quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Qual sua opinião? - Publicidade para causas nobres

Publicidade para causas nobres

 

Quando se fala em publicidade ou propaganda é comum as pessoas associarem a atividade aos cifrões. Prontamente imaginamos anúncios de produtos onde a única preocupação é a venda e nada mais. Mas nem sempre é assim. A publicidade vem sendo cada vez mais utilizada para alertar e mobilizar pessoas em prol de uma causa. É o que acontece nas campanhas contra o abuso infantil.
Campanha do Greenpeace contra violência infantil
O abuso infantil envolve diversos fatores, dentre eles a imprudência, violência física ou psicológica, imperícia e negligência por parte de um adulto ou pessoa mais velha. As práticas mais comuns envolvem a violência doméstica (física e psicológica) e o abuso sexual. Segundo os dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (SIPIA) no Brasil, de 1999 até 2007, foram registrados 28.840 casos de agressão física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais.
Dentre todos esses fatores, sem dúvida, o que mais causa indignação e comoção é o abuso sexual infantil e a publicidade sabe explorar este tema muito bem em anúncios instigantes, que por vezes chegam a chocar as pessoas mais desavisadas. Foi o que fez a agência Euro RSCG Brasil em 2008. Na época o Centro de Referência contra o Abuso Infantil (CERCA) lançou a campanha Pedofilía: você pode não ver, mas pode estar acontecendo e contratou a agência para desenvolver ações de comunicação que chamassem a atenção para esse grave problema. O resultado foram três anúncios nada convencionais. O diferencial das peças é que existem duas viualizações e para saber o que realmente está por trás da imagem é necessário apagar a luz. Para criar esse efeito foi utilizada uma técnica em que o anúncio é impresso com tinta fluorescente para viabilizar a observação no escuro.
Apague a luz e ajude a acabar com o medo do escuro
“Apague a luz e ajude as crianças a acabarem com o medo do escuro”
As técnicas de comunicação são cada vez mais utilizadas nesses tipos de campanha e as avaliações mostram que o impacto produzido nos receptores é muito grande. As Organizações Não Governamentais estão reconhecendo a importância desse trabalho e cada vez requisitam profissionais da área de comunicação, não só para captar recursos, mas também para mobilizar a população a aderirem a sua causa.
É o que acontece com a ONG gaúcha SOS – Casas de Acolhida que há 18 anos acolhe crianças de 0 a 6 anos vitimas de violência doméstica. Apesar de desenvolver um trabalho de extrema importância para a sociedade isso não era amplamente divulgado, o que dificultava na hora de captar recursos. A diretoria reconheceu a falta de um profissional da área de comunicação e investiu na contratação de uma Relações Públicas. Algumas instituições optam pelo trabalho de Freelancer na hora de planejar a campanha, outras preferem contatar diretamente com uma agência.
Anúncio alertando sobre a violência infantil

De qualquer forma, causas sociais e ambientais estão se tornando um campo fertil para os profissionais de comunicação e o melhor de tudo é que este é um dos setores onde os comunicadores têm a chance de aliar trabalho e cidadania. O grande “problema” para quem atua nesta área é que provavelmente será difícil separar trabalho da vida pessoal. É comum a pessoa se envolver com a causa e, de alguma forma, tornar-se um ativista. Seja pelo dinheiro ou por filosofia de vida esse é um otimo campo para desenvolver as técnicas aprendidas na faculdade, instigar a imaginação e ao mesmo tempo exercitar a responsabilidade social.
 

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