quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pedido feito: Regressão de memória

Eu gostaria de informações sobre Regressão de memória.
Aqui vão 3 artigos espíritas que abordam o tema . Verá que há alguma controvérsia mesmo no meio espírita.
TERAPIA DE VIDAS PASSADAS
Extraído do livro Loucura e Obsessão - pelo espírito Manoel P. Miranda, psicog. de Divaldo P Franco
"A terapia de vidas passadas é conquista muito importante, recentemente lograda pelos nobres estudiosos das "ciências da alma". Como ocorre com qualquer terapêutica, tem os seus limites bem identificados, não sendo uma panacéia capaz de produzir milagres. Em grande número de casos, os seus resulta os são excelentes, principalmente pela contribuição que oferece, na área das pesquisas sobre a reencarnação, entre os cientistas. Libera o paciente de muitos traumas e conflitos, propiciando a reconquista do equilíbrio psicológico, para a regularização dos erros pretéritos, sob outras condições. Mesmo ai, são exigidos muitos cuidados dos terapeutas, bem como conhecimento das leis do reencarnacionismo e da obsessão, a fim de ser levado a bom termo o tratamento, nesse campo. Outrossim, nesta, mais do que em outras terapias, a conduta moral do agente deve ser superior, de tal forma que não se venha a enredar com os consócios espirituais do seu paciente, ou que não perca uma pugna, num enfrentamento com os mesmos, que facilmente se interpõem no campo as evocações trazidas à baila... Ainda devemos considerar que cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Neste setor, além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo e fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejam alcançar.
"Inicialmente, em se considerando a intensidade da alienação de Aderson, com o seu total alheamento ao mundo objetivo, nada seria conseguido com essa terapia, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos. Demais, se ora passível fazé-lo, numa fase menos grave, o seu reencontro com toda a gama de fatos danosos praticados produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria da mesma forma. Desejando esquecer, não dispõe de forças para enfrentar-se e superar todos os prejuízos ocasionados às suas vítimas. Desta forma, o recurso que ora se lhe aplica, nesta Casa, embora haja outros, fará que, a pouco e pouco, retorne à lucidez, e, quiçá, ao interesse pela vida. Por fim, um recurso terapêutico com eficiência imediata somente resultaria positivo num paciente cujo mérito lhe facultasse a recuperação, porque os fatores que geram a enfermidade, na condição de regularizadores das dividas, não podem ficar esquecidos, quando da reconquista da saúde por pane de quem os sofre. Isto ocorre em todos os campos da vida, exceto quando a misericórdia de acréscimo funciona, liberando o ser de uma forma de provação, para que outro recurso regenerador, pela ação do bem praticado, seja posto em campo. A verdade é que a divida se torna o sinal de identificação de quem delinqüi, esperando a justa regularização. Até esse momento, auxiliemos conforme nos esteja ao alcance.
TERAPIA DAS VIDAS PASSADAS
 Do livro A Força das Ideias de Richard Simonetti Ed. O Clarim
Nota-se certa resistência à Terapia das Vidas Passadas, no meio espírita. Por quê?
 Parece-me que não é bem isso. Enfatiza-se que a TVP é um recurso terapêutico a ser aplicado por profissionais habilitados - médicos e psicólogos -, e não um exercício de ajuda espiritual no Centro Espírita. >Será prudente essa incursão pelo passado das pessoas, considerando, como explica a Doutrina Espírita, que o esquecimento é uma bênção?
 Aprendemos com o Espiritismo que a dor, em suas várias manifestações, é uma bênção. Nem por isso a Doutrina considera imprudente o empenho da medicina em aliviá-la.
 3- Circula em vários periódicos-espíritas uma manifestação de Emmanuel, em psicografia de Chico Xavier, condenando a regressão. O que dizer disso?
 Com a sabedoria que o caracteriza, Emmanuel pondera a inconveniência da regressão inspirada em mera curiosidade. A TVP não se enquadra nessa condição. Apenas procura identificar circunstâncias traumatizantes que originaram determinados estados patológicos, favorecendo a recuperação do paciente.
 4- Mas isso não seria indébita interferência no carma?
 Todas as disciplinas terapêuticas da medicina, inclusive a TVP, são recursos facultados pela misericórdia divina, atenuando os efeitos de nossas defecções no pretérito. As causas geradoras estão em nossas mazelas. Estas somente nós mesmos teremos condições de eliminar com o esforço em favor de nossa renovação.
 5- E quanto ao fato da TVP envolver riscos?
 Viver é um risco. Há pessoas que sofrem choques anafiláticos ingerindo uma aspirina. No entanto, ela tem beneficiado a milhões de indivíduos. Justamente pelos riscos que envolve, a TVP deve ser aplicada por profissionais habilitados.
 6- Poderíamos situar a TVP na área da ciência espírita?
 Penso que não devemos situá-la em área nenhuma da Doutrina, muito menos na área do Centro Espírita, a envolver confrades despreparados.
 Não obstante, a TVP trabalha em favor do Espiritismo, na medida em que familiariza o profissional com_ a reencarnação. Ele fatalmente acabará por admiti-Ia. É a única explicação lógica para os fenômenos de regressão que terá a oportunidade de observar, colocando-o em contato com vidas anteriores do paciente.
 "É preciso grande equilíbrio para podermos recordar, edificando."1
 GERALDO GOULART Publicado em "Reformador" FEB Julho, 1998 Recente reportagem veiculada na TV abordou problemas ocorridos no Exterior com pessoas que se entregaram a experimentadores no Trabalho de regressão de memória. De acordo com a matéria, alguns dos que se submeteram à regressão induzida não conseguiram voltar à lembrança da vida atual, como se estivessem prisioneiros das lembranças de vida anterior. Outros estacionaram na faixa etária infantil exprimindo linguagem e trejeitos de crianças de pouca idade.
 Não vamos, aqui, analisar a proficiência dos magnetizadores nem o risco a que se submetem os magnetizados que se aventuram nesse campo ou mesmo a propriedade de tal recurso. Isso porque é discutível o argumento que defende o uso da regressão de memória no campo da psiquiatria ainda que com finalidades terapêuticas.
 Na maioria dos casos conhecidos de regressão de memória, o pesquisado emerge do mergulho nos refolhos da consciência com a "descoberta" de que foi uni grande rei, príncipe ou senhor de muitos haveres, etc. Nenhuma referência a vidas humildes. Apenas as situações de destaque. Será afago ao ego de quem pagou pelo trabalho? Não sabemos.
 O esquecimento do passado é benção que faculta a imersão total em uma nova existência para os justos resgates, propiciando, com tal anestesia, a assunção das novas diretrizes retificadoras. Não é por acaso, conforme nos orienta a Doutrina Espírita, que um véu é interposto sobre a bagagem consciência do pretérito e a atual.
 Crendo na Sabedoria e Justiça do Sempiterno, não nos é lícito negar que se fosse de alguma utilidade a lembrança de uma ou mais existências anteriores, isso, de berço, ser-nos-ia facultado. Da mesma forma que não trazemos, presentemente, no campo da consciência, os registros das impressões passadas, também na desencarnação isso não ocorrerá de chofre, mas apenas de forma gradual e acorde com as necessidades do indivíduo. Por oportuno, lembramos que André Luiz (Espírito), questionava a Sra. Laura quanto às recordações do seu passado espiritual. O que causava estranheza a André era a constatação de que ele, já desencarnado, não acessava qualquer informação do seu pretérito. Incontido, perguntou: - "A senil ora recordou o passado, logo após sua vinda, ou esperou o concurso do tempo?" Ao que respondeu a matrona: " - Esperei-o (...); antes de tudo, é indispensável nos despojarmos das impressões físicas. As escamas da inferioridade são muito fortes. É preciso grande equilíbrio para poderemos recordar, edificando. Em geral, iodos temos erros clamorosos, nos ciclos da vida eterna. Quem lembra o crime cometido costuma considerar-se o mais desventurado do Universo; e quem recorda o crime de que foi vítima, considera-se em conta de infeliz, do mesmo modo. Portanto, somente a alma, muito segura de si, recebe tais atributos como realização espontânea. As demais são devidamente controladas no domínio das reminiscências, e, se tentam burlar esse dispositivo da lei, não raro tendem ao desequilíbrio e ã loucura.
 Allan Kardec, com sua capacidade de síntese, brindou aos estudiosos com o seguinte comentário:
 "Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável per turbação nas relações sociais.
 É provável que a geratriz desse comentário tenha sido a pergunta 392 de "O Livro dos Espíritos" (FEB) onde, à indagação: "-Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?" a Entidade comunicante responde:
 "Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si" (Grifos do original.)
 Por todos os lados, as mais variadas mensagens prodigalizam-nos a oportunidade de desenvolver tão preciosa informação para o arrefecimento da curiosidade quanto às vidas passadas. Para quem não resista a esse impulso, indica Kardec uma possibilidade de se atingir o conhecimento. Basta consultar o parágrafo sexto do seu comentário à pergunta 399 da citada obra básica.
 Inferindo o pretérito pelo nível ou qualidade da condição atual, sem dificuldade se poderá entender por que Emmanuel nos adverte: "Faz-se mister olvidar o passado para que se alcance êxito na luta."
 Pelas informações de D. Laura a André Luiz verifica-se que a regressão de memória, no plano espiritual, só ocorre quando necessário; eqüivale dizer, quando de utilidade para o desencarnado.
 Gabriel Delanne lança mais luzes sobre o assunto comentando, tecnicamente: "Na acepção comum do vocábulo, a memória compreende, para toda a gente, três coisas, a saber: a conservação de certos estados, sua reprodução e sua localização no passado." (Destaques do Autor.)
 Mais além, praticamente explicitando a regressão de memória
 (...) a atenção redunda no aumento de capacidade motomuscular, ao passo que diminui o tempo de reação. Quando, voluntariamente, concentramos o pensamento numa coisa que desejamos recordar, enviamos na sua direção uma série de influxos sucessivos, que objetivam dar ao movimento perispirítico o mesmo período vibratório que ele tinha, pode dizer-se, um tanto mais fraco, no momento em que fora registrado, isto é, percebido. Essa repetência de excitação, provocando, por superatividade funcional, uma espécie de congestionamento do órgão material, produz, abaixo mesmo dos limites da consciência, uma espécie de atenção passiva. Depois de uma série de excitações da mesma intensidade, com exclusão das primeiras, naturalmente insensíveis, a recordação torna-se nítida, muito embora momentos antes a lembrança não existisse"6
 Queremos lembrar, ao final, que um dos maiores tormentos da criatura humana - a obsessão, mal insidioso e silente - via de regra deriva de atos obscuros, equivocados mas ainda reparáveis, cometidos no passado. O tratamento dos problemas pela única via possível, a espiritual, favorece a identificação das geratrizes que patrocinaram escabrosas perseguições no tempo. Daí concluirmos, com Hermínio C. Miranda: "O esquecimento proporcionado ao Espírito, na fase da reencarnação, é uma bênção, uma concessão, para que ele tente a reconstrução de si mesmo, como se estivesse momentaneamente desligado das suas culpas, embora ainda responsável por elas. Com a finalidade de conceder-lhe todas as oportunidades, e colocar à sua disposição os melhores instrumentos, o esquecimento do passado Constitui dádiva preciosa, que nem sempre ele sabe avaliar. Retornando, não obstante, à sua condição de Espírito desencarnado, pode ser- lhe facultado o acesso à memória integral, para que faça um inventário geral de seu acervo espiritual - as aflições que remanescem e as conquistas que já conseguiu realizar."
 Se os filtros do Espírito nos permitem atingir no campo das recordações tudo o que seja necessário a cada etapa, para que nos expormos a um sensível agravo à Lei submetendo-nos, magnetização, à regressão de memória? Esse será, sempre, um desafio inócuo.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. XAVIER, Francisco C. -- Nosso Lar. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997, p. 117,cap.21. Idem.
3. KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997, p. 104, cap. V, item 11, 1pagrafo.
4. XAVIFR, F~cisco C., pelo Espirito Emmanuel - Emmanuel - Ed. Rio de Janeiro: 1997, p. 83, cap. XV.
5. DELANNE, Gabriel - A Evolução Anímica. 8-' ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 136, cap. 11pt">
IV,A Memoria e as Personalidades Múliplas. s
6. Idem, ibidem, pp. 145-146.
7. MIRANDA, Hermínio C. -Diálogo com as Sombras, 10' ed. Rio de janeiro: FEB, 1997, p.253, cap. IV.

(fonte:CVDEE)

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