sábado, 30 de junho de 2018

Livro em estudo: Grilhões Partidos - B027 – Capítulo 17 – Doutrinação e Surpresas, Primeira parte


Livro em estudo: Grilhões Partidos – Editora LEAL - 1974
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

B027 – Capítulo 17 – Doutrinação e Surpresas, Primeira parte

Capítulo 17
Doutrinação e Surpresas

2º “Pelo fluído dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito” “A GÊNESE” — Capítulo 14º — Item 33.
Cada processo obsessivo, face aos fatores que o motivam, tem características especiais, embora genericamente sejam semelhantes. Há que se levar em conta as resistências morais do paciente, os hábitos salutares ou desregrados a que se submeteu, os títulos de enobrecimento ou vulgaridade que coletou, facultando-lhe recursos atenuantes ou agravantes à condição aflitiva.
Normalmente, alem dos implicados na demanda, Entidades ociosas ou perversas agrupam-se em volta do encarnado em desajuste, complicando-lhe a alienação. Quando se trata de Espíritos sequiosos de vingança e possuidores de largos recursos de concentração mental maléfica, fazem-se temidos até mesmo pelos que se lhes assemelham, batendo-os em retirada. Na generalidade, porém, o obsesso experimenta a constrição do seu perseguidor e a perturbação dos que lhe são afins ao problema por sintonia vibratória compreensível.
Iniciada a terapêutica desobsessiva de Ester, com o afastamento do seu algoz para a competente doutrinação, além dos efeitos diretos e colaterais da trama insidiosa, por ajustamentos cármicos, não podia a mesma apresentar-se de inopino restabelecida. Comensais da desordem e viciados desencarnados, que seriam atendidos em momento próprio, prosseguiam assediando-a... Além disso, a engrenagem mental demoradamente prejudicada pela interferência dos fluídos persistentes, deletérios, exigia tempo e tratamento especial para a reorganização. De qualquer forma, a poderosa carga de ódio que a molestava, contristora, diminuía de intensidade, graças à impossibilidade de mais direta influenciação do inimigo desalmado. Não se interromperam, porém, “in totum,” os vínculos que os estreitavam no programa regenerador.
Quando o Comunicante despertou da indução hipnótica e da assimilação dos fluídos, incontinente desejou ir ao Manicômio para a hospedagem psíquica vampirizadora. Assistido pelos dois Enfermeiros Espirituais destacados para o mister, para ele invisíveis, foi reconduzido ao sono, através de cuja terapia se reequilibrava emocionalmente, enquanto se aguardava o próximo serviço socorrista.
Não se pode amar a Deus sem que se sirva com abnegação ao próximo. Da mesma forma, qualquer incursão para ajudar o perturbado, sem a caridade para com o perturbador, redundaria improfícua senão perniciosa. Justo atender aos contendores sem preferencialismos, porqüanto, enfrentando o mesmo problema, ambos são desditosos. E o que aflige é sempre mais desventurado, em se considerando a ingestão do ódio que o desvaira hoje como o inapelável resgate que defrontará amanhã. Piedade, portanto, também, para os que infelicitam, perseguem, atormentam — não sabem o que fazem!
Seguindo a programação traçada para o problema em tela, no dia estabelecido para o novo serviço de assistência, os membros que constituíam o grupo especializado reuniram-se no Centro Espírita, como da vez anterior, conscientes da própria responsabilidade.
Podia-se notar-lhes a satisfação íntima transparente no semblante de todos, exteriorizando otimismo e confiança nos desígnios superiores como inalterável submissão aos resultados buscados, fossem quais fossem.
Procedida à leitura de uma página consoladora e entretecidos leves, agradáveis comentários sobre o texto, foi feita a prece de abertura, que dava início ao intercâmbio entre as duas esferas da vida.
Como fôra providenciado da vez anterior, o enfermo desencarnado foi trazido adredemente e, desde a véspera, quando o médium Joel, em desdobramento pelo sono, foi conduzido àquele recinto, cuidou-se da sua pré imantação fluídica para o ministério em pauta. Com esse recurso valioso, procedia-se a um cuidado propiciatório a mais amplos e frutíferos resultados.
O caroável Bezerra, humilde e diligente, aprestara-se às providências indispensáveis. Ele próprio, profundo conhecedor das enfermidades obsessivas desde quando na roupagem carnal atendera a dezenas de subjugados e obsessos inúmeros, que lhe exigiram expressivas doações de paciência, sabedoria e amor, mediante cujos valores sempre colimava êxito nos tentames socorristas. Afeiçoado aos equivocados, por saber o que os aguardava, zelava pela enfermagem da noite destinada ao implacável antagonista de Ester, com o carinho de extremoso pai, sem, no entanto, os receios, o pieguismo ou a ansiedade dos que se demoram em estágio de infância espiritual.
Todas as atividades eram exercidas com extremada ordem, em esfera psíquica de salutar harmonia.
Tomando a instrumentação mediúnica de Rosângela, que manipulava com habilidade e delicadeza, após a saudação evangélica, expôs, compassivo:
— Aqui estamos sob a égide de Jesus para ajudar, pura e simplesmente.
Candidatamo-nos a socorrer sem maiores ambições, pois que os resultados pertencem sempre ao Senhor, a Quem doamos, também, nossas vidas..
Desse modo, recordemos o Mestre em Gadara ou Gerasa diante do obsidiado em desvalimento: nenhuma exprobração, nenhuma violência, vulgaridade alguma, sem acusação nem reproche. Examinou o drama de dor e sombra que os envolvia, auscultou os receios do perseguidor e as necessidades do perseguido, a ambos libertando, conforme suas condições interiores...
Calmo e íntegro, superior e amoroso, infundiu respeito, concedeu oportunidade liberativa, amparou.
Não desvalorizemos as excelentes possibilidades que Ele nos coloca ao alcance: oração, paciência, caridade... Permeando-nos desses poderes, serão dispensáveis a discussão, a agitação, a ofensa humilhante, a dura verdade para dobrar.
Ninguém está lutando contra outrem a perseguir a própria vitória.
Estamos exercitando vivência cristã fraternal e caridosa para com nós mesmos, através do auxílio ao próximo.”
Depois de breve silêncio, a fim de que todos pudéssemos absorver o tônico das suas palavras, obtemperou, concluindo:
— O irmão em tratamento representa o nosso passado, o que já fomos, e o porvir dos invigilantes, que ainda hoje não despertaram para as responsabilidades que lhes dizem respeito.
Atendido como irmão, que não o seja apenas verbalmente, recebendo o afável tratamento que lhe devemos dispensar.
Oremos e prossigamos!”
O milagre da palavra oportuna concitava-nos a refletir no conteúdo do verbete “irmão”, fácil de enunciar, difícil de, aplicando-o ao próximo, tê-lo em condição que tal.
Meditando nos conceitos expostos, verificávamos, mais uma vez, que o rude e frio, indigitado e agressivo adversário da débil moçoila e de seus pais, era somente o irmão doente da retaguarda, carecente de socorro quanto suas próprias vítimas atribuladas...
Dirigi o olhar aos genitores da obsidiada e ouvi-lhes o pensamento em prece contrita, a emoção em forma de lágrimas, o sentimento extravasando compaixão. por aquele que os martirizava, é certo, todavia, se convertera no motivo precioso do seu encontro com Jesus.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Manoel Philomeno afirma que, de modo geral, em uma obsessão, se se encontra uma entidade procurando vingança, há também outras que se aproveitam das condições fluídicas inferiores para parasitarem a obsessa. Como era a situação de Ester? Poder-se-ia esperar uma recuperação imediata?

2 – O benfeitor Bezerra, no início dos trabalhos de nova reunião mediúnica, traz uma importante reflexão sobre nossa postura perante os obsessores. Que postura é essa? E por que a atitude de reprovação e acusação às entidades obsessoras não colabora para a solução da enfermidade espiritual?

Bom estudo a todos!!
Equipe Manoel Philomeno

Nenhum comentário:

Postar um comentário