sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Mural reflexivo: Abraço de Deus

Abraço de Deus

    É uma avó que conta que, certo dia, sua filha lhe telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca.
    A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada.
    Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.
    O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam grudados com sangue seco.
    A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada.
    “Você deseja alguma coisa, querida?”, perguntou.
    Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu:
    “Quero um abraço.”
*  *  *
    À semelhança da garotinha machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos aninhe, de forma protetora.
    Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.
    Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: “Abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura.”
    Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar.
    Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós.
    Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que Ele, como Onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna.
    Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do Seu abraço de Pai amoroso e bom.
    Não importa como o chamemos: Pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.
    Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos, sem impor condições.
    E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço Divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.
*  *  *
    Victor Hugo, poeta e romancista francês, escreveu um dia: “Tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas.
    E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz.

    Deus continua acordado.”
    Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós.


(Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Consolador, de autoria de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press. - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=761&let=&stat=0)

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