Hoje a gente traz pra vocês algo que era novidade pra gente. E, como o título do post já diz, sim, trazemos uma entrevista da "Simplesmente Almas", uma banda de rock espírita. Legal, né? Vamos conhecer mais sobre o trabalho deles?
"A combinação rock e espiritismo funciona? A banda Simplesmente Almas
surgiu por volta de 2010 com a intenção de colocar isso em prática,
usando música, poesia e guitarras
para a divulgação de mensagens da doutrina espírita. Lançaram seu
primeiro álbum, “Eu Sou Alma” em 2013, com produção de Nobru Bueno e
arte gráfica de Val Soares. O quinteto conta em sua formação com Lu
Paganotti (vocais, teclados e violão), Natália Alva (baixo e vocais),
Will Vieira (bateria e cajon), Wagner Suzuki (guitarra e violão) e
Vaguinho Silva (violão, sax, e percussão).
A seguir batemos um papo com o vocalista Lu Paganotti:
1 –
Gostaria de abrir nosso bate-papo com uma breve retrospectiva sobre a
banda. Vocês surgiram há cerca de 6 anos atrás, com formação e nomes
diferentes. Além disso, o que mais mudou de lá pra cá?
Muita coisa. A gente começou sem planejamento nenhum, meio no susto (risos).... No começo queríamos apenas pegar os instrumentos
e tocar. Depois de um tempo fomos entendendo melhor a complexidade que é
produzir um disco ou um show e tivemos que começar a estudar. Os
integrantes mudaram, a sonoridade mudou, só não mudou a vontade de levar
mensagens musicais que possam ajudar o mundo a ser um lugar melhor pra
se viver.
2 - O Simplesmente Almas se encontra atualmente em
processo de produção de um novo álbum. Como funciona o processo de
composição da banda? O que costuma surgir primeiro? Letra, música,
melodia, vocês se reúnem para uma Jam até surgirem ideias?
Atualmente
sou o único compositor da banda. Olha, rola todo tipo de processo. As
vezes surge a letra primeiro e faço a melodia e harmonia. As vezes surge
a ideia de um riff. Tem momentos que a harmonia vem primeiro. Não tem
muita regra não, só procuro respeitar a inspiração autêntica, que vem do
coração
3 - Qual o local mais inusitado onde já te surgiu uma inspiração
para uma música? E como fazer para registrar essa ideia até repassar
para o restante da banda?
No meio de uma aula de economia da
pós-graduação. Precisei sair da aula, escrever uma letra e voltar. Teve
um outro caso voltando da china de avião. A música tava pronta na minha
cabeça e precisava registrar. Era de madrugada e tava todo mundo
dormindo. Liguei o gravador de celular e fiquei sussurrando para
registrar a ideia. Costumo gravar no celular, vídeos e áudios.
4
- Recentemente, em uma entrevista, o baterista do Muse (Dominic Howard)
disse que sua banda talvez não lance mais álbuns no formato
tradicional, devido às mudanças no modo de consumo do meio. Em tempos de
músicas ouvidas quase que 100% digitalmente, um CD físico ainda é
relevante? No ponto de vista de vcs, qual a importância da internet na
divulgação de músicas e artistas menos conhecidos do grande público?
Cara,
acho que o CD físico não é mais necessário. As tecnologias digitais
mudaram toda nossa forma de se relacionar com as coisas. Não dá mais
para voltar atrás. Teve uma vez que perguntei pra alguém: “Você já
comprou nosso CD?”. E a pessoa disse: “Não precisa comprar, já baixei
pelo site de vocês”. Este pensamento não vai mais mudar, ainda bem. Pro
artista independente a internet é fundamental. Cada mídia social, bem
utilizada, pode levar o artista para qualquer lugar do mundo.
5 - Para a realização desse novo álbum, vocês lançaram uma
campanha de financiamento coletivo (crowdfunding). Como tem sido a
resposta?
Muito boa, em 15 dias de ação atingimos 50% da meta,
parece excelente. A galera entende que gravar um Disco é um
investimento altíssimo e que não dá pra fazer sem a ajuda dos amigos e
fãs.
6 - Bandas de rock espíritas são, de uma certa forma, algo
novo, e alguns nomes bem interessantes surgindo, como vocês, Ave
Cristo, Deck Rock, Chaves da Luz... Abrindo o leque para o rock cristão
de um modo geral, temos alguns nomes ainda mais consolidados no Brasil,
como o Oficina G3 e o Rosas de Saron. Como isso pode ajudar ou
influenciar a divulgação de outras bandas?
Eu adoro todas as
bandas que você citou. Os rótulos não importam. Nosso mundo está
precisando de boas mensagens e desejo que surjam cada dia mais bandas
assim, independente da religião, crença etc. Eu espero que esses
movimentos estimulem os artistas a pensarem em fazer música com
conteúdos que transmitam coisas boas. Quem sabe assim façamos frente à
cultura popular atual e suas letras chulas.
7 - Em seu álbum de estréia (“Eu Sou Alma”, de 2013), o
Simplesmente Almas gravou músicas de Willi de Barros, outro grande
expoente da música espírita, além de composições de Altay Veloso e
Ricardo Marcos Campos. Vocês participaram também do projeto “Nossos
Poetas Iluminados”, onde vocês e outros artistas musicaram poemas de
pacientes portadores de deficiência física e mental assistidos pelas
Casas André Luiz. Como é para vocês trabalhar com material originalmente
não composto pela banda?
O desafio é tentar captar a intenção
do compositor. Tentar se colocar no lugar dele para sentir o que ele
sentiu quando criou a canção. Depois o lance é dar a nossa cara pro som.
8
- Vocês enfrentam algum tipo de preconceito, seja dos seguidores da
doutrina espírita, ou de rockeiros que não sejam da doutrina?
Até
tem essas coisas, mas eu não me importo com isso. Meu trabalho é
respeitar a inspiração, fazer as canções e interpreta-las com o máximo
de emoção possível. Se uma única pessoa se sentir tocada com uma das
nossas músicas o trabalho está feito
9 - Nos seus shows, vocês tocam Legião Urbana, Raul Seixas... Quais suas principais influências como músico e artista, dentro e fora da arte espírita?
Na banda tem uma mistura louca de influências: metal melódico, hard rock até moda de viola. Eu particularmente gosto demais de Queen, Pink Floyd, Whitesnake....
Ouço bastante Rosas de Saron, Leonardo Gonçalves, referências de
cantores brazucas. E claro, curto a música brasileira, especialmente o
Lenine, mas também destaco Zeca Baleiro e Teatro Mágico
10 - O que tem ouvido no momento? Algum artista novo, ou que tenha descoberto recentemente que recomenda?
Definitivamente
Rival Sons, que é uma banda californiana surgida em 2009. É tudo
impressionante no trabalho dos caras. E, apesar de já conhecer, tenho
ouvido muito Richie Kotzen, que foi guitarrista do Mr. Big, mas que tem
uma carreira solo incrível!
11 - Por fim, uma questão de certa forma polêmica: durante sua
participação no programa de TV norte-americano “That Metal Show”, do
canal VH1, o vocalista do AC/DC
Brian Johnson disse que quando escreveu a letra da clássica “You Shook
Me All Night Long” ele praticamente ficou vendo sua mão escrever, dando a
entender que, embora não “acredite em nada disso”, ela foi
psicografada. A cantora sertaneja Paula Fernandes, que se diz seguidora
da doutrina espírita, também já disse ter composto várias músicas
através da mediunidade. Como vocês costumam encarar esse tipo de
declaração?
Depois de mais de 10 anos vendo fenômenos assim
acontecerem, devo dizer que é bem provável que sejam declarações
verídicas. Se você tem dúvida, recomendo conhecer trabalhos sérios
ligados à mediunidade e verificar se tudo é uma grande mentira ou se há
verdade em meio a tanto mistério.
Eu não tenho dúvida que existam
comunicações além da matéria. Mas precisei duvidar durante muitos anos
até ter certeza da verdade. Psicografia ou não, com assinatura de
alguém famoso ou não, sempre digo que o que importa mesmo é a mensagem
ser autêntica e tocar nosso coração.
Para conhecer melhor o trabalho do grupo deixamos o vídeo da música “O Vício e o Ócio”:
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