quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A geração nova

A geração nova

       
A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.1
Allan Kardec
 
 No atual momento de regeneração da Humanidade, conforme afirma Allan Kardec, e confirma a Espiritualidade superior a respeito da transição planetária pela qual passa o orbe terrestre, deixando de ser um planeta de provas e expiações e transformando-se, gradualmente, em mundo de regeneração, assistimos à chegada de uma nova geração de Espíritos que se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.1
São essas crianças, inteligentes, inquietas, criativas, questionadoras, que adentram os nossos lares, nossas escolas e nossas casas espíritas, atendendo ao chamado da construção do mundo novo. Enquanto trazem esses claros sinais de adiantamento anterior, se deparam com o reino dominante das paixões materialistas que caracterizam o estágio atual do planeta. Possível é imaginarmos o conflito capaz de surgir a esses Espíritos reencarnados, com sentimento inato do bem, ao se defrontarem com um mundo de violência crescente, de desigualdades sociais, de conflitos familiares, frutos do orgulho e do egoísmo que ainda encontram guarida no coração humano.
Para que possam cumprir os objetivos reencarnatórios, visando seu aprimoramento moral e da Humanidade, necessário se faz que aqueles que estão incumbidos de os receberem, nas fases iniciais da infância, estejam preparados para lhes dar a educação adequada que lhes permita enfrentar, da melhor forma possível, essa dualidade entre a nova e a velha geração, assim como os desafios que, certamente, encontrarão para a construção do mundo novo.
Notadamente, há de se observar aqui a educação, aquela que consiste na arte de formar caracteres, a que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.2
Nesse sentido, é de extrema relevância o papel desempenhado por pais e educadores na formação desses Espíritos, na fase infantil, onde é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento. (q. 383)
 
Os pais e a família
Inegável a responsabilidade dos pais na condução dos Espíritos que lhes chegam aos braços, ainda mais quando observadas as considerações a respeito dessa nova geração de Espíritos que aporta ao orbe terrestre com o intuito de auxiliar no processo de transformação moral da Humanidade.
Assim, grande esforço devem despender pais, mães e responsáveis, no objetivo de se transformarem no exemplo salutar a ser observado pelas crianças dentro e fora do lar. Exemplo de conduta moral, de retidão, de honestidade, de esforço em domarem suas más inclinações e em superarem suas limitações, enquanto Espíritos em processo evolutivo. Exemplo na busca da vivência de valores morais, onde devem predominar o diálogo e o afeto, onde o autoritarismo cede lugar ao respeito pela autoridade moral, onde o sim e o não são usados com firmeza e com amorosidade, de forma a aprovar e a dar limites, sempre que necessário.
Para essa geração, nova conduta se espera da família. Família que, conforme afirma o Espírito Joanna de Ângelis é a escola de bênçãos onde se aprendem os deveres fundamentais para uma vida feliz e sem cujo apoio fenecem os ideais, desfalecem as aspirações, emurchecem as resistências morais. 3
Em outras palavras, o solo onde foi lançada a semente e cuja qualidade permitirá ou não o seu pleno desenvolvimento para a floração futura.
 
O Centro Espírita
Igualmente, reconhecendo a ação evangelizadora espírita como recurso fundamental para a formação de homens de bem, tem o Centro Espírita a responsabilidade de empreender todos os esforços possíveis, visando angariar espaços e recursos adequados para a promoção da integração da criança consigo mesma, com o próximo e com Deus4, objetivo maior da evangelização espírita infantojuvenil, conforme preconizado pela Federação Espírita Brasileira.
Referimo-nos à importância atribuída às atividades de evangelização infantil dentro do centro espírita, como também aos recursos materiais (espaços físicos para as atividades e materiais adequados para o seu desenvolvimento) mas, principalmente, nos esforços para a formação de evangelizadores capacitados a atender às necessidades das crianças reconhecendo-as como Espíritos imortais ativos no caminho do autoaperfeiçoamento5, sendo responsáveis diretos na escolha de estratégias metodológicas adequadas e atrativas que promoverão a construção de espaços educativos prazerosos de crescimento e convivência, aprendizado e vivência cristã. 5
Quando você ensina, transmite. Quando você educa, disciplina. Mas quando evangeliza, salva.6
 
Referências bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 1. ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005b. cap. XVIII, item 28.
2. ________. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Comentários à questão 685ª.
3. FRANCO, Divaldo Pereira. Constelação familiar.  Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 3. ed. Salvador: LEAL, 2012. cap. 2.
4. FEB/CFN. Orientação ao Centro Espírita. Rio de Janeiro: FEB, 2007. cap. 6, it. 3, objetivos “a” e “d”.
5. ________. Orientação para a ação evangelizadora espírita da infância: subsídios e diretrizes. Brasília: FEB, 2016. pt. 1, cap. 2, it. 2.1.
6.FRANCO, Divaldo Pereira. Sementeira da fraternidade. Por diversos Espíritos. 6. ed. Salvador, 2008. cap. 26.
 
Fonte: Jornal Mundo Espírita - DIJ

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