar, enquanto e
simultaneamente alucinava o amadurecido genitor, ora alquebrado.
Compreendendo chegado
o momento do golpe decisivo, o Dr. Teofrastus orientara-o para provocar cenas
de atritos constantes entre pai e filha, de modo a que esta em momento de
desespero se evadisse do lar, buscando no namorado leviano e irresponsável o
falso amparo de que se sentiria carecente. Nessa circunstância, então, ele se
reencarnaria através de Mariana, voltando ao lar dos Soares na condição de neto
do Sr. Mateus, a fim de matá-lo lentamente, em longo recurso de impiedosa
vindita, conforme instruído. Isto lhe seria fácil, evidentemente, pela hipnose
na moça que se encontrava capacitado de produzir, como intentara, logrando
êxito, no primeiro .......
Consecutivamente,
como relembrasse todos os lances do programa infeliz que acalentava havia
tantos anos, Guilherme apresentava-se transtornado pelas dores das evocações
sombrias e pela imensa frustração dos planos elaborados com tanto esmero.
Embora intervindo, de
quando em quando, de modo a estimulá-lo na narrativa, Saturnino animava-o com
palavras generosas, a fim de que nos inteirássemos de uma dentre as inúmeras
técnicas da obsessão e dos recursos utilizáveis para a vingança, pelos
desencarnados, encetando, então, conversação mais amena com o perseguidor de
Mariana, que parecia alquebrado, vencido, sob o influxo magnético do Instrutor
e os passes aplicados com carinho por Ambrósio.
Conduzido ao sono,
Guilherme foi afastado do recinto por zelosos cooperadores desencarnados e a
reunião foi dada por encerrada, após comovedora oração proferida pelo
Instrutor.
Petitinga, o médium Morais
e nós, fomos conduzidos de volta ao lar, enquanto a Alva desenhava sobre as
sombras fugidias da noite os primeiros contornos da natureza preparando-se para
o festival do Dia.
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1 –
Guilherme, mesmo desencarnado, desconhecia a possibilidade de reencarnação. Não
obstante, experimentava intensa repulsa a Mateus e Mariana. Por quê? E qual a
consequência silenciosa que Mateus sofria com a presença de Alexandre em sua
casa?
2 – Quem era
Dr. Teofratus?
3 – Qual era
o plano de Dr. Teofratus e Alexandre sobre a família Soares?
Bom estudo a
todos!!
Equipe Manoel
Philomeno
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