O sol da esperança
Por vezes, a vida nos oferece maus
momentos. Sofrimento, lágrimas e infelicidade nos visitam e nos sentimos
desesperançados e infelizes.
Nesses momentos amargos, em que a alma
dolorida se volta para Deus e indaga Por que passo por essas
provações?, é a hora em que devemos lembrar de uma palavra luminosa: a
esperança.
Narra a tradição grega que uma jovem
chamada Pandora recebeu uma bela caixa com a recomendação de jamais abri-la.
Mas Pandora era curiosa e desobediente.
Ao abrir a caixa, ela liberou todos os males, misérias e sofrimentos no Mundo.
Desesperada, Pandora chorou. Mais
tarde, viu que, após saírem todas as mazelas, havia ficado, no fundo da caixa,
a esperança. Brilhava sozinha a esperança - um fiozinho de luz que pulsava. Mas
que poder possuía!
* * *
O mito de Pandora deve ser refletido
profundamente, em especial quando estamos atravessando momentos difíceis.
Observe que, na lenda grega, é um ato
da própria Pandora que liberta os males do Mundo. Na nossa vida não é muito
diferente: em geral, somos nós mesmos que, de alguma forma, provocamos muitos
males que nos atingem.
Por isso, cada momento difícil é uma
oportunidade de meditarmos e analisarmos qual foi a nossa contribuição para
aquela situação.
No entanto, a lenda de Pandora vai
além: ela mostra que – apesar da gravidade dos sofrimentos – não estamos
completamente sós: há uma luz posta por Deus para nos consolar e devolver o
brilho em nossos olhos.
Essa luz é a esperança.
Esperança que restaura as forças,
reequilibra o coração, acalma as emoções.
A esperança é a mão generosa que acende
a luz quando estamos mergulhados na treva profunda. É medicamento quando nos
contorcemos em dores.
Esperança é canção suave, que nos
acalenta quando nos sentimos desamparados. É um olhar de compaixão no instante
em que o Mundo nos rejeita.
A esperança nasce de gestos de
generosidade, de atitudes espontâneas, de palavras corretas.
Mas não se habitue apenas a aguardar
que a esperança venha gratuitamente se aninhar no seu coração. Abra as portas
da alma para ela!
Para isso, é necessário educar o
coração.
A esperança é como um visitante
importante. Devemos nos preparar adequadamente para recebê-la. A primeira
atitude é retirar a poeira do pessimismo.
Depois, varrer as sujeiras acumuladas
pela mágoa. Essas sujeirinhas têm vários nomes: rancor, maledicência, desejo de
vingança.
Em seguida, com a casa mental bem
limpa, é hora de perfumá-la com bons pensamentos, sorrisos, serenidade e
otimismo.
Então, quando menos se espera, eis que
chega a esperança. Viaja em uma carruagem dourada, espalha flores pelo caminho
e se instala no Espírito fazendo festa.
É uma presença tão forte, tão bela, que
transforma de imediato o ambiente em que se hospeda: impregna a alma de coragem
e de alegria.
Esperança é um sol que nasce após uma
longa noite escura. Chega trazendo calor e a luz dourada de um dia cheio de
boas realizações. Ela aponta, firme, para um futuro radioso. Basta recebê-la.
Redação do Momento Espírita
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