quarta-feira, 6 de junho de 2012

Anotações: Fazer Bem Feito

Fazer bem feito



Devemos procurar a perfeição ao fazer cultura e para isso é necessário que essa busca de aperfeiçoamento comece em nosso íntimo.

1- Vocês acham que existe alguém perfeito?Quem?
2- O que é preciso para sermos quase perfeitos?
3- Um homem bom consegue mais ou menos coisas que o mal?
4- Um homem cheio de defeitos consegue fazer coisas quase perfeitas?


Idéia central – Todos têm objetivos de vida, que somente são alcançados com esforço e vontade. E esse esforço é preciso para obter maior habilidade e perfeição naquilo que é necessário para alcançar o objetivo. O jogador de futebol que compõe a seleção brasileira, por exemplo, com certeza se esforçou para tornar-se melhor a cada dia vencendo suas limitações.

A determinação é imprescindível porque não existe nenhum homem perfeito como Deus.Um homem perfeito conseguiria facilmente o almejado sem o mínimo dispêndio de força e luta.E como ser perfeito?

Um homem que deseja tornar-se quase perfeito, de acordo com Jesus Cristo, deve amar seus inimigos, fazer o bem àqueles que o odeia e orar por aqueles que o perseguem.Portanto, a essência da perfeição é a caridade (benevolência, compaixão,tolerância, perdão).

Será que é possível ser perfeito? Talvez o ser humano consiga ser quase perfeito, que é uma condição extremamente favorável, a qual leva o homem a conseguir muitas coisas em sua vida terrena. Nessa assertiva entra também a lei da ação e reação. Todas as nossas ações têm um retorno de acordo com o nosso merecimento.

Um homem que ama seus inimigos,faz o bem àqueles que o odeia e ora por quem o perseguem tem algumas virtudes, as quais serão analisadas a seguir.

Cap.XVII do Evangelho segundo espiritismo.

Virtudes segundo Aristóteles

Existe duas espécies de virtude, a moral e a intelectual. A moral adquirisse com o hábito e a intelectual com o estudo.

O ideal para aflorar nossas virtudes é sermos o meio-termo, nada em excesso ou deficiência.Por exemplo: devemos praticar exercícios físicos para termos boa saúde, porém nas suas devidas proporções, já que o excesso pode prejudicar o corpo.

Toda a virtude faz com que a função de determinada coisa seja bem desempenhada, e entende-se por virtude tb a disposição que torna o homem bom.

E para desempenhar bem as funções e ser bom, ou seja , para ter virtudes o homem não deve cometer excessos e nem faltas, deve procurar o meio-termo. O excesso e a falta são características do vicio, e a mediana da virtude.

E para conseguir chegar nesse meio-termo, o homem deve procurar sentir prazer e sofrimento, no momento certo, com as pessoas certas, e de maneira certa. É relevante dizer que o mal pertence à classe do ilimitado e o bem do limitado

Mas nem toda ação ou paixão admite o meio-termo, como a maldade, o despeito(desconsideração ou desgosto por ofensa),despudor(falta de pudor, que é o sentimento de vergonha pelo que pode ferir a decência ou a honestidade), a inveja, o no âmbito das ações o adultério, o roubo, o assassinato.

Nas ações injustas não existem meio-termo, falta e excesso.

É muito importante lembrar que a honra é a finalidade de todas as virtudes.

TIPOS DE VIRTUDES

MEDO OU COVARDIA x TEMERIDADE
Meio-termo=CORAGEM

Ter medo de algumas coisas é normal, como da desonra, da pobreza, da doença, falta de amigos, morte. As pessoas, por exemplo, que temem a desonra são boas e recatadas.

Os corajosos não temem uma morte honrosa, mas não é em todas as situações que a morte da margens para que a coragem se manifeste, por exemplo em um naufrágio ou no caso de doenças. A coragem é nobre e seu fim também é nobre.

O covarde teme tanto o que deve quanto o que não deve; e é um homem sem esperança pois teme todas as coisas.O homem corajoso, ao contrário, sempre tem esperança, e muita confiança em seus atos.

Já os temerários, os quais são imprudentes e precipitados, anseiam os perigos antecipadamente, todavia recuam quando os tem pela frente, ao passo que os corajosos são ardentes no momento de agir, mas fora das situações são tranqüilos.

O homem corajoso enfrenta as coisas porque é nobre fazer, ou porque é vil deixar de fazer. Porém morrer para fugir à pobreza, ao amor, ou a qualquer coisa dolorosa, não é próprio de um homem corajoso, mas sim de um covarde, pois éfraqueza fugir do que nos atormenta, e um homem dessa espécie enfrenta a morte não por ela ser nobre, mas por escapar de um mal.

INTEMPERANÇA x INSENSIBILIDADE
Meio-termo=TEMPERANÇA

A temperança e a intemperança relacionam-se com a espécie de prazer que os animais também sentem, e por isso parecem inferiores e bestiais, que são os prazeres do tato ou paladar.

Os intemperantes excedem nos prazeres, e isso é condenável. Esse tipo de pessoa sofre mais do que deve quando não conseguem obter as coisas agradáveis, também quando simplesmente anseia por elas,e o homem temperante não sofre com a falta do que é agradável nem com o fato de abster-se.

PRODIGALIDADE x AVAREZA
Meio-termo=LIBERALIDADE

Aparentemente é o meio-termo em relação a riqueza, mas em relação a dar e receber riquezas, sobretudo a dar. A prodigalidade e a avareza são o excesso e a deficiência no que se refere ao uso da riqueza, É atribuída a avareza a quem ama a riqueza mais do que devem, e prodigalidade as pessoas incontinentes, que esbanjam dinheiro com os seus prazeres; têm caráter mais fraco, porque combinam em si mais de uma forma de vicio.

O homem liberal dá dinheiro para as pessoas certas, nas ocasiões certas, e nas circunstâncias em que é nobre faze-lo. É bem próprio do homem liberal exceder em suas dádivas, a ponto de ficar com muito pouco, pois é de sua natureza não olhar para si mesmo.

Não é fácil a um homem liberal ser rico, porque ele não é inclinado nem a obter, nem a guardar, mas a dar, e não estima a riqueza por si mesma, e sim como instrumento de sua liberalidadeTambém o homem liberal dará e gastará as quantias certas com os objetos certos.

A prodigalidade é o excesso no dar e não obter, e o pródigo as vezes enriquecem quemnão merecia, e não dão coisas as pessoas de caráter digno. Além disso gastam sem refletir, e desperdiçam dinheiro com os seus prazeres, ao passo que a avareza é a deficiência em relação ao dar e o excesso no obter, mas em pequenas coisas

MESQUINHEZ x VULGARIDADE(OSTENTAÇÃO)
Meio-termo=MAGNIFICIÊNCIA

Aparentemente ela também é um virtude relacionada com a riqueza,e não se aplica a todas as ações relacionadas com a riqueza, mas somente as que envolvem gastos; e é um gasto apropriado que envolve grandes quantias.

De fato, o homem magnificente é liberal, mas o homem liberal nem sempre é magnificente. A deficiência dessa espécie de caráter é chamada mesquinhez, o excesso é chamado vulgaridade, mau gosto, etc.

IRISCIBILIDADE x APATIA
Meio-termo=CALMA

A calma é louvada, porque as pessoas calmas se encolerizam por motivos justos, com coisas ou pessoas certas, e eles tendem a não se deixar perturbar nem conduzir pela paixão.Pessoas calmas tb não são vingativas.

Aqueles que não se encolerizam com as coisas que deveriam provocar sua ira são considerados tolos, e são censuráveis. Pensam que são incapazes de se defender e suportar insultos.

Os homens irascíveis encolerizam-se rapidamente, com as pessoas e coisas erradas e mais do que convém, mas depois disso a cólera se extingue. Esse tipo de pessoa causa grandes incômodos a si mesma e a seus amigos mais próximos. Chamam-se mal-humorados aqueles que se encolerizam com os que não devem, mais do que devem e durante mais tempo.Considera-se o excesso mais contrário à calma do que a falta.

OBSEQUIOSO x MISANTROPO
Meio-termo: AMABILIDADE

Nas reuniões da vida social, algumas pessoas, para serem agradáveis, não se opõe a quem quer que seja, julgando não ser seu dever não desagradar as pessoas que encontram, são chamadas obsequiosas; ao passo que outras, pelo contrário, se opõem a tudo e não têm a menor preocupação em não magoar os outros, são chamadas grosseiras e altercadoras.

Outro homem se inclina a rebelar-se ou conformar-se em face das coisas que deve e da maneira que deve, e isso se assemelha muito com a amizade. Tal homem se conduzirá do mesmo modo com conhecidos e desconhecidos, mas não interessa-se igualmente por pessoas íntimas e por estranhos, nem tampouco são as mesmas condições que tornam justo magoá-los. Ele se relaciona com os demais do modo que convém, mas é com referência no que é honroso e conveniente que visa não causar dor ou a proporcionar prazer. Ele tb se relaciona de modo diferente com as pessoas de alta posição e as mais simples. Esse é o meio-termo.

Dos que proporcionam prazer as pessoas com as quais convivem, os que procuram ser agradáveis sem nenhum objetivo ulterior, são obsequiosos.

JACTÂNCIA x FALSA MODÉSTIA
Meio-termo=VERACIDADE

Jactancioso é o homem que atribui a si glórias que não tem, ou tem menos do que considera; o falsamente modesto, em contraste, tende a negar ou minimizar o que possui; e o homem meio-termo não exagera nem subestima, é veraz.,

A falsidade é em si mesma ignóbil e censurável, ao passo que a verdade é nobre e digna de louvor. Uma pessoa veraz nas palavras e nas condutas é considerada uma pessoa de bem.


CHOCARRISE x RUSTICIDADE
Meio-termo=ESPIRITUOSIDADE

Os bufões vulgares são os que procuram provocar o riso a qualquer preço e, na ânsia de fazer rir, não se preocupam com a inconveniência no que dizem, ao passo que os que não sabem gracejar nem suportam os que o fazem, são rústicos e grosseiros. Os que gracejam com bom gosto são chamados espirituosos.

As pessoas espirituosas, para provocar o riso, não poupa nem a si nem aos outros, dizendo coisas que um homem polido jamais diria, e algumas das quais nem ele mesmo gostaria de escutar. O rústico nada contribui e em tudo encontra o que censurar. De qualquer forma, o lazer e o entretenimento são considerados um elemento necessário à vida.

Os meio-termos diferem dos outros por se relacionar com a verdade e os outros dois com o prazer.

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