A BELEZA DE CADA
UM
No momento em que
a mídia enfatiza a beleza como questão de êxito para o sucesso e condição para
se enriquecer de forma muito rápida;
no momento em que
se observa que muitos dos nossos jovens estão mais preocupados em mostrar e
explorar o corpo, do que em conquistar valores reais;
cabe-nos proceder
a uma pequena pausa para meditação a respeito dos caminhos que temos buscado
trilhar e daqueles que estamos apontando para os nossos filhos.
Conta-se que um
homem acabrunhado entrou em um templo para fazer as suas orações. Em determinado
momento, confidenciou a Deus:
Senhor, eu estou
aqui porque em templos não há espelhos, pois nunca me senti satisfeito com minha
aparência.
Então, na
intimidade da consciência, ele começou a ouvir uma voz que lhe dizia, com
entonação paternal:
Meu filho, nenhuma
das minhas obras surgiu ou ficou sem beleza, pois, lembre-se, que tudo criei com
amor.
A aparente feiura
é resultado da miopia dos homens, que não sabem, por vezes, descobrir a beleza
oculta.
De toda forma,
lembre que não importa se o seu corpo é gordo ou magro. O que tem capital
importância é que ele é o templo do Espírito imortal. Merece toda a
consideração, pois, graças a ele, o Espírito atua no mundo para seu próprio
crescimento.
Não importa se
seus braços são longos ou curtos. O que tem valor é o desempenho do trabalho
honesto que executam.
Não importa se as
suas mãos são delicadas ou grosseiras. Sua função é distribuir o bem às outras
criaturas. É acarinhá-las e lhes transmitir bem-estar.
Não importa a
aparência dos pés. Sua função é tomar o rumo do amor e da
humildade.
Não importa o tipo
de cabelo, cor, comprimento e se existe ou não numa cabeça. O que importa são os
pensamentos que por ela passam e que ela transmite, como criação sua,
beneficiando ou destruindo seus irmãos.
Não importa a
forma ou a cor dos olhos. O que importa é que eles vejam o valor da vida e,
assim ilustrados, colaborem para demonstrar esse valor a outros tantos seres que
não gozam da mesma facilidade.
Não importa o
formato do nariz. O que importa é inspirar e expirar bom ânimo, entusiasmo,
fé.
Não importa se a
boca é graciosa ou sem atrativos. O que importa são as palavras que dela saem,
edificando vidas ou destruindo pessoas.
* * *
Se você não está
feliz com a sua aparência física, medite a respeito. Olhe-se no espelho, outra
vez, e descubra o brilho dos seus olhos graças ao amor que lhe vai na
alma.
Agradeça a
possibilidade de um corpo para viver sobre a Terra, nosso lar e nossa
escola.
Finalmente,
recorde de grandes vultos da Humanidade, que não ganharam prêmios ou foram
admirados pela sua beleza física, mas transformaram as comunidades,
influenciaram o mundo com seus gestos extraordinários.
Lembre da
pequenina irmã Dulce, da Bahia, da também pequena em estatura Madre Teresa de
Calcutá.
Por fim, de nosso Francisco Cândido Xavier que, de sua casa, em Uberaba, portador de variadas complicações físicas, espalhava luz para o mundo, através das suas mãos envelhecidas pelo tempo.
Pense nisso.
(Redação do
Momento Espírita, com variações a partir do texto O espelho, de autoria
desconhecida)
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