AMIGOS
O que
é que faz com que uma amizade solidifique e se torne profunda?
Falando das suas experiências, alguns afirmam que foram momentos de grande dor
que fizeram com que eles descobrissem e firmassem uma sólida amizade. A chave,
portanto, seria passar por um grave problema juntos.
Outros, contudo, falam de coisas pequenas que se somam no tempo acrescentando,
a cada ano, mais uma pedra preciosa ao relacionamento.
Harry
e Lawrence pertencem a esse último grupo. São primos em primeiro grau. Nasceram
com a diferença de seis meses e separados apenas por poucas quadras.
Desde
a mais tenra idade, conviveram. Descobriram que eram muito parecidos. Falavam,
gostavam e pensavam de forma muito semelhante.
Quando
ambos tinham em torno de cinco anos, Lawrence foi para a festa de aniversário
do primo. Era mais uma grande reunião de família, onde se misturavam primos,
tias, sobrinhos.
Harry
ganhou de um dos convidados uma maravilhosa coleção de soldadinhos de chumbo,
pintados com cores vivas e aos olhos da criançada pareciam reais. O
aniversariante os pegou e mostrou a todos com orgulho.
Brincaram até tarde. Na hora da saída, Lawrence enfiou todos os soldadinhos no
bolso da calça.
Eram
tão lindos que ele os desejou para si. Fingindo naturalidade, foi saindo de
fininho, encaminhando-se para a porta.
O que
ele não sabia é que o bolso da calça estava furado e os soldadinhos caíram com
estardalhaço no chão.
Os
adultos se viraram todos para o pequeno, com olhos acusadores. Sua mãe lhe
desferiu aquele olhar de: O que você fez?
O
garoto se sentiu acuado. Tinha vontade de sair correndo, fugir, mas as pernas
lhe pesavam. Pareciam pregadas ao chão.
Foi o
pior momento de sua vida, lembra Lawrence, hoje com mais de setenta anos.
Então,
o primo Harry veio em seu socorro. Colocou-se ao lado dele e com segurança
falou em voz alta e clara:
Eu dei
os soldadinhos para ele.
Recordando aqueles momentos, o escritor que viaja pelo mundo todo, pergunta:
De que
outro motivo preciso para amar esse sujeito?
E são
amigos até hoje. Mesmo que, crescidos, tenham seguido caminhos diferentes,
prosseguiram a cultivar esse sentimento maravilhoso que nos faz florescer e que
se chama: amizade.
* * *
A
amizade sincera é um oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada
de aperfeiçoamento.
A
amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os
impulsos do coração.
Quem
sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz.
Ter
amizade é ter coração que ama a esclarece, que compreende e perdoa nas horas
mais amargas da vida.
(Redação
do Momento Espírita com base no artigo O último calouro, publicado pela revista
Seleções Reader’s Digest, março/2000 e na pergunta 174 do livro O Consolador,
pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Disponível no livro Momento Espírita v.2. http://www.momento.org.br/exibe_texto.php?id=49)
Ilustração
Dianne Dengel
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