domingo, 5 de julho de 2009

Notícia: "Celular é convidado indesejado na hora da refeição"

Sara Rimer.

Sempre que Anne Fishel e sua família conversam sobre comportamentos inadequados durante as refeições familiares, eles voltam ao incidente do Yom Kippur. Há dois anos, 14 pessoas se reuniram à sua mesa de jantar em Newton, Massachusetts, para o fim do jejum de um dos mais solenes feriados judeus.

Enquanto Fishel olhava em volta, parecia que todos - seu marido, seus dois filhos universitários, Gabe e Joe, e seus amigos - estavam saboreando sua comida e compartilhando o sentimento de um importante jantar familiar. Exceto, ela notou, o amigo de faculdade de Gabe. Espere um segundo, o que ele estava fazendo? Olhando furtivamente para baixo, ele estava enviando mensagens de texto clandestinamente - não apenas uma ou duas, mas continuamente, da sopa de abóbora e maçã ao peru assado.

Fishel, que comanda um programa de terapia familiar e de casais no Hospital Geral de Massachusetts, não quis constranger o jovem. Mas outra amiga de Gabe, sentada ao lado do furtivo enviador de mensagens, se manifestou. "Você não deveria estar fazendo isso aqui", ela o condenou, e não com um cochicho. "Por que não?", o amigo rebateu. "Não é nenhum jantar formal ou algo do tipo."

É a anarquia das mensagens de texto, segundo a bisneta de Emily Post, Cindy Post Senning. "As pessoas estão enviando mensagens de texto em todos os lugares", ela disse. Maridos, esposas, filhos e convidados que nunca faltariam com a educação falando ao telefone a uma mesa familiar parecem achar que é perfeitamente aceitável enviar mensagens de texto (ou e-mails, ou Twitter) enquanto comem.

Post Senning está aí para dizer a vocês que não é aceitável. Nem um pouco. O problema é tão novo que seu último livro, Emily Post's Table Manners for Kids (HarperCollins, 2009 - Maneiras à mesa para crianças), escrito com Peggy Post, cobriu o assunto apenas de maneira geral, com uma regra abrangente: "NÃO use o celular ou qualquer aparelho eletrônico à mesa."

Agora, ela considera necessário ponderar sobre o assunto das mensagens de texto com mais especificidade: não envie mensagens de texto à mesa de jantar, particularmente em casa. "A refeição familiar é um evento social", ela disse em entrevista telefônica, "não um evento de ingestão de alimentos." "Tenha consciência de que outros podem ver seus dedos trabalhando mesmo quando eles estão em seu colo", ela escreveu em uma mensagem de e-mail posteriormente, estabelecendo a regra oficial da etiqueta. "Se você está em uma situação na qual sua atenção deveria estar focada em outros, você não deveria estar enviando mensagens de texto." E ela também se refere a e-mails.

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"Talvez as pessoas pensem que podem dividir o tempo: enviando mensagens de texto e conversando ao mesmo tempo", disse Harry Lewis, professor de ciência da computação de Harvard e um dos autores de Blown to Bits: Your Life, Liberty and Happiness After the Digital Explosion (Addison-Wesley, 2008 - Sua vida, liberdade e felicidade após a explosão digital). Tome cuidado, ele diz: você não está enganando ninguém. "Ninguém acha que alguém ao celular pode realmente estar prestando atenção em outra pessoa."

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Notícia completa em: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3796615-EI4796,00.html

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COMENTÁRIO

Eu acredito que a "fuga para o celular" é apenas mais um dos modos "modernos" de viver em família; ontem foram as TVs (cada peça da casa tem um para que cada um veja o que quer), depois vieram os computadores por trás das portas fechadas dos quartos dos filhos, onde os pais são proibidos de entrar (e muitos obedecem!), hoje o celular se junta à turma do "quero ficar sozinho".
A culpa é de quem?
Se poderia dizer que dos pais que deixaram seus filhos sozinhos na infância e hoje já não conseguem atingir seus filhos adolescentes, mas seria só isso?
A juventude que não respeita normas, não respeita pessoas, não respeita a si mesmo, é fruto da educação equivocada, onde o ter é mais importante que ser, o impor limites é desamor, e assim por diante. Mas, graças a Deus, esses não são a maioria, embora pela evidência com que se expõem pareçam ser em maior número.
Ainda se vê pessoas que ao entrarem em casa ou num espetáculo, num cinema, por exemplo, desliga o celular; pessoas que não estão acoplados à tecnologia como se fosse a extensão de si mesmo; são pessoas que acreditam no convívio familiar, que conversam, se curtem, se amam e se respeitam.
Cabe ao jovem, seguir os bons exemplos para dar o exemplo. Afinal, se não aprendemos quando pequenos, ainda em formação, podemos mudar pelo nosso livre arbítrio, pois que cada um sabe exatamente onde está exagerando.
Se liga!

Bjks da Elo

(Eloci Mello é membro da Equipe do CVDEE)

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