quinta-feira, 30 de julho de 2015

Revista Espírita: A TERRA PROMETIDA



(Enviada pelo Sr. Rodolfo, de Mulhouse)

O Espiritismo se levanta e logo sua luz fecunda vai alumiar o mundo; seu brilho magnífico protestará contra os ataques dos interessados em conservar os abusos e contra a incredulidade do materialismo. Os que duvidam sentir-se-ão felizes por encontrar nesta doutrina nova, tão bela, tão pura, o bálsamo consolador que os curará do cepticismo e os tornará aptos a melhorar e progredir, como todas as demais criaturas. Privilegiados serão os que,renunciando às impurezas da matéria, se lançarem em vôo rápido até o topo das idéias mais puras e buscarem desmaterializar-se completamente.

Povos! erguei-vos para assistir à aurora desta vida nova,que vem para a vossa regeneração; que, enviada por Deus, vem para vos unir numa santa comunhão fraterna. Oh! como serão felizes os que, ouvindo esta voz abençoada do Espiritismo, seguirem sua bandeira e cumprirem o apostolado, que deve reconduzir os irmãos extraviados pela dúvida e pela ignorância, ou embrutecidos pelo vício!

Voltai, ovelhas desgarradas, voltai ao aprisco; levantai a cabeça, contemplai o vosso Criador e rendereis homenagem ao seu amor por vós. Retirai prontamente o véu que vos ocultava o Espírito da Divindade; admirai-o em toda a sua bondade; prostrai a face contra a terra e arrependei-vos. O arrependimento vos abrirá as portas da felicidade: as de um mundo melhor, onde reinam o amor mais puro, a fraternidade mais estreita, onde cada um sente alegria na alegria do próximo.

Não sentis que se aproxima o momento em que vão surgir coisas novas? Não sentis que a Terra está em trabalho de parto? Que querem esses povos que se remexem, que se agitam,que se aprestam para a luta? Por que vão combater? Para romper as cadeias que estancam o progresso de sua inteligência, absorvem a sua seiva, semeiam a desconfiança e a discórdia, armam o filho contra o pai, o irmão contra o irmão, corrompem as nobres aspirações e matam o gênio. Ó liberdade! Ó independência! nobres atributos dos filhos de Deus, que alargais o coração e elevais a alma,é por vós que os homens se tornam bons, grandes e generosos; por vós nossas aspirações se voltam para o bem, a injustiça desaparece,os ódios se extinguem e a discórdia, envergonhada, foge e apaga seu facho, temendo irradiar seus sinistros clarões. Irmãos! escutai a voz que vos diz: Marchai! marchai para esse brilhante objetivo que vedes despontar mais além! Marchai para esse brilhante raio de luz que está à vossa frente, como a coluna luminosa adiante do povo de Israel; ele vos conduzirá à verdadeira Terra Prometida, onde reina a eterna felicidade, reservada aos Espíritos puros. Armai-vos de virtudes; purificai-vos das impurezas e, então a rota vos parecerá fácil e a encontrareis coberta de flores; percorrê-la-eis com um inefável sentimento de alegria, porque, a cada passo,compreendereis que vos aproximais do alvo onde podeis conquistar as palmas eternas.

Mardochée

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A006 – Examinando a obsessão - 2ª parte

Examinando a obsessão – parte 02

Obsessores, obsidiados!

A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente.

Os tratamentos da obsessão, por conseguinte, são complexos, impondo alta dose de renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister.

Uma força existe capaz de produzir resultados junto aos perseguidores encarnados ou desencarnados, conscientes ou inconscientes: a que se deriva da conduta moral. A princípio, o obsessor dela não se apercebe; no entanto, com o decorrer do tempo, os testemunhos de elevação moral que enseja, confirmando a nobreza da fé, que professa como servidor do Cristo, colimam por convencer o algoz da elevação de princípios de que se revestem os atos do seu doutrinador, terminando por deixar livre, muitas vezes, aquele a quem afligia. Além da exemplificação cristã, a oração consegue lenir as úlceras morais dos assistidos, conduzindo benesses de harmonia que apaziguam o desequilibrado, reacendendo nele a sede e a necessidade da paz.

Nem sempre, porém, os resultados são imediatos. Para a maioria dos Espíritos, o tempo, conforme se conta na Terra, tem pouca significação. Demoram-se, obstinados, com tenacidade incomparável nos propósitos a que se entregam, anos a fio, sem que algo de positivo se consiga fazer, prosseguindo a tarefa insana, em muitos casos, até mesmo depois da morte... Isto porque do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão. Iniciado o programa de recuperação, deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento, exercitando-se na prática das virtudes cristãs, e, principalmente, moralizando-se. A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que, através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade.

Merece considerar, neste particular, que o desgaste orgânico e psíquico do médium enfermo, mesmo depois do afastamento do Espírito malévolo, ocasiona um refazimento mais demorado, sendo necessária, às vezes, compreensivelmente, assistência médica prolongada.

Diante dos esforços que se conjugam entre o assistente e o assistido, os Espíritos Superiores interessados no progresso da Humanidade oferecem, também, valiosos recursos que constituem elementos salutares e preciosos.

Sem tal amparo, toda incursão que se intente no ministério da desobsessão será improfícua, senão perigosa, pelos resultados negativos que apresenta.

Um espírito lidador, devidamente preparado para as experiências de socorro aos obsidiados, é dínamo potente que gera energia eletromagnética, que, aplicada mediante os passes, produz distoniaa e desajustes emocionais no hóspede indesejável, afastando-o de momento e facultando, assim, ao hospedeiro a libertação mental necessária para assepsiar-se moralmente, reeducando a vontade, meditando em oração, num verdadeiro programa evangélico bem disciplinado que, segura e lentamente, edifica uma cidadela moral de defesa em volta dele mesmo.

Por isso o Mestre, diante de determinados perseguidores desencarnados, afirmou: “contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”, e, após atender às aflições de cada atormentado que O buscava, prescrevia, invariável e incisivo: “Não voltes a pecar para que algo pior não te aconteça”.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – A despeito do que oferecem muitas técnicas ditas “desobsessivas” em algumas Casas Espíritas (e também, mesmo que inconsciente, em outras religiões cristãs), que prometem resultados rápidos para os obsediados, sabemos que o tratamento da obsessão é de largo curso. Por quê?

2 – "do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão." No que consiste este tratamento, e qual seu elemento mais forte para a quebra das relações obsessivas? Por que é do paciente a grande responsabilidade no sucesso do tratamento?

3 – Qual o efeito da fluidoterapia, especialmente o passe, no tratamento de desobsessão?

4 – Que quis dizer o Mestre quando afirmou: “contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”? O que significam a oração e o jejum para a equipa mediúnica de desobsessão?

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno

terça-feira, 28 de julho de 2015

Revista Espírita: O COLISEU



(Enviada pelo Conde X..., de Roma. Traduzida do italiano)

Que sentimento faz nascer em vós a visão do Coliseu? O produzido pelo aspecto de toda ruína: tristeza. Suas vastas e belas proporções lembram todo um mundo de grandeza; mas sua decrepitude invariavelmente leva o pensamento para a fragilidade das coisas humanas. Tudo passa; e os monumentos, que pareciam desafiar o tempo, se desmoronam, como para provar que só as obras de Deus são duráveis. E quando os escombros, semeados por toda parte, protestam contra a eternidade das obras do homem,ousais chamar eterna uma cidade juncada de ruínas do passado!

Onde estás, Babilônia? Onde estás, Nínive? Onde vossos imensos e esplêndidos palácios? Viajante, em vão os procura sob as areias do deserto; não vês que Deus os apagou da face da Terra? Roma! Esperas, pois, afrontar as leis da Natureza? Sou cristã, dizes, e Babilônia era pagã. Sim; mas, como ela, és de pedra, e um sopro de Deus pode dispersar essas pedras
amontoadas. O solo que treme à tua volta não está a te advertir que teu berço, que se acha sob teus pés, pode tornar-se o teu túmulo? Sou cristã, dizes, e Deus me protege! Mas ousas comparar-te a esses primeiros cristãos, que morriam pela fé, e cujos pensamentos já
eram deste mundo, tu que vives de prazeres, luxo e indolência? Lança os olhos sobre estas arenas, diante das quais passas com tanta indiferença; interroga estas pedras, ainda de pé, e elas te falarão, e a sombra dos mártires te aparecerá para dizer: Que fizeste da simplicidade, de que nosso divino mestre fez uma lei, de humildade e de caridade, cujo exemplo nos deu? Tinham palácios? Vestiam-se de ouro e seda esses primeiros propagadores do Evangelho? Suas mesas esbanjavam o supérfluo? Tinham coortes de servos inúteis para lhes adular o orgulho? Que há de comum entre ti e eles? Eles não buscavam senão os tesouros do Céu, e tu buscas os tesouros da Terra! Ó homens que vos dizeis cristãos,vendo o vosso apego aos bens perecíveis deste mundo, dir-se-ia realmente que não contais com os da eternidade. Roma! que te dizes imortal, possam os séculos futuros não buscar o teu lugar, como hoje é procurado o da Babilônia!

Dante

Observação – Por singular coincidência, estas duas últimas comunicações nos chegaram no mesmo dia. Embora tratando do mesmo assunto, vê-se que os Espíritos o encaram cada um do seu ponto de vista pessoal. O primeiro vê a Roma religiosa e, em sua opinião, eterna, porque será sempre a capital do mundo cristão; o segundo vê a Roma material e diz que nada do que os homens edificam é eterno. Aliás, sabe-se que os Espíritos têm suas opiniões e que podem divergir entre si na maneira de ver, quando ainda imbuídos das idéias terrestres; só os Espíritos mais puros estão isentos de preconceitos. Mas, pondo de lado a opinião, que pode ser controversa, não se poderá recusar a estas duas comunicações uma grande elevação de estilo e de pensamento e cremos que não seriam desabonadas pelos autores que levam seus nomes.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB – 1970 - A005 – Examinando a obsessão - 1ª parte - CONCLUSÃO

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A005 – Examinando a obsessão - 1ª parte

CONCLUSÃO

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Segundo a conceituação de Allan Kardec, que é obsessão? Por quais espíritos é praticada, e o que os podem motivar?

Obsessão é a ação persistente que o desencarnado pode realizar em um encarnado. Nunca é praticada por espíritos elevados, mas apenas por espíritos atrasados, que querem impor sua vontade a todo custo. Os benfeitores, quando não são ouvidos, afastam-se, entregando à própria sorte o encarnado rebelde; no entanto, retornam sempre que este os procurem.

As causas das obsessões variam bastante: A) projetos de vingança do desencarnado sobre o reencarnado a partir de experiências pretéritas, B) o desejo de certos espíritos em tornar infelizes os outros, seja por inveja, ignorância, etc, C) o compartilhamento de vícios, D) a atenção que os espíritos infelizes dão às questões materiais, D) etc, etc. Em todas elas, há uma sintonia estabelecida entre os dois.

2 – "Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os Espíritos." Somente médiuns ostensivos estão sujeitos à ação obsessiva? Se não, quem são estas pessoas mais susceptíveis à obsessão? Em que o estudo e a prática do espiritismo podem colaborar para o tratamento dos casos obsessivos?

Todos nós estamos sujeitos às obsessões nas suas diversas formas e causas, pois todos nós estamos mergulhados no mundo espiritual, no qual transitam continuamente os espíritos. Porém, evidentemente, os efeitos da obsessão poderão ser mais sentidos nos médiuns ostensivos, em consequência da própria faculdade mediúnica.

As pessoas mais susceptíveis de estabelecerem sintonia obsessiva serão aquelas que mais apresentarem os "plugues" para isso, quais sejam: as imperfeições morais, os vícios diversos, a desatenção com os compromissos espirituais.

O estudo do Espiritismo é um grande colaborador para o tratamento da problemática obsessiva, porquanto esclarece a situação, aparelhando o encarnado e o desencarnado para quebrarem as algemas obsessivas. Conforme esclarece, qualquer situação obsessiva se estabelece sobre a lei de afinidades, isto é, encarnado e desencarnado possuem pontos em comum, através dos quais um e outro sugerem pensamentos recíprocos e transferem energias deletérias; assim, desconstruindo estes pontos, por meio de variadas técnicas, a obsessão tomba, e ambos se libertam!

3 – Manoel Philomeno apresenta dois casos especiais de obsessão de encarnado para encarnado, nos períodos de desprendimento parcial pelo sono, e de encarnado para desencarnado, trazendo para este último as lembranças dolorosas da vida física. Comente e exemplifique estes dois casos obsessivos.

A partir dos estudos na literatura subsidiária, compreendemos hoje que a obsessão não se limita ao seu modo clássico, ou seja, desencarnado sobre encarnado, conforme a conceituação do Codificador. Ela pode possuir duas outras dinâmicas como afirmado acima. Poderemos encontrar a obsessão no polo encarnado/encarnado, por exemplo, nas relações doentias entre casais em desequilíbrio, entre pais e filhos em situação de guerra psíquica, no trabalho, nas igrejas, etc - todas elas estudadas, porém e de forma complementar, por outro prisma, pelas ciências Psicologia e Psiquiatria. Na outra forma, encarnado sobre desencarnado, poderemos identificá-lo, sobretudo, pela revolta do encarnado perante a desencarnação de um ente ou afeto querido. Este primeiro, devido à inconformação, emite pensamentos algemando o último nas teias da angústia e revolta.

Até o próximo estudo,

Sala Manoel Philomeno/CVDEE

domingo, 26 de julho de 2015

Revista Espírita: ROMA



(Enviada pelo Sr. Sabò, de Bordeaux)

Cidade de Rômulo, cidade dos Césares, berço do Cristianismo, tumba dos apóstolos, tu és a cidade eterna, e Deus quer que a longa letargia em que caíste cesse finalmente. Vai soar a hora de teu retorno; sacode o entorpecimento de teus membros; levanta-te, forte e valente, para obedecer aos destinos que te esperam, pois há longos séculos não passas de uma cidade deserta. As ruínas numerosas de tuas vastas arenas, que dificilmente continham as ondas de ávidos espectadores, mal são visitadas pelos raros estrangeiros que, de vez em quando, passam por tuas ruas solitárias. Tuas catacumbas, onde repousam os despojos de tantos soldados valentes, mortos pela fé, apenas os tiram de sua indiferença. Mas a crise que sofres será a última e irás sair desse penoso e doloroso trabalho, grande, forte, poderosa, transformada pela vontade de Deus e, do alto de tua velha basílica, a voz do sucessor de São Pedro estenderá sobre ti as mãos que trarão as bênçãos do céu, e ele chamará ao seu supremo conselho os Espíritos do Senhor; submeter-se-á às suas lições e dará o sinal do progresso, empunhando francamente a bandeira do Espiritismo.  Então, submetido a seus ensinos, o universo católico acorrerá em massa para se colocar ao redor do cajado de seu primeiro pastor e, dado esse impulso, todos os corações se voltarão para ti. Serás o farol luminoso que deve iluminar o mundo, e teus habitantes, alegres e felizes por te ver dar às nações o exemplo do melhoramento e do progresso, repetirão em seu canto: Sim, Roma é a cidade eterna.

sábado, 25 de julho de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XI – Itens 5 a 7
Tema:   Dai a César o que é de César
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A - Texto de Apoio:

Dai a César o que é de César

5. Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo?

Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. - S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)

6. A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum senso teria a pergunta feita a Jesus: "É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?" Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas "Jesus, que lhes conhecia a malícia", contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido. (Veja-se, na "Introdução", o artigo: Publicanos.)

7. Esta sentença: "Dai a César o que é de César", não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é consequente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem, toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em geral.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como devemos compreender a sentença: "Dai a César o que é de César"?

2 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Revista Espírita: DIFERENTES MANEIRAS DE FAZER A CARIDADE



(Sociedade Espírita de Lyon)

Nota – A comunicação seguinte foi recebida em nossa presença no grupo de Perrache:

Sim, meus amigos, virei sempre ao vosso meio, sempre que for chamado. Ontem me senti muito feliz por vossa causa, quando ouvi o autor dos livros que vos abriram os olhos testemunhar o desejo de vos ver reunidos para vos dirigir palavras de benevolência. É um grande ensinamento para todos vós e, ao mesmo tempo, poderosa lembrança. Apenas notei, quando vos falou do amor e da caridade, que vários de vós se perguntavam: Como fazer a caridade? Muitas vezes não tenho sequer o necessário.

Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazêla por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero, as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome do Altíssimo: “Eu era como sois; sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora sou feliz.” Aos velhos que vos disserem: “É inútil; estou no fim da minha jornada; morrerei  como vivi”, dizei: Deus usa de justiça igual para com todos nós; lembrai-vos dos trabalhadores da última hora. Às crianças já viciadas pelas companhias de que se cercaram e que vão pelo mundo, prestes a sucumbir às más tentações, dizei: “Deus vos vê,meus caros pequenos”, e não vos canseis de lhes repetir essas brandas palavras. Elas acabarão por lhes germinar nas inteligências infantis e, em vez de vagabundos, fareis deles homens. Também isso é caridade.

Dizem, outros dentre vós: “Ora! somos tão numerosos na Terra, que Deus não nos pode ver a todos.” Escutai bem isto, meus amigos: Quando estais no cume da montanha, não abrangeis com o olhar os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: do mesmo modo vos vê Deus. Ele vos deixa usar do vosso livrearbítrio,como vós deixais que esses grãos de areia se movam ao sabor do vento que os dispersa. Apenas, Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com freqüência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.

Meus amigos, a cada regimento novo o general entrega um estandarte. Eu vos dou por divisa esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” Observai esse preceito, reuni-vos todos em torno dessa bandeira e tereis ventura e consolação.

Vosso Espírito protetor