segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Notícia: "Profissão- Na hora de escolher a carreira, é bom se informar, planejar a longo prazo e não temer uma guinada no futuro."

Assustados, confusos, indecisos. É assim que muitos jovens se sentem na hora de escolher sua profissão, às vésperas das inscrições para os vestibulares. Aquela certeza desde pequeno do que se vai ser quando crescer não rolou. Surge o medo de não dar certo. E a angústia aperta mais diante do variado leque de alternativas de curso superior. São mais de 150 e, a cada dia, surgem novas opções de carreiras e de oportunidades de trabalho. O que fazer? Esse turbilhão de dúvidas não deve ser encarado como um problema grave. Especialistas garantem que a insegurança diante da escolha profissional é um sintoma saudável e produtivo. Com vários caminhos abertos à sua frente, o indeciso tem maiores chances de escolher melhor do que quem apóia sua certeza em fantasias. Por isso, recomenda-se que essa fase da vida seja enfrentada com tranqüilidade pelos jovens e sua família. Afinal, toda decisão pressupõe incertezas e uma dose de risco. E esse é o primeiro grande desafio do jovem diante do novo e do desconhecido.

Uma forma de diminuir a pressão é saber que essa escolha profissional não é necessariamente definitiva. Novos caminhos vão surgir durante a faculdade, o mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande guinada na carreira. "A faculdade deve ser encarada como a escolha de uma plataforma, um alicerce para a construção da vida profissional", afirma Rubens Gimael, especialista em desenvolvimento de carreira da NeoConsulting. É comum encontrar engenheiros trabalhando na área de finanças, arquitetos se dedicando à área comercial, economistas cuidando de marketing. A mudança não significa fracasso nem frustração, mas sim a aceitação de desafios que a vida vai trazendo. Escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida, questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer, a qualidade de vida que se pretende ter. E esse momento de reflexão pode render bem mais quando é compartilhado com a família. Mas, por excesso de liberalismo, muitos pais se omitem com a desculpa de não querer interferir na vida dos filhos.

Um passo importante para o jovem indeciso é investigar, reunindo informações sobre as profissões e cursos oferecidos pelas faculdades. Há ainda a opção de buscar apoio em empresas de orientação vocacional. As transformações econômicas que atingiram o mundo de forma global impulsionaram novas e promissoras carreiras. São as profissões que envolvem inovações tecnológicas e áreas de inteligência e conhecimento. As carreiras tradicionais, como medicina, direito, engenharia, letras e administração, ainda são as mais procuradas nos vestibulares. Elas se renovaram e ganharam áreas de atuação que prometem sucesso e bons rendimentos, como o campo de biotecnologia para os advogados e o de meio ambiente para engenheiros. É bom também ficar antenado com o crescimento dos setores de serviços, lazer e entretenimento, meio ambiente e projetos sociais. Eles abriram oportunidades atraentes de trabalho para os profissionais com formação em biologia e educação física, que andavam em baixa, e valorizaram cursos que antes eram considerados de segunda linha, como relações internacionais, turismo e hotelaria...

Fonte e notícia completa, em: http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/p_064.html

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COMENTÁRIO

Tomar a responsabilidade de uma escolha é uma tarefa difícil que é preciso tornar um hábito, já que toda a vida é feita de escolhas e decisões. Aprimorar a capacidade de decidir, assumindo as responsabilidades dessa escolha e descobrir a razão da própria vontade, é um excelente exercício para a maturidade emocional.

Existem dúvidas sobre o que é necessário escolher? Óptimo! Isso significa que há ponderação e bom senso. A dúvida, logo que não paralise o indivíduo, saída do exercício de uma reflexão cuidada, é o ponto de partida para uma boa decisão. É mais cómodo, mas também mais sujeito a erros, não colocar em causa as convicções exibidas, do que aceitar a insegurança da incerteza.

A opção por um rumo profissional é normalmente a primeira grande decisão dos jovens. Finalmente eles poderão começar a responder na prática à pergunta que os acompanha desde a infância: “O que desejas ser quando fores grande?”

É normal e saudável que hajam indecisões, muitas dúvidas e que os pais e restantes familiares, procurem aconselhar e fazer passar aos jovens informações pertinentes, saídas da sua maior experiência de vida. Ouvir os mais velhos não é um sinal de respeito mas de bom senso. Contudo, é um erro o jovem procurar seguir o que os seus pais ou a sociedade estipulam como o adequado. Cada um de nós tem objectivos e finalidades de vida distintas e, por esse motivo, o jovem deverá chamar a si a responsabilidade da sua escolha, levando em conta todos os dados recebidos, mas não permitindo que alguém conduza os seus passos.

A Universidade tem uma tríplice função: Profissional (abre portas para uma carreira no mercado de trabalho); Cultural (através da difusão do conhecimento, das artes e da cultura); Científico (como um centro de desenvolvimento das ciências e pesquisa científica); A Universidade permite aos jovens desenvolverem-se nestes aspectos, formando, difundindo e desenvolvendo. É impossível esconder que os aspectos económicos são importantes na escolha de uma carreira, mas não deverão ser os únicos: A vocação pessoal e o interesse do jovem por determinada área de estudo, são preponderantes para que no futuro ele possa, não apenas ser um trabalhador activo no mercado de trabalho, mas sobretudo prosperar e ser um excelente profissional na área escolhida. O trabalho, para além de ser um suporte material do Homem, ajuda a desenvolver a sua capacidade intelectual e moral, e é um meio para a realização do objectivo final da Natureza, de contribuição para o progresso e evolução do sociedade e do mundo em geral. Nortear a escolha unicamente em variáveis economicistas e materialistas poderá trazer dissabores futuros, levando a uma frustração crescente quando as horas, os dias e os anos de trabalho forem desperdiçados em tarefas para as quais não existia uma grande apetência. Estudar, fazer e trabalhar naquilo que mais gostamos é sempre o mais desejável.

Isto não significa que ao haver escolhido um curso, se estará a determinar uma profissão para toda a vida. O mundo está em permanente transformação e todos temos ferramentas adequadas para a adaptação a essas mudanças e mesmo para a criação de novas mudanças. Ao escolher um curso, existe uma definição de um rumo no caminho, que posteriormente poderá ser corrigido, invertido ou modificado. Com os alucinantes desenvolvimentos e progressos da ciência e tecnologia, os métodos e as formas de trabalhar mudam a um ritmo surpreendente. As tarefas que se fazem hoje, certamente serão executadas de forma diferente dentro de poucos anos. O mais importante é haver uma preparação educativa segura e uma motivação forte para aprender constantemente e para se adaptar a diferentes desafios, funções, tarefas e ambientes.

Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net

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