sábado, 12 de março de 2016

Dica Legal: Rock Espírita

E aí, galerinha? Tudo em paz?

Hoje a gente traz pra vocês algo que era novidade pra gente. E, como o título do post já diz, sim, trazemos uma entrevista da "Simplesmente Almas", uma banda de rock espírita. Legal, né? Vamos conhecer mais sobre o trabalho deles?

"A combinação rock e espiritismo funciona? A banda Simplesmente Almas surgiu por volta de 2010 com a intenção de colocar isso em prática, usando música, poesia e guitarras para a divulgação de mensagens da doutrina espírita. Lançaram seu primeiro álbum, “Eu Sou Alma” em 2013, com produção de Nobru Bueno e arte gráfica de Val Soares. O quinteto conta em sua formação com Lu Paganotti (vocais, teclados e violão), Natália Alva (baixo e vocais), Will Vieira (bateria e cajon), Wagner Suzuki (guitarra e violão) e Vaguinho Silva (violão, sax, e percussão).

A seguir batemos um papo com o vocalista Lu Paganotti:

1 – Gostaria de abrir nosso bate-papo com uma breve retrospectiva sobre a banda. Vocês surgiram há cerca de 6 anos atrás, com formação e nomes diferentes. Além disso, o que mais mudou de lá pra cá?
Muita coisa. A gente começou sem planejamento nenhum, meio no susto (risos).... No começo queríamos apenas pegar os instrumentos e tocar. Depois de um tempo fomos entendendo melhor a complexidade que é produzir um disco ou um show e tivemos que começar a estudar. Os integrantes mudaram, a sonoridade mudou, só não mudou a vontade de levar mensagens musicais que possam ajudar o mundo a ser um lugar melhor pra se viver.

2 - O Simplesmente Almas se encontra atualmente em processo de produção de um novo álbum. Como funciona o processo de composição da banda? O que costuma surgir primeiro? Letra, música, melodia, vocês se reúnem para uma Jam até surgirem ideias?
Atualmente sou o único compositor da banda. Olha, rola todo tipo de processo. As vezes surge a letra primeiro e faço a melodia e harmonia. As vezes surge a ideia de um riff. Tem momentos que a harmonia vem primeiro. Não tem muita regra não, só procuro respeitar a inspiração autêntica, que vem do coração

3 - Qual o local mais inusitado onde já te surgiu uma inspiração para uma música? E como fazer para registrar essa ideia até repassar para o restante da banda?
No meio de uma aula de economia da pós-graduação. Precisei sair da aula, escrever uma letra e voltar. Teve um outro caso voltando da china de avião. A música tava pronta na minha cabeça e precisava registrar. Era de madrugada e tava todo mundo dormindo. Liguei o gravador de celular e fiquei sussurrando para registrar a ideia. Costumo gravar no celular, vídeos e áudios.

4 - Recentemente, em uma entrevista, o baterista do Muse (Dominic Howard) disse que sua banda talvez não lance mais álbuns no formato tradicional, devido às mudanças no modo de consumo do meio. Em tempos de músicas ouvidas quase que 100% digitalmente, um CD físico ainda é relevante? No ponto de vista de vcs, qual a importância da internet na divulgação de músicas e artistas menos conhecidos do grande público?
Cara, acho que o CD físico não é mais necessário. As tecnologias digitais mudaram toda nossa forma de se relacionar com as coisas. Não dá mais para voltar atrás. Teve uma vez que perguntei pra alguém: “Você já comprou nosso CD?”. E a pessoa disse: “Não precisa comprar, já baixei pelo site de vocês”. Este pensamento não vai mais mudar, ainda bem. Pro artista independente a internet é fundamental. Cada mídia social, bem utilizada, pode levar o artista para qualquer lugar do mundo.

5 - Para a realização desse novo álbum, vocês lançaram uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding). Como tem sido a resposta?
Muito boa, em 15 dias de ação atingimos 50% da meta, parece excelente. A galera entende que gravar um Disco é um investimento altíssimo e que não dá pra fazer sem a ajuda dos amigos e fãs.

6 - Bandas de rock espíritas são, de uma certa forma, algo novo, e alguns nomes bem interessantes surgindo, como vocês, Ave Cristo, Deck Rock, Chaves da Luz... Abrindo o leque para o rock cristão de um modo geral, temos alguns nomes ainda mais consolidados no Brasil, como o Oficina G3 e o Rosas de Saron. Como isso pode ajudar ou influenciar a divulgação de outras bandas?
Eu adoro todas as bandas que você citou. Os rótulos não importam. Nosso mundo está precisando de boas mensagens e desejo que surjam cada dia mais bandas assim, independente da religião, crença etc. Eu espero que esses movimentos estimulem os artistas a pensarem em fazer música com conteúdos que transmitam coisas boas. Quem sabe assim façamos frente à cultura popular atual e suas letras chulas.

7 - Em seu álbum de estréia (“Eu Sou Alma”, de 2013), o Simplesmente Almas gravou músicas de Willi de Barros, outro grande expoente da música espírita, além de composições de Altay Veloso e Ricardo Marcos Campos. Vocês participaram também do projeto “Nossos Poetas Iluminados”, onde vocês e outros artistas musicaram poemas de pacientes portadores de deficiência física e mental assistidos pelas Casas André Luiz. Como é para vocês trabalhar com material originalmente não composto pela banda?
O desafio é tentar captar a intenção do compositor. Tentar se colocar no lugar dele para sentir o que ele sentiu quando criou a canção. Depois o lance é dar a nossa cara pro som.

8 - Vocês enfrentam algum tipo de preconceito, seja dos seguidores da doutrina espírita, ou de rockeiros que não sejam da doutrina?
Até tem essas coisas, mas eu não me importo com isso. Meu trabalho é respeitar a inspiração, fazer as canções e interpreta-las com o máximo de emoção possível. Se uma única pessoa se sentir tocada com uma das nossas músicas o trabalho está feito

9 - Nos seus shows, vocês tocam Legião Urbana, Raul Seixas... Quais suas principais influências como músico e artista, dentro e fora da arte espírita?
Na banda tem uma mistura louca de influências: metal melódico, hard rock até moda de viola. Eu particularmente gosto demais de Queen, Pink Floyd, Whitesnake.... Ouço bastante Rosas de Saron, Leonardo Gonçalves, referências de cantores brazucas. E claro, curto a música brasileira, especialmente o Lenine, mas também destaco Zeca Baleiro e Teatro Mágico

10 - O que tem ouvido no momento? Algum artista novo, ou que tenha descoberto recentemente que recomenda?
Definitivamente Rival Sons, que é uma banda californiana surgida em 2009. É tudo impressionante no trabalho dos caras. E, apesar de já conhecer, tenho ouvido muito Richie Kotzen, que foi guitarrista do Mr. Big, mas que tem uma carreira solo incrível!

11 - Por fim, uma questão de certa forma polêmica: durante sua participação no programa de TV norte-americano “That Metal Show”, do canal VH1, o vocalista do AC/DC Brian Johnson disse que quando escreveu a letra da clássica “You Shook Me All Night Long” ele praticamente ficou vendo sua mão escrever, dando a entender que, embora não “acredite em nada disso”, ela foi psicografada. A cantora sertaneja Paula Fernandes, que se diz seguidora da doutrina espírita, também já disse ter composto várias músicas através da mediunidade. Como vocês costumam encarar esse tipo de declaração?
Depois de mais de 10 anos vendo fenômenos assim acontecerem, devo dizer que é bem provável que sejam declarações verídicas. Se você tem dúvida, recomendo conhecer trabalhos sérios ligados à mediunidade e verificar se tudo é uma grande mentira ou se há verdade em meio a tanto mistério.
Eu não tenho dúvida que existam comunicações além da matéria. Mas precisei duvidar durante muitos anos até ter certeza da verdade.
Psicografia ou não, com assinatura de alguém famoso ou não, sempre digo que o que importa mesmo é a mensagem ser autêntica e tocar nosso coração.

Para conhecer melhor o trabalho do grupo deixamos o vídeo da música “O Vício e o Ócio”:


Entrevista retirada do site: Whiplash.net

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