Natal - suas origens
Conforme as convenções e o calendário da Terra,
estabeleceu-se o dia 25 de dezembro como sendo a data em que se celebra o
nascimento de Jesus.
Nos primeiros séculos, o Natal era comemorado nos dias 06 de
janeiro ou 25 de março. Aliás, o teólogo Orígenes em 245, repudiou a ideia de
festejar o nascimento do Cristo como se Ele fosse um faraó. A partir de 440 a
data foi fixada, provavelmente para cristianizar as festas pagãs que ocorriam
nesse período do ano (Nascimento do Vitorioso Sol, a Saturnália, etc).
Francisco de Assis foi o introdutor da ideia do presépio, no
século XIII.
E a "arvore de Natal", de origem germânica, apareceu no tempo
de S. Bonifácio (o Apóstolo da Alemanha, 680-754), dentro do objetivo de
substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odin, ao adorar-se uma árvore,
em homenagem ao Messias.
A tradição do Papai-Noel é atribuída ãos alemães,
provavelmente em lembrança de um bispo - S. Nicolau (séc. IV) que se notabilizou
por ser um religioso paciente e caridoso. Protestantes holandeses, radicados nos
Estados Unidos da América, o teriam transformado na figura de realizador de
sonhos e desejos, originando-se aí a tradição folclórica.
As atuais pesquisas históricas indicam que Jesus não teria
nascido em dezembro, nem há 1998 anos atrás. O engano ocorreu, inicialmente em
razão de múltiplos erros, alterações e casuísmo da fixação do calendário
oficial, incluindo extensão ou supressão de dias e meses. O ano 46 a. c., por
exemplo, teve a sua duração aumentada para 445 dias, com alguns meses de 34
dias. Quando se quis fixar o nascimento de Jesus a partir 753 da fundação de
Roma, por engano não se inclui o ano zero, o que significa uma diferença para
menos.
Conciliando estas divergências e considerando o calendário
das tradições judaicas, verifica-se a possibilidade de Jesus ter nascido no mês
de abril, de 4 a 6 anos antes do que fora anteriormente considerado.
Nunca seria demais relembrar a Introdução do Evangelho
segundo o Espiritismo, item 1, onde Allan Kardec diz que e o que mais importa é
o ensinamento moral de Jesus, pois não se sujeita a controvérsias e nos oferece
verdadeiramente a ciência da vida.
Como foi visto acima, o Natal convencionado no mundo está
envolto em tradições e simbolismos, dos quais não participa o Espiritismo o que
não afasta o nosso dever de respeitar e reconhecer que na época do Natal a
sociedade costuma ser envolvida num clima de maior fraternidade.
Natal espírita não se relacionaria ao nascimento físico de
Jesus, mas sim ao seu nascimento "espiritual" em nossas almas. Isto é, o Natal
para o espírita é aquele momento em que nós nos impregnaríamos da mensagem
evangélica, permitindo a Jesus nascer em nossos corações, para nos tornarmos o
"homem novo".
O emérito escritor espírita Pedro de Camargo "Vinícius", no
livro "Em torno do Mestre", FEB, pág. 192, expressou isto com tanta maestria que
nos permitimos reproduzir alguns trechos: "Indaguemos de Madalena, onde e quando
nasceu Jesus.
Ela nos informará - Jesus nasceu em Betania, certa vez em que
sua voz, ungida de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida
nova, com a qual, até então, jamais sonhara. Ouçamos o depoimento de Pedro,
sobre a natividade do Senhor, e ele assim se pronunciará: Jesus nasceu no átrio
do paço do Caifás, no momento em que o galo, cantando pela terceira vez, acordou
minha consciência para a verdadeira vida... Chamemos à baila João Evangelista e
peçamos que nos diga o que sabe acerca do Natal do Messias. E ele nos dirá:
Jesus nasceu no dia em que meu entendimento, iluminado pela sua divina graça, me
fez saber que Deus é amor. Interpelemos Tomé, o incrédulo - Quando e onde nasceu
o Mestre?
Ele por certo retrucará: Jesus nasceu em Jerusalém, naquele
dia memorável e inesquecível em que me foi dado testificar que a morte não tinha
poder sobre o filho de Deus.
Só então compreendi o sentido de suas palavras: "Eu sou o
caminho, a verdade e a vida".
Apelemos, finalmente, para Dimas, o bom ladrão - Onde e
quando Jesus nasceu?
Ele nos informará: Jesus nasceu no topo do calvário,
precisamente quando a cegueira e a maldade humana supunham aniquilá-lo para
sempre; dali Ele me dirigiu um olhar repassado de ternura e piedade, que me fez
esquecer todas as misérias deste mundo e antegozar as delícias do paraíso. Desde
logo, senti-O em mim e Nele. Tal foi o testemunho do passado - tal é o
testemunho do presente, dado por todos os corações que, deixando de ser quais
hospedarias de Belém, onde não havia lugar para o nascimento de Jesus, se
transformaram, pela humildade, naquela manjedoura, que o amor engenhoso da mais
pura e santa de todas as mães converteu no berço do redentor do mundo.
Inspirados por tão sábias e edificantes reflexões, repassadas
de beleza, rogamos que o Natal "verdadeiro" se faça em nossos corações, para que
possamos renascer para uma nova vida, em harmonia com as Eternas Leis...
(SEI - Serviço Espírita de Informações, Boletim Semanal nº
1340)
(Fonte: CVDEE)
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