quinta-feira, 7 de março de 2013

Revista Espírita: Conversas familiares de alémtúmulo


Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Segundo Ano 1859
Julho
 
Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas.
 
 
Conversas familiares de alémtúmulo
 
Revista Espírita, julho de 1859
 
NOVIDADES DA GUERRA
 
SEGUNDA ENTREVISTA.
 
(17 de junho de 1859.)
 
38. Evocação - R. Presente! Coragem! Avante!
39. Lembrai-vos de ter vindo aqui há oito horas? - R. Mas!
40. Dissestes-nos que não tínheis revisto ainda o general Espinasse; como poderíeis
reconhecê-lo, uma vez que já não carrega sua farda de general? - R. Não, mas conheço-o de vista; ademais não temos uma multidão de amigos prontos a nos dar a palavra. Aqui não é como no grande círculo; não se tem medo de se consentir em auxiliar e vos respondo que não há senão os maus velhacos, os únicos que não se vêem.
41. Sob qual aparência estais aqui? - R. Zuavo.
42. Se pudéssemos ver-vos, como vos veríamos? - R. Com turbante e calção.
43. Pois bem! Suponho que nos aparecesse com turbante e calção, onde apanhastes essa roupa, uma vez que deixastes a vossa no campo de batalha! - R. Ah! Eis! Nada sei; tenho um alfaiate que me arranjou esta.
44. De que são feitos o turbante e o calção que levais? Rendei-vos conta disso? - R. Não; isso diz respeito ao algibebe.

Nota. - Essa questão da roupa dos Espíritos, e várias outras não menos interessantes que se ligam ao mesmo princípio, estão completamente elucidadas pelas novas observações feitas no seio da sociedade; disso daremos conta no nosso próximo número. Nosso bravo zuavo não é bastante adiantado para resolvê-las por si mesmo; ser-nos-ia preciso, para isso, o concurso de circunstâncias que se apresentam fortuitamente, e que não colocamos no caminho.

45. Dai-vos conta da razão pela qual nos vedes, ao passo que não podemos ver-vos? - R. Creio compreender que vossos óculos são muito fracos.
46. É pela mesma razão que não poderíeis ver o general sem uniforme? - R. Sim, ele não o usa todos os dias.
47. Quais dias ele o usa? - R. Sim! Quando é chamado ao palácio.
48. Por que estais aqui em zuavo, se não podemos ver-vos? -- R. Muito naturalmente porque sou zuavo ainda, desde há oito anos, e que no meio dos Espíritos, guardamos por muito tempo essa forma, mas isso não é senão entre nós, compreendeis que quando vamos para um mundo muito estranho, a Lua ou Júpiter, não nos damos ao trabalho de fazer tanto preparo pessoal.
49. Falais da Lua, de Júpiter, é que para aí fostes depois de vossa morte? - R. Não, não me compreendeis. Corremos muito o universo desde a nossa morte; não explicamos uma multidão de problemas da nossa Terra? Não conhecemos Deus e os outros seres muito melhores que nós como não o fazíamos há quinze dias? Passa-se na morte uma metamorfose no Espírito, que não podeis compreender.
50. Tornastes a ver o corpo que deixastes no campo de batalha? - R. Sim, não é mais belo.
51. Que impressão essa visão deixou em vós? - R. Tristeza.
52. Tendes conhecimento de vossa existência precedente? -R Sim, mas não foi bastante gloriosa para que dela me vanglorie.
53. Dizei-nos somente o gênero de existência que tivestes? -R. Simples comerciante de peles indígenas.
54. Nós vos agradecemos por consentir em retornar uma segunda vez. - R. Até breve; isso me alegra e me instrui; desde que me toleram aqui, voltarei de bom grado.

Texto retirado do: www.espirito.org.br



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