NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
11 – Não julgueis, pois, para não serdes
julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a
medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).
Segundo o dicionário Aurélio
a palavra ''julgamento'' significa: Ato ou efeito de julgar. Opinião,
juízo, apreciação: submeto-me a seu julgamento. Decisão, sentença emanada
de um tribunal ou juiz (http://www.dicionariodoaurelio.com/Julgamento.html).
"Amigo,
Examina o trabalho que desempenhas.
Analisa a própria conduta.
Observa os atos que te definem.
Vigia as palavras que proferes.
Aprimora os pensamentos que emites.
Pondera as responsabilidades que
recebeste.
Aperfeiçoa os próprios sentimentos.
Relaciona as faltas em que,
porventura, incorreste.
Arrola os pontos fracos da própria
personalidade.
Inventaria os débitos em que te
inseriste.
Sê o investigador de ti mesmo, o
defensor do próprio coração, o guarda de tua mente.
Mas, se não deténs contigo a função
do juiz, chamado à cura das chagas sociais, não julgues o irmão do caminho,
porque não existem dois problemas, absolutamente iguais, e cada espírito possui
um campo de manifestações particulares.
Cada criatura tem o seu drama, a sua
aflição, a sua dificuldade e a sua dor.
Antes de julgar, busca entender o próximo
e compadece-te, para que a tua palavra seja uma luz de fraternidade no
incentivo do bem.
E, acima de tudo, lembra-te de que
amanhã, outros olhos pousarão sobre ti, assim como agora a tua visão se demora
sobre os outros.
Então, serás julgado pelos teus
julgamentos e medido, segundo as medidas que aplicas aos que te seguem.
ANDRÉ LUIZ
(De “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier)
Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que
ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?
Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve
trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi
confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil,
e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a
repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja
cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a
outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a
terá merecido. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 10. Item 19.
S. Luís. Paris, 1860. Allan Kardec.)
Não é possível que Jesus haja proibido se censure o mal, uma vez que
ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que
quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da
autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado
daquilo que condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito
de repressão. A consciência íntima, ao demais, nega respeito e
submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis
e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus,
uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. E
o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus. (O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Cap. 10. Item 13. Allan Kardec.)
Considerando a determinação positiva do “não julgueis”, como poderemos
discernir do mal, sem julgamento? -Entre julgar e discernir, há sempre grande
distância. O ato de julgar para a especificação de conseqüência definitiva
pertence à autoridade divina, porém, o direito da análise está instituído para
todos os Espíritos, de modo que, discernindo o bem e o mal, o erro e a verdade,
possam as criaturas traçar as diretrizes do seu melhor caminho para Deus.(O
Consolador. Questão 63. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico
Xavier).
Julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e
considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso e não devo julgar a
pessoa prostituída. (Renovando Atitudes. Cap. 1. Espírito Hammed.
Francisco do Espírito Santo Neto).
Nas horas comuns da existência, procuremos a luz evangélica para analisar o
erro e a verdade, discernir o bem e o mal; todavia, no instante dos julgamentos
definitivos, entreguemos os processos a Deus, que, antes, de nós, saberá sempre
o melhor caminho da regeneração dos seus filhos trabalhadores. (O Consolador.
Questão 64. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí
nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?
Tudo depende da intenção. Certamente, não é proibido ver o mal quando o mal
existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante
ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação
redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião
geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar
expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em
falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu,
para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em
seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos
outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria
ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos?
Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?
É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se toma apelar
para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela
prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem
acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do
maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a
hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem,
do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a
soma das vantagens e dos inconvenientes. (O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Cap. 10. Itens 20 e 21. S. Luís. Paris, 1860. Allan Kardec.)
É responsável o homem pelo seu pensamento?
Perante Deus, é. Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, Ele o condena ou
absolve, segundo a Sua justiça. (O Livro dos Espíritos. Questão 834. Allan
Kardec).
(...) Somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o
homem regula, pelas suas leis, a relação de homem para homem, Deus, por suas
leis naturais, regula as relações do homem com Deus. ( O Livro dos
Espíritos. Questão 836. Allan Kardec).
Certamente, há cortes e autoridades credenciadas para o ministério de
saneamento moral da sociedade, encarregadas dos processos que envolvem os
delituosos, e os julgam, estabelecendo os instrumentos reeducativos, jamais
punitivos, pois que, se o fizessem, incidiriam em
erros idênticos, se não mais graves. (Jesus e atualidade. Cap. 5. Espírito
Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco).
O Senhor suscitou a formação de juízes na organização
social do mundo para que esses magistrados estudem os processos em que nos
tornemos passíveis de corrigenda ou segregação, conforme o grau de
periculosidade, que venhamos a apresentar na convivência uns com os outros.
Por outro lado, os princípios de causa e efeito dispõem da sua
própria penalogia ante a Divina Justiça.
Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das próprias ações.
Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo.( Na era do Espírito.
Prova e Julgamento. Espírito Emmanuel. Chico Xavier e Herculano Pires).
Como atua o mecanismo da Justiça no Plano Espiritual?
- No mundo espiritual, decerto, a autoridade da Justiça funciona com
maior segurança, embora saibamos que o mecanismo da regeneração vige, antes de
tudo, na consciência do próprio indivíduo.
Ainda assim, existem aqui, como é natural, santuários e
tribunais, em que magistrados dignos e imparciais examinam as responsabilidades
humanas, sopesando-Lhes os méritos e deméritos.
A organização do júri, em numerosos casos, é aqui observada,
necessariamente, porém, constituída de Espíritos integrados no conhecimento do
Direito, com dilatadas noções de culpa e resgate, erro e corrigenda, psicologia
humana e ciências sociais, a fim de que as sentenças ou informações proferidas
se atenham à precisa harmonia, perante a Divina Providência, consubstanciada
no amor que ilumina e na sabedoria que sustenta.
Há delinqüentes tanto no plano terrestre quanto no plano
espiritual, e, em razão disso, não apenas os homens recentemente desencarnados
são entregues a julgamento específico, sempre que necessário, mas também as
entidades desencarnadas que, no cumprimento de determinadas tarefas, se deixam,
muitas vezes, arrastar a paixões e caprichos inconfessáveis.
É importante anotar, contudo, que quanto mais baixo é o grau evolutivo dos
culpados, mais sumário é o julgamento pelas autoridades cabíveis, e, quanto
mais avançados os valores culturais e morais do indivíduo, mais complexo é o
exame dos processos de criminalidade em que se emaranham, não só pela influência
com que atuam nos destinos alheios, como também porque o Espírito, quando
ajustado à consciência dos próprios erros, ansioso de reabilitar-se perante a
vida e diante daqueles que mais ama, suplica por si mesmo a sentença punitiva
que reconhece indispensável à própria restauração. (Evolução em dois mundos.
Cap. 6 . Justiça na Espiritualidade. Espírito André Luiz. Psicografado por
Chico Xavier e Waldo Vieira).
Tem compaixão de quem cai. A consciência dele será o seu juiz.
(Jesus e atualidade. Cap. 5. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por
Divaldo Pereira Franco).
Diante das Leis Divinas, somos juízes de nós mesmos. (Conduta
Espírita. Cap. 31. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier e Waldo
Vieira).
(...) Os homens
chegarão a uma época em que, para julgamento de seus atos, em face dos
preceitos evangélicos, um só tribunal haverá — o da própria consciência,
guarda das leis de Deus, o nosso Criador, o nosso Juiz supremo e nosso Pai de
misericórdia infinita. (Elucidações Evangélicas. Cap. 27. Antônio Luiz
Sayão).
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