segunda-feira, 18 de abril de 2016

Pergunta feita: Espírito perfeito sente raiva?


De: R
Duvida: Quando jesus expulsou os vendedores do templo, ele sentiu raiva? Um espírito perfeito pode sentir raiva? Muito obrigado!

RESPOSTA:

R,

Esta é uma passagem do Evangelho que desperta algumas controvérsias de interpretação, alguns questionando mesmo que tenha de fato acontecido da forma como narrada. Para compreendê-lo, entendemos ser necessário não confundir bondade com complacência. A bondade pode existir onde haja uma atitude enérgica, sem violência. A complacência, por sua vez, podem em certos casos, constituir omissão em relação a prática de um crime.

Narra o texto evangélico que Jesus derrubou uma mesa de um cambista e fez um feixe de pequenas cordas, à moda de um chicote. Não se menciona, contudo, que tenha agredido os mercadores nem praticado qualquer ato de violência em relação eles. Alguns interpretes do Evangelho entendem que o chicote foi usado para tirar do local os animais que estavam sendo comercializados. Entendemos que seu gesto deve ser interpretado como uma justa indignação diante da profanação de um templo religioso. Quis demonstrar que não pactuava com o comércio de coisas materiais num lugar destinado à ligação do homem com Deus. Em muitas outras passagens vemos que Jesus agiu como semelhante indignação e rigor, como quando dirigiu duras palavras aos sacerdotes e fariseus, que se utilizavam do poder religioso que desfrutavam para obterem vantagens materiais.

Jesus jamais demonstrou fraqueza e covardia. Sua força moral o fazia agir com energia todas as vezes em que se via diante de um ato contrário à leis de Deus. Não poderia, desse modo, omitir-se diante dos que estavam transformando o Templo de Deus em local de comércio de coisas sagradas. O episódio em questão ensina-nos a agir prontamente, com rapidez, energia, autoridade, severidade e zelo quando nos vemos diante de semelhantes profanações ocorrerem num Templo de Deus.

Com relação a ter sentido raiva ou não, é claro que Jesus em momento algum manifestou esse sentimento, nesta ou em qualquer outra passagem do Evangelho. Um espírito puro, com sua evolução concluída e se encontrando no seu estado definitivo, explica Kardec nas questões 112 e 113 de O Livro dos Espíritos, já percorreu todos os graus da escala evolutiva e se despojou de todas as impurezas da matéria, tendo alcançado toda a soma de perfeição suscetível a uma criatura. Os sentimentos inferiores, como a raiva, já não mais fazem parte se sua personalidade espiritual.

Esperando ter contribuído, continuamos à disposição.

Muita paz e um forte abraço.

Equipe CVDEE

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