
OS PATINS...
Existem pessoas que têm medo de viver...
Em certa ocasião, havia um menino que tinha adoração por patins.
Era tudo o que ele queria na vida. Pediu, pediu, tanto fez que, um belo dia, eis que conseguiu. Ficou muito feliz com o par de patins, não desgrudava dele um minuto sequer: era dia e noite, o menino e os patins.
Só que no primeiro tombo, no primeiro arranhão, ele ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los. Os patins ainda eram a coisa que ele mais queria, o que ele mais gostava de fazer era estar com eles.
Mas preferiu, apenas, ficar olhando e não usar mais para não estragar.
O tempo foi passando e os patins, guardados.
Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.
Então, em um belo dia, ele se lembra, sente saudades e resolve recuperar o tempo perdido. Vai até o armário, revira tudo e, finalmente, encontra os patins.
Corre para calçá-los e aí tem uma terrível surpresa.
Os patins não cabem mais nos seus pés.
O menino, acometido de profunda tristeza, chora e lamente os anos perdidos e que não vai mais poder recuperar.
Poderia, sim, comprar outros, mas nunca seriam iguais àqueles.
Assim como o menino da estória, são as pessoas.
Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucar e depois, quando resolvem retomar esses sentimentos, já passaram de sua melhor fase.
Deixe as besteiras de lado, as brigas, os ressentimentos e viva bem o dia de hoje.
Não guarde os patins, talvez hoje ainda haja tempo; amanhã, pode ser tarde demais...
(In: "A LUZ DISSIPA AS TREVAS" - Estórias e fatos para ilustrar palestras e conversações - vol 2, seleção de Paulo Daltro de Oliveira da Gráfica e Editora Paulo de Tarso de Goiânia. Gentilmente enviado por Araci Cornelsen, membro da Equipe do Espiritismo.Net)
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