sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Trocando ideia

Oi, Galera. Beleza aí?
Pegamos no Portal da Mocidade Espírita (http://mocidade.ocentroespirita.com), em um capítulo de estudos, algumas perguntas feitas em material de apoio do Instituto do Jovem, Editora Auta de Souza, e achamos bem legal coloca-las aqui para saber a opinião de vocês.
Responda sobre todas ou fale sobre uma, a gente te aguarda por aqui.
Abraços e beijos

 Ser Jovem

1) O que caracteriza a Juventude?
2) Que é Deus?
3) Quem é o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra?
4) Quais são os princípios básicos do Espiritismo?
5) Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
6) Os Espíritos influenciam os nossos pensamentos e atos?
7) O que é mediunidade?
8) Qual a finalidade da vida?
9) O que os Espíritos nos falam sobre o aborto?
10) O que leva os jovens aos vícios?
11) Você sabe como realizar o culto do evangelho no lar?
12) Qual a importância do conhecimento de si mesmo?

Artigo - O Jovem e o Espiritismo

O Jovem e o Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório
RESUMO: 1. Introdução. 2. Infância e Juventude de Acordo com a Psicologia e Ciências Afins: 2.1. Infância; 2.2. Juventude: a) Adolescência Biológica; b) Adolescência Psicológica; 2.3. O Jovem-Adulto. 3. Infância e Juventude de Acordo com a Doutrina Espírita. 4. Desenvolvimento Integral da Personalidade. 5. O Jovem no Centro Espírita. 6. Mensagem aos Jovens. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O nosso propósito é obter conhecimentos sobre as tendências da mentalidade juvenil, no sentido de melhor encaminhar o jovem para a potencialização de sua dimensão social e espiritual, não só dentro de uma Casa Espírita, mas também no lar e na sociedade.
2. INFÂNCIA E JUVENTUDE DE ACORDO COM A PSICOLOGIA E CIÊNCIAS AFINS
2.1. INFÂNCIA
A infância é uma longa fase de preparação e de elaboração da personalidade. Contrariamente aos animais, o bebê da raça humana possui poucas capacidades inatas. Nos primeiros meses a criança não percebe ainda as formas precisas dos seres, nem as distâncias das coisas, nem as cores diversificadas, nem a configuração das pessoas. Contudo, com o passar do tempo, vai adquirindo o poder de assimilar, de recriar, etapa por etapa, todas as conquistas da civilização.
Pode-se dizer que a mentalidade infantil caracteriza-se por:
a) egocentrismo (geral e não pejorativo);
b) ênfase ao concreto em contrapartida ao abstrato;
c) não possuidora do conhecimento de si mesmo, que o distingue dos outros;
d) nível baixo de atenção e de concentração;
e) desejo de permanecer num estado de despreocupada liberdade e ter uma vida ativa e aventureira. (Gauquelin, 1987)
2.2. JUVENTUDE
Na Conferência Internacional sobre a Juventude realizada em Grenoble (1964), a UNESCO estabeleceu o seguinte conceito de juventude: "O termo juventude designa um estado transitório, uma fase da vida humana de começo bem definido pelo aparecimento da puberdade; o final da juventude varia segundo os critérios e os pontos de vista que se adote para determinar se as pessoas são ‘jovens’. Por juventude entende-se não só uma fase da vida, mas também os indivíduos que pertencem aos grupos de idade definidos com jovens".
Na análise da juventude ou adolescência, distingue-se:
a) Adolescência Biológica
Numa etapa cujo início depende de fatores climáticos, começa uma série de fenômenos físico-químicos em algumas glândulas de secreção interna. Parece que a glândula que inicia todo o processo é a hipófise, especificamente a adeno-hipófise.
A adolescência biológica é um fenômeno comum a todas as espécies animais, com a diferença de que no homem dura muito mais. Além disso, na espécie humana, as motivações sexuais se acham mais desvinculadas da taxa sangüínea em hormônios sexuais.
b) Adolescência Psicológica
A adolescência psicológica, ao contrário, é imposta por fatores culturais. É em essência um período de adaptação às normas culturais de um grupo: precisamente naquele em que vive o adolescente. Por isso, entre os romanos a adolescência consistia no cursus honorum: aos 40 anos um homem podia aspirar a ser eleito cônsul, mas até lá era só adolescente. Entre os aborígenes australianos, a adolescência é antes, pois a cerimonia de iniciação da puberdade praticamente marca o fim da infância e converte o indivíduo em membro adulto do clã. Já na civilização ocidental o processo de "adultização" é muito mais longo; o homem só é adulto quando goza de absoluta independência econômica e conseguiu inclusive fundar um lar. (Dicionário de Ciências Sociais)
2.3. O JOVEM-ADULTO
Como o termo juventude pode expressar pessoas de 7 a 77 anos, seria melhor falar não de juventude, mas de jovem-adulto, ou seja, pessoas na faixa etária entre 14 e 24 anos. Mas mesmo aí este termo está embutido de ambigüidade. Por exemplo, um moço que exerce alguma atividade profissional aos 18 anos deve ser considerado jovem ou adulto? E aquele outro que, aos 23 anos, participa de uma atividade de reflexão, é jovem ou adulto? (Polis –Enciclopédia Verbo)
3. INFÂNCIA E JUVENTUDE DE ACORDO COM A DOUTRINA ESPÍRITA
A Doutrina Espírita, que tem a lei da Reencarnação como fundamento básico, esclarece-nos que um ente na fase infantil pode designar um Espírito velho, possuidor de muitas outras vivências. Por isso, a assertiva do Cristo de "Deixar vim a mim as criancinhas, por que delas é o reino de Deus", está centrada no período em que o Espírito passa num corpo infantil e não na idade do Espírito propriamente dito. As perguntas 379 a 385 de O Livro dos Espíritos , de Allan Kardec, esclarece esta questão.
Assim sendo, e de acordo com o Espírito Emmanuel, a educação da criança deve começar no ato da concepção. É justamente no momento em que o Espírito reencarnante está adentrando no mundo físico, que ele necessita das vibrações dos seus progenitores para dar continuidade à sua tarefa. No caso de haver divergências ou dívidas de outras vidas, o momento é ainda mais propício, porque como o corpo ainda é tênue, ele pode já ir assimilando as energias que irão modificar o seu temperamento e o seu caráter.
4. DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA PERSONALIDADE
Os psicólogos falam do desenvolvimento integral da personalidade humana. Acham que cada idade deve receber o alimento adequado em instrução e afeto. É como adubar uma planta: se lhe dermos muita água, podemos encharcá-la; se lhe dermos pouca, pode não crescer o suficiente. De modo que o meio termo é o ideal.
Nesse sentido, Pestalozzi, o mestre de Kardec, preconizava que a educação deve estar centrada no desenvolvimento integral "da mente, do coração e das mãos", ou seja, o raciocínio deve estar em equilíbrio com as emoções e o seu estado físico.
Espiritismo, que é o libertador de consciências, nada mais faz do que desenvolver a integralidade da personalidade humana, pois nos oferece as ferramentas necessárias para ligarmos os fatos presentes com os do passado e os do futuro. Sendo assim, um sofrimento atual, como a morte de uma criança, cuja explicação foge-nos do controle, pode ser encontrado numa encarnação passada.
5. JOVEM NO CENTRO ESPÍRITA
A cada dia mais jovens procuram uma Casa Espírita. É preciso que os mais velhos abram espaços para eles. Não como nós gostaríamos que fosse, mas da maneira como eles necessitam de se expressarem.
Os Cursos de Evangelização Infanto-juvenil, teatro e atividades sociais, como auxiliar em Chás Beneficentes e campanhas para arrecadação de alimentos são sempre estimuladoras de sua participação.
No Centro Espírita Ismael, como forma de lhes dar mais atividade, estamos criando um Rádio Interno, em que através deles, estaremos divulgando todo o manancial de informações aos nossos freqüentadores.
6. MENSAGEM AOS JOVENS
  • "Foge também aos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor." — Paulo (II Timóteo, 2, 22.)
  • Moderar as manifestações de excessivo entusiasmo, exercitando-se na ponderação quanto às lutas de cada dia, sem, contudo, deixar-se intoxicar pela circunspecção sistemática ou pela sombra do pessimismo.
    O Culto da temperança afasta o desequilíbrio.
    Anotar a extensão das suas forças, consultando sempre os corações mais amadurecidos no aprendizado terrestre, sobre as diretrizes e os passos fundamentais da própria existência, prevenindo-se contra prováveis desvios.
    Invigilância conservada, desastre certo.
    Guardar persistência e uniformidade nas atitudes, sem dispersar possibilidades em múltiplas tarefas simultâneas, para que não fiquem apenas parcialmente executadas.
    Inconstância e indisciplina são portas de frustração.
    Abster-se do mergulho inconsciente nas atividades de caráter festivo, evitando, outrossim, o egoísmo doméstico que inspire a deserção do trabalho de ordem geral.
    A imprudência constrói o desajuste, o desajuste cria o extremismo e o extremismo gera a perturbação.
    Apagar intenções estranhas aos deveres de humanidade e ao aperfeiçoamento moral de si mesmo.
    A insinceridade ilude, primeiramente, aquele que a promove.
    Buscar infatigavelmente equilíbrio e discernimento na sublimação das próprias tendências, consolidando maturidade e observação no veículo físico, desde os primeiros dais da mocidade, com vistas à vida perene da alma.
    Os compromissos assumidos pelo Espírito reencarnante têm começo no momento da concepção. (Xavier, 1981, cap. 2)
    7. CONCLUSÃO
    Saibamos cuidar bem dos valores morais de nossa juventude. São estes os fundamentos que irão moldar-lhes o caráter e a personalidade.
    8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    GAUQUELIN, M. e F. Dicionário de Psicologia. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1987.
    KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
    SILVA, B. (coord.) Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1986.
    XAVIER, F. C. Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1981.
    (Fonte: Ceismael)

    quinta-feira, 20 de outubro de 2016

    Richard Simonetti - VARIAÇÕES DE HUMOR

    VARIAÇÕES DE HUMOR 


    Richard Simonetti


    -Eu estava muito bem, saudável, animado...De repente, sem motivo palpável, caí na “fossa", uma angústia invencível, uma profunda sensação de infelicidade, como se a vida não tivesse mais graça...


    Queixas assim são frequentes nas pessoas que procuram o Centro Espírita. Nesse estado toma corpo, não raro, a ideia de que a morte é a solução.


    Conversávamos, certa feita, num hospital, com um rapaz que tentara o suicídio ingerindo substância tóxica. Socorrido a tempo, amargava sofrida recuperação.


    Tentamos definir o motivo de tão grave iniciativa:


    - Alguma desilusão sentimental?


    - Absolutamente. Não tenho namorada.


    - Problemas familiares?


    - Pelo contrário. Dou-me muito bem com meus pais e irmãos.


    - Perdeu o emprego?


    -Trabalho há anos na mesma firma. O patrão parece contente comigo.


    - Então, o que foi?


    - É que eu estava entediado de viver. Entrei em estado de tristeza e achei que seria melhor morrer.


    - Já se sentiu assim, anteriormente?


    - Sim, de vez em quando...


    ***
    Em psicologia o paciente poderia ser definido como ciclo tímico, alguém com temperamento sujeito a variações intensas de humor - alegria e tristeza, euforia e angústia, serenidade e tensão. Tem períodos de grande energia, confiança, exaltação, alternados com aflições. Muita disposição e iniciativas hoje; amanhã temores e inibições.

    Os períodos negativos podem prolongar-se, instalando a depressão, a exigir tratamento especializado na área da psiquiatria. Como ela se alterna com estados de euforia, em que o paciente parece totalmente recuperado, sem que nada tenha "depressão endógena", algo que tem sua origem nas tendências ocorrido para justificar a mudança de humor, emprega-se a expressão constitucionais herdadas, algo que faz parte da personalidade do indivíduo.


    Há uma retificação a fazer. A tendência à depressão é uma herança, realmente, não de nossos pais, mas de nós mesmos, porquanto as características fundamentais de nossa personalidade representam, essencialmente, a soma de nossas experiências em vidas pretéritas.


    O que fizemos no passado determina o que somos no presente. Poderíamos colocar em dúvida a justiça de Deus se assim não fosse, porquanto é inadmissível, além de não encontrar respaldo científico, a existência de uma herança psicológica embutida nos elementos genéticos.


    O que pesa sobre nossos ombros, favorecendo os estados depressivos, é a carga dos desvios cometidos, das tendências inferiores desenvolvidas, dos vícios mergulham tão fundo na angústia que parecem cultivar a volúpia do sofrimento, cultivados, do mal praticado. Há pessoas que, pressionadas por esse peso desajustes intermináveis. com o que comprometem a própria estabilidade física, favorecendo a evolução de  desajustes intermináveis.

    ***




    De certa forma somos todos ciclotímicos, temos variações de humor, sem que isso se constitua num estado mórbido: hoje em paz com a vida; amanhã brigados com a humanidade. Nas nuvens por algum tempo; depois na "fossa".



    E nem sempre, como ocorre com o paciente ciclotímico, há justificativa para essa alternância.
    Pelo contrário: frequentemente nosso humor opõe-se às circunstâncias, como o não obstante, experimenta períodos de angústia; no outro extremo, o doente indivíduo plenamente realizado no terreno afetivo, social e profissional que, preso ao leito, padecendo dores e incômodos, que tem momento de indefinível alegria e bem - estar.




    Essa ciclotímia guarda relação com os processos de influência espiritual. Estados depressivos podem originar-se da atuação de Espíritos perturbados e perturbadores, que consciente ou inconscientemente nos assediam. Popularmente emprega-se o termo "encosto" para esse envolvimento.




    Por outro lado, os estados de euforia, sem motivo aparente, resultam do contato com benfeitores espirituais que imprimem em nosso psiquismo algo de suas vibrações alentadoras.



    -Hoje estou em estado de graça. Acordei bem disposto, feliz , sem nenhum "grilo" na cabeça - diz alguém , sem saber que tal disposição é fruto de ajuda recebida no plano espiritual durante as horas de sono físico , favorecendo-lhe um "alto astral".



    ***

    Importante lembrar, também, o ambiente como fator de indução que pode precipitar estados de depressão, ou euforia.



    Num velório, onde os familiares do morto deixam-se dominar pelo desespero, em angústia extrema, marcada por gritos e choro convulsivo, muitas pessoas se sentirão deprimidas, porquanto os sentimentos negativos são tão contagiosos como uma gripe. Se não possuímos defesas espirituais tenderemos a assimilá-los com muita facilidade.




    Inversamente, comparecendo a uma reunião de cunho religioso, onde se cultua a prece, no empenho de comunhão com a Espiritualidade, ouvindo exortações relacionadas com a virtude e o bem, experimentaremos maravilhosa sensação de paz, como se houvéssemos ingerido milagroso elixir.




    Há outro aspecto muito interessante, abordado pelo Espírito François de Genève , no capítulo V ,
    de "O Evangelho Segundo o Espiritismo":




    "Sabeis porque, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que o vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia e vos julgais infelizes.

    "Crede-me, resisti com energia a essas impressões, que vos enfraquecem a vontade. São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não a busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que lê vos reserva, que vos mantém cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames na Terra, tendes que desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer vos confiou. Se, no curso desse degredo-provação , exonerando-vos dos vossos dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus encargos , sobre vós desabarem os cuidados , as inquietações e tribulações , ver-vos de novo entre eles, vos estenderão braços , a fim de guiar-vos a uma sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por região inacessível às aflições da Terra."


    ***
    Podemos concluir, em resumo, que a ciclotimia de nossa personalidade ocorre em função de pressões ambientes, de influências espirituais, do peso do passado e das saudades do além.

    E como superar as variações de humor, mantendo a serenidade e a paz em todas as situações?




    É evidente que não a faremos da noite para o dia, como quem opera um prodígio, mesmo porque isso envolve uma profunda mudança em nossa maneira de pensar e agir, o que pede o concurso do tempo.




    Considerando, entretanto, que influências boas ou más passam necessariamente pelos condutos de nosso pensamento, podemos começar com o esforço por disciplinarmos nossa mente, não nos permitindo ideais negativas.




    O apóstolo Paulo, orientando a comunidade cristã, em relação aos testemunhos necessários, ressalta bem isso, ao proclamar, na Epístola aos Filipenses (4:8):




    "Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento".



    (Página extraída da obra Espírita: “Uma Razão Para Viver")