De: R
Duvida: Quando
jesus expulsou os vendedores do templo, ele sentiu raiva? Um espírito perfeito
pode sentir raiva? Muito obrigado!
RESPOSTA:
R,
Esta é uma passagem do Evangelho que
desperta algumas controvérsias de interpretação, alguns questionando mesmo que
tenha de fato acontecido da forma como narrada. Para compreendê-lo, entendemos
ser necessário não confundir bondade com complacência. A bondade pode existir
onde haja uma atitude enérgica, sem violência. A complacência, por sua vez,
podem em certos casos, constituir omissão em relação a prática de um crime.
Narra o texto evangélico que Jesus derrubou
uma mesa de um cambista e fez um feixe de pequenas cordas, à moda de um
chicote. Não se menciona, contudo, que tenha agredido os mercadores nem
praticado qualquer ato de violência em relação eles. Alguns interpretes do
Evangelho entendem que o chicote foi usado para tirar do local os animais que
estavam sendo comercializados. Entendemos que seu gesto deve ser interpretado
como uma justa indignação diante da profanação de um templo religioso. Quis
demonstrar que não pactuava com o comércio de coisas materiais num lugar
destinado à ligação do homem com Deus. Em muitas outras passagens vemos que
Jesus agiu como semelhante indignação e rigor, como quando dirigiu duras
palavras aos sacerdotes e fariseus, que se utilizavam do poder religioso que
desfrutavam para obterem vantagens materiais.
Jesus jamais demonstrou fraqueza e
covardia. Sua força moral o fazia agir com energia todas as vezes em que se via
diante de um ato contrário à leis de Deus. Não poderia, desse modo, omitir-se
diante dos que estavam transformando o Templo de Deus em local de comércio de
coisas sagradas. O episódio em questão ensina-nos a agir prontamente, com
rapidez, energia, autoridade, severidade e zelo quando nos vemos diante de
semelhantes profanações ocorrerem num Templo de Deus.
Com relação a ter sentido raiva ou não,
é claro que Jesus em momento algum manifestou esse sentimento, nesta ou em
qualquer outra passagem do Evangelho. Um espírito puro, com sua evolução
concluída e se encontrando no seu estado definitivo, explica Kardec nas
questões 112 e 113 de O Livro dos Espíritos, já percorreu todos os graus da
escala evolutiva e se despojou de todas as impurezas da matéria, tendo
alcançado toda a soma de perfeição suscetível a uma criatura. Os sentimentos
inferiores, como a raiva, já não mais fazem parte se sua personalidade
espiritual.
Esperando ter contribuído, continuamos
à disposição.
Muita paz e um forte abraço.
Equipe CVDEE
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