terça-feira, 2 de maio de 2017

O que prende o jovem à uma Instituição religiosa é ele se sentir útil

O que prende o jovem à uma Instituição religiosa é ele se sentir útil

“Sem embargo, a afirmativa do Espírito da Verdade de que toda ocupação útil é trabalho [...], reflete a beleza e a oportunidade de te fazeres importante servidor, laborando em todos os sentidos, sob todos os aspectos, a fim de que sejas feliz, trabalhando. [...].
Chegará o tempo em que, devidamente educado para a realização do bem, onde quer se encontre cada indivíduo produzirá para ser útil, ganhando muito ou pouco, para a vitória da honestidade entre as criaturas e para a glória do amor pelos caminhos da evolução humana.
‘Vós sois deuses’, afirmou Jesus aos filhos de Deus, e, como Deus trabalha sempre, como o filho, igualmente, faze-te sensibilizado com esse entendimento e aplica-te, educadamente, para que avances, rutilante e de consciência pacificada para os dias futuros, agradecido aos Céus pelos labores que pudeste desempenhar na Terra, em benefício do teu próximo, bem como de ti mesmo. [...]”
(Camilo, Educação e vivências, 2ª ed., p.37, 39,40).


“Hoje estamos aqui para orientá-los sobre o valor de evangelização infanto-juvenil”. Alguém deseja perguntar algo?
Acendi minha cadeira e perguntei:
- Como podemos atuar nas Casas Espíritas, pois muitas não aceitam mudanças, chegando a dizer que nem artesanato devem fazer.
- Irmão, a ideia do trabalho de artesão  não é nossa desde a época do Cristo os apóstolos já o faziam para não se tornarem um peso para a sociedade. Eles não recebiam esmolas, trabalhavam. O apóstolo de Paulo foi um excelente artesão e vivia disso. Agora, por que nós, os espíritas de hoje, achamos que o artesanato desinteressa aos estudos doutrinários? Ao contrário, se eles se completam. A criança ou jovem adorarão ver suas obras ganhando vida graças à sua habilidade. Anália Franco foi combatida por criar grupos de trabalho. Mas hoje, se a Casa Espírita não se empenhar em criar grupos de trabalho, terá de lançar mão de rifas e jogos para poder se manter. Não é melhor darmos às crianças e aos jovens, enfim, a todos os frequentadores de uma Casa a oportunidade do trabalho? Ele age como terapia, lixando nossas arestas. O homem que trabalha para o próximo vai pouco a pouco tornando-se melhor.
- O Irmão pode nos ensinar como realizar um trabalho com crianças e jovens? Inquiriu Luanda
- Na época do Cristo, na pequena Nazaré, havia um ditado popular que dizia: ‘aquele que não ensina um oficio ao seu filho prepara-o para ser salteador de estrada. ’Paulo de Tarso era tecelão, Nicodemos, barbeiro, Judas, oleiro, José, carpinteiro, e Jesus trabalhou também como carpinteiro para sustentar Maria. Desconhecer os trabalhos sociais é ignorar a Doutrina do Cristo. Ele, o Governador do Planeta, trabalhou a madeira, dando-nos o grande exemplo da labuta diária. A irmã Luanda pergunta-nos como levar até a criança e o jovem o artesanato, sem negligenciar a Doutrina. Primeiro a Casa tem de conscientizar a sua diretoria de que não existe velhice entre os trabalhadores do Cristo; que todos têm de se unir em prol do crescimento doutrinário, porque, se na casa espírita só trabalharem os jovens e as crianças, eles irão perguntar: por que só nós temos de angariar dinheiro para o centro? Diretoria ‘aposentada’, trabalho estacionário. Se buscarmos os desvalidos; Tereza de Calcutá ativa ao lado dos sofredores; Chico Xavier lutando junto àqueles que precisam. Agora, porque os anos maltrataram nosso corpo, nem por isso temos o direito de parar.
- O irmão acha, então que o que prende uma criança ou um jovem a uma Casa religiosa é ele se sentir útil? – perguntou Arlete
- Sim. Só a teoria não muda o interior das criaturas, como apenas as aulas práticas também não. As crianças e os jovens têm de orar e trabalhar.
- E as Campanhas Auta de Souza?
- Muitas bonitas, dignas do nosso respeito e da nossa colaboração. Enquanto alguns presidentes de Centro batem à porta do próximo em busca de alimento, presenciamos muitos indo contra esse trabalho criado pela Espiritualidade Maior. Digo ainda mais: se os espíritas não se unirem urgentemente, logo estaremos distantes da sociedade, porque o fanatismo de uma religião que está crescendo assustadoramente no Brasil fará tudo para nos desmoralizar. Eles estão envolvendo crianças e jovens, atacando Casas Espíritas memoráveis através da televisão e do rádio. Enquanto isso, alguns espíritas, trancafiados em uma diretoria, espionam colegas de fé; e muitos tentando tomar-lhes os lugares de destaque, alegando que o presidente não tem capacidade espiritual. [...]”

(Luiz Sérgio, Cascata de Luz, p. 153-155)
(fonte: http://www.revistaautadesouza.com/index.php/artigos/ler/o-que-prende-o-jovem-a-uma-instituicao-religiosa-e-ele-se-sentir-util/253)

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