sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB–1970 – A009 – Examinando a obsessão - 5ª parte

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A009 – Examinando a obsessão - 5ª parte

b) Perante obsessores

Para que você atinja a plenitude da harmonia ín­tima, cultive a oração com carinho e o devotamento com que a mãe atende ao sagrado dever de amamentar o filho.

A prece é uma lâmpada acesa no coração, da­reando os escaninhos da alma.

Encarcerado na indumentária carnal, o espírito tem necessidade de comunhão com Deus através da prece, tanto quanto o corpo necessita de ar puro para pros­seguir na jornada.

Muitos cristãos modernos, todavia, descurando do serviço da prece, justificam a negligência com aparente cansaço, como se a oração não se constituísse igualmente em repouso e refazimento, oferecendo clima de paz e ensejo de renovação interior.

Mente em vibração frequente com outras mentes em vibração produz, nos centros pensantes de quem não está afeito ao cultivo das experiências psíquicas de or­dem superior, lamentáveis processos de obsessão que, lentamente, se transformam em soezes enfermidades que minam o organismo até ao aniquilamento.

A princípio, como mensagem invasora, a influência sobre as telas mentais do incauto é a idéia negativa não percebida. Só mais tarde, quando as impressões vigo­rosas se fixam como panoramas íntimos de difícil eli­minação, é que o invigilante procura o benefício dos me­dicamentos de resultados inócuos.

Atribulado com as necessidades imperiosas do «dia-a-dia», o homem desatento deixa-se empolgar pela ins­tabilidade emocional, franqueando as resistências fisio­psíquicas às vergastadas da perturbação espiritual.

Vivemos cercados, na Terra, daqueles que nos pre­cederam na grande jornada da desencarnação.

Em razão disso, somos o que pensamos, permu­tando vibrações que se harmonizam com outras vibra­ções afins.

Como é natural, graças às injunções do renasci­mento, o homem é impelido à depressão ou ao exalta­mento, vinculando-se aos pensamentos vulgares compa­tíveis às circunstâncias do meio, situação e progresso.

Assim, faz-se imprescindível o exercício da prece mental e habitual para fortalecer as fulgurações psíqui­cas que visitam o cérebro, constituindo a vida normal propícia à propagação do pensamento excelso.

Enquanto o homem se descuida da preservação do patrimônio divino em si mesmo, verdugos da paz acer­cam-se da residência carnal, ameaçando-lhe a felicidade.

Endividado para com eles, faz-se mister ajudá-los com os recursos valiosos da virtude, palmilhando as sen­das honradas, mesmo que urzes e cardos espalhados lhe sangrem os pés.

Todos renascemos para libertar-nos do pretérito culposo em cujos empreendimentos fracassamos.

E como a dívida se nutre do devedor, enquanto não nos liberamos do compromisso, ficamos detidos na re­taguarda...

É por esse motivo que o Apóstolo dos gentios nos adverte quanto à «nuvem) que nos acompanha, revelan­do-nos a continuada companhia dos desafetos desencar­nados.

*

Exercite-se, assim, no ministério da oração, medi­tando quanto às inadiáveis necessidades de libertação e progresso.

Cultive a bondade, desdobrando os braços da indul­gência de modo a alcançar os que seguem desatentos e infelizes, espalhando desconforto e disseminando a lou­cura.

Renove as disposições íntimas e, quando aquinhoado com os ensejos de falar com esses seres de mente em desalinho, perturbados no Mundo Espiritual, una-se de amor e compreenda-os, ajudando quanto lhe seja pos­sível com a humildade e a renúncia.

E recorde que o Mestre, antes de visitado pelos ver­dugos espirituais das Zonas Trevosas, recolhia-se à ora­ção, recebendo-os com caridade fraternal, como Rei de todos os Espíritos e Senhor do Mundo.

Você não ficará indene à agressão deles...

Resguarde-se, portanto, e, firmado no ideal sublime com que o Espiritismo honra os seus dias, alce-se ao amor, trabalhando infatigàvelmente pelo bem de todos, com o coração no socorro e a mente em Jesus-Cristo, co­mungando com as Esferas Mais Altas, onde você sor­verá forças para vencer todas as agressões de que for vítima, e sentirá que, orando e ajudando, a paz con­tinuará com você.

c) Perante obsidiados

Sempre que há obsessão convém analisar em pro­fundidade a questão da perfeita sintonia que mantém o obsidiado com a entidade obsidente.

Todo problema obsessivo procede sempre da neces­sidade de ambos os espíritos em luta aflitiva, vítima e algoz, criarem condições de superação das próprias infe­rioridades para mudar de clima psíquico, transferindo-se emocionalmente para outras faixas do pensamento.

O obsessor não é somente o instrumento da justiça superior que dele se utiliza, mas também espírito pro­fundamente enfermo e infeliz, carecente da terapêutica do amor e do esclarecimento para sublimação de si mesmo.

O obsidiado, por sua vez, vinculado vigorosamente à retaguarda — assaltado, quase sempre, pelos fantas­mas do remorso inconsciente ou do medo cristalizado, a se manifestarem como complexos de inferioridade e culpa - conduz o fardo das dívidas para necessário reajusta­mento, através do abençoado roteiro carnal.

Quando jungido à expiação inadiável, por acentuada rebeldia em muitos avatares, renasce sob o estigma da emoção torturada, apresentando desde o berço os tra­ços profundos das ligações com os comensais que se lhe imantam em intercâmbio fluídico de consequências im­previsíveis.

Atendido, porém, desde o ventre materno com me­dicação salutar, traz no perispírito as condições próprias à «hospedagem», na ocasião oportuna, que se encarrega de disciplinar o verdugo não esquecido pela vida.

Outras vezes, se durante longa jornada física não reparou o carma por meio de ações edificantes, não raro é surpreendido na ancianidade pela presença incômoda daqueles a quem prejudicou, experimentando enfermida­des complicadas, difíceis de serem identificadas, ou distúrbios psíquicos que se alongarão mesmo após o decesso or­gânico.

Em qualquer hipótese, no entanto, acenda a luz do conhecimento espiritual na mente que esteja em turva­ção, nesse íntimo conturbado.

Nem piedade inoperante.

Nem palavrório sem a tônica do amor.

A terapia espírita, em casos que tais, é a do con­vite ao enfermo para a responsabilidade, conclamando-o a uma auto-análise honesta, de modo a que ele possa romper em definitivo com as imperfeições, reformulando propósitos de saúde moral e mergulhando nos rios cla­ros da meditação para prosseguir revigorado, senda a fora... Diante de um programa de melhoria íntima de­satam-se os liames da vinculação entre os dois espíritos — o encarnado e o desencarnado, e o perturbador, per­cebendo tão sincero esforço, se toca, deixando-se per­mear pelas vibrações emanadas da sua vítima, agora pensando em nova esfera mental.

Só excepcionalmente não se sensibilizam os sicários da mente melhorada. Nesse caso, a palavra esclarece­dora do evangelizador nos serviços especializados da de­sobsessão, os círculos de prece, os agrupamentos da ca­ridade fraternal, sob carinhosa e sábia administração de Instrutores Abnegados, se encarregam de consolidar ou libertar em definitivo os que antes se batiam nas liças do duelo psíquico, ou físico quando a constrição obsi­dente é dirigida à organização somática.

Quando se observam os sinais externos dessa ano­malia, já se encontra instalada a afecção dolorosa.

Assim considerando, use sempre a Doutrina Espí­rita como medida profilática, mesmo porque, se até hoje não foi afetada a sua organização fisiopsíquica, isto não isenta de, no futuro — tendo em vista que, apren­dendo e refazendo lições como é do programa da reencarnação para nós todos —, o seu «ontem» poder re­pontar rigoroso, «hoje» ou «amanhã», chamando-o ao ajuste de contas com a consciência cósmica que nos di­rige.

Perante obsidiados aplique a paciência e a compre­ensão, a caridade da boa palavra e do passe, o gesto de simpatia e cordialidade; todavia, a pretexto de bondade não concorde com o erro a que ele se afervora, nem com a preguiça mental em que se compraz ou mesmo com a rebeldia constante em que se encarcera. Ajude-o quanto possa; no entanto, insista para que ele se ajude, con­tribuindo para com a ascensão do seu próprio espírito auxiliar aquele outro ser que, ligado a ele por imposi­ção da justiça divina, tem imperiosa necessidade de evo­luir também.

QUESTÕES PARA ESTUDO

Por que Manoel Philomeno mostra o exercício da prece como algo “imprescindível” para o Homem que não deve ser ignorado, apesar das dificuldades do dia a dia?

Existem “condições” necessárias para realizar uma prece?

O que seriam possuir uma “nuvem de testemunhas” de acordo com o entendimento deste texto?

Que tipo de “predisposição” uma pessoa pode trazer a obsessão? Por que isso acontece?

Que tipo de prevenção a Doutrina Espírita pode oferecer contra a obsessão?

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno

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