sexta-feira, 10 de abril de 2015

'Eles me prometeram o paraíso', diz homem-bomba de 17 anos

'Eles me prometeram o paraíso', diz homem-bomba de 17 anos

Um homem-bomba de 17 anos preso pela polícia iraquiana revelou que o grupo autodenominado 'Estado Islâmico' recruta adolescentes para serem suicidas.
"Eles me prometeram que eu iria direto para o paraíso", diz ele em entrevista à BBC.
A polícia iraquiana frustrou o ataque e tem conseguido conter o avanço do 'Estado Islâmico' na região em torno da capital, Bagdá.
Apesar disso, o grupo conquistou a cidade de Al-Baghdadi, a apenas 8km de uma base americana.
O adolescente diz que estava preparado para matar homens, mulheres e crianças, e que a maioria dos recrutados pelo grupo tem entre 14 e 17 anos.
Ele chora e se diz envergonhado do que iria fazer.

Notícia publicada na BBC Brasil, em 17 de fevereiro de 2015.

André Henrique de Siqueira* comenta
O homem é um ser linguístico que se define na linguagem, no espaço das ideias que é capaz de conceber e de experimentar. O mundo do indivíduo é o resultado de suas ideias. É a realidade a que ele tem acesso em sua própria consciência e através do qual ele direciona suas ações no mundo.
Todas as experiências do ser convertem-se em uma representação mental que povoa o espaço das concepções sobre o passado, sobre o presente e sobre o futuro. Através das ideias o sujeito direciona as suas ações, interpreta as suas vontades e conduz os seus sentimentos.
Cada ideia cria um fluxo de potencialidades para as ações. Primeiro, porque a ideia representa o registro do mundo na tecitura da memória. Segundo, porque é de posse da ideia que se caracterizam as expressões de escolha que o indivíduo é capaz de articular em seus exercícios de liberdade.
A sincera busca da verdade - aqui entendida como a relação entre o que existe e o que é representado no conhecimento do sujeito - é uma aspiração humana que pretende resolver o conflito de adaptação do sujeito à realidade em que vive e, ao mesmo tempo, prepará-lo para as condições que advirão da sua atuação nesta realidade.
Errar é uma condição inerente ao aprendizado, mas o erro pode custar o preço da sobrevivência. Tanto no plano físico quanto no ético. Daí a importância de buscar a veracidade das ideias.
A aspiração filosófica de buscar a felicidade pelo encontro com a verdade tem como pano de fundo a reflexão de que o pensamento errado pode conduzir à derrocada do espírito e à destruição da saúde do corpo. O conhecimento da verdade é a condição única da felicidade, da sobrevivência.
A crença cega, a fé no que não é real, conduz o Espírito ao desacerto de agir contra a própria integridade física ou espiritual. É preciso educar a mente para o conhecimento da verdade, este é o papel da instrução. Mas também é preciso educar a alma para a prática da verdade em nossos sentimentos e atos, este é o papel da vida.
Sendo uma filosofia, o Espiritismo pretende a busca da verdade na realidade das coisas. Compreende que a Lei Natural é a expressão desta Verdade no espectro da compreensão humana. A religião espirita busca, desta forma, fundamentar-se na razão científica - que pretende caracterizar a experiência da realidade através da crítica metodológica - para construir uma renovação na atitude do sujeito, adequando-o aos imperativos da vida.
As crenças que não podem encarar a razão são fontes de ilusão e causa de delitos contra a integridade física ou moral do indivíduo ou das sociedades. Buscar a verdadeira Religião (a busca da integração com a Realidade Divina) é a aspiração do homem bom que não deve, entretanto, afastar-se da crítica razoável a que deve submeter suas próprias crenças.

* André Henrique de Siqueira é bacharel em ciência da computação, professor e espírita.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

terça-feira, 7 de abril de 2015

Revista Espírita: SOBRE A ARQUITETURA E A IMPRENSA, A PROPÓSITO DA COMUNICAÇÃO DE GUTTEMBERG


(Sociedade Espírita de Paris – Médium: Sr. A. Didier)

O Espírito Guttemberg definiu muito poeticamente os efeitos positivos e tão universalmente progressivos da imprensa e o futuro da eletricidade; entretanto, na qualidade de antigo construtor de castelos, torreões, aterros e catedrais, permito-me expor certas teorias sobre o caráter e o objetivo da arquitetura medieval.

Todos sabem, e agora ilustres professores de arqueologia hão ensinado, que a religião, a fé ingênua ergueram com o gênio do homem esses soberbos monumentos góticos,espalhados na superfície da Europa; e aqui, mais que nunca, a idéia expressa pelo Espírito Guttemberg, é cheia de elevação.

Contudo, julgamos por bem emitir a nossa opinião, não contra, mas a seu favor.

A idéia, essa luz da alma, centelha real que comunica a vontade e o movimento ao organismo humano, manifesta-se de diversas maneiras, quer pela arte, pela filosofia, etc. A arquitetura,essa arte elevada que, talvez, melhor exprima o natural e o gênio de um povo, foi consagrada, nas nações impressionáveis e crentes, ao culto de Deus e às cerimônias religiosas. A Idade Média, forte no feudalismo e na crença, teve a glória de fundar duas artes essencialmente diferentes em seu objetivo e sua consagração, mas que exprimem perfeitamente o estado de sua civilização: o castelo forte, habitado pelo senhor ou pelo rei; a abadia, o mosteiro e a igreja; numa palavra, a arte arquitetônica militar e a religiosa. Os romanos, essencialmente administradores, guerreiros, civilizadores, colonizadores universais, forçados que eram pela expansão de suas conquistas, jamais tiveram uma arquitetura inspirada por sua fé religiosa; só a avidez, o amor do ganho e do poder executivo, lhes fizeram construir esses formidáveis montes de pedra, símbolo de sua audácia e de sua capacidade intelectual. A poesia do Norte,contemplativa e nebulosa, aliada à suntuosidade da arte oriental, criou o gênero gótico, a princípio austero e pouco a pouco florido. Com efeito, vemos na arquitetura a realização das tendências religiosas e do despotismo feudal.

Essas ruínas famosas de tantas revoluções humanas,mais que o tempo, ainda se impõem por seu aspecto grandioso e formidável. Parece que o século que as viu erguer-se era duro,sombrio e inexorável, como elas; mas daí não se deve concluir que a descoberta da imprensa, à força de desenvolver o pensamento,tenha simplificado a arte da arquitetura. Não; a arte, que é uma parte da idéia, será sempre uma manifestação religiosa, política, militar, democrática ou principesca. A arte tem o seu papel, a imprensa o dela; sem ser exclusivamente especialista, não se deve confundir o objetivo de cada coisa; é preciso dizer apenas que não se devem misturar as diferentes faculdades e as diversas manifestações da idéia humana.

Robert de Luzarches

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o espiritismo

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EESE – Cap. IX – Itens 6 e 7
Tema:   A afabilidade e a doçura
        A paciência
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A - Texto de Apoio:

A afabilidade e a doçura

6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que aso brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás.

A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: "Aqui mando e sou obedecido", sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: "E sou detestado."

Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana. - Lázaro. (Paris, 1861.)

A paciência

7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como podemos desenvolver a afabilidade e a doçura?

2 – Por que podemos afirmar que a paciência é uma caridade?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

domingo, 5 de abril de 2015

Mural reflexivo: De migalhas faz-se o pão

 

olhardebiamurrefle

De migalhas faz-se o pão

Com apenas seis anos, Beatriz Martins decidiu que sua missão seria ajudar o próximo e fazer a corrente do bem se multiplicar.

Um dia, passeando de carro com a família, parou em um semáforo e viu crianças, como ela, pedindo balas para os motoristas.

Chocada, não conseguiu entender as diferenças sociais entre ela e aquelas crianças.

Elas estavam com roupas rasgadas.

Perguntei ao meu pai por que estavam daquele jeito, relembra Bia, inconformada com a cena.

O pai, dedicado, deu a ela algumas explicações sobre as diferenças sociais.

Mesmo assim, eu continuava não entendendo, achava uma injustiça, disse a menina.

A cena não saiu da sua cabeça. Ela queria ajudar.

Apesar de não saber como isso poderia ser feito, passou quatro meses guardando toda bala, pirulito ou doce que ganhasse.

Quando chegasse o natal, o plano era distribuir todos os doces na comunidade daquelas crianças do semáforo.

Surpreso com a atitude da filha, o pai chamou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar para recolher donativos.

No Natal daquele ano, atendemos seiscentas crianças, lembra Bia.

Ela ainda não sabia, mas tinha acabado de fundar sua ONG.

Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a menina também entrou em ação, alcançando mais duas mil crianças em todo o Estado de São Paulo.

Não demorou muito para a iniciativa ganhar nome – Olhar de Bia – e se consolidar.

Nos dias atuais, com treze anos e articulada como gente grande, Bia não para de multiplicar a corrente.

Ampliou sua assistência para além das comunidades, e passou a fazer ações em escolas e creches.

Em dezembro do ano de 2013, enviou doações para as vítimas das fortes chuvas do Espírito Santo, que deixaram mais de sessenta mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Somente no Natal de 2013, vinte e dois mil, cento e oitenta e sete itens, entre brinquedos, alimentos, aparelhos eletrônicos, roupas e livros foram distribuídos.

A gente não faz só a ação, é um evento com trio elétrico, mágicos, brinquedos infláveis, tudo com voluntários, conta a garota.

Em sete anos, o Olhar de Bia informa ter atendido mais de cem mil brasileiros.

As pessoas querem ajudar, não sabem como, e sempre vão deixando essa vontade para depois, afirma.

A garotinha, que já foi deputada federal mirim em Brasília, sonha em ser jornalista e lutar pelas causas sociais.

Agora, ela quer mais. Pretende oferecer cursos profissionalizantes para jovens, criar parcerias com outras organizações para levar assistência odontológica a escolas da periferia e construir uma sede para a ONG.

A ideia é espalhar a sementinha, ajudando cada vez mais.

*   *   *

Um gesto de caridade

Apaga muitas feridas

Um minuto de evangelho

Pode salvar muitas vidas.

De gotas d’água o ribeiro

É a doce e clara união

De segundos faz-se o tempo

De migalhas faz-se o pão.

Redação do Momento Espírita, com base em matéria do site
www.sonoticiaboa.com.br, de 11 de janeiro de 2014, e em versos da poesia
Na jornada de luz, pelo Espírito Casimiro Cunha, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, do livro Caridade, ed.IDE.