Diego Hipólyto fracassou nos Jogos de Pequim e Londres com tombos que
arruinaram sua auto-estima. Enfrentou uma depressão, perdeu dez quilos,
passou por um tratamento, teve seu técnico afastado da delegação
brasileira semanas antes dos Jogos por acusação de assédio e, apesar de
tudo isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo no Rio.
Rafaela Silva era a típica criança em situação de risco, de família
humilde, com muitas horas à toa nas ruas da Cidade de Deus, onde brigava
por tudo contra todos. O Judô lhe ensinou obstinação e disciplina.
Virou judoca de alto nível. Fracassou em Londres ao realizar um
movimento não permitido durante uma luta. Foi execrada nas redes sociais
com ofensas racistas. Superou o abatimento com a ajuda dos mais
próximos. Apesar de tudo isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo
no Rio.
Michael Phelps já era um herói da natação quando perdeu o
prumo, a motivação, a vontade de seguir em frente. Se aproximou das
drogas e noitadas, deixou a barba crescer e não sabia o que fazer com a
dor que o afligia nesta aposentadoria precoce. Enfrentou a depressão, e
pensou em suicídio. Aceitou o tratamento, e elegeu novos desafios.
Reaproximou-se do pai, teve um filho, preparou-se para sua última
jornada olímpica onde esperava conquistar novas medalhas. Apesar de tudo
isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo no Rio.
Muitos
atletas reunidos no Rio tem histórias tão lindas de superação quanto
essas. A maioria sequer ganhou medalha, mas já conquistou algo ainda
mais importante: a certeza de que é sempre possível dar a volta por
cima.
Texto por André Trigueiro
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