terça-feira, 5 de março de 2013

Revista Espírita: O que é o Espiritismo? Mobiliário de além-túmulo.



Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Segundo Ano 1859
Julho
 
Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas.
 
O que é o Espiritismo?
 
Nova obra do senhor Allan Kardec
PRODUÇÃO PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO INVISÍVEL. OU DOS ESPÍRITOS.
CONTENDO OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA E A RESPOSTA A
ALGUMAS OBJEÇÕES PREJUDICIAIS,
por ALLAN KARDEC
Autor do Livro dos Espíritos e diretor da Revista Espírita.
Grande in 18. Preço: 60 c. (1)
(1) Todas as obras do senhor Allan Kardec se encontram na casa dos senhores LEDOYEN,
DENTU, e no escritório da Revista.
As pessoas que não têm do Espiritismo senão um conhecimento superficial, são naturalmente
levadas a fazer certas perguntas que um estudo completo dar-lhes-ia a solução, mas o tempo
e, freqüentemente, a vontade lhes faltam, para se entregarem a observações continuadas.
Gostariam antes de empreender essa tarefa, saber ao menos do que se trata, e se vale a
pena se ocupar disso. Portanto, pareceu-nos útil apresentar, em um quadro restrito, a
resposta a algumas das questões fundamentais, que nos são diariamente dirigidas; isso será,
para o leitor, uma primeira iniciação, e, para nós, tempo ganho com a dispensa de repetir
constantemente a mesma coisa. A forma de conversação nos pareceu a mais conveniente,
porque não tem a aridez da forma puramente dogmática.



Nova obra do senhor Allan Kardec

PRODUÇÃO PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO INVISÍVEL. OU DOS ESPÍRITOS.
CONTENDO OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA E A RESPOSTA A
ALGUMAS OBJEÇÕES PREJUDICIAIS,
por ALLAN KARDEC
Autor do Livro dos Espíritos e diretor da Revista Espírita.
Grande in 18. Preço: 60 c. (1)
(1) Todas as obras do senhor Allan Kardec se encontram na casa dos senhores LEDOYEN, DENTU, e no escritório da Revista.

As pessoas que não têm do Espiritismo senão um conhecimento superficial, são naturalmente levadas a fazer certas perguntas que um estudo completo dar-lhes-ia a solução, mas o tempo e, freqüentemente, a vontade lhes faltam, para se entregarem a observações continuadas.

Gostariam antes de empreender essa tarefa, saber ao menos do que se trata, e se vale a
pena se ocupar disso. Portanto, pareceu-nos útil apresentar, em um quadro restrito, a
resposta a algumas das questões fundamentais, que nos são diariamente dirigidas; isso será, para o leitor, uma primeira iniciação, e, para nós, tempo ganho com a dispensa de repetir constantemente a mesma coisa. A forma de conversação nos pareceu a mais conveniente, porque não tem a aridez da forma puramente dogmática.

Terminamos essa introdução por um resumo que permitirá apanhar, por uma leitura rápida, o conjunto dos princípios fundamentais da ciência. Aqueles que, depois dessa curta exposição, crerem a coisa digna de sua atenção, poderão aprofundá-la em conhecimento de causa. As objeções nascem, o mais freqüentemente, das idéias falsas que se faz, a priori, sobre o que não se conhece; retificar essas idéias é ir antes das objeções: tal é o objetivo que nos propusemos, publicando este pequeno escrito.

As pessoas estranhas ao Espiritismo nele encontrarão, pois, os meios de adquirirem, em pouco tempo e sem grande despesa, uma idéia da coisa, e as que estão já iniciadas, a maneira de resolverem as principais dificuldades que se lhes opõem. Contamos com o concurso de todos os amigos desta ciência para ajudarem a divulgar este curto resumo.

ALLAN KARDEC.
 
Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Segundo Ano 1859
Agosto
 
Mobiliário de além-túmulo
 
Revista Espírita, agosto de 1859
 
Extraímos a passagem seguinte de uma carta que nos foi endereçada do departamento do Jura, por um dos correspondentes da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas:
"... Eu vos disse, Senhor, que a nossa antiga habitação era amada pelos Espíritos. No mês de outubro último (1858), a senhora condessa de C., amiga íntima de minha filha, veio passar alguns dias em nosso solar com seu filhinho, de oito anos de idade. Deitou-se a criança no mesmo apartamento de sua mãe; a porta que dava de seu quarto para o de minha filha foi deixada aberta para poder prolongar as horas do dia e conversar. A criança não dormia, e dizia à sua mãe: "Que faz, pois, esse homem sentado ao pé de vossa cama? Ele fuma um grande cachimbo; vede como ele enche vosso quarto de fumaça; portanto, mandai-o embora; ele sacode vossas cortinas." Essa visão durou toda a noite; a mãe não pôde fazer a criança calar, e ninguém pôde fechar os olhos. Essa circunstância não espantou nem a minha filha e nem a mim, que sabemos o que ocorre nas manifestações espíritas; quanto à sua mãe, ela acreditava que seu filho sonhava acordado, ou se divertia.

"Eis um outro fato, que me é pessoal, e que me ocorreu nesse mesmo apartamento, no mês de maio de 1858; foi a aparição do Espírito de um vivo, que ficou muito espantado depois de ter me visitado; eis em que circunstância: Eu estava muito doente e não dormia há muito tempo, quando vi, às dez horas da noite, um amigo de minha família sentado perto da minha cama. Testemunhei-lhe minha surpresa pela sua visita a essa hora. Ele me disse: Não faleis, vim velar-vos; não faleis, é necessário que possais dormir;" e estendeu a sua mão sobre a minha fronte. Várias vezes reabri os olhos para ver se estava ali ainda, e cada vez me fazia sinal para fechá-los e calar-me. Ele rolava sua tabaqueira em seus dedos e, de tempo em tempo, tomava uma pitada, como tinha hábito de fazê-lo. Adormeci, enfim, e no meu despertar a visão havia desaparecido. Diferentes circunstâncias me deram a prova de que, no momento dessa visita inesperada eu estava perfeitamente desperto e que isso não fora um sonho. Em sua primeira visita, apressei-me em agradecer-lhe; ele levava a mesma tabaqueira, e escutando-me, tinha o mesmo sorriso de bondade que eu notara nele enquanto
me velava. Como ele me afirmou que não viera, o que de resto não tive dificuldade em crer, porque não houvera nenhum motivo que pudesse convidá-lo a vir em semelhante hora e a passar a noite junto a mim, compreendi que só seu Espírito não se dera conta da visita, enquanto seu corpo repousava tranqüilamente em sua casa."

Os fatos de aparição são de tal modo numerosos, que nos seria impossível registrar todos aqueles que conhecemos e dos quais temos fontes perfeitamente autênticas. De resto, hoje quando esses fatos são explicados, quando se dá conta exatamente do modo que se produzem, sabe-se que entram nas leis da Natureza e, desde então, nada têm mais de maravilhosos. Já demos deles a teoria completa, não faremos senão lembrá-la, em poucas palavras, para compreensão do que vai seguir-se.

Sabe-se que além do envoltório exterior, o Espírito tem um segundo, semi-material, que
chamamos perispírito. A morte não é senão a destruição do primeiro. O Espírito, em seu estado errante, conserva o perispírito que constitui uma espécie de corpo etéreo, invisível para nós no estado normal. Os Espíritos povoam o espaço, e se, num momento dado, o véu que no-los oculta viesse a se levantar, veríamos uma inumerável população se agitar ao nosso redor e percorrer os ares; vê-la-íamos, sem cessar, aos nossos lados observando-nos e, freqüentemente, misturando-se às nossas ocupações e aos nossos prazeres, segundo o seu caráter. A invisibilidade não é uma propriedade absoluta dos Espíritos; a miúdo, se nos mostram sob a aparência que tiveram em sua vida, e existem poucas pessoas que, evocando suas lembranças, não têm o conhecimento de algum fato desse gênero. A teoria dessas aparições é muito simples e se explica por uma comparação que nos é muito familiar, a do vapor que, quanto está muito rarefeito, é completamente invisível; um primeiro grau de condensação torna-o enevoado; quanto mais condensado passa ao estado líquido, depois ao estado sólido. 

Opera-se alguma coisa análoga pela vontade do Espírito na substância do perispírito; isso não é, de resto, como dissemos, senão uma comparação e não uma assimilação que pretendêssemos estabelecer; servimo-nos do exemplo do vapor para mostrar
as mudanças de aspecto que pode sofrer um corpo invisível, mas com isso não inferimos que haja no perispírito uma condensação, no sentido próprio da palavra. 

Opera-se, em sua contextura, uma modificação molecular que o torna visível e mesmo tangível, e pode dar-lhe, até um certo ponto, as propriedades dos corpos sólidos. Sabemos que corpos perfeitamente transparentes tornam-se opacos por uma simples mudança na posição das moléculas, ou pela adição de um outro corpo igualmente transparente. Não sabemos exatamente como opera o Espírito para tornar visível seu corpo etéreo; a maioria mesmo, entre eles, disso não se dá conta, mas, pelos exemplos que citamos, concebemos sua possibilidade física, e isso basta para tirar, desse fenômeno, o que haja de sobrenatural à primeira vista. O Espírito pode, pois, operá-lo, seja por uma simples modificação íntima, seja assimilando uma porção de fluido estranho que muda momentaneamente o aspecto de seu perispírito; essa última hipótese é mesmo a que ressalta das explicações que nos foram dadas, e que relatamos ao tratar desse assunto. (Maio, junho e dezembro.)

(Continua....)

Retirado do: www.espirito.org.br 


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