terça-feira, 4 de março de 2014

Pergunta feita: Juventude atual.

Nome: B.D.C.
Idade: 18
estado: RJ
Assunto: Juventude atual.

Mensagem: Bom dia. Antes de mais nada gostaria de parabenizá-los pelo site, frequento sempre e acho um trabalho lindo e iluminado.
Trago muitas questões em meu coração e procuro respostas que me ajudem a decifrá-las. Tenho 18 anos e não me considero uma adolescente comum, gosto de coisas diferentes das pessoas da minha idade, enquanto a maioria ouve músicas agitadas, eu prefiro MPB, enquanto meus amigos saem para festas, eu prefiro estar em casa lendo ou estudando. Minhas amigas sempre me contam que beijaram vários meninos em uma só noite e eu posso dizer que eu nunca tive vontade de fazer isso. Já namorei duas vezes e me senti bem assim, eu não sinto a necessidade de ''colecionar'' beijos diferentes. Mas apesar de achar que estou tendo uma conduta correta, ela me traz muitos conflitos, pois agindo diferente deles, eu acabo ficando isolada, meus amigos se afastam de mim, e muitos me acham esquisita. Diversas vezes eles já me zoaram por eu não gostar de carnaval, ou por eu recusar o que eles chamam de ''ficar'' simplesmente porque eu não quero me relacionar com alguém sem ter amor. Isso me deixa muito triste, pois eu gostaria de ser eu mesma e ter amigos ao mesmo tempo. Parece que eles não me aceitam, eu me sinto sozinha por isso. Gostaria que vocês me ajudassem a iluminar minha mente para que eu entenda se eu estou sendo muito radical ou se estou no caminho certo.
Agradeço desde já.
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RESPOSTA:
Olá, B.!
Muita paz a você!
Compreendemos suas dúvidas e angústias, mas, desde já, saiba que você não é a única que pensa assim ou que passa por isso.
Existe uma ideia geral, especialmente entre os jovens, de que a vida torna-se mais interessante se for vivida rápida e intensamente, valendo o “curtir todos os prazeres”. Faz parte dessa fase da vida, pela qual todos passamos, o afloramento de sentimentos e sensações, com mais destaque para a afetividade e a sexualidade. Lembremos que elas são um processo e não apenas um relacionamento ou o ato sexual em si. Tudo começa com o envolvimento e pode culminar no encontro sexual em determinado momento, mas nesse meio, vemos as aventuras, as experiências e as descobertas, também naturais, e cada pessoa as vivencia a seu modo, segundo seus impulsos, valores e tendências.
A Doutrina Espírita nos demonstra os aprendizados que precisamos absorver para começarmos a construir a nossa verdadeira felicidade, e percebemos que em nenhum momento nos deparamos com uma proibição ou algum ensinamento que nos diga taxativamente o que fazer ou não fazer; ao contrário, sempre recebemos esclarecimentos e orientações que nos apontam as ações e suas reações, as causas e seus efeitos, as escolhas e suas consequências. A partir daí, temos nosso livre-arbítrio para tomarmos as decisões que desejarmos e, inevitavelmente, teremos as consequências. Há um pensamento budista que reforça esses princípios espíritas e que nos diz que não há escolhas certas ou erradas, mas há consequências boas ou ruins, e ele se encaixa bem quando entramos nos campos da afetividade e da sexualidade.
As dúvidas que você traz em seu coração, irmãzinha, estão muito mais relacionadas com os julgamentos que recebe das pessoas que com as escolhas que tem feito, e com as quais se sente muito bem. Inicialmente, o caminho correto, conforme você pergunta, é o que lhe faz bem, que não prejudica ninguém e que está próximo de tudo o que Jesus nos ensinou. Quando nosso Mestre nos disse para amarmos nosso próximo como a nós mesmos, a primeira ideia que precisamos cultivar é que devemos nos amar antes de tudo, ou seja, se eu me amo, tudo o que escolher será para minha felicidade, por respeito ao meu corpo, à minha saúde, aos meus sentimentos, aos meus valores e crenças, e somente depois serei capaz de amar, respeitar e ser verdadeiramente amigo de alguém. Assim, se suas escolhas condizem com esses princípios, seu caminho é o correto.
Depois, termos amigos e formarmos nossos grupos fazem parte da nossa natureza, e sabemos que nos aproximamos uns dos outros pela afinidade, ou seja, por aquilo que temos em comum. Devemos, então, escolher os reais amigos, que são raros, mas que nos respeitam e nos aceitam por aquilo que somos, e vice-versa. Nem sempre os encontraremos, infelizmente, por isso sermos flexíveis e compreensivos com aqueles do nosso convívio é a chave para nosso sucesso social. Todo radicalismo é negativo, mas se tivermos o bom-senso para respeitar as escolhas dos outros e sabermos nos posicionar para que sejamos respeitados, teremos sempre relações saudáveis.
A diversidade de amigos será maior se tivermos uma maior quantidade de interesses, ou como nos diz a frase jornalística, “quanto mais interesses você tem, mais interessante você fica”. Por isso, viva aquilo que gosta, mas cultive sempre novas amizades. Conheça ambientes onde possa compartilhar suas ideias, convide seus amigos para estarem com você na mesma proporção que aceita os convites que receber para estar com eles. Se nos fecharmos em nosso mundo particular, o risco de nos isolarmos é grande, já que ninguém será perfeito em nossa visão, bem como não seremos perfeitos para ninguém.
Converse com tranquilidade com seus amigos, aceite as brincadeiras e brinque com os gostos deles, mas demonstre com personalidade e caráter o que espera dessas amizades sem se desviar do caminho que escolheu. Enquanto estiver feliz convivendo com eles, ótimo. A partir do momento em que se sentir constrangida, utilize sua juventude e desbrave novas relações. O fato de muitos fazerem o que não é saudável não significa que os poucos que escolheram outra direção estejam errados. Cada um busca aquilo que é de seu interesse, e a vida nos trará a todos os respectivos resultados de nossas escolhas, cedo ou tarde.
A fase que vive agora é maravilhosa, B., e está cheia de possibilidades e oportunidades. Continue sendo forte em seus princípios e convicções e cresça de forma equilibrada e produtiva.
Disse-nos Joanna de Ângelis, Espírito amigo, através da psicografia de Divaldo Franco: "Não lamentes os que param, os que se mudam, os que não te compreendem. Cumpre com o teu dever em reta consciência e sê aquele que não deserda, que não lastima, que não se queixa nunca, ciente que após o teu calvário íntimo, a ressurreição gloriosa é a etapa feliz imediata que esplenderá em bênçãos de libertação".
E não deixe de participar das atividades voltadas para os jovens realizadas num Centro Espírita próximo de você. Estude, trabalhe e faça amigos.
Mais abaixo, deixamos alguns áudios e vídeos que vão lhe ajudar em suas reflexões. Ouça e assista com atenção.
Estamos à disposição para auxiliar no que for necessário e conte sempre conosco.
Um abraço,
André.
Equipe Espiritismo.net Jovem
Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp
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Vídeos:
Programas Espíritas
- Terceira Revelação - 11 - Autoamor
http://www.youtube.com/watch?v=jHCWz0EIXzg
 
Programa Transição
- Programa 138 - Por amor a Si Mesmo - Alberto Almeida
http://www.kardec.tv/video/transicao-tv/240/transicao-138-por-amor-a-si-mesmo
- Programa 224 - Sexualidade
http://www.kardec.tv/video/transicao-tv/152/transicao-224-sexualidade
 
Palestras:
O “ficar” – Dr. Alberto Almeida
http://www.espiridigi.net/arquivos/ficar.zip
 
A Juventude – Dr. Alberto Almeida
http://www.espiridigi.net/arquivos/juventude.zip
 
Leitura recomendada:
“Não pise na bola” – Richard Simonetti
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TEXTO PARA REFLEXÃO
 
Em torno do sexo, será justo resumirmos as normas seguintes:
Não proibição, mas educação.
Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo.
Não indisciplina, mas controle.
Não impulso livre, mas responsabilidade.
Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um."
Emmanuel, no Livro Vida e Sexo de psicografia do Médium Chico Xavier.
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Música: Juventude Espírita
http://www.youtube.com/watch?v=PQS77NgoS3A

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