quarta-feira, 6 de maio de 2009

Cresce uso de anabolizantes entre jovens, indica Cebrid

Cresce uso de anabolizantes entre jovens, indica Cebrid
Dados revelam que praticamente triplicou nos últimos anos.Em 2001, 540 mil brasileiros admitiram o uso desses produtos.
Da Agência Estado
Levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) aponta que o uso de anabolizantes vem crescendo entre jovens. Praticamente triplicou nos últimos anos, o que fez a ciência destinar mais pesquisas ao estudo das substâncias. Os resultados revelam até a ligação do produto com a violência.
Em 2001, 540 mil brasileiros admitiram o uso desses produtos, número que passou para 1,2 milhão nos últimos dados do Cebrid, colhidos em 108 cidades com mais de 200 mil habitantes. Já uma outra pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo atestou que o anabolizante estimula a agressividade.
"O trabalho foi feito em camundongos, que têm sistema genético parecido com o dos humanos", diz Silvana Chiavegatto, orientadora do estudo. "No córtex, responsável por inibir a atitude agressiva, os danos causados pelo anabolizante foram de 66%."
Não é apenas o dano cerebral que induz à violência. A maior parte dos usuários está em academias, em busca de músculos. A força trazida pela droga tem impacto nas atitudes. A autoconfiança incentiva brigas, diz a psiquiatra do Cebrid Solange Aparecida Nappo. "Apesar de não provocar dependência química, entrevistamos 60 meninos, de 16 a 24 anos, e todos apresentavam sinais clássicos do vício", conta. "Reduziam toda a vida à malhação, ficavam afastados da família e amigos e suportavam qualquer sequela para atingir o objetivo de ficar maiores."
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COMENTÁRIO:
Sabemos que os jovens são alvos muito fáceis para a sociedade mediatizada em que vivemos. Uma sociedade globalizada que cultiva a aparência exterior como um dos mais altos graus de sucesso social. Desejosos de se igualarem aos heróis criados pelos media, receosos por sofrerem o drama da exclusão do grupo em que estão inseridos e iludidos na ânsia de afirmação pessoal a qualquer preço, a imagem e a aparência são elevadas à condição de preponderantes, procurando o culto do corpo físico como uma solução para os medos e desejos que invadem as suas almas.

O surto de academias e ginásios que prolifera nas grandes cidades é elogiável. Proporciona e incute na população a importancia da prática regular de exercício físico. Mas muitas vezes, o bom senso e o exercício regrado cedem lugar ao excesso e ao risco, passando o equilíbrio para um plano bem secundário. Reféns dos seus desejos e aspirações, alguns jovens treinam de forma excessiva, provocando um enorme desgaste físico e mental com consequências na sua saúde. Outros, no entanto, confrontados com o enorme esforço necessário para conquistar o corpo perfeito, desistem facilmente dos métodos convencionais e apelam para os resultados imediatos dos anabolizantes, sem se darem conta dos graves danos que estão a provocar ao organismo físico. Nunca é demais repetir os perigos que o uso de anabolizantes pode provocar: problemas no fígado, inclusive câncer; redução da função sexual; derrame cerebral; alterações de comportamento com aumento da agressividade e nervosismo; aparecimento de acne; diminuição da produção de esperma; retração dos testículos; impotência sexual; dificuldade ou dor ao urinar; calvície; desenvolvimento irreversível de mamas; paragem prematura de crescimento; depressão; fadiga; insónia; diminuição da libido; dores de cabeça; dores musculares; desejo de tomar mais anabolizantes.


Meditemos nesse trecho do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, cap II:


“Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona causticante pesar; um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos são outros tantos tormentos, que lhe transformam a existência numa perene angústia, infligindo-se ele, desse modo, a si próprio, verdadeira tortura de todos os instantes.”

A vaida­de é uma paixão muito exigente. É um ditador interno que não se satisfaz com pequenos sucessos e exige cada vez mais, sedento de protagonismo, admiração e de realizações que alimentem o ego e o orgulho. Ofuscado pelas luzes do materialismo e pelo prazer imediato, o Homem vai esquecendo que a transitoriedade da vida física é um facto incontornável. Procura ignorar que as únicas aquisições definitivas são as da alma imortal, relegando a cultura, a ciência, a solidariedade, a caridade, a reforma íntima e a transformação pessoal para o fim da lista das suas prioridades. O organismo físico, instrumento da nossa evolução íntima, deverá ser respeitado de forma cuidada para que seja um veículo eficaz e de longa duração, mas sem os excessos e abusos reportados na notícia, que inevitavelmente provocarão efeitos colaterais, por vezes irreversíveis, e que mais cedo ou mais tarde, fruto da lei de causa e efeito, humilharão a vaidade, o orgulho e instigarão o indivíduo para a necessidade de educação, aprendizado e observância das leis maiores da vida.

(Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net)

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