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ESE059 – Cap. XIII – Itens 17 a 18
ESE059 – Cap. XIII – Itens 17 a 18
Tema:
A piedade
Os órfãos
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A - Texto
de Apoio:
A piedade
17. A
piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos; é a irmã da caridade, que
vos conduz a Deus. Ah! deixai que o vosso coração se enterneça ante o
espetáculo das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes. Vossas
lágrimas são um bálsamo que lhes derramais nas feridas e, quando, por bondosa
simpatia, chegais a lhes proporcionar a esperança e a resignação, que encanto
não experimentais! Tem um certo amargor, é certo, esse encanto, porque nasce ao
lado da desgraça; mas, não tendo o sabor acre dos gozos mundanos, também não
traz as pungentes decepções do vazio que estes últimos deixam após si Envolve-o
penetrante suavidade que enche de jubilo a alma. A piedade, a piedade bem
sentida é amor; amor é devotamento; devotamento é o olvido de si mesmo e esse
olvido, essa abnegação em favor dos desgraçados, é a virtude por excelência, a
que em toda a sua vida praticou o divino Messias e ensinou na sua doutrina tão
santa e tão sublime.
Quando
esta doutrina for restabelecida na sua pureza primitiva, quando todos os povos
se lhe submeterem, ela tomará feliz a Terra, fazendo que reinem aí a concórdia,
a paz e o amor.
O
sentimento mais apropriado a fazer que progridais, domando em vós o egoísmo e o
orgulho, aquele que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do
próximo, é a piedade! piedade que vos comove até às entranhas à vista dos
sofrimentos de vossos irmãos, que vos impele a lhes estender a mão para
socorrê-los e vos arranca lágrimas de simpatia. Nunca, portanto, abafeis nos
vossos corações essas emoções celestes; não procedais como esses egoístas
endurecidos que se afastam dos aflitos, porque o espetáculo de suas misérias
lhes perturbaria por instantes a existência álacre. Temei conservar-vos
indiferentes, quando puderdes ser úteis. A tranquilidade comprada à custa de
uma indiferença culposa é a tranquilidade do mar Morto, no fundo de cujas águas
se escondem a vasa fétida e a corrupção.
Quão
longe, no entanto, se acha a piedade de causar o distúrbio e o aborrecimento de
que se arreceia o egoísta! Sem dúvida, ao contato da desgraça de outrem, a
alma, voltando-se para si mesma, experimenta um constrangimento natural e
profundo, que põe em vibração todo o ser e o abala penosamente. Grande, porém,
é a compensação, quando chegais a dar coragem e esperança a uni irmão infeliz
que se enternece ao aperto de uma mão amiga e cujo olhar, úmido, por vezes, de
emoção e de reconhecimento, para vós se dirige docemente, antes de se fixar no
Céu em agradecimento por lhe ter enviado um consolador, um amparo. A piedade é
o melancólico, nas celeste precursor da caridade, primeira das virtudes que a
tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece. - Miguel. (Bordéus,
1862)
Os órfãos
18. Meus
irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado,
sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a
servir-lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha
abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não
desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança
abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas
vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se
pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um
dever. Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à
vossa caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa
esmola que queima a mão em que cai, pois frequentemente bem amargos são os
vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a
enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai
ao beneficio que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa
palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção,
que equivale a revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que,
fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos. - Um Espírito
familiar.(Paris, 1860.)
B -
Questões para estudo e diálogo virtual:
1 – Por
que a piedade pode ser considerada como o sentimento mais apropriado a fazer
com que progridamos?
2 – Por
que agrada a Deus quem estende a mão aos órfãos?
3 –
Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.
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