As condições fundamentais
para obter a cura são somente o merecimento e a fé do
paciente?
- A cura, na visão espírita, deve ser entendida a
partir da tríplice realidade do ser humano: Espírito-perispírito-corpo. O
primeiro é a essência inteligente, imortal e indestrutível. É criado simples e
ignorante e está sempre em processo evolutivo adquirindo experiências através
das provas que se apresentam nas sucessivas reencarnações (O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, questão 115). Além dessa "carência evolutiva" por
provas, o ser imortal corre o risco de exceder-se, afrontando as Leis Divinas
gravadas na Consciência (op. cit., questão 621), adquirindo expiações para
reparar o engano cometido.
Ainda, existem as missões em que Espíritos nobres
se valem da existência física para demonstrar como é possível renunciar às
paixões materiais frente a uma dificuldade de percurso. Naturalmente, as
tribulações da vida durante a encarnação também são causadas pela imprudência,
constituindo um grande conjunto de causas atuais das aflições, como Allan Kardec
explicou no capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
O perispírito é a "condensação do fluido cósmico
universal em torno de um foco de inteligência" (A Gênese, de Allan Kardec, cap.
XIV, item 7). É o reflexo, por assim dizer, do campo mental do Espírito sobre os
fluidos, que vibram e se agrupam em torno daquilo que o Espírito emite. Ademais,
o perispírito possibilita a ligação entre o Espírito, um ser incorpóreo, ao
corpo físico, ligando-se a este molécula a molécula. O corpo físico é um
agregado perecível de tecidos celulares que se sustentam pelo fluido vital, um
conjunto de energias presentes nas reações bioquímicas dentro e fora das
células. O fluido vital ao mesmo tempo dá um automatismo incrível para as
funções dos órgãos, porém é sustentado pela retroalimentação do
perispírito.
A saúde, conforme define a Organização Mundial da
Saúde, é o bem-estar físico, psíquico e social. Na visão espírita, devemos
acrescentar o bem-estar espiritual, já que, segundo o que expomos, o Espírito é
cerne das necessidades, que se refletem energeticamente nos tecidos
perispirituais, os quais, por sua vez, vibram causando a harmonia ou desarmonia
do conjunto celular do corpo físico. Uma doença instala-se, pois, apenas dentro
do contexto espiritual de provas, expiações, missões ou imprudência que o
Espírito gera para si próprio, nesta ou numa encarnação anterior.
É também interessante refletir que quando uma
pessoa está doente no corpo físico, é difícil saber se é o fim ou o começo
desses processos, o que significa que, nesses casos, não se sabe se o problema
ainda também está espiritual e perispiritual ou se é apenas a última exaustão
física de uma dificuldade evolutiva resolvida. A cura , da mesma forma, deve
ocorrer nos três níveis e apenas será profunda, verdadeira e permanente se o
processo espiritual principal for sanado, isto é, se a prova for cumprida com
resignação, se a expiação foi bem utilizada para reparar um engano, se a missão
foi bem sucedida e/ou se a imprudência foi interrompida. As terapias mais
ortodoxas - as cirurgias materiais e os remédios que interferem diretamente nas
moléculas celulares - limitam-se ao corpo físico, na tentativa sempre paliativa
de conter o processo. São, sem dúvida, indispensáveis em muitos casos, e trarão
grandes resultados se a doença apenas limitar-se ao corpo físico, ou seja,
estiver na fase final do processo espiritual. As terapias ditas "energéticas"
procuram atuar no perispírito, que, em absorvendo energias salutares, refletem
para as células que seguirão o compasso do novo "concerto" renovador
"consertando" e reestabelecendo a saúde de "dentro para fora".
Entendendo esse contexto, o movimento espírita
adotou a fluidoterapia que consiste no passe e na água
fluidificada.
(fonte:Espiritismo.Net)
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