“A LEI DE CONSERVAÇÃO PRESCREVE COMO UM DEVER QUE SE MANTENHA AS FORÇAS E A SAÚDE PARA QUE SE CUMPRA A LEI DO TRABALHO” (O Livro dos Espíritos - questão 723)
“A LEI DE CONSERVAÇÃO PRESCREVE COMO UM DEVER QUE SE MANTENHA AS FORÇAS E A SAÚDE PARA QUE SE CUMPRA A LEI DO TRABALHO” (O Livro dos Espíritos - questão 723)
Fonte: Tiras Armandinho
“ Sugestão de documentário.
Faz muitos anos que o assisti Olhos Azuis pela primeira vez.
Trata de um workshop da professora americana Jane Elliot que mostra na prática como vários tipos de preconceitos atuam e se perpetuam na sociedade; as suas consequências e como nós muitas vezes praticamos, ignoramos ou permitimos que isso aconteça.
E - mais importante - que podemos mudar isso.
Compartilho com vocês.
Grande abraço”
Richard Dawkins abriu a temporada do Fronteiras 2015 traçando paralelos entre evolução e economia: o biólogo descreveu a chamada corrida armamentista evolutiva
por André Jorge de Oliveira
Um dia depois de conceder uma entrevista exclusiva a GALILEU no hotel em que estava hospedado em São Paulo, o biólogo britânico Richard Dawkins palestrou para um auditório lotado no Complexo Ohtake Cultural e abriu a temporada de 2015 do Fronteiras do Pensamento na cidade. Na noite desta quarta (27), Dawkins usou vários exemplos retirados da natureza para ilustrar um conceito que nos é familiar das aulas de história, só que, neste caso, aplicado à biologia evolutiva. “Predadores e presas estão amarrados a uma corrida armamentista, em que se empurram mutuamente na mesma direção”, disse. Assim como a obtenção de soberania militar aumentaria as chances de uma nação sobreviver a uma guerra, essa corrida evolutiva teria um único e inabalável objetivo - a sobrevivência do indivíduo mais apto e a consequente transmissão de seus genes, bem-sucedidos do ponto de vista da seleção natural, para as gerações seguintes.
Um dos casos utilizados pelo biólogo na conferência é razoavelmente semelhante com a maneira como descreveu a visão aérea de São Paulo, que chamou sua atenção momentos antes de seu avião pousar. Em uma carta publicada ontem no site de sua fundação, Dawkins comparou a cidade a outras megalópoles parecidas dos Estados Unidos, onde existem alguns aglomerados de edifícios altos cercados por áreas suburbanas menos verticalizadas. “São Paulo é o oposto. Uma floresta de prédios altos parece se estender de horizonte a horizonte, com poucas clareiras pontilhadas. E a cena toda é enevoada com o que me foi dito ser poluição”, escreveu. Um pouco como a especulação imobiliária paulistana, que estimula a construção de prédios cada vez mais altos, a natureza opera um processo semelhante nas florestas - se uma árvore cresce acima da média, estimula o crescimento das demais. O motivo da competição, como não poderia deixar de ser, é a sobrevivência.
Economia da sobrevivência
No contexto de uma floresta, quanto mais alta for uma árvore, maior será a quantidade de luz que vai receber e, portanto, produzirá mais alimento. Se as outras não crescerem também, vão ficar em regiões sombreadas e correm o risco de não sobreviver. “As árvores só são altas para serem mais altas do que as outras”, afirmou o cientista, entre comparações em que dizia que a economia natural é movida a energia solar e que, sob o ponto de vista econômico, a altura das árvores é um desperdício. “Elas crescem muito mais alto do que um planejador econômico recomendaria”, disse. Ainda traçando paralelos, como bom divulgador de ciência que é, Dawkins relacionou a situação com a de um estádio - quando uma única pessoa se levanta, obriga todas as demais a se levantarem também para conseguir enxergar. “Se ao menos todos concordassem em se sentar, teriam a mesma vista e mais conforto”, apontou, em uma provável referência ao tema geral do Fronteiras deste ano: como viver juntos?
Talvez para a decepção de muitos que o assistiam, o polêmico biólogo só alfinetou os religiosos uma única vez durante sua palestra. Ele citou um aspecto da corrida armamentista evolutiva que “pode aborrecer os que gostam da teoria do designer inteligente” - no caso do guepardo e da gazela, o primeiro parece ter sido desenhado para caçar a segunda. “De que lado está o designer?”, provocou, arrancando risadas da plateia. Falando em guepardos, outro aspecto explorado nas pontes entre economia e evolução foi a questão do risco e da priorização de recursos na velocidade dos animais. “Pernas compridas e finas são boas para correr, mas também para quebrar”, observou Dawkins. Para a presa, uma perna quebrada pode significar o assassinato, e para o predador, a morte pela fome. Uma boa referência para entender o que explicava, segundo o cientista, seriam as ideias do maior teórico do liberalismo. “Se for pra fazer analogias econômicas, temos que pensar na mão invisível de Adam Smith”.
E as polêmicas?
Apesar de ter proferido uma conferência interessante, foi na hora das perguntas do público que Richard Dawkins trouxe à tona sua verve polêmica e apresentou algumas das reflexões mais instigantes da noite. Quando questionado sobre sua posição a respeito do aborto de fetos com Síndrome de Down, o biólogo reforçou que não condenava a prática do ponto de vista ético, e um dos argumentos que usou para se justificar foi que um grande número de mulheres recorriam ao procedimento nesses casos. A polêmica surgiu no ano passado depois da seguinte resposta de Dawkins no Twitter: “Aborte [o feto com Down] e tente de novo. Seria imoral trazê-lo ao mundo se você pudesse escolher”.
É claro que a declaração provocou uma enxurrada de críticas e pegou bem mal, tanto que o cientista publicou um texto logo no dia seguinte explicando melhor sua posição. Basicamente, para ele, seria imoral do ponto de vista do sofrimento da criança. Outra resposta polêmica a um questionamento da plateia foi, é claro, sobre religião. Dawkins afirmou que “a religião é como um vírus de computador”, pois se aproveita de traços psicológicos criados pela evolução que favoreciam a sobrevivência dos nossos ancestrais, como a crença na sabedoria tribal e o respeito pela autoridade. “Elas exploram os bons aspectos da maquinaria cerebral humana, que são acreditar e obedecer”, disse.
Quanto ao seu “grau de descrença”, em uma escala de um a sete, ele afirmou que está em seis. “Nenhum cientista pode afirmar com cem por cento de certeza que algo não exista, porque alguém pode achar evidências”, explicou. Mas não se engane: como acrescentou em seguida, para o biólogo, Deus está no mesmo plano que os unicórnios e as fadas. Quando indagado sobre se o ateísmo não é, em si, uma forma de fundamentalismo, a resposta foi afiada. “Se alguém me mostrar evidências boas sobre a existência de Deus, estou pronto para mudar de ideia - e isso não é fundamentalismo”. Ao comentar o dado de que 40% da população dos EUA acredita que a Terra tenha sido criada há apenas 10 mil anos, Dawkins foi categórico, no melhor estilo Dawkins: “é como se uma nação que está entre as maiores potências científicas mundiais fosse dividida em duas espécies, sendo que uma delas é de ignorantes idiotas”.
Matéria publicada na Revista Galileu, em 28 de maio de 2015.
Claudio Conti* comenta
“A religião é como um vírus de computador” por se aproveitar do meio em que se encontra para se propagar. Esta foi a ideia apresentada pelo cientista Richard Dawkins a uma grande plateia. Diante destas palavras, dizer se está correto ou errado é uma questão puramente de ponto de vista.
Pode parecer estranho, mas por “ponto de vista” deve-se interpretar como sendo dependente da relação pessoal que se tenha com a religião da qual se é adepto. Estes pontos de vista foram apresentados por Kardec no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV, no item 8 - Fora da Igreja Não Há Salvação.
Neste item, Kardec deixa claro que a crença de que fora da igreja não há salvação tem o alicerce "numa fé especial, em dogmas particulares”. Basicamente, no mundo ocidental do século XIX, a única religião que apresentava grande número de fiéis era a Igreja Católica. Se atualizarmos este dizer para os dias atuais, com tantas ramificações do Cristianismo, poderíamos dizer: “fora da religião não há salvação”.
Para o espírita seguro da vertente de pensamento que professa, Kardec deixa o seguinte alerta: “O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos."
Infelizmente, a postura daquele que professa uma crença qualquer, em geral, não é aquela apresentada por Kardec, inclusive no próprio meio espírita.
Como criticar alguém, no caso Dawkins, pelas palavras que proferiu e que foram repetidas no início das nossas colocações? Como saber quais foram suas experiências com crentes cuja fé é baseada em dogmas particulares?
Diante de posturas como esta e, inclusive diante de palavras mais duras ainda e que possam ferir profundamente a crença pessoal, como seguidores dos ensinamentos de Jesus e espíritas na real concepção da palavra, devemos ter uma reação caridosa, de entendimento e, se for necessário, de silêncio, pois, no final, é “fora da caridade que não há salvação”, “independente de qualquer crença”, inclusive o ateísmo.
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.
Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco
A005 – Examinando a obsessão - 1ª parte
Examinando a obsessão – parte 01
“Entre os que são tidos por loucos, muitos há que apenas são subjugados; precisariam de um tratamento moral, enquanto que com os tratamentos corporais os tornam verdadeiros loucos. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão mais doentes do que com as duchas”. (2)
Com muito acerto asseverou o Codificador que «o conhecimento do Espiritismo, longe de facilitar o predomínio dos maus Espíritos, há de ter como resultado, em tempo mais ou menos próximo e quando se achar propagado, destruir esse predomínio, o da obsessão, dando a cada um os meios de se pôr em guarda contra as sugestões deles». E o iluminado mestre, não poucas vezes, embora profundo conhecedor do Magnetismo, convocado a atender obsidiados de variado jaez, utilizou-se dos eficientes métodos da Doutrina Espírita para libertá-los com segurança, através da moralização do Espírito perturbador e do sensitivo perturbado.
«Obsessão — segundo Allan Kardec — é o domínio que alguns Espíritos logram
adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-Se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam- se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança. » Ainda é o egrégio intérprete dos Espíritos da Luz que comenta: «As causas da obsessão variam, de acordo com o caráter do Espírito. É, às vezes, uma vingança que este toma de um indivíduo de quem guarda queixas do tempo de outra existência. Muitas vezes, também, não há mais do que desejo de fazer mal: o Espírito, como sofre, entende de fazer que os outros sofram; encontra uma espécie de gozo em os atormentar, em os vexar, e a impaciência que por isso a vítima demonstra mais o exacerba, porque esse é o objetivo que colima, ao passo que a paciência o leva a cansar-se... »
E prossegue: «Há Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesma denotam de bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber. (3)
Obsidiados, sempre os houve em todas as épocas da Humanidade.
Repontando, vigoroso, o fenômeno mediúnico em todos os povos e em todos os tempos, oferecendo roteiros iluminativos para muitas Civilizações, foi, também, veículo de pungentes dramas de vultos que se celebrizaram na História.
Nabucodonosor 2º, o Grande, rei da Caldéia, perturbado por Espíritos vingadores, experimentou tormentos inomináveis, obsidiado, descendo à misérrima condição de anormal...
Tibério, de mente dirigida por Espíritos impiedosos, atingiu alto índice de crueldade, pela desconfiança exacerbada, insuflada pelos adversários desencarnados...
Domício Nero, tristemente celebrizado, após uma existência de loucuras, avassalado por cruéis inimigos do Além-Túmulo, não poucas vezes em desdobramentos espirituais reencontrou a mãe Agripina e a esposa Otávia, que foram assassinadas por sua ordem, pressagiando-lhe o termo doloroso...
E, no entanto, na epopéia sublime do Evangelho, que desfilam ao lado de Jesus, em larga escala, os atormentados por Espíritos infelizes, que encontram nEle o Médico Divino que lhes lucila o íntimo e os liberta do sofrimento.
Os discípulos do Rabi Galileu, vezes sem conta, aplicaram o passe curativo nos inúmeros obsidiados que os buscavam, prosseguindo o ministério apostólico entre os atormentados da Terra e os perturbados do Mundo Espiritual, como fizera o Mestre.
E depois deles os registros históricos apresentam loucos de nomenclatura variada, às voltas com Entidades atormentadoras, sofrendo na fogueira e no exílio, no poço das serpentes e nos Manicômios sombrios, o resultado da convivência psíquica com os que atravessaram o portal da Imortalidade e se demoram nas viciações e nos sentimentos em que se compraziam...
Asseverou Allan Kardec: (Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os Espíritos; ao contrário, foram os Espíritos que fizeram haja espíritas e médiuns. Não sendo os Espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há Espíritos desde quando há homens; por conseguinte, desde todos os tempos eles exerceram influência salutar ou perniciosa sobre a Humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais que um meio de se manifestarem. Em falta dessa faculdade, fazem-no
por mil outras maneiras, mais ou menos ocultas.”
«Os meios de se combater a obsessão — esclarece o eminente Seareiro — variam de acordo com o caráter que ela reveste.» E elucida: «As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação.» (4)
A obsessão, todavia, ainda hoje é um terrível escolho à paz e à serenidade das criaturas.
Com origem nos refolhos do espírito encarnado, obsessões há em escala infinita e, consequentemente, obsidiados existem em infinita variedade, sendo a etiopatogenia de tais desequilíbrios, genêricamente denominada distúrbios mentais, mais ampla do que a clássica apresentada, merecendo destaque aquela denominação causa cármica.
Jornaleiro da Eternidade, o espírito conduz os germens cármicos que facultam o convívio com os desafetos do pretérito, ensejando a comunhão nefasta. Todavia, não apenas o ódio como se poderia pensar é o fator causal das Obsessões e nem somente na Terra se manifestam os tormentos obsessivos... Além da sepultura, nas regiões pungentes e aflitivas de reajustamentos imperiosos e despertamentos inadiáveis das consciências, defrontam-se muitos verdugos e vítimas, começando ou dando prosseguimento aos nefandos banquetes de subjugação psíquica, em luta intérmina de extermínio impossível...
Obsessores há milenarmente vinculados ao crime, em estruturas de desespero invulgar, em que se demoram voluntàriamente, envergando indumentárias de perseguidores de outros obsessores menos poderosos mentalmente que, perseguindo, são também escravos daqueles que se nutrem às suas expensas, imanados por forças vigorosas e crueis...
Na Terra, igualmente, é muito grande o número de encarnados que se convertem, por irresponsabilidade e invigilância, em obsessores de outros encarnados, estabelecendo um consórcio de difícil erradicação e prolongada duração, quase sempre em forma de vampirismo inconsciente e pertinaz. São criaturas atormentadas, feridas nos seus anseios, invariàvelmente inferiores que, fixando aqueles que elegem gratuitamente como desafetos, os perseguem em corpo astral, através dos processos de desdobramento inconsciente, prendendo, muitas vezes, nas malhas bem urdidas da sua rede de idiossincrasia, esses desassisados morais, que, então, se transformam em vítimas portadoras de enfermidades complicadas e de origem clínica ignorada...
Outros, ainda, afervorados a esta ou àquela iniquidade, fixam-se, mentalmente, a desencarnados que efetivamente se identificam e fazem-se obsessores destes, amargurando-os e retendo-os às lembranças da vida física, em lamentável comunhão espiritual degradante...
Além dessas formas diversificadas de obsessão, outras há, inconscientes ou não, entre as quais, aquelas produzidas em nome do amor tiranizante aos que se demoram nos invólucros carnais, atormentados por aqueles que partiram em estado doloroso de perturbação e egocentrismo... ou entre encarnados que mantém conúbio mental infeliz e demorado...
(2, 3 e 4) “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, 24ª Edição da FEB. Página 263. Ao tempo da publicação de “O Livro dos Médiuns” — 1861 — as duchas eram tidas como dos mais eficientes tratamentos para as enfermidades mentais. Daí a referência feita por Allan Kardec. — Nota do Autor espiritual.
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 – Segundo a conceituação de Allan Kardec, que é obsessão? Por quais espíritos é praticada, e o que os podem motivar?
2 – "Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os Espíritos." Somente médiuns ostensivos estão sujeitos à ação obsessiva? Se não, quem são estas pessoas mais susceptíveis à obsessão? Em que o estudo e a prática do espiritismo podem colaborar para o tratamento dos casos obsessivos?
3 – Manoel Philomeno apresenta dois casos especiais de obsessão de encarnado para encarnado, nos períodos de desprendimento parcial pelo sono, e de encarnado para desencarnado, trazendo para este último as lembranças dolorosas da vida física. Comente e exemplifique estes dois casos obsessivos.