quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vida e Morte - Sérgio Biagi Gregório

Vida e Morte

1. CONCEITO DE VIDA
Vida é o conjunto dos fenômenos de toda a espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau elevado de organização, se estende do nascimento  (ou produção do germe) até a morte (1).
Não existe uma definição suficiente de vida.
2. CIÊNCIA E FILOSOFIA
Qual a essência da vida? A esta pergunta filosófica a ciência ainda não pode responder, senão por hipóteses diversas. Implica outras perguntas: de onde veio a vida? Qual a origem das diversas espécies?
Em Platão a alma preexiste ao corpo.
Observe que Aristóteles considerou a alma como uma manifestação do logos (=o princípio da inteligibilidade; a razão), e subdividiu-a em alma vegetativa (a alma das plantas), em sensitiva (a dos animais), e em racional (a do homem).
A alma racional, pensante para os gregos, é o Nous, o espírito (2).
3. CARACTERES DA VIDA
O primeiro caráter da vida é a ocupação - viver é fazer, praticar. Mas a ocupação é, antes de tudo, preocupação (3).
4. EROS E THANATOS
Binômino imaginado por Freud na sua última teoria dos “instintos” a partir do nome de duas divindades gregas, Eros (“desejo amoroso”) e Thanatos (“a morte”) (4).
5. ASPECTO CULTURAL
O Dr. Frank Mahoney, professor de Antropologia da Universidade do Havaí, mostrou a diferença entre a cultura americana e a da sociedade Micronésia, a dos Trukeses.
Os americanos negam a morte e o envelhecimento; os habitantes das ilhas Truk (Pacífico) ratificam-na.
Para estes a vida termina aos 40 anos de idade e a partir daí começa a morte (5).
6. COM RELAÇÃO À EXISTÊNCIA HUMANA
- Como início de um ciclo da vida: a morte refere-se à imortalidade. Observe, em Platão, a separação da alma e do corpo.
- Como fim do ciclo: refere-se aos existencialistas.
- Como possibilidade existencial: a morte está presente em cada instante de nossa vida (6).
7. ENCARNAÇÃO E DESENCARNAÇÃO
Na encarnação há a ligação do Espírito ao princípio vito-material do germe.
A vida começa no ato da concepção. Negam-se, por assim dizer, o aborto, o suicídio, as guerras e a pena de morte.
A morte é o desligamento do Espírito pelo afrouxamento dos laços que o prendem.
8. A EXISTÊNCIA FÍSICA
Passagem por este mundo de provas e expiações com a finalidade de expiar o passado; submeter-se a nova prova para a evolução do Espírito, ou, ainda, em missão redentora da humanidade.
9. DEIXAR OS MORTOS O CUIDADO DE ENTERRAR OS MORTOS
Esta passagem evangélica mostra o nosso cuidado para com a vida espiritual, a verdadeira vida. Há muitos que estão vivos (materialmente) e mortos espiritualmente. É um tema para vasta reflexão em nosso caminho da vida. A vida não se encontra feita, ela tem de ser feita.
10. ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE COM RELAÇÃO À MORTE
 
- Niilista
 
- Panteísta
                                               Dogmática
- Individualidade da alma    
                                               Espiritismo
11. NOSSA VIVÊNCIA
Há que se viver intensamente cada momento de nossa existência, acatando os clamores de nossa consciência, a fim de que a morte encontre-nos ativos na prática do bem e do amor ao próximo.
VIDA, MORTE E ESPIRITISMO
 
A vida é o conjunto dos fenômenos de toda  a  espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau de organização, se estende do  nascimento (ou produção do germe) até a morte. A morte é a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e  reprodução no  domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.
Qual a essência da vida? A esta pergunta filosófica a Ciência só pode responder através de hipóteses: uma delas é a cadeia evolutiva do germe trazido de outros planetas. A Filosofia tenta penetrar no âmago da questão. Platão, em seu "Mito da Reminiscência das Idéias", informa-nos que a alma  preexiste ao corpo. Ela, antes de encarnar, pertence ao mundo das essências  - o  “topus uranus”. Depois de sua passagem aqui na Terra voltaria ao lugar de origem.
A morte pode ser vista sob vários ângulos: 1.º) como ciclo de uma nova vida - tese de Platão: a alma, mesmo separada do corpo, continua a sua existência; 2.º) como fim do ciclo - tese existencialista: tudo acaba com a morte física; 3.º) como possibilidade  existencial - a morte está presente em todos os instantes de nossa vida.
Segundo a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, fazemos parte de  uma única população, denominada espiritual. A diferença é que ora estamos encarnados e  ora desencarnados. A morte é a mudança do estado de encarnado para o de desencarnado. Contudo, a essência inteligente é  indestrutível e continua a existir além-túmulo. Perceber-se vivo é a grande surpresa daqueles que cometem suicídio.
As alternativas da humanidade com relação à vida futura variam de acordo com a  concepção de vida adotada. Se materialistas, o nada aguarda-nos; se panteístas, a absorção no todo universal; se dogmáticos, a ida para o Céu  ou para o Inferno. O  Espiritismo fornece-nos uma expectativa racional: somos uma individualidade e continuaremos a sê-la, no mundo dos Espíritos. E lá estaremos, inexoravelmente, sujeitos à  lei do progresso.
A vida e a morte fazem parte do processo evolutivo do ser. Encaremo-las de  forma  natural, a fim de vivermos intensamente os instantes de nossa existência.
QUESTÕES
1) Qual o conceito de vida?
2) Qual o conceito de morte?
3) Qual o caráter da vida?
4) Quais são as alternativas da humanidade com relação à morte?
TEMAS PARA DEBATE
1) Deixar os mortos o cuidado de enterrar os mortos. Comente
2) Qual a essência da vida?
3) Vida, morte e Espiritismo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
(1) LALANDE, A.  Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia.
(2) SANTOS, M. F. dos.  Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais.
(3) GARCIA MORENTE, M.  Fundamentos de Filosofia.
(4) LEGRAND, G.  Dicionário de Filosofia.
(5) KUBLER-ROSS, E.  Morte - Estágio Final da Evolução.
(6) ABBAGNANO, N.  Dicionário de Filosofia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário