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EESE – Cap. XXI – Itens 5 a 7
Tema: Prodígios dos falsos profetas
Não creais em todos os Espíritos
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EESE – Cap. XXI – Itens 5 a 7
Tema: Prodígios dos falsos profetas
Não creais em todos os Espíritos
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A - Texto de
Apoio:
Prodígios dos
falsos profetas
5. "Levantar-se-ão falsos Cristos
e falsos profetas, que farão grandes prodígios e coisas de espantar, a ponto de
seduzirem os próprios escolhidos." Estas palavras dão o verdadeiro sentido
do termo prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são
fenômenos excepcionais, fora das leis da Natureza. Sendo estas, exclusivamente, obra
de Deus, pode ele, sem dúvida, derrogá-las, se lhe apraz; o simples bom senso,
porém, diz que não é possível haja ele dado a seres inferiores e perversos um
poder igual ao seu, nem, ainda menos, o direito de desfazer o que ele tenha
feito. Semelhante princípio não no pode Jesus ter consagrado. Se, portanto, de
acordo com o sentido que se atribui a essas palavras, o Espírito do mal tem o
poder de fazer prodígios tais que os próprios escolhidos se deixem enganar, o
resultado seria que, podendo fazer o que Deus faz, os prodígios e os milagres
não são privilégio exclusivo dos enviados de Deus e nada provam, pois que nada
distingue os milagres dos santos dos milagres do demônio. Necessário, então, se
torna procurar um sentido mais racional para aquelas palavras.
Para o vulgo ignorante, todo fenômeno
cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso; uma
vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito extraordinário
que pareça, mais não é do que aplicação de urna lei da Natureza. Assim, o
círculo dos fatos sobrenaturais se restringe à medida que o da Ciência se
alarga. Em todos os tempos, homens houve que exploraram, em proveito de suas
ambições, de seus interesses e do seu anseio de dominação, certos conhecimentos
que possuíam, a fim de alcançarem o prestígio de um pseudo poder sobre-humano,
ou de Lima pretendida missão divina. São esses os falsos Cristos e falsos
profetas. A difusão das luzes lhes aniquila o crédito, donde resulta que o
número deles diminui à proporção que os homens se esclarecem. O fato de operar
o que certas pessoas consideram prodígios não constitui, pois, sinal de uma
missão divina, visto que pode resultar de conhecimento cuja aquisição está ao
alcance de qualquer um, ou de faculdades orgânicas especiais, que o mais
indigno não se acha inibido de possuir, tanto quanto o mais digno. O verdadeiro
profeta se reconhece por mais sérios caracteres e exclusivamente morais.
6. Meus bem-amados, não
creais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus,
porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (S.
JOÃO, Epístola 1ª, cap. IV, v. 1.)
7. Os fenômenos espíritas, longe de
abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas, como a algumas
pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao Espiritismo
prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os não opera. Do
mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia revelaram as leis
do inundo material, ele revela outras leis desconhecidas, as que regem as
relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual, leis que, tanto quanto
aquelas outras da Ciência, são leis da Natureza. Facultando a explicação de
certa ordem de fenômenos incompreendidos até o presente, ele destrói o que
ainda restava do domínio do maravilhoso. Quem, portanto, se sentisse tentado a
lhe explorar em proveito próprio os fenômenos, fazendo-se passar por messias de
Deus, não conseguiria abusar por muito tempo da credulidade alheia e seria logo
desmascarado. Aliás, como já se tem dito, tais fenômenos, por si sós, nada
provam: a missão se prova por efeitos morais, o que não é dado a qualquer um
produzir. Esse um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita;
pesquisando a causa de certos fenômenos, de sobre muitos mistérios levanta ela
o véu. Só os que preferem a obscuridade à luz, têm interesse em combatê-la;
mas, a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros.
O Espiritismo revela outra categoria
bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não
entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores,
hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a
erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem,
facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias. Antes que se
conhecessem as relações mediúnicas, eles atuavam de maneira menos ostensiva,
pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, audiente ou falante. É
considerável o número dos que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nestes
últimos tempos, se hão apresentado como alguns dos antigos profetas, como o
Cristo, como Maria, sua mãe, e até como Deus. S. João adverte contra eles os
homens, dizendo: "Meus bem-amados, não acrediteis em todo Espírito; mas,
experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se
tem levantado no mundo." O Espiritismo nos faculta os meios de
experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons
Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais (1). É a
maneira de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente,
podem aplicar-se estas palavras de Jesus: "Pelo fruto é que se reconhece a
qualidade da árvore; uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore
má não os pode produzir bons." Julgam-se os Espíritos pela qualidade de
suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos.
(1) Ver, sobre a
maneira de se distinguirem os Espíritos: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap.
XXIV e seguintes.
B -
Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - O que são os prodígios?
2 - De que maneira podemos distinguir
os bons dos maus espíritos?
3 - Extraia do texto acima a frase ou
parágrafo que mais gostou e justifique.
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