Livro em estudo: Grilhões Partidos – Editora LEAL - 1974
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia
de Divaldo Pereira Franco
B013 – Capítulo 9 – Socorros
Oportunos
Socorros Oportunos
“Vós, espíritas, podeis sê-lo
(caridosos) na vossa maneira de proceder para com os que não pensam como vós,
induzindo os menos esclarecidos a crer, mas sem os chocar, sem investir contra
as suas convicções e, sim, atraindo-os amavelmente às nossas reuniões, onde
poderão ouvir-nos e onde saberemos descobrir nos seus corações a brecha para
neles penetrarmos”. “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” — Capítulo 13º — Item
14.
Desde o momento em que fora
admoestada pelo diretor-administrativo do Frenocômio, Rosângela mais
certificou-se da interferência negativa e pertinaz dos irmãos infelizes,
perseguidores da jovem Ester, embora não ignorasse tal expediente de que se
utilizam as Trevas.
Com essa medida impostora, objetivam
descoroçoar e afastar os a quem consideram obstáculos à atra perseguição em que
se comprazem.
Aconselhando-se com o dr. Gilvan, seu
benfeitor, ficou deliberado que, a benefício de todos, seria evitada uma maior
aproximação com a paciente.
Todavia, recursos hábeis para ajudar
não faltariam nunca, uma vez que podia contar com a mais eficiente interferência
benéfica: a divina, na qual confiava integralmente.
Passou, então, a envolver a obsessa
em vibrações salutares de repouso, otimismo e renovação que a atingiam como
ondas entorpecentes e balsâmicas. As orações do grupo, que ora lhe eram dirigidas,
envolviam-na, de certo modo conseguindo neutralizar parte da interferência mais
perniciosa da mente dominadora, que, através do perispírito, do qual subtraía
forças para o nefando mister, agora se revitalizava pelo processo da imantação
decorrente das energias superiores que a alcançavam.
Nós próprio, vinculado ao grupo de
trabalhadores interessados no ministério da desobsessão, passamos a visitar a
enferma, sob a carinhosa tutoria do abnegado médico espiritual Bezerra de
Menezes, o querido mentor da Associação a que se vinculava a jovem e devotada
Rosângela.
O encontro verificado entre os
Coronéis Santamaria e Sobreira fora concertado num “acaso” carinhosamente
trabalhado, a fim de se estabelecerem as primeiras medidas de socorro mais
eficiente e direto, do que deveriam resultar os efeitos do empreendimento
espiritual.
Por uma aparente coincidência, a
Sociedade a que se referira o militar cristão era a mesma Casa de amor, onde a
enfermeira-auxiliar e os seus benfeitores ofertavam a cooperação. Amigos e servidores
ao lado do médium Joel, por caminhos diversos, fizeram-se instrumentos
valiosos, manipulados pelos Mensageiros Espirituais, a fim de conduzirem o
medicamento do conforto e da esperança a Ester e família, em nome de Jesus, sem
se saberem empenhados, reciprocamente, no mesmo mister.
A Sociedade Espírita “Francisco de
Assis”, que freqüentavam, situada em aprazível bairro carioca, plantava as suas
bases na Codificação Kardequiana, e, fiel aos postulados cristãos e espíritas,
transformara-se em eficiente Hospital-Escola-Santuário Espiritual onde
abnegados Mensageiros se congregavam para o sagrado labor da Caridade.
As diversas equipes que ali ativavam
e mantinham a flama do ideal espírita-cristão esforçavam-se por colimar a mais
elevada qualidade de ação beneficente, entregando-se aos misteres variados que
se desdobravam por toda semana, sem qualquer ociosidade ou fastio. O trabalho
constituía-lhes rota para todos e as discussões infrutíferas como os
comentários infelizes não encontravam solo propício para então medrar.
Embora os ditames do amor que regia
todas as atividades, a energia dinâmica e a consciência do dever caracterizavam
as responsabilidades a todos pertinentes, que não se permitiam a insensatez da
impontualidade, das justificações inoportunas, das apelações vulgares à
tolerância falsa, ao desculpismo.
Em razão disso, os resultados se
evidenciavam positivos e prestos, ensejando bênçãos de todo porte aos que,
aflitos, de ambos os lados da vida, ali aportavam sequiosos de luz, de pão e de
paz.
Os serviços, portanto, variados, se
desdobravam felizes, em criteriosos horários nos quais a imputação e a
segurança espiritual identificavam os operosos seareiros.
Considerando, todavia, o ministério
desobsessivo, os cuidados eram redobrados, desde o selecionamento dos membros
que constituíam o grupo, até aos cuidados e deveres para com o corpo, a mente,
a alma, em caráter normal, e, em especial, nos dias aprazados para as elevadas
incursões ao Mundo Espiritual, através da contribuição mediúnica.
Dois dias após a entrevista no lar da
família Sobreira, os membros do trabalho reuniram-se às 19:30 horas, como de
hábito, para o serviço superior do intercâmbio socorrista. A primeira meia hora
se fazia dedicada a leituras edificantes, comentários evangélicos, conotações e
apontamentos doutrinários, enquanto os participantes encarnados na psicosfera
da Casa refaziam-se do aturdimento e cansaço das horas passadas, nas atividades
para a sobrevivência física.
O Coronel Sobreira pensava em
apresentar o problema psíquico de Ester ao antigo “médico dos pobres”, quando o
Instrutor amorável utilizasse a psicofonia de Joel, solicitando orientação e o
seu concurso benéfico.
Aquele dia reservara-se à meditação e
à prece, procurando uma sintonia harmoniosa com o Plano Espiritual, como,
aliás, lhe constituía, um hábito nos últimos tempos, desde que retornara do
Exterior.
Face à desencarnação do anterior
dirigente dos trabalhos daquela natureza, fora invitado pelo sábio Mentor,
entregando-se, desde esse instante, com devotamento à tarefa espontaneamente
aceita. Desempenhava-a com total espírito de confiança e fervor, experimentando
entranhada felicidade na sua execução.
Os trabalhos transcorreram em clima
abençoado, tendo atendido a larga faixa de sofredores do além-túmulo, não
apenas pela psicofonia quanto pela assistência simultânea do nosso lado àqueles
que participavam do tratamento, sem possibilidade de um contato mais direto com
os do plano físico.
Em todo serviço de desobsessão,
enquanto uma Entidade se faz esclarecer, outras se lhe vinculam co-participando
das informações e instruções que são ministradas, colhendo-se significativos,
valiosos resultados.
Em concomitância, os encarnados sob
assistência especial, dos quais dois se faziam presentes sob os acúleos da obsessão
simples, em fase inicial, recolheram particulares benefícios que os armavam
para a libertação da parasitose espiritual e, logo após, despertamento de ambos
para os compromissos íntimos e recíprocos de reajustamento de que necessitavam.
Ao término da sessão, no período
reservado às instruções especiais, o “caso” Ester foi apresentado ao Diretor
Espiritual, que informou conhecer, já, a trama perturbadora, elucidando
tratar-se de subjugação infeliz, que poderia, mercê da colaboração de todos e
particularmente dos genitores, ser removida. O resultado final pertencia sempre
ao Senhor.
Considerou as implicações pretéritas
da família e da própria enferma, ressaltando, porém, as dores maternas,
pungentes e suas inúmeras, contínuas súplicas ao Pai, que ora respondia,
através da solidariedade de todos, conforme a recomendação evangélica sobre a
necessidade da união para a prece e para o socorro, na qual o Divino Mestre
sempre se faz presente.
Propôs que os genitores de Ester
passassem a freqüentar as reuniões, enfermos também que estavam, necessitando
de imediato socorro, e solícitou ao irmão Sobreira concedesse mais amplos
esclarecimentos aos consortes, preparando-os de algum modo para as operações
intercessórias do futuro.
Concluindo, asseverou que ele próprio
iria dispensar assistência à jovem, ao lado de outros trabalhadores, atendendo,
assim, à solicitação de outros assistentes empenhados no concurso da caridade.
A reunião foi encerrada sob
auspiciosa ventura, tanto para a família Sobreira quanto para Rosângela e os
Albuquerques.
A bondade divina que nunca falta
alcançava mais uma vez “os filhos do Calvário” na Terra.
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 – Apesar da primeira tentativa frustrada com a jovem
Rosângela de sensibilizar a família Santamaria para as raízes espirituais do
caso Ester, a espiritualidade não desistiu, consertando uma segunda tentativa
mais exitosa. De que modo o Tenente-Coronel Joel e o Coronel Epaminondas se
relacionavam com o Dr. Gilvan e Rosângela?
2 – Como se davam os trabalhos na Sociedade Espírita
Francisco de Assis?
3 – O que a entidade dirigente dos trabalhos de
desobsessão propôs quando o Coronel Epaminondas expôs o caso Ester?
Bom estudo a todos!!
Equipe Manoel Philomeno
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